ࡱ> JLGHI2bjbjLALA.:.+g.+g 8g\p++++++++d.1<++4*+(((v +(+((**]>{jm%**@+0p+*V1(LV1*V1*$(++c(Lp+V1 Y E: CONTRAPONTO JORNAL ELETRNICO DA ASSOCIAO DOS EX-ALUNOS DO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT Criao: Setembro DE 2006 (Julho 2020 - 142 Edio) Legenda: Penso... Logo Questiono! Patrocinadores: ASSOCIAO DOS EX-ALUNOS DO IBC ("Enquanto houver uma pessoa discriminada, todos ns seremos discriminados." Por que mais fcil desintegrar um tomo do que um preconceito?!) Editorao eletrnica: MARCIA DA SILVA BARRETO Distribuio: gratuita CONTATOS: Telefone: (0XX21) 2551-2833 Correspondncia: Rua Marqus de Abrantes 168 Apto. 203 Bloco A CEP: 22230-061 Rio de Janeiro RJ e-mail: contraponto.exaluibc@gmail.com Site: jornalcontraponto.exaluibc.org.br/ EDITOR RESPONSVEL: VALDENITO DE SOUZA e-mail: contraponto.exaluibc@gmail.com EDITA E SOLICITA DIFUSO NA INTERNET. --- SUMRIO: 1. EDITORIAL * Elas Se Chamam Esperana 2. A DIRETORIA EM AO # DIRETORIA EXECUTIVA 3. O IBC EM FOCO # VITOR ALBERTO DA SILVA MARQUES * O IBC em Foco especial 4. ANTENA POLTICA # HERCEN HILDEBRANDT * A corporatocracia neoliberal 5. DE OLHO NA LEI #MRCIO LACERDA * Breve Histrico do Direito de Acesso Leitura das Pessoas com Deficincia Visual 6. DV EM DESTAQUE# JOS WALTER FIGUEREDO * Conta-gotas indito para deficientes visuais criado na PB 7. TRIBUNA EDUCACIONAL # ANA CRISTINA HILDEBRANDT * Educao: Economia e poltica 8. SADE OCULAR # RAMIRO FERREIRA * Olhos, muito exigidos pelas vrias telas na quarentena, precisam de descanso * Sua sade est em dia? * Saiba como manter a sade dos seus olhos na pandemia de Covid-19 9. DV-INFO # CLEVERSON CASARIN ULIANA * Novo recurso do Spotify sincroniza msica e podcasts para voc ouvir com seus amigos 10. IMAGENS E PALAVRAS # CIDA LEITE * Globo Rioshow - Acessibilidade em cartaz * Passeio de bicicleta e trilhas esto no roteiro * Detalhes e outras dicas 11. PAINEL ACESSIBILIDADE # MARCELO PIMENTEL * Webinar sobre Acesso ao Mercado de Trabalho e a Pandemia 12. PERSONA # IVONETE SANTOS * Perfil Claudio de Castro Panoeiro secretrio Nacional de Justia 13. IMAGEM PESSOAL # TNIA ARAJO * Coquetis * Roupa para Trabalhar 14. Reclame Acessibilidade # BETO LOPEZ * O que foi assunto em nosso programa de rdio em julho 15. CONTRAPONTO EXPRESS # LCIA MARA FORMIGHIERI * Entre contos e encontros 16. PANORAMA PARAOLMPICO # ROBERTO PAIXO * Opa! chegou a vez do nosso grande campeo futebol de cinco! 17. TIRANDO DE LETRA # JOICE GUERRA * Sexo e maternidade * Mais uma histria de fracasso meu * Realidade 18. BENGALA DE FOGO # COLUNA LIVRE * Artess com deficincia visual confeccionam mscaras de graa | Razes Para Acreditar 19. NOSSOS CANAIS # NOVIDADES NOS CANAIS 20. CLASSIFICADOS CONTRAPONTO # ANNCIOS GRATUITOS 21. FALE COM O CONTRAPONTO#: CARTAS DOS LEITORES -- ATENO: "As opinies expressas nesta publicao so de inteira responsabilidade de seus colunistas". # 1. EDITORIAL NOSSA OPINIO: * Elas Se Chamam Esperana "Dizem que a mulher o sexo frgil, mas que mentira absurda!" o que conta Erasmo Carlos numa de suas canes e tal mentira podemos constatar hoje no prprio seio de nossa associao quando notamos mulheres assumindo um protagonismo na conduo dos destinos desta mesma associao anti o vazio de ao de quem presumidamente candidatou-se para tal. Certamente h de haver razes que justifiquem este imobilismo mas, o que cabe realar a proatividade de quem no permitiu que tal vcuo se fizesse sentir. Encontramos na atitude de quem, humilde, se disps a ser coadjuvante, a fora de se fazer de fato atriz principal do associativismo para o qual nossa associao naturalmente se prope. Assim que toda a inao se torna irrelevante diante dos resultados positivos que temos obtido, contudo, em tempos onde o que nos imposto pelo atual contexto clama por criatividade e descobertas, creio fazer todo sentido apontarmos o encontro de ambas em quem busca superar-se trabalhando em equipe junto a quem aceite o protagonismo to necessrio para que siga em frente nossa associao e isto, convenhamos, temos encontrado muito claramente nas mulheres. # 2. A DIRETORIA EM AO ASSOCIAO DOS EX-ALUNOS DO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT Diretoria Executiva Matria no foi enviada # 3. O IBC EM FOCO Colunista: VITOR ALBERTO DA SILVA MARQUES (vt.asm@oi.com.br) * O IBC em Foco especial Neste nmero, este colunista apresenta uma situao semelhante h do nmero anterior. Em essncia, quase nada se alterou. O quadro de incerteza, em relao ao cumprimento das atividades escolares no IBC, permanece. As nicas iniciativas visveis, esto ligadas ao atendimento mdico bem reduzido, a partir do ms de agosto, em funo da equipe de residentes, bem como, tentativas de aproximao por parte de docentes, visando acolhimento de alunos e seus familiares, com um trabalho de orientao remota, na feitura de algumas atividades, de carter informal, visando manter um vnculo mnimo com estes. Para organizar esta coluna, contei com as informaes da direo, que tem se mantido na expectativa d futuro posicionamento do MEC, em relao ao calendrio de atividades de nossa instituio. Por outro lado, os gestores tm mantido contatos com o Colgio Pedro II e congneres, cujo quadro de indefinio o mesmo. Fui informado de que o segmento da Educao Fsica tem feito algumas lives com a participao de alunos da rea esportiva. Alis, fui at convidado a participar de um desses eventos. Quanto definio do calendrio escolar, penso que a Direo, em face desse quadro, deva assumir uma atitude proativa, em funo das caractersticas de nosso alunato, orientando o MEC, sim, e cobrando dele, um posicionamento, quanto ao futuro do ano letivo no IBC, no tempo devido. O MEC deve saber de nossa realidade complexa. Se no sabe, s lamento, pela instituio e pelos alunos. Est na hora da nossa direo intervir nesse processo, convocando toda a comunidade escolar, contando para tanto, com o nosso Conselho Diretor, que pode subsidiar o MEC, com toda a responsabilidade de seu corpo de servidores, quanto aos caminhos a tomar. H que pensar toda uma problemtica logstica, na forma da ocupao adequada dos espaos, considerando especialmente a otimizao das condies sanitrias, que assegurem aos alunos e ao corpo funcional do IBC, na relao com eles, um ambiente saudvel a ser mantido na instituio. Entendo que o recomeo das atividades pedaggicas, parece longnquo, j que o cumprimento de todo um protocolo de apoio aos alunos, exige prudncia e extremo cuidado, que pelas reunies mantidas anteriormente pelos diferentes segmentos do IBC, tem sido objeto dessas preocupaes. A utilizao dos espaos, os requisitos necessrios de higienizao, o uso adequado das mscaras, entre outras preocupaes, so itens bsicos a serem considerados, no processo de preveno na disseminao do vrus indesejvel entre todos, alunos, servidores e familiares. O cumprimento rgido desse protocolo, impedir que o vrus se espalhe exponencialmente. Esse um risco real. Dessa forma, a nossa atitude prescreve cautela, diante das vulnerabilidades. Assim sendo, no desejvel qualquer antecipao na volta s atividades, muito menos das atividades formais. Corpo funcional e diretivo devem se fazer protagonistas diante do MEC, sem aguardar deste, qualquer iniciativa relativa nossa instituio. A estratgia chave deve se amparar em uma negociao democrtica, envolvendo sempre a nossa comunidade escolar e o MEC. Nota aos menos avisado: Ao final desta coluna, Esclareo que a narrativa do corpo diretivo, foi intermeada pela opinio de exclusiva responsabilidade do colunista, cujo pecado, nunca foi o de se omitir, enquanto cidado, ex-servidor e ex-aluno desta instituio educacional. Afinal, estarei sempre dando meu contributo na construo de um futuro igualmente relevante, dignificando o passado. Fico grato do puxo de orelhas, ainda que possa ter sido injusto, j que precipitado. Me despeo aqui, sem vrus Vitor Alberto da Silva Marques. # 4. ANTENA POLTICA Colunista: HERCEN HILDEBRANDT (hercen@terra.com.br) * A corporatocracia neoliberal Com o avano cada vez mais acelerado do grande capital sobre nossas riquezas, os que se preocupam com os direitos de nossa populao vm observando a progressiva perda pelo Brasil de sua soberania, de sua identidade nacional e sua prpria independncia. Hoje, j no h a necessidade de ocupaes militares nem da imposio fora de governantes para dominar pases fragilizados. A dominao d-se pela via econmica. O texto abaixo explica-o. ** O NEOLIBERALISMO E O BRASIL COLNIA DO SCULO XXI - Rmulo Hemilton Rocha Marinho Territoriall 08/11/2019 15:18 Uma caracterstica comum aos truques de "mgica" a ttica de desviar a ateno do pblico para algo que no tem importncia, ao passo que as tramas principais da apresentao so manipuladas fora dos holofotes. Essas prticas ilusionistas so uma perfeita metfora da arena poltica que vem sendo articulada no Brasil. O oportunismo de algumas narrativas, oriundas em parte da grande mdia tradicional, mas radicalizadas por meio das redes de informao/comunicao produzem distores e tiram o foco dos reais problemas que configuram as crises poltico/institucionais, econmica e social do pas. Enquanto centenas de informaes rasas ou falsas (fakes) so lanadas nas redes para fomentar disputas ideolgicas e a polarizao poltica, conchavos so feitos por detrs das cortinas no Palcio do Planalto, especialmente no tocante as relaes com o Tio Sam e o mercado financeiro. Perkins (2005), ao explanar sua trajetria como "Assassino Econmico" pelo imprio mundial, demonstra que um seleto grupo de sujeitos representantes da Corporatocracia (bancos, governos e corporaes) atuam de maneira malevolente na organizao dos territrios. Esse autor indica que a "Nova Ordem" se consolidou por meio de modelos econmicos neoliberais burlados, que foram vendidos aos pases perifricos no intuito de que contraiam emprstimos impagveis e assim tenham que se submeter aos interesses desses grupos. Como tambm destaca Santos (2014), cada vez mais essas instituies criam mecanismos infraestruturais, polticos, jurdicos, culturais, econmicos e assim ampliam suas entranhas nos territrios por meio da globalizao. Em um cenrio de expanso das corporaes internacionais, grupos vinculados ao agronegcio estabelecem no Brasil um vasto mercado para maquinrios do campo e agrotxicos, ao mesmo tempo que controlam um amplo comrcio de commodities. Pereira e Pauli (2016), observam que essa dinmica vem associada ao processo de estrangeirizao das terras no pas. Isso se deve, entre outros fatores, a evoluo da produo de agrocombustveis na composio da matriz energtica mundial. Com essa mudana, impulsionou-se o interesse por parte de corporaes do agrobusiness, ligadas ao mercado financeiro, pela incorporao de terras (reas de cultivo), principalmente na Amrica Latina e na frica. Huertas (2007) indica que esse processo se reverbera atravs da expanso acelerada da fronteira agrcola nas reas do Cerrado e, mais recentemente, na Amaznia. As principais frentes da territorializao do agronegcio no pas encontram-se entre Maranho, Tocantins, Piau e Bahia (MATOPIBA) e, mais a oeste, em Gois, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e no Par. Por conta disso, nesses estados ocorreram significativas transformaes em suas cadeias produtivas locais/regionais. Cada vez mais, pequenos produtores e comunidades tradicionais como indgenas, quilombolas e ribeirinhos so expropriados para dar lugar aos pastos, as monoculturas e as jazidas de minrio. Esse tipo de apropriao territorial, como demonstra Haesbaert (2004), bastante distinto aquele que imperava na modernidade clssica, em que o controle espacial era feito atravs da dominao direta das reas e da instituio de fronteiras. Atualmente, de acordo o autor, a capacidade de se articular em redes que configura a dinmica de territrios que encontram-se cada vez mais descontnuos, fragmentados, superpostos. Nesse sentido, Huertas (2007) e Vencovsky (2011), ao analisarem os interesses de expanso (direcionado ao Norte) e o controle dos sistemas rodovirio e ferrovirio, respectivamente, revelam a estreita relao entre a implementao dessas redes e as intenes de fortalecimento das atividades agroexportadoras no pas. No incio do sculo, com a valorizao das commodities no mercado mundial, a expanso comercial brasileira atuou como uma faca de dois gumes. Silvestre e Haffner (2014), indicam que de um lado provocou um enorme crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) com base no avano das exportaes. Do outro, indstrias nacionais voltadas produo de manufaturados perderam competitividade devido a abertura para o capital estrangeiro. Isso provocou uma "especializao regressiva" da economia nacional que passa a ser mais ligada a exportao de recursos ambientais. Muito embora, mesmo no cnone do neoliberalismo, esse tensionamento das estruturas produtivas no setor primrio tenha ampliado demasiadamente a arrecadao. Feito que possibilitou o enfrentamento, ainda que incipiente, de algumas feridas sociais que so histricas nesse pas to marcado por desigualdades e injustias. Com isso, o Brasil corresponde a atuao de diversos grupos econmicos, com diferentes interesses no uso do territrio, que interagem dialeticamente a uma organizao socioespacial fundada pela colonizao, defende Porto-Golalves (2015). A insgnia de colnia agrcola na diviso internacional do trabalho, que perpassa a formao territorial brasileira desde sua origem , de acordo Souza (2019), sustentculo de relaes de poder conservadoras entre as classes dominantes. Esse autor tambm pontua que a transio do capitalismo fordista para um modelo de produo flexvel (toyotismo) favorece o avano do capital financeiro em todo o mundo. Vigora-se, a partir de ento, uma semntica contraditria que associa (e romantiza) a superexplorao do trabalho a empreendedorismo, liberdade e criatividade. As elites do dinheiro no Brasil, ao ampliarem sua dominncia ideolgica, atuam para o endividamento do Estado e da sociedade. Souza (pgina 174, 2019) indica que A dvida pblica funciona como um gigantesco bombardeamento de recursos da sociedade inteira para o bolso da classe dos sonegadores. Esse 1% que tudo detm no apenas dono das empresas, do agronegcio, dos apartamentos das cidades, dos bancos e dos fundos de investimento. Ele agora o dono tambm do oramento do Estado! Desse modo, justo considerar que, para alm da atuao das instituies polticas (partidos, sindicatos, movimentos sociais), o poder econmico quem exerce influncia decisiva nos rumos do pas. Estiveram por trs do golpe militar em 1964 e, tambm, do golpe jurdico-miditico em 2016. Est em xeque uma ruptura a poltica de bem-estar social e o modelo multilateralista das relaes exteriores que foram reforadas nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT). Nesse perodo, o investimento em setores estratgicos como os de energia (combustveis e eltrica), construo civil e de infraestruturas para a expanso da fronteira agrcola, permitiram o fortalecimento de acordos multilaterais especialmente com os BRICS e o Mercosul, dinamizando a economia do pas, fato que estimulou o crescimento, como demonstra a figura 1.