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Confesso que no sou perito nesta matria, mas acredito que a lgica pode nos ajudar a entender que investidor, no caso vertente, um indivduo nacional ou estrangeiro que, tendo seu capital em mo, pretende empreg-lo num determinado negcio fora ou dentro do seu pas que lhe pode gerar lucros a curto, mdio ou longo prazos. Falando concretamente dos farmeiros brancos oriundos do Zimbabwe, importa aqui, corajosamente, declarar que este assunto s est a ser altamente mediatizado, procurando-se inclusivamente encontrar os eventuais culpados que no sejam eles prprios na sua falncia, porque toca um tipo de gente que neste mundo no se toca de qualquer maneira - os brancos. No querendo parecer racista, alguns de ns moambicanos, devido a colonizao de que fomos vtimas durante longos sculos, continuamos a acreditar na nossa inferioridade perante pessoas de cor/raa branca. Eu tenho muita certeza que na provncia de Manica e um pouco por todo o pas, os farmeiros brancos zimbabweanos no so os primeiros investidores a falirem. Vrios empreendimentos de grande vulto pertencentes a cidados nacionais j faliram neste pas e nesta provncia e todos ns somos testemunhas disso. Por m gesto ou no, ningum j veio a pblico com tanta preocupao como vem agora, para falar dos farmeiros brancos zimbabweanos. Na prpria provncia de Manica existem farmeiros negros que tambm viram os seus empreendimentos a falir. A falncia no discrimina e atinge todos quantos mostrem fraqueza para resistir aos desafios do mercado, aos imperativos fiscais e a outros condicionalismos conjunturais, sem distino da cor da pele, do pas de origem, da raa, da origem social e de seja quais forem outros motivos. No processo de produo e competitividade como este em que nos encontramos, tudo possvel acontecer no seio dos empreendedores, sejam eles nacionais ou estrangeiros. Sendo um processo dinmico, enquanto alguns caem, outros levantam e isto temos vindo a assistir com reiterada frequncia aqui em Manica. Enquanto vrias empresas tombam em razo da presso do mercado, outras nascem e ainda outras procuram reerguer-se da falncia. At empreendimentos que funcionavam com apoio de fundos pblicos, j caram e disso resultou igualmente num mar de desempregados. Faliu, por exemplo, a citrinos de Manica e uma srie de farmas pertencentes a agricultores comerciais nacionais nesta provncia. No precisamos aqui de indicar nomes, porque esta questo tem barba branca e do domnio geral. Todos ns estamos recordados de que antes de os farmeiros zimbabweanos chegarem, empreendimentos faliram. Actualmente esto a falir e vo continuar a decair no somente por m gesto que tambm no devemos negar, mas devido igualmente a situao estrutural e a conjuntura actual global de negcios no pas. Porque esses empreendimentos pertencem a investidores nacionais, pouco ou quase nada se fala sobre eles, como est acontecendo agora relativamente aos agricultores comerciais provenientes do Zimbabwe. Todo o mundo est preocupado no simplesmente pela alegada falncia, mas pelo facto de que quem faliu, so indivduos que, na nossa ptica, sendo brancos, so automaticamente bons gestores e, por isso, no podem falir. JOGO ABERTO Maputo, Sbado, 9 de Dezembro de 2006:: Notcias Quando os farmeiros brancos zimbabweanos foram forados a abandonar as suas terras na sequncia da reforma agrria desencadeada pelo presidente Robert Mugabe viram-se na obrigao de procurar alternativas para continuarem a produzir e, desta forma, garantir a subsistncia das suas famlias e prosseguir com as actividades peculiares. Vieram a Moambique, contactaram as autoridades