ࡱ> >@;<=#`Z6bjbjmm1v- 8X T|,\ *z(******$h=vNNc((P ̕S <y0 NN||| ||| $  Brincadeiras de Ontem HYPERLINK \l "process1" \o "Click here!"Brincadeiras de Ontem - Carlos Alberto Almeida MarquesHYPERLINK \l "process2" \o "Click here!"menumark   Carlos Alberto Almeida Marques Brincadeiras de Ontem Edio Especial para Download Grtis pela Internet Juazeiro do Norte 2001 Endereo do Autor: Rua Dr. Jos Gonalves, 1781 Lagoa Nova 59056-570 NATAL RN Telefone: 0xx84.206.6272/231.0591 E-mail: artvicio@zaz.com.br DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS Verso para eBook eBooksBrasil  Dedicatria Aos meus pais, Zeca Marques e Maria Almeida, por terem sempre me liberado para todas as brincadeiras. s minhas crianas Carlos Alexandre, Aline e Luana. Em memria de meus irmos Vlter e Samuel, que foram brincar no cu. Agradecimentos minha esposa, Ozenir, pela empolgada divulgao prvia deste livro. Aos meus irmos Daniel e Jorge Luiz, pelo grande incentivo e pela valiosa ajuda nas lembranas das brincadeiras.  Sumrio HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Prefcio HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Apresentao HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Introduo HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"As brincadeiras HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Tringulo HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Futebol de Poeira HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Bandeirinha HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Bila HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Castanha HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Meia-Linha HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Empunhao HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Cobra-Cega HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Cinturo Queimado HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Cantigas e Brincadeiras de Roda HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Jogo de Boto HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Peteca HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Banho de Rio HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Baladeira HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Carrapeta HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Bola de Meia HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Caar Borboletas HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Troca de Revistas HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Patinete HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Colees HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Cinema HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Cowboy HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Roda HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Jogos de Mesa HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Emissora de Rdio HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Catar Besouro HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Circo HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Banho de Chuva HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Briga HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Corrida HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Macaca HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Salva Companheiro HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Bicheirinha HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Futebol de Prego HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Sinuca HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Esconde-esconde HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Comcio HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Concurso de Cuspe, de Mijo distncia e Pau melado de bosta HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Adivinhao HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Corrida de Carro HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Revlver HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Raia e Papagaio HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Nego de Cera HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Carrinho de P HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Guerra HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Tratorzinho HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Rdio-transmissor HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Badoque HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"Setinhas HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!" Glossrio HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"O Autor  Prefcio Ainda no existe (a no ser no mundo da fico) e jamais haver uma mquina do tempo capaz de nos transportar para passado com a fora e a rapidez que a leitura de um livro proporciona. Alis, algum j disse: quem l viaja no tempo. Isto uma grande verdade. Voltar ao passado, ao meu tempo de infncia, foi justamente o que experimentei ao ler os originais deste opsculo sobre brincadeiras de infncia/adolescncia escrito em boa hora por meu irmo Carlos Alberto, mais novo do que eu apenas dois anos. Das brincadeiras relatadas neste livrete eu participei praticamente de todas. Pena que durou to pouco, s agora eu sei. Quando se chega idade adulta precocemente, como foi o meu caso, que a gente lamenta ter sado to cedo da infncia e da adolescncia. E a, de nada adianta lamentar, pois, o passado, inexorvel como , sempre anda para trs e, quando por acaso volta, s o faz atravs do pensamento. Lendo este livro a gente percebe quanto Carlos Alberto tem razo, quando diz que a modernidade vem acabando com as brincadeiras das crianas. Realmente, muitas das brincadeiras salutares e agradveis de antigamente no combinam com a modernidade. Enquanto o lugar onde moramos no conhece o progresso, as brincadeiras disponveis e utilizadas so em nmero muito grande. De fato, cidade pequena, sem ruas pavimentadas, com muitos terrenos baldios e pouca iluminao o lugar ideal para se praticar a maioria das brincadeiras descritas nesta obra de Carlos Alberto. fcil perceber que ruas asfaltadas e movimentadas no oferecem condies para se brincar, por exemplo, de carrapeta, de tringulo, de bila de buraco, etc.; ruas claras, bem iluminadas, so igualmente desapropriadas para se brincar, por exemplo, de esconde-esconde ou do famigerado pau melado de bosta; caladas de ladrilhos no prestam para se brincar com castanhas de caju, uma excelente brincadeira (ou jogo?) na qual se podia at ganhar umas moedas, porquanto ela s pode ser praticada em calada de cimento liso; e em ruas com prdios altos e atravessadas por cabos eltricos e telefnicos fica difcil soltar pipa ou brincar de raia, como se dizia no passado. Em Juazeiro do Norte o progresso j chegou e exatamente por essa razo que raro se encontrar crianas brincando das brincadeiras to comuns nas dcadas de 50 e 60, quando a cidade no contava com os benefcios da vida moderna, como a energia eltrica de Paulo Afonso que provocou em nossa cidade o advento dos brinquedos eletrnicos, e tambm da televiso, videogame, videocassete, enfim, essas coisas modernas e modernosas que a gente no sabe ao certo se delas usufrui ou padece. Eu j estou mais ou menos adaptado vida moderna, mas se pudesse nem que fosse por pouco tempo voltar ao meu tempo de infncia, no vacilaria um segundo sequer, pois, aquele sim, que era, realmente, um tempo bom. A gente era feliz e no sabia, para repetir uma expresso to repisada. Ningum conhecia, naquele tempo, o que era violncia, drogas, pornografia. claro que essas coisas existem h bastante tempo, mas nos anos 50 e 60 a dimenso era insignificante, nada que se compare poca atual. Com a publicao deste livro, Carlos Alberto, hoje engenheiro, casado, pai e av, presta um significativo servio s geraes dos anos dourados e seguinte, a dos anos rebeldes, ao resgatar brincadeiras que a modernidade implacavelmente vem afastando da meninada, e o pior, conduzido-as ao esquecimento. Ento, relembr-las atravs deste trabalho primoroso proporciona um excelente exerccio de memria, um verdadeiro mergulho num fascinante e inesquecvel mundo de fantasias, o mundo ldico inerente vida de toda criana, independentemente de sua condio social ou econmica. Se voc, amigo leitor, foi criana um dia, parabns. Pegue carona aqui, vista sua cala curta (hoje se chama bermuda), relaxe, esquea todo e qualquer problema, deixe-se invadir pela emoo de voltar ao passado, transforme-se novamente numa criana, a criana que voc foi ontem, junte-se aos seus companheiros, escolha a brincadeira e vamos todos brincar que ainda tempo. E como este um livro de brincadeiras, deixe sua imaginao fluir vontade. Daniel Walker  Apresentao A idia de escrever este livro surgiu no final de 1984, quando dei de presente ao meu filho Carlos Alexandre, ento com 10 anos, um brinquedo eletrnico chamado Atari, que utilizava o aparelho de televiso como complemento e era uma verdadeira coqueluche na