* Figura 1: Importao e exportao de bens e servios - Valores a preos correntes (Milhes de Reais), 1 trimestre 1996 - 4 trimestre 2018. Fonte: IBGE - Contas Nacionais Trimestrais (2018). * No foi possvel transcrever a figura. Mas isso no prejudica a compreenso da anlise do autor (nota do transcritor). Ao observar, na figura 1, o perodo entre 2002 e 2008, evidencia-se que a balana comercial do pas estava em supervit e com baixa variao anual. Nos anos seguintes, apesar da manuteno do ritmo de crescimento, o saldo torna-se negativo. Com os lucros ameaados, devido tambm ao contexto de crises internacionais, as elites passam a no mais admitir que o Estado esteja sob domnio de um partido com inclinao aos interesses da classe trabalhadora. Por conta disso, Souza (2019) demonstra como esse grupo dominante, associado aos interesses do capital financeiro internacional e por meio de aes coordenadas entre a grande mdia e parte do judicirio, provocaram a derrocada do PT. Cabe ressaltar, que esse partido j se encontrava enfraquecido devido a incapacidade de articulao poltica e da quebra de compromissos com sua base eleitoral, negligenciando os conflitos de classes. Nas palavras de Salama (2016, pgina 130) A crise atual no Brasil revela ao mesmo tempo os limites de um regime de crescimento que, negligenciando a indstria em proveito das atividades primrias, favorece a redistribuio de rendas vis--vis as categorias mais pobres. Ela abre uma discusso sobre a diferena entre uma poltica progressiva e uma poltica de esquerda. Beneficiada pelo "vento em popa", a poltica progressista adotada at o momento da crise pde compatibilizar o enriquecimento dos mais ricos com a diminuio da pobreza. Evidentemente melhor do que um governo que favorecia apenas os mais ricos. esquerda pode significar que a riqueza advm do trabalho e, portanto, da produo; que as classes e grupos sociais se definem antes de tudo por seu posicionamento em relao s relaes de produo e no pelas faixas de rendas. Velho debate expulso pela porta e que retorna pela janela. A anlise de Petra Costa no documentrio "Democracia em Vertigem" e as conversas vazadas pelo renomado jornalista Glenn Greenwald no site "The Intercept", revelam as tramas da guerra hbrida que foi produzida no pas por meio da operao Lava-Jato. Com a queda do governo de Dilma Rousseff, uma srie de novas medidas neoliberais vm sendo associadas a atuao do Estado. Em linhas gerais, as aes adotadas pelos governos Michel Temer (2016 - 2018) e Jair Bolsonaro (2019) tm em comum pautas de privatizaes de empresas estatais e a flexibilizao (retirada) de direitos trabalhistas e sociais, no intuito de garantir o compromisso com a dvida pblica/mercado financeiro. O eminente avano do neoliberalismo sintomtico as organizaes polticas e aos interesses sociais. Como demonstram levitsky e Ziblatt (2018), por meio desse sistema poltico-econmico, as democracias esto sendo esfaceladas por dentro em vrios pases. Por aqui, o vis autoritrio, demagogo e entreguista da atual cpula governamental torna-se cada dia mais evidente. Com a soberania nacional posta em leilo, intensificam-se as atividades econmicas predatrias no territrio. Para alm das questes internas, preciso considerar a fora comercial brasileira como um fator geopoltico. Associado aos termos do imperialismo corporativista, o papel de destaque que o pas possui em acordos multilaterais, como j citados, vem sendo utilizado para assegurar os termos do neoliberalismo. Em relao ao Mercosul e aos BRICS, sob a face do estado brasileiro formou-se um conluio de represso econmica da corporatocracia caso os interesses de outros pases divirjam das pautas neoliberais. Nas entrelinhas do discurso, foi esse o sinal que Paulo Guedes, discpulo da escola de Chicago e ministro da economia, deu a Argentina devido a eleio de um governo de centro-esquerda no pas (ESTADO, 2019). No caso da relao Mercosul-Unio Europeia, um acordo que prev maior abertura comercial vem sendo firmado e tem o governo brasileiro como um dos protagonistas na mesa das negociaes. Conforme indica o quadro 1,* nos termos da DIT, essa uma relao desigual e perpetua um ciclo vicioso de dependncia tcnico-cientfica, produtiva e social do trabalho. De um lado, exportam-se em sua grande maioria produtos com alto custo ambiental e baixo valor agregado. Do outro, importam-se produtos com altos valores de tecnologia e trabalho embutidos. Este acordo torna-se-a um "cavalo de tria" a economia sul americana, visto que existem grandes possibilidades de enfraquecer, ainda mais, as atividades do segundo setor nesses pases. Nesse sentido, preocupante o fato de que as polticas econmicas que vm sendo adotadas no Brasil no deem o devido valor ao desenvolvimento cientfico, o encadeamento produtivo de manufaturados e a capacidade de adicionar valor produo. Uma vez que isso, de acordo Salama (2016), possibilita gerao de trabalho e renda de maneira mais ampla e "descentralizada. Quadro 1: Principais produtos exportados e importados pelo Brasil em relao a Unio Europia em 2018 Exportaes, Importaes; Farelo e resduos de soja triturada, Medicamentos; Plataformas de perfurao/explorao, Produtos manufaturados diversos; Celulose, Peas para automveis/tratores; Minrio de ferro e seus concentrados, Compostos heterocclicos, seus sais e sulfonamidas; leos brutos de petrleo, Naftas; Caf cru em gros, Automveis de passageiros; Minrio de cobre e seus concentrados, Defensivos agrcolas (agrotxicos); Tubos e ligas de ferro/ao, Gasolina; Suco de laranja, Eletroeletrnicos. Fonte: Itamaraty (2019). * no quadro, os produtos so apresentados em pares, correspondendo a primeira linha s exportaes e a segunda s importaes. (Nota do transcritor) Nas veias abertas da Amrica Latina, mantm-se o ciclo vicioso do colonialismo, trajado de liberalismo econmico, assegurando uma situao em que, nas palavras de Galeano (2010, pgina 19), "o bem-estar de nossas classes dominantes - dominantes para dentro, dominadas de fora - a maldio de nossas multides." Distante de um plano de real distribuio de renda e gerao de empregos, o Brasil caminha a passos largos para que seus territrios sejam submetidos aos interesses das grandes corporaes mundiais. Por conta disso, cada vez mais sintomtico o agravamento das desigualdades socioespaciais. Todavia, esse movimento de apropriao econmica/financeira do espao geogrfico contraditrio por essncia. Enquanto as elites, associados aos termos do imperialismo, cultivam a opresso e a marginalizao, formas de revolta e resistncia se constituem cada vez mais slidas nas periferias das grandes cidades e no campo. Ecoam pelo mundo gritos de revolta que alcanam de maneira incisiva naes como Chile e Equador, Curdisto e tantas outras. Para somar a essa luta, urge a necessidade de batalhar em nossos espaos para que as tramas corporativas e as artimanhas do mercado financeiro sejam desvendadas/desmoralizadas e, por meio da luta organizada e da emancipao social, romper com as profundas amarras colonialistas. Esse o caminho para formar uma sociedade com valores que estimulem a criatividade, a diversidade e a liberdade, que preze por incluso, solidariedade e combata de forma crtica e honesta as injustias. Referncias BRASIL. Itamaraty. Acordo de associao Mercosul-Unio Europeia. Braslia: Governo Federal, 2019. ESTADO. Se Kirchner quiser fechar a gente sai do mercosul, diz Guedes. Disponvel em: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,se-kirchner-quiser-fechar -a-gente-sai-do-mercosul-diz-guedes,70002969520. Acesso: 16 de agosto de 2019. HAESBAERT, Rogrio. O mito da desterritorializao: do fim dos territrios multiterritorialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004. HARVEY, D. O novo imperialismo. So Paulo: Edies Loyola, 2004 HUERTAS, D. M. Da fachada atlntica ao mago da Hilia: integrao nacional e fluidez territorial no processo de expanso da fronteira agrcola. 2007. Dissertao (Mestrado) - Faculdade de Filosofia, Letras e Cincias Humanas, Universidade de So Paulo, 2007. LEVITSKY, S. ZIBLATT, D. Como as democracias morrem. Rio de Janeiro: Zahar. 2018. PEREIRA, L. I., e PAULI, L. (2016). O processo de estrangeirizao da terra e expanso do agronegcio na regio do Matopiba / The process of land grabbing and expansion of agribusiness in Matopiba. CAMPO - TERRITRIO: REVISTA DE GEOGRAFIA AGRRIA, 11 (23 Jul.). https://doi.org/10.14393/RCT112307 PERKINS, J. Confisses de um assassino econmico. So Paulo: Cultrix, 2005. PORTO-GONALVES, C. W. Amaznia enquanto acumulao desigual de tempos: uma contribuio ecologia poltica da regio. Revista Crtica de Cincias Sociais, volume 107, pginas 63-89, 2015. SALAMA, P. Reprimarizao sem industrializao, uma crise estrutural no Brasil. Argum, volume 8, n 2, pginas 127-139, maio/ago. 2016. SANTOS, M. Por uma outra globalizao: do pensamento nico conscincia universal. Rio de Janeiro: Record, 2014. SOUZA, J. A elite do atraso: da escravido Bolsonaro. 2 edio. Rio de Janeiro: Leya, 2019. VENCOVSKY, V. P. Ferrovia e logstica do agronegcio globalizado: avaliao das polticas pblicas e privadas do sistema ferrovirio brasileiro. 2011. Tese (Doutorado) - Instituto de Geocincias, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2011. Rmulo Hemilton Rocha Marinho Mestrando em Geografia pela Universidade Federal de Gois (UFG) romulo135@gmail.com hercen@terra.com.br # 5. DE OLHO NA LEI Colunista: MRCIO LACERDA (marcio.o.lacerda@gmail.com) * Breve Histrico do Direito de Acesso Leitura das Pessoas com Deficincia Visual No incio deste ms, em 01/06/2020, a Rdio ONCB promoveu um debate muito interessante sobre o Tratado de Marraqueche. O Tratado de Marraqueche, segundo a ementa do Decreto n.o 9.522, de 8 de outubro de 2018, tem a finalidade de "Facilitar o Acesso a Obras Publicadas s Pessoas Cegas, com Deficincia Visual ou com Outras Dificuldades para Ter Acesso ao Texto Impresso". Chamou-me a ateno a opinio de um dos quatro debatedores, o Promotor de Justia da Bahia, Doutor Fernando Gaburri, no sentido de que o Brasil j possua avanada legislao ptria acerca do acesso leitura por parte das pessoas com deficincia visual. Fao, em breves palavras, um escoro histrico sobre a legislao que limita os direitos de autores sobre as suas obras para promoo de acesso leitura para as pessoas com deficincia visual. Em 19 de fevereiro de 1998, foi promulgada a Lei n.o 9.610/1998, que "Altera, atualiza e consolida a legislao sobre direitos autorais e d outras providncias". O art. 46, inciso I, alnea D, do diploma legal aludido deixou expresso que no constituiria ofensa aos direitos autorais a reproduo "de obras literrias, artsticas ou cientficas, para uso exclusivo de deficientes visuais, sempre que a reproduo, sem fins comerciais, seja feita mediante o sistema Braille ou outro procedimento em qualquer suporte para esses destinatrios". Desde ento, houve norma permissiva, em benefcio das pessoas com deficincia visual, de acesso s obras literrias, artsticas ou cientficas, contanto que a reproduo no obtivesse fins comerciais. Aps cinco anos, o legislador ptrio voltou a enfrentar a matria. Foi editada a Lei n.o 10.753, de 30 de outubro de 2003, que "Institui a Poltica Nacional do Livro". O art. 1.o, inciso XII, da Lei n.o 10.753/2003, elencou como uma de suas diretrizes "assegurar s pessoas com deficincia visual o acesso leitura". Alm disso, o art. 2.o, pargrafo nico, incisos VII e VIII da referida lei, equiparou a livro os livros em meio digital, magntico e tico, para uso exclusivo de pessoas com deficincia visual e os livros impressos no Sistema Braille, remetendo ao Poder Executivo a faculdade de regulamentar esses dispositivos. Convm ressaltar que, a despeito de ser uma faculdade atribuda ao Poder Executivo, os comandos fixados nos incisos VII e VIII do pargrafo nico do art. 2.o da Lei n.o 10.753/2003, jamais ganharam efetividade, sob o argumento de no serem autoaplicveis, equivocado a nosso juzo, apesar de toda uma mobilizao dos movimentos sociais em torno da temtica. No ano de 2016, entrou em vigncia a Lei n.o 13.146, de 16 de julho de 2015, que "Institui a Lei Brasileira de Incluso da Pessoa com Deficincia (Estatuto da Pessoa com Deficincia)" Esse estatuto tratou da temtica em dois dispositivos, quais sejam, art. 42, 1.o e art. 68, abaixo reproduzidos: "Art. 42. A pessoa com deficincia tem direito cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, sendo-lhe garantido o acesso: 1 vedada a recusa de oferta de obra intelectual em formato acessvel pessoa com deficincia, sob qualquer argumento, inclusive sob a alegao de proteo dos direitos de propriedade intelectual. 