locais e foram informados de todos os procedimentos inerentes ao investimento neste pas. Foram dados a conhecer das leis que regulam o investimento estrangeiro no pas, a poltica fiscal e aduaneira, as leis comerciais e toda uma gama de dispositivos legais em vigor no pas, para atender este sector especfico. No lhes foi escondido absolutamente nada. O jogo foi aberto. Foi-lhes informado que no existem em Moambique instituies bancrias que financiam a agricultura, a ttulo de crdito, como acontece no Zimbabwe. Inclusivamente, foram advertidos de que uma das condies para o investimento neste pas ter capital prprio e que o Governo no tem dinheiro para distribuir por todos quantos pretendam investir aqui. VCTOR MACHIRICA MONTE BINGA: Farmeiros em Manica (3) Querem transformar Moambique em Zimbabwe, transferir a confuso e o retrocesso que instalaram l para aqui. J no temos tempo para falar e pensar sobre ns mesmos e de outras coisas relevantes que nos interessam e que nos podem trazer solues para a extrema pobreza e os problemas que enfrentamos no nosso dia-a-dia. Querem tentar desviar e distrair as atenes do Governo, ocupando o seu precioso tempo com coisas suprfluas. Maputo, Quinta-Feira, 14 de Dezembro de 2006:: Notcias Da provncia at a capital do pas, s se fala de farmeiros zimbabweanos. Se acham que tudo aqui anda mal, por que no regressam ao Zimbabwe ou no escolhem outro pas melhor para l investirem? A terem que retornar procedncia, quanto mais cedo melhor. Essas pessoas que comeam, to cedo, a cometer uma srie de confuses, rolando as nossas cabeas procurando intrometer-se na nossa ordem constitucional, exigindo o que no podemos e no existe, amanh, depois de maduras e bem enraizadas, podem-nos fazer correr o mesmo risco que hoje Zimbabwe corre. Ser que Robert Mugabe e Zimbabwe esto totalmente errados sobre o caso dos farmeiros? Nada de positivo se pode aproveitar na deciso do Governo de Harare que nos possa servir como experincia na tomada das nossas decises no futuro sobre este grupo social? Temos dificuldades, mas no podemos procurar solues para os nossos problemas a qualquer preo. Temos que ser vigilantes e atentos s artimanhas dos nossos "colonizadores" seculares, porque eles s mudam de tctica mas no desistem. Esses que comeam enquanto tenros a complicar com todo um sistema, a pr em causa nomes de pessoas srias, de instituies de um pas soberano e independente, o que havemos de perder deles se regressarem procedncia? No prprio Zimbabwe onde nasceram e viveram, no se entenderam, ns que queremos ser os santos deste universo? Depois no digam que no vos avisei, pois nessa altura provavelmente terei regressado ao p de onde fui tomado. Devo aproveitar esta oportunidade para recordar que no ano de 2003, neste mesmo espao, apareci em pblico a repudiar aquilo que considerei de "excessivas cedncias" do Executivo provincial de ento, s exigncias dos farmeiros brancos de origem zimbabweana que reivindicavam um tratamento privilegiado e diferenciado em todos os aspectos, comparativamente aos agricultores comerciais ou cidados nacionais e perante as leis moambicanas. Num encontro realizado na chamada "zona industrial", nas instalaes da empresa Tabacos de Manica, hoje DIMON, os farmeiros exigiram ao governador de ento, uma srie de privilgios que partiam desde isenes nas reas fiscal e aduaneira, at a livre circulao nas rodovias nacionais, reduo de taxas de energia, apropriao consentida (?) pelo Governo, de terras dos camponeses (como um deles acabou fazendo em Zembe, sem ao menos indemnizar os lesados), expulso de camponeses no interior ou nas redondezas das suas farmas, maus tratos