ࡱ> HJGIT*bjbj%Z,& ]444HHHH8,\H 44(\\\/ / / f h h h h h h $WK 4/ + / / / / \\4/ / / / "\4\f HH/ f / / |r4f \,EHH/ T  I - LNGUA PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRA TEXTO I Cala Literria Carlos Drummond de Andrade assduo leitor de blusas, camisas, saias, calas estampadas. No lhe escapa um exemplar novo. Parece desligado, e observa tudo. Segundo ele, as peas de indumentria, masculina e feminina, ostentando smbolos e nomes de universidades americanas, manchetes, pginas de jornal, retratos de Pel e Jimi Hendrix, apelos ao amor que no guerra, etc., h muito deixaram de ser originais. (...) Hoje, l-se mais nos tecidos do que nos livros, e no ler apenas, ver cinema e televiso, pois os corpos, ao se moverem, dinamizam as figuras estampadas. ........................................................................................................................... Ontem eu li uma cala comprida, de mulher, que primeira vista no tinha nada de especial. Estava escrita como tantas outras. Mas o texto (no confundir com textura) me chamou a ateno. Geralmente, calas e blusas no so literrias. Trazem notcias, anncios, slogans, mas versos, ainda no tinha visto. Pois essa tinha poemas em portugus, de Cames ao Vincius. ........................................................................................................................... Foi a primeira cala literria, totalmente potica, do meu conhecimento. Feita em So Paulo? Talvez. Caracteres pretos sobre fundo branco. Versos em todas as direes. De Bilac, de Ceclia, de Bandeira, de Castro Alves, de Fernando Pessoa. Uma antologia, bicho. Sem ordem, naturalmente. Escuta a: Onde vais tardezinha, morena flor do serto? O que eu adoro em ti a vida. Aqui outrora retumbaram hinos. Oh abelha imaginativa! o que o desejo inventa... Vou-me embora pra Pasrgada. Amor fogo que arde sem se ver. Ningum sonha duas vezes o mesmo sonho. No monte de amor andei, por ter de monteiro fama, sem tomar gamo nem gama. Clorindas e Belindas brincam no tempo das berlindas. Eu tenho amado tanto e no conheo o amor. Estrela Vsper do pastor errante. Tamos em pleno mar: dois infinitos ali se alteiam... ........................................................................................................................... (...) Mas que seja infinito enquanto dure. Cantando espalharei por toda parte. Tudo no escondido perde a graa. O cinamomo floresce em frente do teu postigo. Crisntemo divino aberto em meio da solido... Tinha uma pedra no meio do caminho. ........................................................................................................................... (...) Os poetas que tratem de defender seus direitos autorais. A menos que considerem uma honra vestir de versos as mulheres. ANDRADE, Carlos Drummond de et alii. Para gostar de ler: crnicas. So Paulo: tica, 1979, pp. 62-64 textura = tecido monteiro = aquele que caa nos montes tomar = capturar gamo = veado gama = cora cinamomo = arbusto postigo = pequena janela 1. No trecho: Hoje, l-se mais nos tecidos do que nos livros, ..., o autor a) afirma que calas e blusas no tm que ser literrias. b) amplia o conceito de leitura. c) considera uma honra vestir de versos as mulheres. d) entende que as peas de indumentria masculina e feminina devem informar mais que os livros. e) v que a leitura s se dinamiza com as figuras estampadas. 2. Na crnica Cala Literria, Drummond cita versos de Cames a Vincius de Morais. Dentre eles, aproxima-se do Barroco brasileiro o verso a) O cinamomo floresce em frente do teu postigo. b) No monte de amor andei, por ter de monteiro fama, sem tomar gamo nem gama. c) Ningum sonha duas vezes o mesmo sonho. d) Amor fogo que arde sem se ver. e) Tinha uma pedra no meio do caminho. 