1 vedada a recusa de oferta de obra intelectual em formato acessvel pessoa com deficincia, sob qualquer argumento, inclusive sob a alegao de proteo dos direitos de propriedade intelectual. Art. 68. O poder pblico deve adotar mecanismos de incentivo produo, edio, difuso, distribuio e comercializao de livros em formatos acessveis, inclusive em publicaes da administrao pblica ou financiadas com recursos pblicos, com vistas a garantir pessoa com deficincia o direito de acesso leitura, informao e comunicao." Do exposto, percebe-se, como bem pontuou o Doutor Fernando Gaburri, que o Brasil j possui legislao bem avanada, abrangente e contemplativa do direito de acesso leitura pelas pessoas com deficincia visual. No obstante, a temtica envolve o conflito entre dois interesses legtimos. De um lado, os autores das obras pretendem resguardar os efeitos econmicos que recaem sobre as suas criaes. Organizados e sob a logstica das poderosas editoras, empreendem esforos que vm, ao longo da histria, impondo barreiras aos comandos legais anteriormente mencionados. De outro, o segmento das pessoas com deficincia visual que, sem um discurso afinado, buscam romber a barreira dos autores e editores de livros para enfim terem o seu direito de acesso leitura, j contemplado no plano das leis, concretizado no dos fatos, efetivando-se na vida real. Mrcio Lacerda De Olho na Lei E-mail: mrcio.lacerda29@globo.com Twitter: Marcio.Lacerda29 # 6. DV EM DESTAQUE Colunista: JOS WALTER FIGUEREDO (jowfig@gmail.com) * Conta-gotas indito para deficientes visuais criado na PB Bip emitido a cada gota que atravessa um sensor, auxiliando na contagem. Produo do dispositivo tem baixo custo. Pesquisadores da Universidade Federal da Paraba (UFPB) criaram um conta-gotas indito, batizado de Ping, com aviso sonoro. A tecnologia assistiva funciona mediante um bip emitido a cada gota que atravessa um sensor, com o intuito de auxiliar na contagem. O invento, registrado pela Agncia de Inovao Tecnolgica (Inova) da UFPB, indicado para cegos, pessoas com baixa viso, idosos ou qualquer indivduo que tenha dificuldade visual para administrar medicamentos em gotas, a fim de evitar erro de dosagem. O conta-gotas resultado dos Trabalhos de Concluso de Curso (TCCs) do estudante de Engenharia de Produo Mecnica, Joo Victor Nogueira, e da estudante de Engenharia Eltrica, Rosiane Agapito da Silva. Eles foram orientados, respectivamente, pelos professores Fbio Borges e Euler Macedo. Tambm colaboraram no incio da pesquisa, durante a disciplina Planejamento e Projeto do Produto, os estudantes Luciano Costa e Luciano Cabral e Silva. Com um tamanho de oito centmetros, o prottipo do Ping feito de plstico ABS, uma resina termoplstica derivada do petrleo. O dispositivo foi confeccionado por meio de uma impressora 3D, para manter o baixo custo. O produto inclusivo tambm no preo. Hoje, o item mais caro para sua produo a bateria, uma pilha de controle remoto de porto eletrnico, que custa entre R$ 3 e R$ 5. Portanto, o aparelho deve chegar ao mercado com preo bem acessvel, afirma Joo Victor Nogueira. O dispositivo foi desenvolvido em um ano e meio. Joo Victor Nogueira ressalta que o aparelho possibilitar mais autonomia s pessoas com alguma limitao visual. Eu j tinha contato com o Instituto dos Cegos em Joo Pessoa, por causa de um trabalho realizado durante meu Ensino Mdio. Eles tm a necessidade de um produto que os auxiliem a tomar remdio em gotas. H tambm as mes cegas que no conseguem dar remdio em gotas para os seus filhos, conta o estudante. Tem remdio que no tem problema nenhum em passar um pouco da dosagem, mas h outros que oferecem risco de overdose, principalmente para uma criana pequena, argumenta Joo Victor Nogueira. O estudante relata que, sem um dispositivo como este, as pessoas com deficincia visual tm que pedir a algum para administrar um medicamento ou pingar um lquido em um copo posicionado perto do ouvido. Essa prtica no confivel, porque, aps uma certa quantidade de gotas, forma-se uma lmina de lquido no fundo do copo, comprometendo a preciso. O design do produto foi desenvolvido pela Spark, empresa holandesa com base no Recife (PE), que foi contratada para esse fim. O invento tambm contou com os trabalhos da empresa Contra Criativos, aceleradora de startup responsvel por criar um modelo de negcios e estratgias de pr-produo, para que o produto chegue ao mercado. O dispositivo est em fase de ajustes e depende de programas de incentivos para chegar ao mercado. Fonte: Portal Correio # 7. TRIBUNA EDUCACIONAL Colunista: ANA CRISTINA HILDEBRANDT (anahild@terra.com.br) * Educao: Economia e poltica Ana Cristina Zenun Hildebrandt Desde o incio da pandemia, discutem-se assuntos educacionais, nada voltados para os interesses verdadeiros da educao, enquanto cincia. Alis, nunca demais lembrar que o Brasil um pas de pouca tradio cientfica e, atualmente, sofre uma campanha anticientfica, movida pelo prprio governo. O breve trecho de Chico Alencar, que reproduzo abaixo, deixa claro o quanto a discusso sobre volta s aulas tem carter econmico. ***** * Escola Privada: O Lucro Acima da Vida? O sindicato patronal das escolas particulares do Rio lanou um vdeo NADA EDUCATIVO, cheio de informaes falsas, chamando a volta presencial s aulas. Todos os que tm compromisso com a educao estamos preocupados, enfrentando essa terrvel e indita crise com sabedoria e cautelas bem maiores do que as dos que nos governam. Sim, no ter a rotina escolar angustia, embaralha tudo, exige muito das famlias, comporta grandes sacrifcios. Mas colocar nossas crianas e jovens em risco angustia muito mais, e pode ser evitado. Devagar com o andor que nossos corpos so frgeis! A guerra contra o vrus est em pleno curso, e sua expanso no Brasil ainda tragicamente em alta em breve chegaremos s 100 mil mortes! Priorizamos a escola pblica, democrtica, de qualidade, mas reconhecemos o papel complementar do ensino privado. S que seu mvel no pode ser o af do lucro, do negcio: vidas esto ameaadas. Preparar no agora para o futuro, ameaando esse futuro agora, inconcebvel. A pea publicitria diz, entre outras afirmaes contestveis, que "todos j sabemos o que fazer" para nos proteger do corona. "Estamos prontos, fizemos o dever de casa, ESTUDOS S CONFUNDIRAM (!!!), trancar todos em casa no cincia (...) confinar desconhecer, fragilizar, subtrair vidas (...) as crianas precisam voltar a se relacionar, brincar". "A escola privada est pronta para reiniciar". Todas? Em que condies? Como estar no espao escolar sem se aproximar? Os professores e funcionrios foram ouvidos? As crianas, sem a rotina aglomerativa da escola, esto em "crcere privado"? As recomendaes da Fiocruz, que afirma que retorno s aulas presenciais nesse momento um risco, no valem nada? Sabem que a pandemia cresceu em 11 estados que afrouxaram o isolamento e o distanciamento? Que o Rio oscila, e est em alta novamente? O vrus da irresponsabilidade, do mero interesse "econmico", destri o bom senso. deseducativo. Adoece. Mata. Chico Alencar ***** Por outro lado, o tema utilizado por polticos que aproveitam para fazer demagogia, atraindo a simpatia dos eleitores ao simular preocupao com o futuro das novas geraes. As Instituies Federais de Ensino esto anunciando retorno de aulas online para o ms de setembro. Certamente que sofrem presso, pois, inicialmente, os prprios reitores afirmavam que o ensino remoto aumentaria a desigualdade, pois nem todos os estudantes tm acesso internet. Ningum quer assumir que o ano letivo de 2020 esteja perdido, como se algum tivesse responsabilidade pela pandemia. Ser que a qualidade do ensino remoto a mesma do presencial? Juntar 2020 e 2021 surtir bom resultado, pedagogicamente falando? Infelizmente, educao, no Brasil, virou negcio para os empresrios do ensino e moeda de troca para polticos interessados em suas carreiras. Se a populao no reagir, em breve a ignorncia em nosso pas ser multiplicada. E eu pergunto: quem ganha com isso? # 8.SADE OCULAR colunista: RAMIRO FERREIRA (ramiroferreira91@gmail.com) * Olhos, muito exigidos pelas vrias telas na quarentena, precisam de descanso Voc j parou para pensar quantas horas por dia fica em frente s telas, contando a do computador, a do celular e a da televiso? Em tempos de distanciamento social, as interaes que antes fazamos no tte--tte so intermediadas pelas telas. Quem mais sofre com isso so nossos olhos! O oftalmologista Antnio Jordo conta que nesta quarentena cresceu a quantidade de pacientes queixando-se de desconforto ocular. Ele explica que isso ocorre por dois motivos conjugados. "Para focalizar alguma coisa muito prximo, na tela, aumentamos o esforo visual. E a tenso de visualizar a tela nos faz reduzir o nmero de vezes que piscamos em at 40%, na comparao com outras atividades do dia a dia. E isso que causa o desconforto ocular", detalha. Para preservar a sade ocular, o oftalmologista orienta a adotar duas prticas. A cada uma hora em frente ao computador ou celular, parar de trs a cinco minutos e olhar para algo mais distante, que pode ser ir at a janela e espiar l fora. E, a cada duas ou trs horas em frente ao computador, pingar, em cada olho, uma gota de colrio lubrificante. Jordo refora a importncia de consultar-se regularmente com um oftalmologista para avaliar a sade dos olhos. O oftalmologista Rodrigo Rossini, alm reforar a necessidade de fazer pausas durante o home office ou estudo e de usar colrio lubrificante, acrescenta que preciso tomar cuidado porque a luz azul que as telas dos computadores e celulares emanam pode at causar leses na crnea e na retina. "Neste caso, os sintomas so dor ocular, vermelhido dos olhos, ressecamento dos olhos, dores de cabea, cansao visual e at piora na qualidade do sono", alerta. ***FONTE: Jornal da Manh Uberaba. * Sua sade est em dia? Cuidar dos olhos todos os dias importante para que sua sade ocular e fsica no seja comprometida, principalmente em tempos de pandemia. Por isso, dedique um tempo para os seus olhos e v alm da lavagem com gua. Voc pode limpar seus olhos adequadamente seguindo estes passos: 1- Lave o rosto com gua e sabo, de preferncia neutro, para no arder nos olhos caso penetre. 2- Limpe bem as plpebras, os clios e os cantos para evitar coceira capaz de causar irritao, conjuntivite ou at mesmo contaminao. 3- Utilize hastes flexveis, como cotonetes, umedecidos com creme de limpeza apropriado para a regio. 4- Tenha o hbito de lavar sempre as mos com gua e sabo antes de tocar no rosto, principalmente nos olhos. 5- Ao chegar em casa faa uma boa higienizao na rea e opte por usar culos de grau ao invs de lentes de contato para diminuir ainda mais que as mos vo at os olhos. 6- No esquea de lavar tambm os culos. Uma lente suja tambm prejudica sua sade ocular. ***FONTE Vida com Sade * Saiba como manter a sade dos seus olhos na pandemia de Covid-19 O Brasil tem hoje 1,2 milho de cegos e mais de seis milhes de indivduos com alguma deficincia visual grave. Porm, de 60% a 80% desses casos, a piora da doena ocular poderia ter sido evitada com o diagnstico e o tratamento precoces, segundo a Organizao Mundial da Sade (OMS). Portanto, os cuidados com a sade ocular devem ser mantidos mesmo durante o necessrio isolamento social devido pandemia da Covid-19. E agora est mais fcil com a reabertura de clnicas e hospitais de oftalmologia, que retomaram suas rotinas seguindo os protocolos rgidos elaborados pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) para o atendimento com total segurana dos pacientes e o trabalho dos mdicos. Por conta da inevitvel quarentena, as consultas e as cirurgias para a preveno das doenas oculares foram adiadas na maioria das situaes em vrios pases. Tanto que a oftalmologia tem a maior queda no nmero de atendimentos entre todas as especialidades mdicas, com um ndice de 81% (somando consultas e cirurgias). Em seguida, encontram-se tratamentos de coluna (76%), ginecologia (75%), ortopedia (74%), otorrino (72%), 68% (endocrinologia) e 67% (dermatologia), com base nos dados da National Patient and Procedure Volume Tracker Analysis, realizada nos Estados Unidos. O oftalmologista Bruno Machado Fontes, presidente da Associao Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa, afirma que o ndice na reduo de assistncia oftalmolgica no Brasil, nos ltimos trs meses, semelhante ao divulgado no levantamento americano. "Mas preciso continuar cuidando da sade ocular", alerta o especialista. "Aqui, na pandemia, aumentaram as queixas de cansao ocular, olho seco e miopia em crianas, decorrente do excesso de uso de telas. E no inverno h maior incidncia de casos de rinite alrgica, o que leva ao hbito de coar os olhos, o principal fator de risco para o ceratocone, doena ocular grave de maior incidncia em adolescentes e jovens, que, sem diagnstico e tratamento prvios, pode levar perda progressiva de viso. A negligncia com a sade da viso pode piorar o quadro de pessoas que sofrem de doenas oculares, como catarata (a opacidade do cristalino, a lente natural dos olhos, tratvel com cirurgia), glaucoma (principal causa de cegueira irreversvel devido a danos no nervo ptico, por aumento da presso intraocular), degenerao macular (atinge a mcula, a parte nobre da retina e responsvel pela viso central) e retinopatia diabtica (afeta os pequenos vasos da retina, devido ao diabetes mal controlado) ou que precisam de transplante de crneas", comenta o mdico. "Para ter uma ideia, no Brasil, a cirurgia de catarata a maior demanda no Sistema nico