e pagamento de salrios abaixo do recomendado aos seus trabalhadores, alegadamente por estarem em perodo de fixao, etc. Os farmeiros exigiram, por exemplo, que a EDM "inventasse" uma tarifa especial para atender excepcionalmente os seus empreendimentos no campo, j que consideravam os actuais custos de energia bastante elevados e, consequentemente, insustentveis para os seus projectos. Queriam, desta forma, que o Governo subsidiasse a energia a seu favor, o que a ser aceite equivalia a dizer que, pelo mesmo consumo, eles tinham que pagar menos em relao aos consumidores nacionais. No campo fiscal e aduaneiro, exigiram iseno de impostos e das taxas aduaneiras cobradas na importao de insumos e equipamentos ou, se isso no fosse possvel, uma tarifa especial que deveria ser relativamente inferior a aplicada a outro tipo de importadores nacionais e estrangeiros (...). Interveno da Polcia Maputo, Quinta-Feira, 14 de Dezembro de 2006:: Notcias Na Polcia de Trnsito pediram que fossem cedidos livre-trnsito nos "rod block" montados pelos fiscais da corporao nas estradas. Quer dizer, bastava um membro da Polcia de Trnsito ver a aproximar uma viatura com matrcula zimbabweana e com os seus ocupantes de raa/cor branca, tinha que os deixar passar, mesmo se a viatura tivesse problemas mecnicos ou de outra natureza e que isso pudesse justificar a interveno da Polcia por representar perigo, incluindo para eles prprios. Mesmo circulando no perodo nocturno, sem iluminao ou outros dispositivos de segurana, segundo pediram, a viatura ou tractor, bastando ser sua propriedade, tinham que ser permitidos circular impunemente nas estradas, alegadamente por serem meios e equipamentos de trabalho agrcola cujas avarias muitas vezes acontecem no campo, onde no h oficinas para reparaes em tempo oportuno. VCTOR MACHIRICA MONTE BINGA : Farmeiros em Manica (4) ANALISADAS essas exigncias podemos deduzir que os fazendeiros zimbabweanos o que na verdade querem neste pas, no apenas a agricultura mas sim algo mais profundo, incluindo recuperar o privilgio e tratamento VIP que lhes foi habituado no Zimbabwe. Uma minoria dona de tudo que melhor, dos dinheiros, das melhores oportunidades de vida e das melhores terras em detrimento de uma maioria negra que s serve de sua mo-de-obra barata. Maputo, Sexta-Feira, 15 de Dezembro de 2006:: Notcias Como se pode depreender bastou sarem do Zimbabwe, o pas caiu. A sua moeda desvaloriza-se de forma gritante. Se eles no fossem os nicos detentores de terras arveis e da economia do pas e se cedo o Zimbabwe tivesse adoptado uma poltica de "empoderamento" dos seus compatriotas negros, naturalmente que a queda a registar-se no seria das dimenses que hoje assistimos e que, paradoxalmente, lhes orgulha. Feliz ou infelizmente, os farmeiros viram muitas das suas exigncias satisfeitas e acomodadas pelo governo da poca, em Manica, apesar da resistncia que, ns como jornalistas. tivemos a sorte de testemunhar, imposta por alguns funcionrios, destacando os casos louvveis das Alfndegas, da Polcia de Trnsito e da Electricidade de Moambique que no vergaram perante a tendncia dos que tudo diziam: "sim senhor", aparentemente sem ter a dimenso das eventuais futuras consequncias das cedncias. Sob a capa de promoo de investimento estrangeiro, muitas "facilidades" foram criadas mas para no sermos demagogos, reiteramos aqui que o "pacto" alcanado entre determinados dirigentes de ento e os farmeiros, no pode e nem deve virar regra e muito menos substituir as leis e regulamentos nacionais. So "acordos" de indivduos para indivduos, conforme os interesses de cada momento, pelo que atingem a