poca. Morando sempre em zonas urbanas de capitais, senti que meu filho jamais iria ter os tipos de brincadeiras que eu tive quando menino. Ele iria ser criado sob a influncia da informtica e da recm iniciada revoluo dos jogos eletrnicos, que consolidava a televiso como o instrumento determinante maior do novo modo de brincar das crianas. Ento pensei em escrever um pequeno resumo das brincadeiras de minha infncia e adolescncia em Juazeiro do Norte, pretendendo que meu filho pelo menos as conhecesse atravs da leitura. De incio, deparei-me com algumas pequenas dificuldades. Eu tinha que descrever as brincadeiras com a maior clareza possvel e com bastante simplicidade. A narrativa tinha que ser tcnica e detalhada, na explicao das regras e dos objetivos das brincadeiras, e ao mesmo tempo leve e agradvel, para despertar o interesse na leitura por uma criana. Alm do mais, estava morando em uma capital, longe dos locais das brincadeiras e, devido o longo tempo j passado desde a minha infncia, alguns de seus detalhes e caractersticas me fugiam da memria. De qualquer forma iniciei o livro e interrompi a escrita em pouco tempo, tendo na poca esboado apenas a descrio de umas poucas brincadeiras. S agora, passados dezesseis anos, com meu filho j adulto, tendo j me dado uma netinha, foi que decidi a qualquer custo concluir o trabalho, com a inteno de deixar registrado pelo menos uma parte das minhas atividades naquele tempo de infncia e adolescncia. Ao descrever as brincadeiras, tive a mesma satisfao ao lembrar os antigos amigos, principalmente aqueles engraados ou exticos. Muitos so citados nominalmente e no so do conhecimento dos leitores que no foram da Pracinha ou do meu tempo. No entanto, acredito que personagens semelhantes fazem parte da infncia de todos. Esqueci que no sou escritor e preocupei-me apenas em ativar a memria e relembrar vrias passagens, o que se tornou para mim uma nostlgica, porm agradvel viagem a um belo tempo passado. bem verdade que ainda hoje podemos ver nas periferias das cidades, onde existem terrenos baldios e ruas no caladas, meninos brincando de algumas daquelas brincadeiras. Mesmo assim preferi fazer a narrativa empregando os verbos no tempo passado, tentando, talvez inconscientemente, reforar a sensao de que aquela realidade (do meu tempo) no mais existe. Carlos Alberto Almeida Marques  Introduo Havia algumas caractersticas comuns maioria das brincadeiras naquele tempo longnquo em Juazeiro do Norte, quando o progresso estava apenas chegando. As brincadeiras eram praticadas em quadras ou terrenos baldios, em ruas no caladas e em locais sem iluminao. Estas peculiaridades eram comuns na poca, uma vez que existiam na cidade muitas reas abertas, poucas ruas caladas e a chamada luz de Paulo Afonso, recm chegada, s beneficiava umas poucas ruas privilegiadas. Nesse tempo, dvamos a maior prioridade s brincadeiras, vestamos cala curta, calvamos alpercatas e sandlias de rabicho (depois apareceram as sandlias japonesas) e tornvamo-nos rapazes quando pedrvamos e quebrvamos o cabresto, expresses estas que denotavam nossas alteraes fisiolgicas ntimas. Brincvamos sempre descalos e na maioria das vezes de calo, sem camisa, como dizamos, nus da cintura pra cima. Os dias e horrios eram naturalmente definidos: de segunda a sexta-feira inicivamos as brincadeiras a partir das cinco horas da tarde, aps a volta da escola, com um pequeno intervalo para o jantar, e prosseguamos at s nove horas da noite, no mximo. Nos sbados, domingos e feriados era o dia todo. Brincvamos muito, mas muito mesmo, sem, contudo, atrapalhar os estudos. O dia parecia ser mais longo e permitia a quem quisesse, estudar, brincar e at ajudar em algumas tarefas caseiras. O horrio de recreio das escolas, normalmente meia hora, era tambm aproveitado para brincar de bila ou de trocar figurinhas. claro que havia alguns meninos, os alunos relaxados, que viviam atrasados nos estudos, mas os motivos eram outros. Brincadeiras e jogos, ainda hoje difcil caracterizar o que era uma coisa ou outra. Poderamos definir que os jogos eram as brincadeiras em que existiam competio e um vencedor, ou vrios. Mas isso no era o importante. Afinal de contas, o objetivo final era um s, diverso sadia. O jogo tem necessariamente regras, enquanto que a brincadeira pode ou no ter regras. Algumas brincadeiras eram sazonais e estavam relacionadas diretamente com a estao do ano ou com as frias escolares. As tpicas de inverno eram banho de chuva nas caladas, aproveitando a abundncia