de Sade (SUS)", acrescenta. Ainda na concepo do oftalmologista, dois fatores podem explicar a reduo drstica na assistncia em oftalmologia na pandemia da Covid-19: o grande movimento na especialidade no de emergncia e a maioria dos pacientes de idosos. "Nesse momento, mais seguro fazer o check-up oftalmolgico de rotina em crianas, adultos e idosos do que ir a um supermercado, por exemplo. Clnicas e hospitais oftalmolgicos esto com rigorosos protocolos de atendimento. Entre as medidas esto aferio de temperatura de todos os pacientes, espaamento maior entre as consultas, menor ocupao nas salas de espera, limpeza e desinfeco de todo o ambiente e dos equipamentos, no intervalo entre as consultas. E cirurgias oculares, como a de catarata (a opacificao do cristalino), esto sendo realizadas, por enquanto, em casos graves", observa o doutor Fontes. Os olhos so uma das principais portas de entrada do novo Coronavrus e sua transmisso pode ocorrer atravs do contato com a lgrima de uma pessoa infectada. Estudo realizado pela Unifesp indica que a Covid-19 pode produzir danos retina. De acordo com a Academia Americana de Oftalmologia (AAO), a infeco pelo Sars-CoV2 causa conjuntivite em 1 a 3% dos pacientes. Essa doena se caracteriza pela irritao ou inflamao da conjuntiva, a membrana transparente e fina que recobre a parte branca do olho. Geralmente, a pessoa apresenta vermelhido, coceira e lacrimejamento dos olhos. Tambm podem aparecer secrees ou crostas ao redor dos olhos. Em caso de suspeita, deve-se procurar imediatamente o oftalmologista. A conjuntivite pode ter origem ainda em alergias ou infeco por outros vrus ou bactrias. "Evitar levar as mos aos olhos protege contra o vrus da Covid-19, e usurios de lentes de contato e culos precisam redobrar a preocupao com a higienizao das mos e dos estojos, especialmente na pandemia", orienta o doutor Fontes. ***FONTE: SRzd. # 9. DV-INFO Colunista: CLEVERSON CASARIN ULIANA (clcaul@gmail.com) * Novo recurso do Spotify sincroniza msica e podcasts para voc ouvir com seus amigos por: Giovanni Santa Rosa Se voc e seus amigos gostam de ouvir as mesmas msicas e podcasts, o Spotify tem uma novidade que pode ser interessante para vocs. Agora, possvel usar as Group Sessions (sees de grupo) para ouvir listas de reproduo (playlists) e episdios de podcasts simultaneamente com quem est longe. As Group Sessions chegaram em maio como um recurso para ceder o controle de uma lista de reproduo para convidados, que poderiam colocar novas msicas nela. Era uma coisa pensada mais para festas, o que talvez no faa muito sentido no momento. De l para c, o recurso evoluiu e agora ganha a opo de audio sincronizada. Para usar o recurso, voc e seus amigos precisam ser assinantes Premium do servio de streaming. At cinco pessoas podem se conectar a uma mesma sesso. Na tela de reproduo do app para smartphone, toque no cone de conectar (um monitor e uma caixa de som lado a lado), escolha Iniciar Sesso e toque em Convidar Amigos. Voc pode copiar o cdigo, envi-lo usando redes sociais ou usar om cdigo do Spotify (aquele retngulo com barrinhas, parecido com um cdigo de barras). Os participantes podem pausar, dar play, pular msicas e colocar outras faixas na lista. Todas essas aes se refletem em tempo real para todos os participantes. Por enquanto, o recurso ainda est em fase beta, portanto pode haver problemas. Seja como for, pode ser uma experincia bacana em tempos de pandemia e distanciamento social: d para combinar de ouvir um mesmo disco ou acompanhar um podcast com os amigos, mesmo que cada um esteja em sua casa. # 10. IMAGENS E PALAVRAS Colunista: CIDA LEITE (cidaleite21@gmail.com) * Globo Rioshow - Acessibilidade em cartaz Por Gustavo Cunha Acontecia sempre assim: no escurinho do cinema, to logo a primeira cena se desenrolava, Marcos Lima escutava um sussurro ao p do ouvido. Na poltrona ao lado, a pessoa que o acompanhava descrevia, em detalhes, tudo o que preenchia a telona e se o filme fosse estrangeiro, tambm lia as legendas em voz baixinha. Mas o final dificilmente era feliz. Em geral, algum na plateia chiava, reclamava. E assim, sem outras perspectivas ao alcance, o youtuber de 37 anos deficiente visual desde a infncia passou a se desinteressar por cinema. Hoje, a histria pode ser diferente. Num processo gradual, salas de cinema da cidade comeam a oferecer equipamentos com recursos de audiodescrio (com a narrao de todas as sequncias em fones, para cegos) e legendas com Libras (reproduzidas em visores encaixados no brao dos assentos, para deficientes auditivos). A iniciativa, na verdade, est na lei. A partir de janeiro de 2020, esses equipamentos se tornaro obrigatrios em cinemas do pas. No Rio, mais de dez espaos incluindo as redes UCI e Cinesystem, alm de Cinemark Botafogo e Downtown j oferecem as ferramentas. Projees para pessoas com distrbios sensoriais, organizadas mensalmente pelo projeto Sesso Azul, engrossam o caldo de aes voltadas para a acessibilidade: na ocasio, as salas tm o som mais baixo e ficam meia-luz, e o pblico pode falar vontade. Entenderam, finalmente, que a acessibilidade tem que vir pela porta da frente ressalta Marcos, que aprovou a sesso de Bacurau com o servio de audiodescrio no Espao Ita de Cinema, outro lugar que se antecipou legislao. Aplicativo difunde informao Mas ainda so poucas as pessoas que conhecem e usam a tecnologia. De julho para c, os fones foram solicitados cerca de 30 vezes no endereo, e quase sempre em sesses de filmes brasileiros, j que o sistema ainda no oferece traduo de dilogos (e no est disponvel para todos os ttulos). Para difundir com mais fora propostas parecidas entre os cerca de 45 milhes que declaram algum tipo de deficincia no pas, a ONG Escola de Gente lanou, no ltimo ms, o aplicativo Vem C, idealizado por Pedro Prata. Disponvel gratuitamente, o app indica atraes de lazer com acessibilidade em solo nacional, concentrando num s local informaes usualmente garimpadas com custo por quem as procura. Teatros ampliam oferta Nos teatros, por exemplo assim como nos cinemas , a presena de espaos para cadeirantes na plateia regulamentada por decreto. Mas a programao para deficientes auditivos e visuais segue esparsa, dissolvida num cenrio pouco pautado por legislaes especficas. As sesses com fones de audiodescrio e intrpretes de Libras (que normalmente ficam num canto do palco) at acontecem por determinao de editais, mas em datas pontuais. Agora, por presso de grupos da sociedade civil, elas se tornam mais recorrentes. Neste sbado, alis, a agenda est boa, com apresentaes do infantil Brasil de Tuhu, no Teatro Prudential, e dos musicais Grandes encontros da MPB, no Teatro Riachuelo, e A cor prpura, na Cidade das Artes. No Teatro XP Investimentos, no Leblon, uma regra entrou em cartaz este ms. Agora, todas as peas oferecem, alm de programas em braile, ao menos duas sesses com acessibilidade para surdos e cegos ao longo da temporada. E mais: uma hora antes do incio das sesses, deficientes visuais podem fazer um reconhecimento ttil do cenrio. A regularidade dos eventos um direito ressalta Claudia Werneck, da ONG Escola de Gente. J recebemos muitas ligaes de produtores que nos dizem: Amanh faremos uma pea com Libras e precisamos convidar surdos. E eu digo que ningum trabalha com estoque de gente! Como todo mundo, as pessoas com deficincia tm suas vidas e precisam se planejar. O que est em jogo agora a autonomia. Museus so exemplos Em centros culturais do Rio, os programas com acessibilidade so cada vez mais comuns, segundo frequentadores ouvidos pelo GLOBO. No Museu Nacional de Belas Artes, a mostra permanente Ver e sentir abre espao para obras no visuais, feitas para cegos. No Instituto Moreira Salles, a exposio sobre a casa na Gvea tem textos em braile. No Museu de Arte do Rio e no Museu do Amanh, que tm a acessibilidade como premissa desde a sua construo, visitas mediadas para surdos acontecem em paralelo a roteiros para pessoas com deficincia intelectual e autismo. Por ali, uma novidade so os carrinhos eltricos adaptados para cadeirantes, que circulam nos arredores do prdio. Muitos detalhes normalmente passam despercebidos pelo pblico. Repare s: no CCBB, todos os corredores so largos para que cadeirantes circulem vontade, e a disposio dos objetos obedece a uma altura mxima nas vitrines das exposies. O setor educativo da instituio, que organiza passeios guiados e dispe de audiolivros e filmes brasileiros com legendas disposio do pblico , tem monitores fluentes em Libras, que apresentam, para pessoas com deficincia visual, objetos em alto relevo associados com o artista em questo. Deixamos claro como uma exposio pode ser vista de diferentes formas explica o educador Geancarlos Barbosa. Cadeirante, Prola Albuquerque, de 10 anos, frequentadora assdua do local. Acho que o museu a que mais venho, ela arrisca. H muitas possibilidades para todos os pblicos ressalta Mariana Albuquerque, me da menina. Mas ainda preciso correr atrs das informaes, para no ficar perdido num labirinto. Na ltima semana, as duas acompanharam guias pela exposio Ai Weiwei Raiz, ao lado de Jully Lacerda, que tem deficincia auditiva, e Valria Mendonha, com paralisia cerebral. A partir da prxima quarta, tambm no CCBB, comea o Assim vivemos, festival internacional de filmes sobre deficincia que tem todas as sesses com audiodescrio, alm de catlogos em braile. - Qualquer ao positiva representa um universo infinito define Rodrigo Zampronni, irmo de Valria. Hoje, ela quem me leva para passear. Quer sempre ir ao teatro, ao cinema... E a gente vai mesmo. * Passeio de bicicleta e trilhas esto no roteiro No Jardim Sensorial do Jardim Botnico, rea recm-reformada que rene 60 espcies de plantas, os visitantes veem com as mos. Quem prova a mxima Felipe Fortunato Soares, uma das pessoas com deficincia visual que orientam o pblico. Coloquem a mo para sentir a textura, ele aconselha diante de um arbusto de alecrim, antes de sugerir: E se quiserem arrancar uma folhinha para provar, fiquem vontade. Algum logo responde, com as mos encostadas no ombro do guia: Esqueci o nome desse tempero, mas acho que est faltando uma focaccia aqui, hein. Ali, um percurso botnico foi especialmente criado para pessoas cegas, com pisos tteis, corrimos e placas com informaes em braile. Videntes, como so chamados os no-deficientes, tambm tm vez no lugar, mas com um convite a mais. Topa colocar a venda sobre os olhos?, perguntam os guias entrada. Todos aceitam. O interessante que cada um tem uma reao nica ao sentir a natureza de forma diferente: pelo tato, pelo olfato ou pelo paladar conta Felipe, de 29 anos. A atividade uma das aes que adubam o conceito de acessibilidade no parque. No Museu do Meio Ambiente , que tambm faz parte da instituio e onde atualmente h uma exposio sobre Darwin , a agenda acontece diariamente, com o auxlio de oito educadores: a programao gratuita abrange contao de histrias com objetos tteis, visitas teatralizadas e ambientaes sonoras em determinados pontos do local desbravado em 1808 por Dom Joo VI. No sculo XIX, esse espao no foi pensado com o vis inclusivo. Por isso, estamos em constante aprendizado afirma o coordenador pedaggico Gil Cardoso. Atraes voltadas para prticas ao ar livre ganharam flego nos ltimos anos. Pouca gente sabe, mas na Floresta da Tijuca uma trilha destino frequente de cadeirantes. Inteiramente adaptado e com poucas inclinaes, o caminho de 630 metros no meio do mato com entrada nos Jardins dos Manacs tem cordas e placas com nomes de rvores em braile. H agncias de turismo e transporte que organizam passeios especializados, como o grupo Trilha com Sheik que, em 2018, levou cadeirantes ao topo do Morro das Andorinhas, em Niteri e a empresa Rio Accessible Tour , que conduzir uma caminhada aberta a amputados, cegos, deficientes audiovisuais e pessoas com Transtorno do Espectro Autista no Parque da Catacumba, neste domingo (s 9h). Sempre h alternativas para fazermos as pessoas sarem de casa conta Luciana Bonguardo, frente da Rio Accessible Tour, que j levou uma turma de 42 cegos s Ilhas Cagarras e auxiliou um rapaz cadeirante a realizar um rapel no Po de Acar. Se d para fazer rapel, andar de bicicleta mais simples ainda. Desde julho, ciclistas cadeirantes, cegos e com mobilidade motora reduzida tomam as pistas do Aterro do Flamengo aos domingos, em bicicletas duplas e triciclos com pedais de mo, todos adaptados pelo projeto Bike Sem Barreiras, tocado por alunos da Univeritas. Inicialmente pensado como um evento temporrio, a ao gratuita deve permanecer como algo fixo na agenda, devido alta procura. O caminho seguido por outras iniciativas parecidas, tambm gratuitas, como o Correndo Por Eles que desde o ano passado pe crianas cadeirantes para deslizar em corridas e maratonas (haver um encontro no Parque Madureira, no domingo) , e os aquticos AdaptaSurf e Praia Para Todos , que promovem banhos de mar para pessoas com deficincia fsica em cadeiras anfbias. Para quem curte sol, areia e suor, vale anotar a seguinte dica: a partir de dezembro, durante todos os fins de semana do vero, a Praia da Barra (na altura do Posto 3) tem atividades de frescobol para cadeirantes e partidas de vlei sentado assistidas por monitores. H vitrias vista. * Detalhes e outras dicas Cinema - Assim vivemos. De 23 de outubro a 4 de novembro, o festival, no CCBB, exibe 38 filmes de 20 pases sobre deficincia, com audiodescrio. Grtis. Veja a programao completa no site do evento. Festival Internacional de Cinema Infantil. Sesso de Tito e os pssaros com audiodescrio e Libras, hoje, s 10h45, no Cinemark Botafogo e no Plaza Shopping. Grtis. Veja a programao completa no site do evento. Sesso Azul. Sesses para crianas com distrbios