obsolescncia quando os cenrios e pessoas mudam. O pas precisa realmente do investimento estrangeiro, disso no temos dvidas e at defendemos, mas no deve s-lo em troca da ordem legal estabelecida. Os investidores que apostam em explorar oportunidades de negcios em Moambique devem faz-lo sim, mas obedecendo as nossas leis e no cada um maneira do pas de onde originrio. Como se justificaria que um farmeiro, por ser estrangeiro, tenha que pagar menos pelo mesmo consumo de energia elctrica, comparativamente a um farmeiro moambicano, regra geral, negro? Como se justificaria que um membro da Polcia de Trnsito fosse obrigado a deixar passar livremente o farmeiro num controlo, com irregularidade vista, s porque investidor estrangeiro? COMPLEXO DE SUPERIORIDADE Maputo, Sexta-Feira, 15 de Dezembro de 2006:: Notcias Isto no seria complexo de superioridade desses farmeiros em relao aos cidados, leis e instituies nacionais? No seria isso pedir demais? Que tal se admitssemos tratar-se de um complexo de superioridade resultante da sua pele? Seria isso considerado racismo? possvel fazer isso na Gr-Bretanha ou no prprio Zimbabwe? Quando me "insurgi" naquele tempo, para aqueles que acham que calar constitui respeito aos dirigentes, pareceu que eu estava contra as partes envolvidas no "pacto". Foi tecido um quadro negativo contra a minha interveno e, por inerncia, a minha pessoa, por ter tido a ousadia e a coragem de denunciar publicamente essas "excessivas cedncias" que, no meu entender, abririam espao para que os estrangeiros se interferissem nos assuntos internos e desrespeitassem as leis e instituies do nosso pas livre, soberano e independente. Diz-se que o tempo juiz de tudo. Hoje, volvidos cerca de trs anos, eis que as cedncias de ento, que se assentavam na alegada "necessidade imperiosa de facilitar o investimento", esto hoje a tirar sono ao actual Executivo provincial, concorrendo para denegrir a boa imagem dos dignos patriotas que directa ou indirectamente esto ligadas ao assunto, atravs de interminveis acusaes e crticas infundadas contra alguns dos seus dirigentes. Aqui tenho orgulho de dizer que quando as condies o exigem tenho sido profeta. Profetizei e aconteceu, como j o fiz para vrios casos e neste mesmo espao. Previ que o Governo e os farmeiros haviam de terminar mal e entrariam algum dia em rota de coliso. Hoje estamos a ver, com os mesmos olhos de 2003, a ouvir com os mesmos ouvidos de 2003 e a sentir com a mesma pele que cobria os nossos esqueletos e coraes em 2003, aquilo que tnhamos possibilidade de evitar. As sequelas daquelas cedncias que, na altura, as havia rotulado de antipatriticas e inaceitveis, podem hoje ver-se bem reflectidas no palavreado dos que hoje tm saudades do ano de 2003 e das suas figuras, como se as amizades algum dia poderiam tornar-se em lei. Seria oportuno aqui e agora recordar o sbio ditado popular que recomenda ser necessrio "matar a cobra enquanto pequena pois quando crescer pode-nos morder". Hoje, porque permitimos que se desenvolvesse no seio dos farmeiros brancos um falso direito e um falso privilgio, esto a morder-nos, usando a ns mesmos moambicanos como seu veneno. Vctor Machirica MONTE BINGA : Farmeiros em Manica (5) COMPATRIOTAS aparentemente ingnuos e mal informados sobre o "dossier" dos farmeiros brancos em Manica tem vindo a abordar o assunto de forma visivelmente distorcida, tendenciosa e negativista, fazendo transmitir a falsa sensao de que algum est contra algum ou est a dificultar alguma coisa para causar a falncia de empreendimentos desenhados, executados e financiados por aqueles zimbabweanos de origem britnica. Maputo, Sbado, 16 