3. Em Cala Literria, o verso citado de Vincius de Morais, mas que seja infinito enquanto dure., extrado do famoso Soneto da fidelidade, expressa as idias de temporalidade do amor e desejo de aproveitar a vida, enquanto possvel. Essas idias tambm se encontram em alguns dos versos de Marlia de Dirceu. I. O tirano Amor risonho Me aparece e me convida Para que seu jugo aceite; E quer que eu passe em deleite O resto da triste vida II. O tempo no respeita a formosura; E da plida morte a mo tirana Arrasa os edifcios dos Augustos, E arrasa a vil choupana. III. Que belezas, Marlia, floresceram, De quem nem sequer temos a memria! S podem conservar um nome eterno Os versos, ou a histria. IV. Ah! enquanto os Destinos impiedosos No voltam contra ns a face irada, Faamos, sim faamos, doce amada, Os nossos breves dias mais ditosos. Um corao, que frouxo A grata posse de seu bem difere, A si, Marlia, a si prprio rouba, E a si prprio fere. Trechos extrados de GONZAGA, Toms Antnio. Marlia de Dirceu. 31 ed., Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. As duas idias referidas ocorrem ao mesmo tempo na(s) estrofe(s): a) I e II b) II e IV c) IV d) I e III e) II e III 4. Cala Literria um texto que nos mostra o quanto estamos, o tempo todo, rodeados de linguagem. Dependendo da intencionalidade de quem escreve, essa linguagem pode assumir diferentes funes. De acordo com as funes da linguagem, numere as frases direita, levando em considerao o seu contexto, para estabelecer as devidas relaes: (1) Funo referencial ( ) Ontem eu li uma cala comprida, de mulher, que primeira vista no tinha nada de especial. (2) Funo emotiva ( ) Mas o texto (no confundir com textura) me chamou a ateno. (3) Funo potica ( ) Uma antologia, bicho. Sem ordem, naturalmente. Escuta a: (4) Funo metalingstica ( ) A menos que considerem uma honra vestir de versos as mulheres. (5) Funo apelativa A seqncia correta : a) 2, 1, 4, 3 c) 3, 1, 5, 2 e) 4, 1, 3, 2 b) 1, 2, 3, 4 d) 1, 4, 5, 3 5. A forma espontnea da fala est caracterizada em: a) Uma antologia, bicho. (...) Escuta a: Onde vais tardezinha, morena flor do serto? b) Tudo no escondido perde a graa. c) Aqui outrora retumbaram hinos. d) Estava escrita como tantas outras. e) Os poetas que tratem de defender seus direitos autorais. 6. O significado do verso O tempo no respeita a formosura mantido na estrutura: a) O tempo enaltece a formosura. b) O tempo cura a formosura. c) O tempo enfatiza a formosura. d) O tempo revigora a formosura. e) O tempo desgasta a formosura. TEXTO II Tratado Descritivo do Brasil em 1587 Captulo XI Em que se declara a costa da baa da Traio at Paraba. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16Do rio Camaratibe at a baa da Traio so duas lguas, a qual est em seis graus e 1/3, onde ancoram naus francesas e entram dos arrecifes para dentro. Chama-se esta baa pelo gentio potiguar Acajutibir, e os portugueses, da Traio, por com ela matarem uns poucos de castelhanos e portugueses que nesta costa se perderam. Nesta baa fazem cada ano os franceses muito pau de tinta e carregam dele muitas naus. Desta baa da Traio ao rio Maguape so trs lguas, o qual est em seis graus e meio. Do rio de Maguape ao da Paraba so cinco lguas (...); a este rio chamam - na carta de marear - de So Domingos, onde entram naus de 200 tonis, e no rio de Maguape entram caravelas da costa; mas o rio de So Domingos se navega muito pela terra adentro, de onde ele vem de bem longe. Tem este rio um ilhu da boca para dentro que lhe faz duas barras, e pela que est da banda do norte entram caraveles que navegam por entre a terra e os arrecifes at Itamarac (...); e porque entravam cada ano neste rio naus francesas a carregar o pau de tinta com que abatia o que ia para o Reino das mais capitanias por conta dos portugueses e porque o gentio potiguar andava mui levantado contra os moradores da capitania de Itamarac e Pernambuco, com o favor dos franceses, com os quais fizeram nessas capitanias grandes danos, queimando engenhos e outras muitas fazendas, em que mataram muitos homens e escravos; (...) SOUSA, Gabriel Soares de. Tratado descritivo do Brasil em 1587. 