da gua que jorrava das bicas dos telhados das casas, tringulo, banho de rio, caar borboleta (era impressionante a grande quantidade e variedade de borboletas que existiam na poca), fazer bonecos de barro e outras. No vero, durante a safra de caju, era jogo de castanha nas caladas de cimento liso. Inmeras eram permanentes, como futebol de poeira, bandeirinha, corrida. Outras s eram praticadas noite, como esconde-esconde, cobra-cega, cinturo-queimado, cowboy. Devido s poucas opes de brinquedos industrializados existentes no comrcio da cidade e, principalmente, ao baixo poder aquisitivo dos nossos pais, ns mesmos com alguma competncia construamos os nossos brinquedos. Naquele tempo recebamos presente dos pais apenas no nosso aniversrio, no Natal ou quando o nosso pai chegava de uma longa viagem. Por isso, se quisssemos brincar, fazamos caminhes de madeira, revlveres, cartucheiras, petecas, bolas de meia, patinetes, traves de jogo de boto, aviesinhos de cambo de milho e de flandres, raias, papagaios, badoques e muitos outros. Com a pavimentao das ruas e o ajardinamento das praas, surgiram os Comissrios de Menores. Eram senhores temidos, implicantes, cuja funo, segundo nosso modo de interpretar, era impedir de brincarmos. Os comissrios eram uma verdadeira praga em nossas vidas. Surgiam do nada para atrapalhar nossas brincadeiras. No podamos brincar de bola, entrar nos jardins das praas, nem subir em rvores. Nos cinemas, implicavam com a brincadeira de troca de revistas (que eles consideravam um comrcio), apreendendo as consideradas proibidas... um fato indiscutvel que o calamento das ruas e a pavimentao das praas contriburam definitivamente para eliminar nossas brincadeiras e jogos, hoje limitados periferia das cidades de pequeno porte. Enquanto naquele tempo as brincadeiras eram bastante sociveis, havendo muito pouca discriminao, uma vez que praticamente todos tinham as mesmas opes, hoje apenas o pessoal da periferia que ainda pratica algumas dessas brincadeiras, mesmo assim bastante modificadas por imposio dos tempos modernos. Nas pginas seguintes so relembradas, sem o compromisso com a ordem cronolgica, algumas brincadeiras que foram uma constante na minha infncia. So tambm relembrados alguns amigos da poca e descritos alguns locais de Juazeiro antigo. possvel que mesmo com o esforo de memria exercido eu incorra em falha por omisso de algum detalhe. Peo a todos que lerem estes relatos que me corrijam quando este fato ocorrer. No escondo a pretenso de minha parte de que haja uma interao com os leitores, contemporneos meus ou no, no sentido de que cada um relembre suas prprias passagens e fatos da infncia, como tambm acrescentem mais detalhes sobre suas brincadeiras preferidas.  As Brincadeiras Eu daria tudo que eu tivesse Pra voltar aos dias de criana Eu no sei pra que que a gente cresce Se no sai da gente essa lembrana ... Eu igual a toda meninada Quantas travessuras eu fazia Jogos de botes pelas caladas Eu era feliz e (no) sabia (Extrado e adaptado da msica de Ataulfo Alves)  TRINGULO Tringulo era uma das brincadeiras tpicas de inverno. Para pratic-la eram necessrios dois jogadores e um terreno plano, molhado, mas no encharcado, sem grama ou qualquer tipo de vegetao rasteira. O nico dispositivo utilizado era um pedao de arame grosso, reto e rgido, de mais ou menos 20 centmetros de comprimento, com uma extremidade pontiaguda e outra com uma dobra circular. Este dispositivo era impropriamente denominado tringulo. Para iniciar o jogo era feito um risco no terreno com o tringulo. Os dois jogadores, um aps o outro, lanavam o tringulo no cho, tentando enfi-lo o mais prximo possvel do risco para ter direito a comear os lanamentos. O risco era desfeito e o vencedor da sada lanava sucessivamente o tringulo em distncias escolhidas a seu critrio e ia ligando os pontos dos furos, em linha reta, formando um polgono aberto. O terreno ligeiramente molhado facilitava a penetrao do tringulo e o traado das linhas retas. O objetivo era fechar o polgono, mantendo preso o outro jogador. Este tinha o direito de efetuar seus lanamentos sempre que o primeiro errasse, ou seja, quando no enfiasse o tringulo, ou no fizesse o furo dentro do polgono. O segundo jogador fazia seus furos sucessivos, tentando sair do cerco formado pelo primeiro. Quando conseguia sair, prosseguia com os lanamentos, tentando a seu modo contornar o traado do primeiro. O jogo seguia neste ritual, at que um deles conseguia fechar o seu contorno, o que ocorria quando