sensoriais. Neste sbado, s 11h, Angry birds 2 no Kinoplex Leblon. Fique de olho na programao no site do projeto. * Exposio CCBB. A equipe do Educativo est sempre preparada para receber todos os pblicos. Todo sbado, ao meio-dia, h visitas guiada com acessibilidade. Grtis. Museu Nacional de Belas Artes. A mostra permanente Ver e sentir apresenta, at novembro, obras olfativas de Josely de Carvalho. Veja a programao completa de exposio no Rio. * Teatro Brasil de Tuhu. O espetculo infantil inspirado no maestro Villa-Lobos tem sesso com intrprete de Libras, neste sbado, no Teatro Prudential. Veja a programao completa de atraes infantis no Rio. A cor prpura. Amanh, s 17h, o musical, na Cidade das Artes, tem audiodescrio e intrprete de Libras . Veja a programao completa de teatro no Rio. Grandes encontros da MPB. A pea ter sesso com audiodescrio amanh, no Teatro Riachuelo. Veja a programao completa de teatro no Rio. O subnormal. No espetculo com recursos de acessibilidade, o ator Cleber Tolini conta histrias de pessoas com baixa viso, incluindo causos pessoais. No Teatro Candido Mendes. Veja a programao completa de teatro no Rio. Teatro XP Investimentos. No dia 26 de outubro, o drama Mojo Mickybo e o infantil Da Vinci tero audiodescrio e Libras. * Passeio AdaptaSurf. Alm de aulas de surfe, o projeto oferece cadeiras anfbias para banhos de mar assistidos por fisioterapeutas, sempre das 10h s 15h: aos sbados, no Posto 2 da Barra; aos domingos, no Leblon (Posto 11). Grtis. Consulte a pgina oficial do projeto. AquaRio. H visitas para pessoas com distrbios sensoriais, com iluminao mais elevada. O prximo no dia 1 de dezembro. Fique de olho no site da instituio. Bike Sem Barreiras. O projeto oferece bicicletas adaptadas todos os domingos, no Posto 3 do Aterro. Grtis. Confira mais detalhes sobre o projeto. Jardim Botnico. Alm do Jardim Sensorial, com visitas guiadas (qua a sex, das 8h s 17h), h aes dirias no Museu do Meio Ambiente. A entrada no parque custa R$ 15. Fique de olho na pgina oficial do parque. Praia Para Todos. A partir de dezembro, durante todo o vero, sero oferecidas cadeiras anfbias para pessoas com deficincia fsica entrarem no mar: das 9h s 15h, na Barra (perto da Praa do ) e em Copacabana (entre os Postos 5 e 6). Grtis. Fique de olho na pgina oficial do projeto. Rio Accessible Tour. A agncia de turismo oferece transporte adaptado e organiza passeios, alm de tambm dispor de cadeiras anfbias para uso agendado. As atividades normalmente custam R$ 15. Consulte a pgina oficial da empresa. # 11.PAINEL ACESSIBILIDADE Colunista MARCELO PIMENTEL (marcelo.pimentel@trf1.jus) * Webinar sobre Acesso ao Mercado de Trabalho e a Pandemia Webnar uma mesa de debates realizada atravs da Internet, pois estamos num perodo de isolamento social; visa reduzir custos e deslocamentos para o evento, alm de manter o mesmo disponvel a quem no pode assistir no momento de sua transmisso. No dia 16 de julho de 2020, o Centro de Integrao Empresa-Escola CIEE promoveu uma webinar com especialistas e empresas para debater a empregabilidade das pessoas com deficincia e quais os impactos da pandemia neste cenrio. Mediado por Lilene Ruy, supervisora de Incluso Social do CIEE, o evento contou com a presena de Cid Torquato, secretrio Municipal da Pessoa com Deficincia, Dri Ferreira, lder de Diversidade & Incluso IBM Amrica Latina, Jackeline Busnello Vaz, gerente de Diversidade e Incluso Bradesco e Jos Carlos do Carmo, auditor Fiscal do Trabalho e coordenador do projeto de Incluso da Pessoa com Deficincia da Superintendncia Regional do Trabalho no Estado de So Paulo SRTb/SP. Segundo Jos Carlos do Carmo, mais conhecido como Dr. Kal, a Lei de Cotas tem sido fundamental para o crescimento do nmero de oportunidades no mundo do trabalho para pessoas com deficincia: Um levantamento, de 2018, da Relao Anual de Informaes Sociais, a Rais, mostrou que 93% das contrataes so realizadas por empresas que precisam cumprir cotas, conta. As empresas tambm esto buscando aumentar a diversidade em seus quadros. De acordo com Dri Ferreira, ao menos 43% dos aprendizes da IBM tero algum tipo de deficincia. Jackeline Busnello, ainda explicou que, alm dos comits internos, o tema diversidade levado para grupos de afinidades que contam com o trabalho voluntrio de funcionrios do Bradesco. Pandemia A disseminao da Covid-19 acelerou a implementao do teletrabalho, entretanto, Kal lembra que a permanncia do funcionrio neste sistema de trabalho pode ser tambm um ato de discriminao. Precisamos ficar atentos se as empresas, no perodo ps-pandemia, vo utilizar esse argumento para deixar de realizar as obrigatrias melhorias de acessibilidade no ambiente de trabalho. J Torquato afirma que o acesso s ferramentas digitais pode ser encarado como uma oportunidade para as pessoas com deficincia Acredito que pode se tratar de uma janela de oportunidades, pois no mundo digital todos so iguais. Confira a integra do webinar no canal de Youtube do CIEE: https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=VrB_xBPlRrM&t=3460s O Inclui CIEE um projeto de insero socioprofissional que visa encaminhar candidatos com deficincia para vagas em empresas parceiras do CIEE nos programas de estgio e de aprendizagem. Para mais informaes, acesse o link: https://portal.ciee.org.br/institucional/inclui-ciee/ Marcelo Pimentel MarceloPimentel.contato@gmail.com # 12. PERSONA Colunista: IVONETE SANTOS (ivonete.euclides@gmail.com) PERFIL * Claudio de Castro Panoeiro Secretrio Nacional de Justia do Ministrio da Justia e Segurana Pblica Aclamado por um jornal espanhol como Doutor em superao ao defender sua tese de doutorado na Universidade de Salamanca, na Espanha, em 2020, o advogado da Unio Claudio de Castro Panoeiro tambm foi a primeira pessoa cega a fazer, em 2010, uma sustentao oral no Superior Tribunal de Justia. Sua trajetria profissional engajada e reconhecida abarca os mais diversos temas de interesse pblico, desde combate corrupo at transparncia governamental e direito informao. Filho de pai bancrio (funcionrio do Banco do Brasil) e de me dona de casa, Claudio nasceu em Trs Rios, cidade do interior do Rio de Janeiro na divisa com Juiz de Fora (Minas Gerais). Devido profisso do pai, habitualmente transferido de cidade, Claudio cresceu em Vassouras (Rio de Janeiro) a partir dos dois anos de idade. Hoje, ele e os trs irmos vivem no Rio de Janeiro. Casado h 12 anos com Jeane Esteves Panoeiro, Claudio pai de Luca, de cinco anos. O advogado, que coordenou o Grupo de Defesa do Patrimnio Pblico e da Probidade Administrativa da Procuradoria Regional da Unio da 2 Regio, trabalha at hoje com improbidade administrativa. Atuou nos processos da Operao Sanguessuga (conhecida como mfia das ambulncias) no Rio de Janeiro. Sua defesa oral em julgamento no Superior Tribunal de Justia levou a Unio a derrubar, por nove votos a um no plenrio da Corte, mandado de segurana de empresa que importava sapatos da China por preo abaixo do mercado. poca, o ministrio da Indstria e Comrcio aplicou sano companhia como forma de defesa do mercado interno, e a empresa impetrou o recurso judicial, derrubado a partir da defesa de Claudio. Aos 47 anos, o primeiro cego a assumir a Secretaria Nacional de Justia do Ministrio da Justia e Segurana Pblica. Sua expectativa reforar a agenda positiva do ministrio em parceria com o ministro Andr Mendona, que o convidou para o cargo. Claudio pretende colaborar com as polticas pblicas em curso e trabalhar de perto com temas como imigrantes e refugiados, e na interlocuo com o Poder Judicirio. Outra prioridade produzir novos frutos na cooperao internacional contra desvios de recursos pblicos. Na juventude, Claudio se dedicou bastante natao, chegando a participar dos jogos paraolmpicos de Atlanta, em 1996. Seu doutorado, agora, veio costurar seus laos profissionais no Direito com essa passagem pelo esporte. No Rio de Janeiro, analisou a fundo o desvio de recursos pblicos nas obras dos Jogos Olmpicos de 2016, que ocorreram no Brasil. O resultado foi o ttulo de doutor em Estado de Direito e Governana Global, a partir da tese denominada Transparncia e integridade em grandes eventos desportivos: Lies aprendidas na Rio 2016. Claudio analisou os mecanismos de transparncia governamentais para prevenir condutas irregulares. Sua tese apontou brechas na legislao brasileira para irregularidades envolvendo recursos pblicos. Em paralelo profisso, Claudio dedica seu tempo exercendo as atribuies de pai de filho pequeno tarefas afetivas e humanas que envolvem brincadeiras tpicas como jogar bola. As horas livres tambm tm espao para livros eletrnicos e filmes via streaming. A tecnologia grande aliada no dia a dia para trabalho e vida pessoal. Claudio utiliza programas leitores de tela digital, um deles desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com essas ferramentas que oferecem interao e outras funcionalidades, ele tem acesso a processos, baixa livros eletrnicos e consegue ler e escrever. Claudio perdeu a viso ainda criana, devido retinose pigmentar, uma doena degenerativa da retina que pode se manifestar tambm em adultos. Chegou a ser alfabetizado no sistema convencional, mas foi perdendo a viso e, aos 10 anos, deixou de ler. Aprendeu a se adaptar desde pequeno. De Itamb, no Sul da Bahia, mudou-se para o Rio de Janeiro, tornando-se estudante do Instituto Benjamin Constant, especializado no ensino a pessoas com deficincia visual. Aos 11 anos, aprendeu o Braille. Com 17 anos, no conseguia mais andar e passou a usar bengala. Sua atuao como advogado da Unio estimulou o debate da comunidade jurdica acerca da acessibilidade e da incluso de pessoas com deficincia. Claudio deu aulas gratuitas para alunos cegos do Instituto Benjamin Constant, integrando uma associao de ex-alunos voluntrios que organizam cursos. Ele reitera que, infelizmente, deficincia fsica e pobreza andam de mos dadas, um desafio que se amplia com sua percepo de que h pessoas cegas vivendo em situao de misria. Bacharel em Direito graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Claudio tem mestrado, tambm em Salamanca, em Estratgias Anticorrupo e Polticas de Integridade. No estudo, fez anlise comparativa das leis de Transparncia e Acesso Informao brasileira e espanhola dentro de escopo envolvendo Corrupo, Transparncia Governamental e Direito de Acesso informao. Em sua trajetria profissional, ainda exerceu o cargo de analista Judicirio do Tribunal de Justia do Rio de Janeiro. A pauta da Secretaria Nacional de Justia Na nova jornada como Secretrio Nacional de Justia do Ministrio da Justia e Segurana Pblica, Claudio trabalhar com um leque de polticas pblicas em dilogo com sua carreira. Dentro da Secretaria est o Comit Nacional para os Refugiados, o Conare, que desempenha papel de extrema relevncia no reconhecimento da condio de refugiados dos venezuelanos que deixaram aquele pas devido crise humanitria e s graves violaes aos direitos humanos. Outro papel central da pasta trata da relao com outros pases no combate corrupo, por meio do Departamento de Recuperao de Ativos e Cooperao Jurdica Internacional. A Secretaria tambm coordena uma rede nacional de laboratrios de combate lavagem de dinheiro, alm de abarcar uma autoridade central para casos judiciais de adoo internacional de crianas e adolescentes. A Secretaria Nacional de Justia tambm promove o acesso da sociedade Justia, por meio da Escola Nacional de Preveno e Soluo de Conflitos (Enapres) e das polticas de classificao indicativa de filmes, programas de TV e jogos eletrnicos. O Departamento de Migraes envolve mltiplas atribuies ligadas s polticas migratrias do Brasil, pas reconhecido no exterior por ter uma das legislaes migratrias mais generosas do mundo. Nesse escopo ainda encontram-se a autorizaes de residncia para estrangeiros virem morar, trabalhar e investir no Brasil; a concesso de naturalizao a estrangeiros que querem ganhar cidadania brasileira; alm de uma coordenao de enfrentamento ao trfico de pessoas e ao contrabando de migrantes. # 13. IMAGEM PESSOAL Colunista: TNIA ARAJO (taniamaraaraujo@gmail.com) * Coquetis Um coquetel pode ser uma tima ocasio para rever os amigos, fazer novos contatos e mesmo trabalhar. Por que no? Afinal, uma tima ocasio para se encontrar pessoas em um ambiente descontrado, estreitar relaes de negcios e at relaxar depois de um dia duro de trabalho. Se o convite indicar que um "coquetel souper", isto quer dizer que ser servido um prato quente alm dos tradicionais salgadinhos. Caso contrrio, no hesite em comer alguma coisa antes de sair de casa ou do escritrio, ou aproveitar para encontrar algum e sair para jantar. O que dizer, e fazer, depende do tipo do evento. Se for um lanamento de livro ou abertura de mostra de arte um mnimo de informao sobre o autor ou artista em questo recomendvel. Mas no o caso de expor teses sobre o assunto pois em ocasies como essas, ningum est muito disposto a conversas muito profundas. Se quiser abordar algum assunto mais srio, relacionado a trabalho, diga apenas que vai ligar para marcar um encontro, etc. Comear uma conversa longa em um momento como esse pode ser contraproducente. Coquetis so informais mas no dispensam que se apresente a pessoa sempre que algum se junta ao grupo. infinitamente mais delicado. Com nome e sobrenome. Cargos, esto dispensados, a no ser que seja um evento de trabalho. Cartes podem e devem ser trocados em coquetis. Mas melhor que isso seja feito no final da conversa ou ao se despedir, e apenas quando sentir que realmente necessrio. No o caso de sair pelo salo distribuindo cartes. Cuidado para no extrapolar com as bebidas. Justamente por ser informal, as pessoas tendem a se exceder, acabam falando o que no