de Dezembro de 2006:: Notcias Na verdade, a m gesto dos fazendeiros zimbabweanos em Manica pode ser provada com a+b. No inveno de ningum. Ha muitos casos concretos deste fenmeno entre os farmeiros, que entretanto ns, como que para tentar proteger a honra daqueles, preferimos encontrar culpados entre os moambicanos. Ha casos comprovados de burla entre eles que causaram falncia e cuja gravidade levou a que se processassem em tribunal. Ha dvidas sobre dvidas entre os fazendeiros e, na impossibilidade de sald-las, se foram driblando uns aos outros, acabando se queixando ao tribunal. Ha inmeros processos criminais ou no envolvendo os aludidos farmeiros. No nenhum moambicano que propiciou este cenrio. Eles prprios o causaram e sabem muito bem disso. O que provavelmente estar a acontecer no serem sinceros perante os seus defensores, porque entendo que para que se possa ser melhor advogado num determinado caso tem de conhecer os labirintos deste mesmo caso e o nvel de envolvimento do seu constituinte. Estes so alguns dos vrios exemplos de m gesto que naturalmente teriam que pesar sobre os supostos investimentos dos fazendeiros brancos em Manica. Existem outros tantos envolvendo pessoas com nomes e localizveis que entretanto no importa aqui revelar porque seria despir aqueles que outrora considervamos nossos potenciais parceiros. Ha provas de sobra que demonstram de forma eloquente a propalada m gesto. Vieram aqui sem dinheiro suficiente numa espcie de refugiados e com esquemas de intreajuda, tendo neste esprito que sempre caracterizou o relacionamento entre os "brancos" se ajudando mutuamente. O negcio terminou em burlas, roubos e outras desavenas. Outros ha que esto regressando ao Zimbabwe, fugindo dessas dvidas e de outros conflitos resultantes de m gesto. Portanto esta uma daquelas histrias mal contadas que, por parecer convincente, sobretudo para os que no conhecem o "dossier", procura assumir-se como um caso real e preocupante. um falso problema que apenas est a ganhar a dimenso que ganhou por envolver pessoas historicamente protegidas. Interesseiros no faltam aqui (...). Enquanto o Governo de Manica insiste dizendo ser um falso problema atravs do qual os interessados pretendem colher dividendos, outros porm, esto convictos de que os farmeiros tm absoluta razo, da a sua determinao em no poupar esforos para apoi-los de forma a obrigar a que Moambique ceda, altere a legislao vigente e a adeque a legislao zimbabweana pura e simplesmente para acomodar os interesses e o investimento agrcola daqueles farmeiros. Vctor Machirica MONTE BINGA - Farmeiros em Manica (Concl.) E ISTO no s difcil como que, a ser possvel, representaria um fracasso total do conceito da soberania que definimos e diluiria o sentido da nossa independncia conquistada com sangue e sacrifcio. Trinta e um anos depois da independncia do jugo colonial portugus, voltarmos a viver sob leis impostas por estrangeiros? Ser mesmo que, trs dcadas depois, os moambicanos ainda no tem capacidade para se autogovernarem e traarem o seu prprio destino? Maputo, Segunda-Feira, 18 de Dezembro de 2006:: Notcias As exigncias dos fazendeiros zimbabweanos representam, quanto a mim, uma clara tentativa de ingerncia nos assuntos internos de Moambique. Um certo ditado diz que "em Roma faa como romano" mas no caso vertente, os farmeiros zimbabweanos querem que em Moambique faam como Zimbabwe. Se eles aceitaram investir em Moambique, que se adequem s leis de Moambique que esto sua disposio. E isto comum em todos os pases do mundo. Quer investir em Qunia tem de faz-lo com base nas leis e regulamentos quenianos e o mesmo se repete para