era conseguido enfiar o tringulo em cima da linha. A dificuldade do jogo consistia em sair do cerco criado pelo adversrio. A tendncia era este objetivo ficar cada vez mais difcil. No final do jogo o cho ficava marcado com um desenho complexo. Os erros ocorriam quando o tringulo no penetrava no cho, penetrava pouco e caa por falta de sustentao, ou encontrava uma pedra enterrada. No existia um prmio fixado para o vencedor do jogo. Podia ser apenas satisfao do ego, por sentir-se o melhor, ou podia ser acertado previamente o que o perdedor deveria dar ao vencedor. Acertava-se comumente um brinquedo de pequeno valor. Nunca entendi a razo do nome do dispositivo de arame ser tambm tringulo. Na realidade o traado final no cho, resultante da prtica do jogo, tambm no era um tringulo e sim um polgono irregular. Talvez o nome tringulo, emprestado ao jogo, se devesse ao fato de ser esta a menor figura geomtrica que se poderia formar para ganhar o jogo logo no incio.  FUTEBOL DE POEIRA Era a mais popular das brincadeiras, praticada em qualquer poca do ano, em qualquer faixa de idade. As regras eram quase as mesmas do futebol profissional, sendo do conhecimento de todos. Existiam porm algumas caractersticas inerentes ao futebol de poeira praticado no tempo que falvamos ofissaide ("off side", impedimento), crner (escanteio), bater o fora (lateral), banho de cuia (chapu), rasteira (carrinho) e outros termos hoje em desuso. O campo era um terreno baldio, ou uma rea reservada para uma praa pblica, de preferncia plano, sem acidentes ou vegetao. No era marcado e os limites podiam ser alguns acidentes do terreno, caso existissem, tipo uma moita, um buraco, um fio de pedra, um muro, ou qualquer outro obstculo. No mximo se permitia marcar os quatro cantos, usando-se pedras ou varetas de pau. Em jogos mais importantes, em domingos ou feriados, por exemplo, ou em partidas com equipes de fora, era feita a marcao do campo e das reas com cal, p de carvo ou sulcos no terreno. As traves tambm eram duas pedras ou varetas de pau. A bola era de borracha. Na falta de uma dessa, era improvisada uma bola feita com bexiga de boi, obtida nos aougues. A bola de couro no servia porque desgastava rapidamente pelo atrito com a terra. S era usada quando o campo era gramado (fato rarssimo) e algum menino rico possua uma bola dessas. O nmero de jogadores de cada equipe dependia do tamanho do campo, mas em qualquer situao era desejado um nmero mnimo de seis participantes por equipe, sendo um goleiro, duas defesas e trs atacantes. Um dos times jogava com camisa e o outro sem. Todos jogavam descalos. Apenas os goleiros tinham o direito de jogar de camisa e at usar tornozeleira. No incio do jogo era feita no par ou mpar a escolha dos lados do campo, dos jogadores por equipe e da equipe que deveria bater o centro para iniciar o jogo. No tinha juiz; ganhavam-se as discusses sobre falta, gols, laterais, tudo na base do grito ou da presso da torcida. O gol tinha que ser bem marcado, para no deixar dvidas se a bola passou por cima da pedra (trave) ou se passou muito alto, de modo que o goleiro realmente no poderia alcan-la. Uma lembrana muito particular do futebol de areia foi a criao de uma equipe de futebol mirim, formada s com crianas na faixa dos dez aos doze anos, mais ou menos. Era um time com uma certa organizao, uma espcie de embrio de escolinha de futebol. Para fazer parte do time, o menino era submetido a uma seleo. Eu era o treinador e o goleiro.  BANDEIRINHA Em versatilidade, movimentao e emoo a bandeirinha era a brincadeira que mais se aproximava do jogo de futebol. Era disputada em uma rua larga, de preferncia no calada. A rua era dividida por uma linha perpendicular, feita por um risco de carvo ou gesso, se fosse calada; ou com um sulco no cho, se no o fosse. Os limites laterais eram as paredes das casas. A brincadeira era disputada por duas equipes, com o mesmo nmero de participantes, sendo recomendado o mnimo de seis para cada equipe. Para diferenciar, uma equipe ficava com camisa e a outra sem. O jogo era disputado obedecendo-se a regras bem definidas. As equipes posicionavam-se estrategicamente em cada lado do campo. Eram utilizadas duas bandeirinhas, normalmente duas camisas de participantes, colocadas no cho, dispostas simetricamente a uma certa distncia da linha divisria. Embora no fosse obrigatrio, era conveniente que cada equipe definisse os atacantes, que ficavam posicionados prximos linha divisria, e os defesas, prximos bandeirinha. Para marcar