devem e se comportam de forma inconveniente. Cada um conhece o seu limite. Respeite o seu e no se prejudique s para "acompanhar voc em mais um". No dispense os guardanapos tanto no copo, quanto para segurar o salgadinho. Mais desagradvel do que apertar uma mo molhada, s mesmo uma mo engordurada. E, por falar em salgadinhos: por mais saborosos que estejam, resista a tentao e pegue apenas um de cada vez. Ainda sobre canaps: simplesmente ignore as empadas ou azeitonas assumidas. Por mais delicadamente que voc o faa, cuspir caroos decididamente feio. Fuma-se sem problemas, quando permitido. A m notcia que os cinzeiros, nesses eventos, ficam quase invisveis. Voc no vai pagar o mico de ficar equilibrando cinza na mo! Portanto, localize sempre um cinzeiro antes de acender o cigarro. * Roupa para Trabalhar Pode acreditar: a maneira como voc se apresenta, em curto prazo, fala muito mais sobre voc do que o seu desempenho. Por isso, ainda que voc tenha que fazer um certo esforo, vale a pena investir um pouco de tempo na sua imagem. Isso no quer dizer que voc ter que se fantasiar ou usar um uniforme. Apenas que a roupa um cdigo. E, como tal, h algumas peas que sinalizam transmitindo uma mensagem mais objetiva e eficiente e outras que podem confundir. Para quem trabalha em empresas mais formais - ainda que voc seja uma pessoa exuberante e descontrada, o cdigo vigente pede uma certa sobriedade. Deixe para extravasar essa sua caracterstica mais nos detalhes do que em todo o conjunto Homens que trabalham de terno: dem preferncia aos clssicos: marinho, grafite, cinza claro, bege, caf com leite etc. Esqueam o branco, coloridos em tons de sorvete (uva, pssego, pistache)... e o preto que, para o nosso clima pesado demais. Ah sim, e deixem os tons sobre tons (tudo cinza, tudo cqui, tudo azul) apenas para ocasies muito informais, durante o dia e s mesmo se voc for muito jovem. Seno, prefira a elegncia atemporal e internacional dos contrastes. Brinquem com o tom das camisas que, lisas, podem ser desde o clssico branco e azul-claro, passando por rosa, verde-gua e at lils se voc for do tipo que sabe combinar matizes. Homens-Casual every day: sinal verde para calas de sarja em todos os tons evitando as brancas e jeans (a gente no percebe quando elas se tornam uma velha jeans desbotada) - a no ser que sua empresa seja ultra-esportiva. Se usar camisetas, prefira as do tipo plo, pois a gola d um acabamento melhor e voc pode eventualmente usar com um blazer. Que, de preferncia, ser marinho, mais verstil e elegante. Camisas podem ser mais divertidas e at de manga curta, mas ao usar xadrez e listras, cuide para que sejam discretas com o desenho pequeno. Estampas florais e geomtricas esto fora de cogitao. Mulheres em ambientes mais formais: no h como fugir dos terninhos e tailleurs embora voc possa marcar sua feminilidade com broches na lapela, echarpes, camisas com babados e jabs -esse tipo de coisa. Voc pode usar um blazer acinturado com uma saia mole (no necessariamente em conjunto com cala ou saia igual) e abusar de twin sets e casaquinhos de l - ideais para o entra e sai de locais com ar-condicionado. Mulheres Casual everyday - h armadilhas perigosas: no porque continuam na moda que vamos usar qualquer estampa de bicho para trabalhar. Esquea camisas de ona, calas de zebra e, na dvida, at mesmo sapatos de cobra. Transparncias devem ser usadas noite para namorar assim como roupa muito justa, colada ou decotada. A mensagem implcita de seduo e, portanto, muito pouco profissional. Finalmente, tanto homens quanto mulheres devem se lembrar de que as cores existem para que faamos bom uso delas. De modo que, experimente combinaes inusitadas, fuja da predominncia do preto, cinza e marinho sempre que possvel. Experimente em frente ao espelho, teste acessrios, e no tenha medo de ousar - sempre de olho no cdigo visual da sua empresa e, claro, de acordo com o seu temperamento e estilo. # 14. RECLAME ACESSIBILIDADE Colunista: BETO LOPES (naziberto@gmail.com) * O que foi assunto em nosso programa de rdio em julho. Caros leitores, a partir desta edio vamos mudar um pouco o formato de nossa redao nesta coluna para fazer dela um aperitivo do que vocs vo encontrar em nossas redes sociais, YouTube, Instagram, Facebook e Twitter, alm do nosso programa de rdio exibidos todas as segundas-feiras das 20 s 21 horas na Rdio Contraponto, a fim de aguarmos o apetite dos leitores por informao e por atualizao sobre como vai caminhando o nosso movimento de reivindicao por acessibilidade e Desenho Universal em todos os bens, produtos e servios disponveis em sociedade. Todos j sabem que nossa bandeira a de que nosso dinheiro no tem deficincia, de que somos consumidores como qualquer outro e pagamos o mesmo valor que todos pagam por tudo aquilo que adquirimos, no entanto, no conseguimos utilizar essas aquisies com plenitude em virtude da falta de acessibilidade. Em nosso programa de rdio semanal recebemos convidados, no quadro Papo de Consumidor, que enfrentam esse problema e fazem questo de falar e botar a boca no trombone reivindicando seu direito de consumidor e principalmente sua cidadania. Ao mesmo tempo, em nossas redes sociais, consumidores com deficincia fazem questo de registrar em vdeos sua indignao ou sua satisfao quando so respectivamente discriminados ou bem atendidos. Vale muito a pena compartilharmos as atitudes dessas pessoas e nos inspirarmos nelas para que tambm possamos trilhar esse caminho juntos e fortalecermos cada vez mais nosso justo pleito por reconhecimento enquanto seres humanos com direitos e deveres a serem exercidos e respeitados. No dia 1 de julho recebemos o arquiteto e jornalista Renato Barbato, apresentador do programa Papo no Balco. Ele, que um especialista em piso ttil, abordou esse assunto e mais, falou tambm sobre acessibilidade nos meios de transporte e sobre a importncia das pessoas com deficincia participarem dos debates a esse respeito, para que a nossa acessibilidade no seja definida apenas sob a perspectiva de pessoas sem deficincia, o que certamente ser equivocada. Vocs podem conferir esse programa visitando o seguinte link: https://youtu.be/NwgM2CmZgo4 No dia 2 de julho publicamos o vdeo do professor de informtica Ademir Faria, com baixa viso, que reclamou do seu fogo da marca Atlas, supermoderno para pessoas sem deficincia, e totalmente inacessvel para pessoas com deficincia. Vocs podem conferir esse vdeo no seguinte link: https://youtu.be/7HdhDqMkado No dia 8 de julho recebemos Elaine Cristina, dona de casa e proprietria do canal eskizyThona no YouTube. Ela nos contou as agruras e os truques que precisou fazer para utilizar sua mquina de lavar da marca Electrolux sem acessibilidade, por outro lado, narrou sua grata experincia com o aparelho de televiso TCL que possui o sistema operacional Android e muito acessvel, vale a pena acompanhar o que uma pessoa com deficincia precisa fazer para poder interagir, de maneira precria, com os aparelhos eletroeletrnicos que possui em casa por falta do Desenho Universal. Vocs podem conferir esse programa visitando o seguinte link: https://youtu.be/3ajI-_TtRqg No dia 10 de julho publicamos o vdeo da dona de casa Aparecida Derrira, com deficincia visual total, que reclamou de sua mquina de lavar da marca Brastemp, mostrando a extrema dificuldade que ela enfrenta quando precisa simplesmente lavar sua roupa e a da famlia. Vocs podem conferir esse vdeo no seguinte link: https://youtu.be/e8gvarn4zLI No dia 15 de julho recebemos dois convidados, Sonny Polito e Larissa Frank, scios-fundadores da startup Inclue. Eles nos contaram qual a finalidade da empresa que fundaram e que a de proporcionar uma experincia de consumo mais inclusiva e acessvel para pessoas com deficincia no comrcio em geral. Eles tm o objetivo de buscar empresrios e oferecer um treinamento para o atendimento de pessoas com qualquer deficincia em suas lojas e espaos em geral. Vale a pena ajudar a Inclue a aperfeioar seu trabalho respondendo as enquetes que eles propem para que a pessoa com deficincia diga aquilo que ela precisa no momento do consumo para se sentir cada vez mais includa e importante para o fornecedor. Vocs podem conferir esse programa visitando o seguinte link: https://youtu.be/7EnP31YTThw No dia 16 de julho publicamos o vdeo do fotgrafo Joo Maia, que reclamou da total falta de acessibilidade em seu aparelho de televiso da marca LG, cobrando mais respeito por parte dessa empresa para com as pessoas com deficincia. Vocs podem conferir em: https://youtu.be/h7lNReS4Ijc No dia 22 de julho recebemos o bacharel em Direito, fisioterapeuta e gerontlogo Roberto Leite. Ele nos deu uma verdadeira aula sobre como utilizarmos o cdigo de Defesa do Consumidor, a Lei Brasileira de Incluso e qualquer outra lei a nosso favor, principalmente conhecendo essas leis e normas e se apropriando delas. Revelou que no momento de compra de um veculo com iseno de impostos para pessoas com deficincia, a maioria das pessoas se deixa levar pelos vendedores e adquire somente aquilo que a concessionria quer empurrar. Pelo contrrio, o Roberto nos informou que no bem assim e que podemos adquirir o veculo que bem quisermos, desde o modelo mais simples, obtendo os descontos a que temos direito. Veja como fazer isso ouvindo esse programa. Vocs podem conferir esse programa visitando o seguinte link: https://youtu.be/SFqPAjiDb0w No dia 23 de julho postamos o vdeo do jovem Gabriel, com baixa viso, que reclamou da falta de acessibilidade nas legendas do canal HBO. Ele mostrou que no existe maneira de ampliar a fonte das legendas para que algum com baixa viso possa enxerg-las. Vocs podem conferir em: https://youtu.be/zzzU-lsGrpo No dia 29 de julho recebemos o tecnlogo em gesto ambiental e professor de informtica a distncia, Jaison Jardim. Foi ele, por iniciativa prpria, quem procurou o canal Reclame Acessibilidade dizendo que tinha uma denncia para fazer e que gostaria muito de participar do programa ao vivo no rdio. Dito e feito, ele narrou uma histria tenebrosa de preconceito e discriminao que sofreu por parte da Caixa Econmica Federal na cidade de Feira de Santana BA. Ao mesmo tempo descreveu sua satisfao com o banco digital NuBank. Vale a pena perceber o paradoxo entre dois tratamentos absolutamente opostos oferecidos por duas instituies financeiras para uma mesma pessoa com deficincia. Vocs podem conferir esse programa visitando o seguinte link: https://youtu.be/dB-ND9ajhz8 Finalmente, no dia 30 de julho publicamos o vdeo de minha autoria, no qual fiz um elogio ao atendimento inclusivo e atencioso por parte do Hipermercado Extra. Eles oferecem apoio para compras nas gndolas e na passagem pelo caixa. Vocs conferem em: https://youtu.be/VUQh6Cb3fVY isso, espero que vocs curtam os vdeos, que se animem a gravar os seus prprios, e que tambm compartilhem os mesmos e nos ajudem a repercutir essas informaes. Grande abrao e at o prximo ms. Naziberto Lopes Movimento Reclame Acessibilidade. Nossos contatos: WhatsApp: 11 949919294 Email: contato@reclameacessibilidade.com.br Siga e participe do canal Reclame Acessibilidade: No Facebook: https://www.facebook.com/reclameacessibilidade/ No Instagram: https://www.instagram.com/reclameacessibilidade/ No Twitter: HTTP://www.twitter.com.br/reclameacesso/ No YouTube: https://www.youtube.com/reclameacessibilidade/ # 15. CONTRAPONTO EXPRESS Colunista: LCIA MARA FORMIGHIERI (lucia.formighieri@gmail.com) * Entre contos e encontros Caros/caras leitores/leitoras do jornal Contraponto. A coluna *Contraponto Express abre o segundo semestre, com uma obra: rdua, extremamente realista, mas, muito delicada na composio. Trata-se do livro "Olhos D'gua" da grande escritora afrodescendente Conceio Evaristo. Sem meias palavras, a autora aborda, atravs de contos peculiares, a realidade da populao afro brasileira nas comunidades. H frases impactantes, como no conto "Zata esqueceu de guardar os brinquedos" onde ela diz "enquanto isso, l fora, a sonata seca de balas continua", bem como no conto "A gente combinamos de no morrer", onde a autora escreve que: "Escrever uma febre que arde... arde... sangra". Pressupe-se, assim, uma obra amarga e violenta. Pois bem, a escritora consegue transformar a realidade mais triste em poesia, como no brutal e no mais belssimo "Ana Da Venga". Sem sentimentalismos, ela aborda a vida de Maria, Salimba e Guimba, cada qual com um desfecho impressionante, que d ao/ leitor/leitora, a dimenso da mais rica literatura realista ps-moderna. Se Machado de Assis pode ser considerado nosso maior romancista no passado, sem dvida, Conceio Evaristo representa a pessoa afrodescendente com muita dignidade, especialmente quando lemos "Olhos D'gua", o conto que intitula a obra. "Minha me costurava a vida com fios de ferro", apregoa a escritora, assim como os/as personagens, equilibram-se entre a vida real e a narrativa otimista da fico. Em "O Cooper de Cida", por exemplo, mostra as mulheres que, em geral, correm pela vida, para a vida, uma metfora sensacional para o dia-a-dia de mulheres batalhadoras. Publicado no Brasil pela Palas Editora, esta foi a primeira obra de Conceio, que j foi convidada para o jri do Prmio Kindle de Literatura em dois mil e dezenove. ***Onde encontrar A obra "Olhos Dgua" da escritora Conceio Evaristo pode ser encontrada em dois formatos na amazon.com.br: em formato fsico, caso voc queira gravar e/ou digitalizar ou em formato e-book, para ler no seu app da amazon. No h formatos acessveis em audiobooks. O livro impresso custa R.22.90,00 e a verso digital sai por R.16,00. ***Nota da colunista Se voc curtiu esta resenha, ento, gostaria de deixar um convite muito especial. Venha conhecer meu blog literrio: Literagindo.com.br, voc ter estes e milhares de outros livros resenhados. Tambm entrevistamos escritores/escritoras, apresentamos podcasts e voc poder ter sua obra divulgada conosco. Acessem: Literagindo.com.br, leitura inclusiva e interao! Redes sociais: facebook.com@blogliteragindo, e-mail: contato@literagindo.com.br e twitter: @luciaformighie1. Um abrao e at a prxima edio do jornal Contraponto. # 16. PANORAMA PARAOLMPICO Colunista: ROBERTO PAIXO (rnpaixao@gmail.com) * Opa! chegou a vez do nosso grande campeo futebol de cinco! Vamos conhecer um pouco mais desse esporte que nos ltimos vinte anos s nos deu alegria! 