4 ed., So Paulo: Companhia Ed. Nacional; EDUSP, 1971, p. 52. rio Camaratibe = rio Camaratuba rio Maguape = rio Mamanguape carta de marear = carta de navegao abatia = diminuia mui levantado = muito rebelde 7. Pertencente produo cultural do Quinhentismo brasileiro, o texto de Gabriel Soares de Souza I. faz parte da chamada literatura de informao, por ter como objetivo primeiro transmitir aos governantes portugueses notcias acerca das terras descobertas. II. j reflete um modelo literrio luso-brasileiro, apesar de escrito alguns anos aps o descobrimento (1587). III. constitui uma fonte importante para os escritores, em diversos momentos da nossa histria literria. Est(o) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): a) I e II b) II c) I d) II e III e) I e III 8. No texto II, so da mesma classe gramatical os termos: a) ancoram (linha 2) , por (linha 3). d) se (linha 4) , mas (linha 8). b) gentio (linha 3) , naus (linha 12). e) muito (linha 5) , muito (linha 9). c) potiguar (linha 3) , portugueses (linha 3). 9. Fazem o plural da mesma forma de CARAVELES os vocbulos: a) vergalho / avio d) po / melo b) espio / cristo e) organizao / escrivo c) caminho / cidado 10. No trecho, Desta baa da Traio ao rio Maguape so trs lguas, o qual est em seis graus e meio, o elemento sublinhado apresenta a mesma classe gramatical do vocbulo que em: a) Esperava que gostassem do meu espetculo. b) Que distante a plena felicidade! c) Diogo Flores de Valdez, general da armada que foi ao estreito de Magalhes. d) Hoje, l-se mais nos tecidos do que nos livros... Vocs que no souberam entender as intenes do concorrente. Gabarito 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 B D C D A E E B A C PAGE 25 PAGE 1 09:JKfg24gi %CDFijl$<IRTo !?@VCJ6CJ565CJ6CJ6CJ CJOJQJCJ CJCJT019:JKfg z(  x$  V  $ V 019:JKfg z(  0AN[n2gDjþ}zwt#s345s)cd            0  AB'D1- 0AN[n2gD  V "$$F}x$$Dj!@WX(Je f   /    V j   V j  V j!@WX(Jef2UklIt+CD[~{xuq+,#$fg)Ae6_`z3Kef.V]~'(IJdk12TUkl!$,/25=?ILM\5s+\_jmxz5689\]_`5CJCJ6CJCJmH CJ6\ef2Ukl     $   j f  j   j   j   V j  V j It+CD[\    V Fd@ nFFd@xx nF  V  j  + ![\6]CDe"\]_acegikmoruzupk  u  x  z  |  ~            TUvQRS_`(6]CDe"         V   V +DFeg"\]6EXcqt: = ^ c t!x! # # #&#J####$ $#$$$&&2&3&6&=&@&C&F&H&K&T&V&_&`&a&d&&&&&&&&&&@5@CJCJ6CJCJCJ 5OJQJCJ CJCJOJQJCJ 65Q"\]_acegikmorux{~ # #$  $ $$  V B ux{~ # # # #######$$$ $$$%%%&&2&3&_&`&a&&&&1'`'a'b'''|yvspmjgGJKRcd        ;  [\]        c  f  i  l  o  r' # # #######$$$l"$$F*x$$x$ $F "$$F0"(x&$Jx$$$  $$F0"(x& $ $$$%%%&&2&3&_&`&a&&&&1'`'a'b'''d j  d y j  + ! SW  V &&&&& '' '%'1'<'I'T'`'a'b'e'''''''''''' ( ( ((P(V(q(((((((((((())B)E)d)f))))))))))****+*,*-*3*4*6*7*8*:*û0JmH0J j0JUCJ5CJOJQJ CJOJQJOJQJ>*CJ>*@ 6>*@6@5CJ5@@H''' ( (((()d))))))))))*+*,*8*9*:*E*F*G*I*J*K*L*M*N*O*P*Q*R*T*  N %&"F&''' ( (((()d))))))))))*+*d & Fdd V  Wd d Bd y+*,*8*9*:*E*F*G*H*I*J*K*L*M*N*O*P*Q*R*S*T*hh&`#$:*;*A*B*C*D*E*S*T*50JCJOJQJmH0JCJOJQJj0JCJOJQJU# 0&P . A!S"S#S$S% [$@$NormalmHR`RTtulo 1$$V@& 5@ CJOJQJ8`8Ttulo 5$d@&5CJ6A@6Fonte parg. padroH>`HTtulo$V 5@ CJOJQJbS`bRecuo de corpo de texto 3$F; 6CJFJ`F Subttulo$V  CJOJQJPT`"PTexto em bloco$  6@ CJbC`2bRecuo de corpo de texto$  CJOJQJjR`BjRecuo de corpo de texto 2$SW @ CJOJQJ0)`Q0Nmero de pgina> `b>Rodap$ C"@ CJOJQJ T&    T&ZV&:*T*#(, De" #$'+*T* "$&'*+j[u'T*!%) !!,,-b$qMg1{/?˖b$aW AړE5b$}p,3HwDԗxi,b$oΩB%T!b$b+﹕ӻiR8vmR$ՠ:0eU@rtGb$)_˚Yh4b$+DHm2Bb$_T~ThΆcAdKb$˴OEadfF-tb$zEp/@3b$ p6(lb$p7^Gw'b$~j4 C*b$,jl69b$<̔G!s#'5b$o8͗HL^߫ @,0( hQ5 \  B S  ?T&SMBC:\Documents and Settings\user\Meus documentos\Provas\UFPB2003.doc gt S_' ^mW(7X9Feq^x/k^`ko(()k^`ko(()hh^h`.hh^h`o()^`5o()5o()FW(7X9S_' geq@&&&&T&@@GzTimes New Roman5Symbol3& zArial"1oTtTyC0&-I - LNGUA PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRASMSMOh+'0x  4 @ LX`hp.I - LNGUA PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRA.0 - SM M  Normal.dotPSMm2mMicrosoft Word 8.0S@^в@+[D@ Ey՜.+,D՜.+,\ hp|  SMC&  .I - LNGUA PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRA Ttulo 6> _PID_GUIDAN{8879837F-8A73-4512-8214-466408195956}  !"#$%&'()*+,-/012345689:;<=>@ABCDEFIRoot Entry FJUEK1Table.WordDocument%ZSummaryInformation(7DocumentSummaryInformation8?CompObjo  FDocumento do Microsoft Word MSWordDocWord.Document.89q