um ponto, o jogador de uma equipe devia transpor a linha divisria, sem pis-la, correr at a bandeirinha, apanh-la e traz-la para seu campo. Tudo isto tinha que ser feito sem ser tocado por nenhum adversrio, sob pena de ficar preso, isto , parado no local em que foi tocado. Para evitar ser preso o jogador devia correr, fazendo malabarismos com o corpo, visando desviar dos adversrios. Era o que chamvamos "dar um pitu", uma espcie de drible sem bola. Caso o jogador fosse tocado por um adversrio portando a bandeirinha, esta deveria ficar no mesmo lugar do jogador preso. O jogador permanecia parado at que viesse um companheiro de equipe para libert-lo, bastando to somente toc-lo. Ao mesmo tempo a bandeirinha podia ser carregada. O jogo terminava quando uma das equipes atingia determinado nmero de pontos, previamente acertado (em geral dez), ou quando uma equipe conseguia prender todos os adversrios. Um bom praticante de bandeirinha era aquele que corria muito, sabia "dar um pitu" e tinha senso de oportunismo, para saber a ocasio apropriada para invadir o campo adversrio.  BILA Esse jogo era praticado usando-se umas esferinhas de vidro, normalmente azuladas, conhecidas por bolas de gude e, impropriamente, por bilas. Tratava-se de um jogo bastante simples e de poucas regras, praticado por dois jogadores em um terreno seco, de preferncia plano. No terreno eram feitos trs buracos rasos alinhados e distanciados mais ou menos um metro e meio um do outro. Cada jogador usava uma bola de gude mestra e trs a cinco bolas de gude pees. O jogo consistia em cada jogador colocar as esferinhas do adversrio nos buracos, atravs de toques utilizando a bola de gude mestra. As jogadas eram alternadas, mas o jogador tinha direito a continuar o toque quando conseguia colocar uma bola de gude num buraco. Era permitido, ao invs de tentar colocar as bolas de gude do adversrio num buraco, afastar uma prpria que estivesse prximo deste, para dificultar a jogada do adversrio. Ganhava o jogo quem conseguisse colocar as trs bolas de gude nos buracos, sendo o prmio pela vitria as esferinhas do adversrio que foram colocadas nos buracos. Era exigido do praticante deste jogo uma boa habilidade manual. As esferinhas de vidro podiam ser substitudas por esferas de ao, pouco usadas por serem mais caras. Uma variao desse jogo era o jogo de bila, em que eram utilizados pequenos seixos redondos, substituindo as esferinhas de vidro. Nesse caso no existia um nmero fixo de bilas e o pagamento do prmio pela vitria era feito com notas de cigarro, que tinham um valor monetrio correspondente a cada marca.  CASTANHA Esta era uma brincadeira ou jogo prprio da poca da safra de caju. Era um dos poucos jogos de criana em que o prmio para o vencedor era dinheiro. Era jogado obrigatoriamente numa superfcie cimentada, lisa, plana, sem obstculos, como rachaduras, buracos, salincias. Normalmente era uma calada de rua. Para a sua prtica era necessrio um bancador, que colocava a prmio uma moeda, e no mximo trs disputantes, devido a pouca largura das caladas. O bancador sentava-se na calada com as pernas abertas. Entre as pernas colocava uma moeda em p, de quina, apoiada num montculo de areia. Os jogadores se posicionavam a uma distncia predefinida pelo bancador, que variava com o valor da moeda. Cada um lanava uma castanha de caju, atravs de impulso com o dedo maior de todos, visando derrubar a moeda. Quando um jogador acertava e derrubava a moeda ele a ganhava e o jogo era parado. O bancador ficava com as castanhas que passaram. Assim, quanto mais tempo a moeda demorasse a cair mais castanha ele ganhava. O bancador podia ainda colocar outra moeda a prmio ou ceder o lugar para outro. Devido simultaneidade dos lanamentos das castanhas pelos praticantes, comumente havia srias discusses na identificao de quem derrubou a moeda. A valia a palavra dos espectadores ou o poder de convencimento do jogador. O jogo era bastante simples, mas existiam algumas caractersticas. As castanhas mais adequadas eram as grandes, secas e achatadas. Estas facilitavam a pontaria. As castanhas verdes e pequenas rolavam, pulavam e mudavam de direo. S serviam para assar e comer. Era comum o bancador colocar um espantalho, chamado macaco, ao lado do montculo com a moeda, para dar azar aos jogadores. O macaco era um boneco feito com uma castanha grande, seca e achatada, chamada castelo. O formato deste castelo j se aproximava de um rosto de macaco. Nele eram feitos dois furos para servirem de olhos, um entalhe para servir de boca e colocado um trip de palitos de fsforo. Em alguns eram includas cabeleira e orelha. Este apavorante boneco podia at no dar o azar desejado pelo bancador, mas que sua presena incomodava e nos tirava a ateno, no tenho a menor dvida.  