1. Histrico: Existem relatos que no Brasil, na dcada de 50, cegos jogavam futebol com latas ou garrafas, mais tarde, com bolas envolvidas em sacolas plsticas, nas instituies de ensino e de apoio a estes indivduos, como o Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, Instituto Padre Chico, em So Paulo, Instituto So Rafael, em Belo Horizonte. Em 1978, nas Olimpadas das APAEs, em Natal, aconteceu o primeiro campeonato de futebol com jogadores deficientes visuais no Brasil. A primeira Copa Brasil foi em 1984, na capital paulista. Contudo, o IPC Comit Paralmpico Internacional reconhece como primeiro campeonato entre clubes, o acontecido na Espanha, em 1986. Na Amrica do Sul, apesar da realizao de alguns torneios anteriores, o primeiro reconhecido e organizado pela IBSA foi a Copa Amrica de Assuno, em 1997, onde o Brasil foi o grande campeo. Participaram quatro selees: Brasil, Argentina, Colmbia e Paraguai. O primeiro mundial aconteceu no Brasil, em 1998, em Paulnia, So Paulo. O Brasil foi o primeiro campeo ao vencer a Argentina na final. De l pra c o Brasil conquistou outras quatro vezes a competio, em 2000 (Espanha), 2010 (Inglaterra), 2014 (Japo) e 2018 (Espanha). A participao do Futebol de 5 nos Jogos Paralmpicos aconteceu, pela primeira vez, em Atenas, 2004. Tambm, neste evento, o Brasil foi o campeo, ao superar, nos pnaltis, os argentinos por 3 a 2. A Seleo Canarinho possui mais trs ttulos paralmpicos: em Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016, onde o Brasil sagrou-se tetracampeo.Alm dos ttulos, a Seleo Brasileira foi a primeira equipe a marcar um gol em Jogos Paralmpicos. O autor do feito foi o atleta Nilson Silva, falecido em 2012. 2. Como praticado: O futebol de 5 exclusivo para cegos. As partidas normalmente so em uma quadra de futsal adaptada com uma banda lateral (barreira feita de placas de madeira que se prolonga de uma linha de fundo outra, com uma oscilao de 1 metro a 1,20 metros de altura e uma inclinao no superior a 10 ° para o exterior, em ambos os lados da quadra, evitando que a bola saia em lateral, a no ser que seja por cima desta). Desde os Jogos Paralmpicos de Atenas, em 2004, as partidas tambm so praticadas em campos de grama sinttica, com as mesmas medidas e regras do futebol de salo. Cada time formado por cinco jogadores: um goleiro, que tem viso total e quatro na linha, totalmente cegos e que usam uma venda nos olhos para deix-los todos em iguais condies, j que alguns atletas possuem um resduo visual (vulto) que do, nesta modalidade, alguma vantagem a estes. H ainda um guia, o Chamador, que fica atrs do gol adversrio orientando o ataque de seu time, dando a seus atletas a direo do gol, a quantidade de marcadores, a posio da defesa adversria, as possibilidades de jogada e demais informaes teis. `o chamador que bate nas traves, normalmente com uma base de metal, quando vai ser cobrada uma falta, um pnalti ou um tiro livre. Contudo, o chamador no pode falar em qualquer ponto da quadra, e sim, quando seu atleta estiver no tero de ataque. Este tero determinado por uma fita (marcao) que colocada na banda lateral, dividindo a quadra em trs partes: o tero da defesa, onde o goleiro tem a responsabilidade de orientar; o tero central, onde a responsabilidade do tcnico e o tero de ataque, onde a responsabilidade da orientao do chamador. A modalidade, ao contrrio do futebol convencional, deve ser praticada em um ambiente silencioso. A torcida, bastante desejada nesta modalidade, deve se manifestar somente quando a bola estiver fora do jogo: na hora do gol, em faltas, linha de fundo, lateral, tempo tcnico ou qualquer outra paralisao da partida. A bola possui guizos, necessrios para a orientao dos jogadores dentro de quadra. Da a necessidade do silncio durante o andamento da partida. Atravs do som emitido pelos guizos, os jogadores podem identificar onde ela est, de onde ela est vindo e podem conduzi-la. De modo geral, so as mesmas utilizadas no futebol de salo convencional. Algumas daquelas que diferem so: dois tempos de 20 minutos cronometrados e um intervalo de dez minutos; uma pequena rea de 5,82m x 2m de onde o goleiro no pode sair para realizar defesa nem tocar na bola; a partir da sexta falta, cobrado um tiro livre da linha de oito metros ou do local onde foi sofrida a falta. O tamanho do gol de 3,66m x 2,14m. Ao contrrio do que se imagina, a modalidade tem muitas jogadas plsticas, com jogadas de efeito inclusive. Muitos toques e chutes a gol. Os jogadores so obrigados a falar a palavra espanhola "voy" ("vou" em portugus), sempre que se deslocarem em direo a bola, na tentativa de se evitar choques. Quando o juiz no ouvir, ele marca falta contra a equipe cujo jogador no disse o "voy". No Brasil, o futebol de 5 gerido pela Confederao Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais - CBDV; internacionalmente a gesto cabe a Federao Internacional de Esportes para Cegos - IBSA (sigla em ingls). Atualmente, o esporte no Brasil patrocinado pela Loterias Caixa. 3. Conquistas: 3.1. Jogos Paralmpicos 2004 - Atenas (GRE) 2008 - Pequim (CHN) 2012 - Londres (ING) 2016 - Rio de Janeiro (BRA) 3.2. Campeonato Mundial IBSA 1998 - Paulnia (BRA) 2000 - Jerez (ESP) 2010 - Hereford (ING) 2014 - Tquio (JAP) 2018 - Madri (ESP) 3.3. Jogos Parapan-Americanos 2007 - Rio de Janeiro (BRA) 2011 - Guadalajara (MEX) 2015 - Toronto (CAN) 2019 - Lima (PER) 3.4. Copa Amrica IBSA 1997 - Assuno (PAR) 2001 - Paulnia (BRA) 2003 - Bogot (COL) 2009 - Buenos Aires (ARG) 2013 - Santa F (ARG) 2019 - So Paulo (BRA) # 17. TIRANDO DE LETRA COLUNISTA: JOICE GUERRA (maildajobis@gmail.com) * Sexo e maternidade Em uma sociedade to estruturada pelo que se v e se observa, a deficincia, em si mesma, a derrota suprema. Um brao que no existe no pode ser reparado. Uma prtese ocular a falha mxima da oftalmologia. Como julgamos a parte pelo todo, a ausncia ou precariedade de uma nica parte a falta de todo o resto. Ao acreditar-se literalmente que a mulher feita do pedao de uma costela, convertemo-la, de cara, em algo incompleto, deficitrio. Quando dessa parte algo mais no est, derivamos a mulher deficiente. Dos eventos artificialmente enroxecidos, nos quais exaltam-se nossa fora, nossa garra, nossa luta, raramente so reconhecidas as contribuies sociais aos desafios que enfrentamos. A mulher com deficincia comumente assexuada. Somos anjos azuis, princesinhas, eternas meninas, bonequinhas. Isso quando temos sorte. De um jeito ou de outro, comumente acredita-se que o que no temos trace nosso destino, o que no temos determinando o que jamais faremos. Socialmente, estamos condenadas a passar de tutela em tutela, se tivermos sorte. Quem cuidar de ns quando nossos pais se forem? Que familiar vai se responsabilizar por nosso asseio, nossos medicamentos, por nossos anseios, por nos proteger de homens ferozes que talvez no respeitem nossa condio? Houve mulher com deficincia que recebesse um vibrador da famlia, para curar-se da prpria virgindade. Era mais tolervel um falo industrializado a desdobrar-lhe a intimidade que a ideia de um homem real a descobri-la. Porque, se os corpos das mulheres no lhes pertencem, das mulheres com deficincia pertencem ainda menos. Quantas de ns no temos autonomia para escolher o cumprimento de nossas roupas, de nossos cabelos, se usaremos ou no maquiagem? Quantas mulheres com deficincia foram impedidas de casar por suas famlias zelosas e preocupadas com seu destino? Corpos intactos, indesejveis e indesejantes, a sexualidade da mulher com deficincia considerada de mau tom, mesmo perante a indstria porn. Quando associamos tanto perfeio fsica ao direito ao amor e plenitude da vida, imaginar corpos cegos, surdos, distorcidos, paralisados e amputados em pleno gozo consentido no soa potico, no soa literrio, no soa em absoluto minimamente natural. Santo ser o homem que nos *assumir*. Missionrio ser o homem que, podendo ter a mulher que quiser, escolha a uma de ns: teremos de o valorizar e agradecer o que vier, porque ele nos *aceitar*, dedicar sua vida ao nosso cuidado quando poderia ter uma esposa perfeita. o capacitismo nos rouba a autonomia, os sonhos, as vontades e, se permitirmos, at os orgasmos. Claro, h alternativas que so construdas e assumidas no seio das casas, em gestos de coragem que tantos vivem e morrem sem conhecer. A mulher cega aguardando o rapaz que conheceu via Rede Social num encontro no uma pobre coitada, tampouco uma guerreira lutadora; apenas uma mulher apostando pra ganhar no seu potencial de dar e receber amor. Ele se aproxima, o corpo dela pode virar-se, mesmo sem o ver. Algum pode dizer " ele!" e ela se sentir num frenesi: d tempo de ajeitar alguma coisa? Estarei bonita? Ser que isso importa? Talvez eles se esbarrem. Talvez os corpos ajam antes de pensar. Talvez se beijem rindo, o que pode produzir um efeito meio estranho em termos de dentes. Talvez ela lhe descubra os contornos do corpo, e talvez seja sua primeira vez; talvez a trigsima que ainda assim soe como a primeira. Talvez ela more com os pais e precise de malabarismos pra transar. Talvez ela more sozinha e corra tudo bem e quando ele chegue na sua cama, ela entenda porque um poeta disse que todo o mundo cabe numa cama. Debaixo d'gua e na cama as diferenas aparentes se atenuam. De algum modo, so estados diferentes do existir. Talvez ela descubra novos usos e tons para a prpria voz. Talvez ela entenda que no existem apenas olhos na ponta dos dedos, mas da lngua, dos lbios, e talvez ela nunca mais veja uma mecha de cabelo ou a parte interna das coxas com a mesma neutralidade. Talvez seu gozo, bvio, intenso, despudorado anuncie para qualquer desavisado que tem algum se divertindo. E ali, naquele momento, ningum pensar nela como "coitada". ningum dir: "tadinha, to linda!". Sabero apenas que ela est se divertindo e, como em poucas ocasies, aceitaro que ela "normal". Talvez no se fique por ali. Talvez muitos creiam que seu companheiro seja um puro abnegado, sem saber o que sabem os estrados da cama do casal... A mesa da cozinha, o sof da sala e todas as superfcies imaginveis de lugares inconfessveis. E talvez continue ainda mais. Talvez seu ventre cresa. Talvez seu corpo abrigue outro ser. Talvez eles continuem amando e transando muito e talvez riam quando algum disser que pensava que eles no faziam aquilo. O mundo das "futuras mames" - ai, como esse termo incomoda aqui, por sua infantilizao! - no contempla mulheres cegas. Algum j viu mulher com deficincia fazendo comercial de beb? O esteretipo da me feliz branco e curvilneo, da capa da revista para a mesa de cirurgia. Mesmo assim ela est l: barriga inchando, assustada e poderosa, mesmo assim, ou poderosa porque assustada. Ela, seus dedos investigativos, seu corpo finalmente devolvido a sua dona. O jeitinho, no de princesinha adormecida, mas de mulher ativa, proativa e, por que no, se ela quiser, procriativa? Claro, desabar sobre ela tudo que ela no sabe - como raios se coloca uma fralda? O que eu fao quando ele gofar? - mas, mais que isso, germinar sobre ela tudo que poder aprender. E, se tiver espao, se tiver coragem, ela aprender. E germinar em saberes, fazeres, afazeres e gentilezas! As comportas afetivas abertas pela sexualidade assumida e consentida podero fazer com que ela sinta um acrscimo de estima por si mesma, facilmente extensvel ao resto do mundo. Ento, quando nascer o beb, a mulher tambm renascer. E as pessoas ainda diro, porque so tolas: "Fico impressionado contigo, feliz, mesmo assim!". E talvez a ela lembre dos boletos, da casa bagunada, das noites mal dormidas, do marido com quem ela queria transar, mas est tentando arrumar tempo e responda: " porque eu estou viva!" PS: No pretendi defender que um homem que faz "a mulher ser mulher", mas que o exerccio consciente e consentido da sexualidade e dos direitos reprodutivos pode ser uma ferramenta valiosa para o amadurecimento feminino. Existem muitos caminhos e esse um deles. //Joice Guerra * Mais uma histria de fracasso meu No posso falar, ou escutar falar, do coral da Professora Glorinha sem que me lembre de um erro que cometi e que, provavelmente, inviabilizou a abertura de alguma presumvel porta para meu encaminhamento como poeta. A Professora tentou tambm organizar um coral masculino, coral que alis chegou a se apresentar no auditrio do I B C, e do qual eu faria parte. Animado com aquele movimento potico, fascinado como ento eu j era pela poesia, mostrei Professora um soneto que eu escrevera e ela me pediu uma cpia, criando em mim uma expectativa, talvez mesmo uma vaga esperana, embora eu no soubesse exatamente de qu. Como porm a professora no voltasse a falar sobre o soneto, aquela vaga esperana se dissipou e eu j nem me lembrava da mostra que fizera. Certo dia, porm, quando cheguei para o ensaio Dona Glorinha me dispensou e, curioso, s a mim. No entendi a razo daquela atitude e decidi imediatamente que estava fora do coral. Alguns dias depois meu amigo Celso Leonel, que tambm fazia parte do coral, me comunicou que a professora me estava chamando. Orgulhoso e decidido, respondi que no iria e que j