frica do Sul, Estados Unidos da Amrica, Frana, Inglaterra, Japo, etc. No possvel que algum v Inglaterra e l exija que as leis mudem para acomodar os seus interesses. Os zimbabweanos no devem impor suas leis em Moambique. Estando em Moambique, os zimbabweanos devem, isso sim, submeter-se s leis moambicanas, agradem ou no a eles. Porque se fosse assim teramos que revogar as nossas leis medida que vo aparecendo indivduos de outras naes onde vigoram outras caractersticas de lei. Vem um sueco em Moambique, vamos alterar as leis para agradar ao sueco, se vem um ingls, alteramos as leis para agradar os ingleses. Que nao seria esta? Por exemplo, a "Shoprite" uma empresa de origem sul-africana e est a desenvolver os seus negcios com base nas regras e leis moambicanas. Se um dia vir a falir porque perdeu mercado ou porque geriu mal o empreendimento, vai culpar o Governo moambicano por isso? Eu acho que no! Os que procuram problematizar a questo da falncia dos farmeiros brancos em Manica so em parte como me quer parecer, aqueles que julgam que tudo que for opinio de branco incontestvel e tem de ser incondicionalmente aceite porque ele um ser humano superior e que sem ele os africanos no podem crescer e prosperar nas suas iniciativas e agendas. So consequncias do colonialismo e temos que aceitar. Para que os africanos desmarquem de uma vez por todas esse complexo de inferioridade que sofrem em relao a pessoas de cor branca, levar o seu tempo. Temos que esperar dcadas e sculos para que comecemos a nos sentir donos de ns mesmos. O afro-pessimismo tem vindo a ofuscar a viso dos africanos na conduo do seu prprio destino. Temos que ser srios e patriotas na abordagem de assuntos desta natureza e complexidade. Sem nos apercebermos, podemos, e muitas vezes sem inteno, estar a levantar problema onde no existe e a desferir golpe contra inocentes, perante a assistncia dos prprios culpados. Imaginem moambicanos a se baterem por um problema que provavelmente at nem existe perante o olhar divertido de quem o promove. Que tristeza! No sejamos usados por estrangeiros para complicarmos a ns mesmos. Discernimento, vigilncia e patriotismo devem, acima de tudo, nos conduzir na abordagem de assuntos to melindrosos como esses. Vctor Machirica ' D G Q S P]" .+ͺͧͺͧ~kXEX6h4h*B* mHphL!sH%h4h*B*CJaJmHphsH%h4h*B*CJaJmHphvvvsH%h4h*B* CJaJmHphL!sHh4h*CJmHsHh4h&CJmHsHh4h&Y1B* mHphL!sH%h4h&Y1B* CJ aJ mHphL!sH%h4h&Y1B*CJaJmHphsH%h4h&Y1B*CJaJmHphvvvsH%h4h&Y1B* CJaJmHphL!sHh4h&Y1CJmHsH' Q S P]"% ?!)"#%3( *.+F+++i-..gd\.+F+r+u+++..&/@9[9B$CDDDDEຫ}jWDW1%h4hSB* CJ aJ mHphL!sH%h4hSB*CJaJmHphsH%h4hSB*CJaJmHphvvvsH%h4hSB* CJaJmHphL!sHh4hSCJmHsH#h4h5B* \mHphL!sHh4hB* mHphL!sHh4h*B* mHphL!sH%h4h*B* CJ aJ mHphL!sH%h4h*B*CJaJmHphsH%h4h*B*CJaJmHphvvvsHh4h*CJmHsH..&/*/01124y67@9[999:<>@ABBB$CDDE*FgdS & Fgdgdgd*FGHJLRMO5OFOGOsOvOBQ|Q~QRST7VSWX?@BDREG5GFGGGsGvGBI|I~IJKL7NSOP?@BDREG5GFGGGsGvGBI|I~IJKL7NSOP=t=v===*>,>>>;?=?y??~AADBFBBBCCCChEnEEFFFFFGG5G;GQJh> QJh>:AQt?s cJ?Q=` ~ gJ1&Y1Y1<25252b2hb2f3j3Tu3x34W4g45 55`)51n5r5z56:6B6e6j6x6C7VJ7S7n7 $8)i8n8*9sl9::#(:Yr:;C%; /;'-<O=,=8C=o=+>]>g>^??3?=5?>?@h@6@QY@:@1 AOvA%[BBrBCC06C6CwCRZD_DmDoEU!E#EF7,F3F7F]FcFGLG OGlG$HU*H;H~HI1I+'IJ*Jy JCeJeJQKmL")L0L)ML~LoM3MRMnMyMQNNO=NoN OmO8'O3ODOZOU[O`O\hPOQQs!Q,Q/Qv4Q&GQbQ}QTR AR%FRS26S:SISl^S4kSQTbT7Uc=U_U|aUVIVZUVVV9}VWWWJW\UW6X XX3PXVX_XfbX)YOVY1Z`7ZQZ[Z{ZB [IF[H[L[U\@\o\-]@'^ 5^'A^Nc^^__2%_/_6_f|_7`i`{`b=aLAa$OaQaUa]akjab*b/b|LbhbWckcI"c[cf|c db/dodBe&e8e`e7ce ff#f.f 1fNfz^femfhh>h7&h4hH:hXLPR }]Sj8=9h|? )c] 0;;fb &o| -$<DRw9i'Dt$Fh7_X[abz<)^1%u(ac| X00OUfhtc<RFnu*,@O+pfBK\dex ?-. 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