no fazia parte daquele coral. Pouco depois, o Celso voltou reafirmando que a professora me chamava e que queria falar comigo. Mais soberbo ainda, eu disse que nada tinha a falar com ela e que no mais voltaria ao grupo. Realmente, nunca mais voltei. Na apresentao seguinte que houve no auditrio, o coral mostrou meu soneto. Tive mpeto de ir pedir desculpas professora, mas a timidez no me permitiu. Entre as linhas de asteriscos, o texto do soneto em apreo e em anexo o mesmo soneto em udio. Antes, todavia, digo que este soneto no dos meus preferidos. Trata-se de um trabalho feito quando a juventude nos traz momentos de incerteza em diversos aspectos da existncia. Talvez voc, lendo este texto, estranhe minha afirmao de que este no dos meus trabalhos favoritos. Em verdade, creio que todo escritor gostar mais de uma obra que de outra, mesmo que goste de todas. Geralmente no gosto de opinar sobre o que escrevo uma vez que acho que isto cabe a quem l para que sua opinio se faa sem qualquer interferncia minha, tendo pois validade realmente. Mas chega de conversa e vamos ao soneto. ***** * Realidade Quando as estrelas brilham, dando noite Um qu de belo, meigo e irreal; Quando o sol desponta no horizonte, Dando terra o brilho matinal; Quando a tarde morre, triste e mansa, Sob a tristonha luz angelical, Ou quando o sol ardente, ao meio-dia, Deixa no solo o fogo infernal, Tudo est dentro de uma vil rotina Que prende, fere, cansa e domina... Que vem do bero e vai pra sepultura. A fantasia distrao apenas Que a alma busca nas vises terrenas Pra dar alento sua amargura. ***** A amizade um sentimento to belo quanto raro. Por isto, saibamos preservar as que temos, e agradeamos a Deus pela ventura de t-las. Abraos de um amigo. Ary Rodrigues da Silva, Poeta. # 18. BENGALA DE FOGO O Cego versus o Imaginrio Popular (coluna livre) * Artess com deficincia visual confeccionam mscaras de graa | Razes Para Acreditar Uma dupla de artess com deficincia visual est produzindo mscaras de proteo individual e distribuindo gratuitamente s famlias carentes de Itanham (SP). Apesar de todas as dificuldades, Regina Quirino, 63 anos, e Nomia da Silva, 58, uniram seu amor pelo artesanato ao desejo de ajudar o prximo em meio pandemia de Covid-19. Juntas, elas j confeccionaram mais de 100 mscaras em cerca de um ms. A produo no fcil: Regina enxerga parcialmente com o olho esquerdo e no tem mais a viso do olho direito. J Nomia tem apenas 27% da viso. Elas recebem doaes de tecido TNT e produzem as mscaras com o auxlio de uma mscara de costura. Em seguida, higienizam e embalam os produtos, que so doados para famlias necessitadas da cidade. Regina e Nomia fizeram amizade no incio do ano, quando se conheceram na Superintendncia do Trabalho Artesanal nas Comunidades (Sutaco) de Itanham durante as inscries para a Casa do Arteso. Superao Quando tinha 23 anos, Nomia sofreu um descolamento da retina, perdendo por completo a viso do olho direito. Sete anos depois, chegou a ter 27 graus de miopia no olho esquerdo, precisando ser operada em uma cirurgia de catarata. Hoje, ela tem apenas 27% da viso. A deficincia visual jamais impediu a artes de continuar trabalhando e fazendo aquilo que ama. Sempre estive envolvida com o artesanato de alguma maneira e, atualmente, trabalho com reciclagem. Tudo que iria para o lixo eu dou uma cara nova, meu ponto forte o vidro. Como ficava muito dentro de casa, fiquei sabendo da Casa do Arteso em janeiro e me cederam um espao para expr minhas peas, conta. No ms passado, a coordenadora da Casa do Arteso convidou Nomia e Regina para participarem de um projeto de confeco de mscaras de proteo para a comunidade de Intanham. Elas no pensaram duas vezes. muito gratificante [ajudar a populao carente] porque, alm de ajudar os outros, tambm me coloca em movimento. Eu moro sozinha e muito difcil ficar o dia todo sentada em frente televiso. Ento, pra mim faz muito bem, o que eu posso oferecer para as pessoas. A minha dificuldade em enxergar no me atrapalha, eu fui me adaptando, explica Nomia. Regina perdeu completamente a viso do olho direito em um acidente domstico, quando tinha 27 anos. Hoje, usa uma prtese no local. O olho esquerdo tem 3 graus de astigmatismo, mas ela consegue enxergar parcialmente. A artes leva cerca de 40 minutos para produzir cada unidade. No processo, precisa cortar o TNT, amarrar as fitas na mscara e costurar na mquina. A gente tem que colaborar com a sociedade, para isso que estamos aqui. Como sabemos fazer as mscaras, no podemos perder a oportunidade de colaborar e melhorar a vida de algum, proteger as outras pessoas e ns mesmos. Quero colaborar com a felicidade de todos, finaliza a artes. At aqui, o projeto Casa do Arteso, da Prefeitura de Itanham, j doou cerca de 1.500 mscaras para famlias carentes do municpio. // Fonte: G1 https://razoesparaacreditar.com/artesas-deficiencia-visual-doacao-mascaras/?fbclid=IwAR2rvNwlMI9bBbpl8lpnRXKHgbMG62s7ZMXHbgAlyTcgpz8pxtr6J2cMzqM # 19. NOSSOS CANAIS Departamento de Tecnologia e Gerenciamento da Informao (tecnologia.exaluibc@gmail.com) * NOVIDADES NOS CANAIS * Rdio Contraponto(radiocontraponto.org.br) - A grade da rdio Contraponto, regularizou o horrio das 20 horas das quarta-feiras, para o programa RC Entrevista com temas variados; - No dia 20/junho, Estreou o programa Chorinho ao meio-dia, doravante de segunda a sexta na RC. - No dia 13/junho, Valdenito de Souza e equipe, no Programa Rdio Contraponto Entrevista* entrevistou Dr. Cludio de Castro Panoeiro - Ex-aluno do I B C - secretrio Nacional de Justia - Mantida a parceria rdio Contraponto com o blog Acessibilidade em foco, ambos os canais, divulgam os servios dos parceiros. - Novos programas a vista na RC: breve - Ponto do samba e um programa sobre a Bossa nova. * jornal contraponto(jornalcontraponto.exaluibc.org.br) - O nmero do Contraponto de junho, teve como destaque os sessenta anos da associao dos ex-alunos do I B C. - Conselho editorial do jornal Contraponto agenda reunio para avaliar o jornal. * blog da rdio Contraponto(radiocontraponto.org.br) - em andamento o processo de substituio do plugin de acesso a rdio, visando seu acesso via navegadores mais modernos(google chromer, pera, etc),visto a descontinuidade do tradicional internet explorer. * Parceria EXALUIBC/ rdio Legal renovada - as salas virtuais da rdio Legal, criada pelo departamento de tecnologia no espao da associao no nosso servidor, para uso da rdio Legal, foram redefinidas. Se mantm assim, a parceria. # 20. CLASSIFICADOS CONTRAPONTO COLUNA LIVRE: //Quatro informaes teis no divulgadas: 1. Quem quiser tirar uma cpia da certido de nascimento, ou de casamento, no precisa mais ir at um cartrio, pegar senha e esperar um tempo na fila. *O cartrio eletrnico, j est no ar!* *www.cartorio24horas.com.br* Nele voc resolve essas (e outras) burocracias, 24 horas por dia, on-line. Cpias de certides de bitos, imveis, e protestos tambm podem ser solicitados pela internet. Para pagar preciso imprimir um boleto bancrio. Depois, o documento chega por Sedex. *Passe para todo mundo, que este um servio da maior importncia.* 2. DIVULGUE. IMPORTANTE: AUXLIO LISTA* Telefone 102...***no!* Agora :***08002800102* Vejam s como no somos avisados das coisas que realmente so importantes...... NA CONSULTA AO 102, PAGAMOS R$ 1,20 PELO SERVIO. S QUE A TELEFNICA NO AVISA QUE EXISTE UM SERVIO VERDADEIRAMENTE GRATUITO. *No custa divulgar para mais gente ficar sabendo*. 3. Importante:* Documentos roubados -***BO (boletim de ocorrncia) d gratuidade* - Lei 3.051/98 - VOC SABIA??? Acho que grande parte da populao no sabe, que a Lei 3.051/98 que nos d o direito de em caso de roubo ou furto (mediante a apresentao do Boletim de Ocorrncia), gratuidade na emisso da 2 via de tais documentos como: Habilitao (R$ 42,97); Identidade (R$ 32,65); Licenciamento Anual de Veculo (R$ 34,11).. Para conseguir a gratuidade, basta levar uma cpia (no precisa ser autenticada) do Boletim de Ocorrncia e o original ao Detran p/ Habilitao e Licenciamento e outra cpia um posto do IFP.. 4) MULTA DE TRANSITO :***essa voc no sabia* No caso de multa por infrao leve ou mdia, se voc no foi multado pelo mesmo motivo nos ltimos 12 meses, no precisa pagar multa. s ir ao DETRAN e pedir o formulrio para converter a infrao em advertncia com base no Art. 267 do CTB. Levar Xerox da carteira de motorista e a notificao da multa.. Em 30 dias voc recebe pelo correio a advertncia por escrito. Perde os pontos, mas no paga nada. *Cdigo de Trnsito Brasileiro**** *Art. 267 - Poder ser imposta a penalidade de advertncia por escrito infrao de natureza leve ou mdia, passvel de ser punida com multa, no sendo reincidente o infrator, na mesma infrao, nos ltimos doze meses, quando a autoridade, considerando o pronturio do infrator, entender esta providncia como mais educativa. *DIVULGUEM PARA O MAIOR NMERO DE PESSOAS POSSVEL. VAMOS ACABAR COM A INDSTRIA DA MULTA!!!!* *Gostaria, se possvel, que cada um no guardasse a informao s para si*. # 21. FALE COM O CONTRAPONTO CARTAS DOS LEITORES: * De:"Daniel Rodriguez" Prezados companheiros. H vrios anos que sigo com ateno vossa publicao. Meu nome e Daniel Rodrguez e moro na Argentina na cidade de Buenos Aires. Aprendi o pouco que sei da lngua portuguesa atravs da leitura da revista Brasileira para Cegos. Paso a explicar o motivo deste mensagem. Soi advogado e exero a profisso desde o ano 1981. Nestes momentos se iniciou em nosso pas a digitalizao dos expedientes judiciais. Estamos encontrando mltiples barreiras de accesibilidade nas pginas do poder judicial pelo qual promovimos una aco de amparo ante os tribunais de Buenos Aires. Estamos formando um grupo de advogados cegos de varios pases de Amrica j que a problemtica e a mesma em tuda a regio. Queremos convidar a formar parte de nosso grupo a colegas de Brasil para o que solicito me pongan en contacto con as pessoas que estn interesadas em participar deste grupo. O idioma no va a ser uma barreira importante para poder intercambiar experiencias e projectos. Estamos certos que solamente juntos poderemos afrontar os problemas comuns. Este e meu endereo electrnico e meu nmero de whatsapp e +54 9 11 6197 4782. ### Nota da redao: Daniel obrigado pelo intercambio, estamos passando seu e-mail para os companheiros advogados, que, certamente, mantero contato com vc. Valdenito de Souza - redao - - - Jornal Contraponto- canal de comunicao da Associao dos Ex-alunos do I B C Conselho Editorial: Ana Cristina Hildebrandt Mrcio Lacerda Marcelo Pimentel Leniro Alves Valdenito de Souza -- * Cadastro de Leitores: Se voc deseja ser um leitor assduo de nosso jornal, envie uma mensagem (solicitando inscrio no cadastro de leitores), para: contraponto.exaluibc@gmail.com * Todas as edies do Contraponto esto disponibilizadas no site do jornal contraponto, confira em: jornalcontraponto.exaluibc.org.br * Participe (com criticas e sugestes), ajudem-nos aprimor-lo, para que, se transforme realmente num canal consistente do nosso segmento. * Acompanhe a Associao dos Ex-alunos do I B C no Twitter: @exaluibc * Faa parte da lista de discusso dos Ex-alunos do I B C, um espao onde o foco : os deficientes visuais e seu universo. Solicite sua inscrio no e-mail: tecnologia.exaluibc@gmail.com * Oua a rdio Contraponto acessando seu blog oficial radiocontraponto.org.br; a web-rdio da associao: programas, msicas e muitas informaes teis. * Conhea a Escola Virtual Jos lvares de Azevedo(escola.exaluibc.org.br): a socializao da informao em nome da cidadania. * Visite o portal da associao(exaluibc.org.br), um acervo de informaes pertinentes ao segmento dos deficientes visuais. * Venha fazer parte da nossa entidade: Associao dos Ex-Alunos do Instituto Benjamin Constant (existem vrios desafios esperando por todos ns). Lutamos pela difuso e socializao ampliada de atividades, eventos e aes voltadas para Defesa dos Direitos dos Deficientes Visuais. --- * Solicitamos a difuso deste material na Internet: pode vir a ser til para pessoas que voc sequer conhece. * Redator Chefe: Valdenito de Souza, o nacionalista mstico Rio de Janeiro/RJ --- "Enquanto houver uma pessoa discriminada, todos ns seremos discriminados." Por que mais fcil desintegrar um tomo do que desfazer um preconceito?! Associao dos Ex-alunos do Instituto Benjamin Constant (fundao: junho/1960) - Departamento de Tecnologia e Gerenciamento da Informao      I[\v 6 7 8 { | + N u     # $ 2 M N { | }   3 " B C e 7,-Z\h?@OP_`{|x1TUij+++++B++z+ +!!+"#+#+$+%h~%PJ^Jh?@OP_`{{|x1TUijBzz !#6%N%O%&'0'1'Q'R'S'T'i'j'''''(})~))))))+%6%N%O%+&&'+'0'1'Q'R'S'T'i'j'''''+((+)})~))))))))))+**++++,,+-k-l-+.+/+0P0Q0+1+223+3+44+555+66+7G7+8`888+99+:+;;;+<+=+>>+???+@@AA+AA+B+CC+DJDKDDD E E+EEE+FF+Gh~%d)))))*+,k-l-P0Q0234556G7`8889;;>??@AAAACJDKDDD E EEEF*I+IKJ)LLLMN0O1OQQQSSST+G+H*I+I+JKJ+K)L+LLL+MM+NN+O0O1O+PQQQ+Q+R+SSSS+TT+UVV+V+W+X0X1XXXXXXXXXY+Y/Y0Y9Y:Y;Y[Y\YYYYYYYYZ Z+Z/ZSZTZpZzZ{ZZZZZZ+[O[P[+\f\+]]]+^+_+`+aRaSa_a`aaaa bbh~%PJ^Jh~%`TVV0X1XXXXXXXXXY/Y0Y:Y[Y\YYYYYYYYZ Z/ZSZSZTZpZzZ{ZZZZZZO[P[f\]]RaSa_a`aaaa bbcbbb>c?ccb+bcbbb+c>c?ccc+ddddd+eeff+fNfOff gg+ggg h h+hihjh+iaibiiiiiiiijj+j9j:jjjkk+kll+lmm+mmm+nknln+ooo+ppp+q[q\qqq+r+s,s-s+ttt+uLuMuuuu+vqvrv+w}r}s}}}&~'~&+z+{+||||| }%}&}'}(}+}=}>}r}s}}}&~'~+~+&'++=++σЃ+++gh+ʇˇ++{ *++WX܋݋ ++WX+܎ݎ+++QR++>?h~%PJ^Jh~%`&'=σЃghʇˇ{ *+WX܋݋ WX܎ݎQR>?ƓǓ۔ƓǓ+۔+++ݗޗ+-.+N+++++ٞڞ۞+ϟП+q+`Ρ+yz֢ע+45+ڤ++++1+~++++ح+Į+++.+++Z+GHXh~%PJ^Jh~%`۔ݗޗ-.Nٞڞ۞ϟПq`Ρyz֢ע45ڤ1~حĮ.ZGHXYZ[XYZ[hi++<+++^+%&'(+ABpq+=+о++7++"++H+++++&')+++++n+++yz|+5++yz{+h~%PJ^Jh~%`[hi<^%&'(ABpq=о7"H'nz5yz{e ++def "+++~+l+{+++++++Z[uv+CD++pq$%+-./+#$%++++89+o++h~%h~%PJ^J`l{Z[uvCDpq$%.#$$89o>?7+>?78mZ@Avw RSZ[yz}~HITU~HI           h ? !&!'! 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