MEIA-LINHA A meia-linha era uma espcie de preliminar do futebol de poeira, sendo praticada enquanto era completado um nmero suficiente de jogadores para formar duas equipes. Para sua prtica eram necessrios apenas quatro participantes, sendo um goleiro e trs atacantes. Era usada apenas uma das traves e uma pequena rea do campo. O jogo servia tambm como treino e aquecimento. As regras eram muito simples e simulavam um ataque dentro da pequena rea. Os atacantes efetuavam os toques de bola, um para o outro, com o p ou a cabea, sem deixar a bola cair no cho. O terceiro a tocar a bola poderia chut-la para o gol. O placar ia at cinco, quando ento poderia haver um revezamento entre o goleiro e um atacante. Embora as regras fossem simples existiam algumas penalidades. Por exemplo, o jogador que tocasse com a mo a bola, ou deixasse a mesma cair no cho, saa e cedia o lugar a outro. O goleiro no podia sair da linha do gol. Tambm no eram permitidos chutes a gol com muita violncia.  EMPUNHAO O termo empunhao no existe no dicionrio Aurlio, mas seria o ato de empunhar, ou segurar pelo punho, o que no tinha nada a ver com a brincadeira. Na realidade, existindo ou no, o termo empunhao no designava propriamente uma brincadeira ou jogo, mas um grupo de atividades desafiadoras aleatrias, uma espcie de olimpada de faz de conta. Os desafios eram os mais diversos e visavam apenas mostrar quem era o mais corajoso, mais ousado, mais gil, ou seja, o melhor. Os mais comuns eram pulo distancia, subir em lugares altos ou em rvores, pular de uma certa altura em rios, atravessar um rio a nado ou mergulhando, passar de uma rvore para outra atravs dos galhos, correr at um ponto definido, e at mesmo entrar sozinho, noite, em uma casa abandonada, com fama de mal assombrada, ou no cemitrio. Tambm havia algumas empunhaes ligadas a determinadas ginsticas, tipo dar cambalhotas no ar, andar com as mos no cho e as pernas para cima, equilibrar-se com apenas uma mo no cho e os ps na parede. Eram todas brincadeiras sadias e no provocavam brigas, mas apenas uma ou outra discusso na avaliao do vencedor de determinado desafio. Os acidentes, porm, eram inevitveis e ocorriam com uma certa freqncia. Alguns desafios ocasionavam quedas de mau jeito ou arranhes, principalmente naqueles que no tinham muita habilidade e arriscavam-se mais, por no querer sair perdendo.  COBRA-CEGA Essa brincadeira tinha poucas regras e no existia nmero definido de participantes. Era necessrio apenas um local aberto, sem obstculos ou acidentes. Consistia numa gozao feita a um dos participantes, previamente selecionado. Um menino era escolhido por sorteio ou na base do par ou impar para ser a cobra-cega. O sorteado era posicionado no centro de uma roda formada pelos participantes, tinha seus olhos vendados com uma camisa ou uma tira de pano e recebia um pedao de pau. Em seguida era girado por quatro ou cinco voltas para que ficasse tonto e tivesse dificuldade de se locomover. A partir da iniciava-se a brincadeira. Cada um dos participantes se aproximava do cego, batia-lhe e empurrava-o. Este, a seu modo, tentava evitar a aproximao de qualquer um, defendendo-se com o pau. No era uma tarefa fcil, j que estando com olhos vendados no via ningum e ficava sem equilbrio. Ele tinha que estar atento, com os sentidos apurados para tentar bater com o pau no jogador que dele se aproximasse. O cego s vezes era habilidoso e ficava rodando o pau em todos os sentidos, dificultando a aproximao do agressor. Este ritual prosseguia, normalmente com o cego levando desvantagem. A malandragem existia por conta do cego, que s vezes conseguia ver um pouco atravs da venda, por ela ter sido mal colocada ou ter se afastado devido os movimentos. A brincadeira terminava quando o cego cansava.  CINTURO QUEIMADO A exemplo da cobra-cega, essa era tambm uma brincadeira agressiva, em que levava desvantagem, com certeza, quem fosse abobalhado. Depois de formada uma turma suficiente, com seis ou mais meninos, um deles era escolhido para esconder, sem ser visto, um cinturo em qualquer lugar no muito distante, podendo ser um buraco no cho, uma moita, embaixo de uma pedra, uma fresta de muro. Qualquer lugar servia, contanto que fosse difcil e original. Em seguida era dado o sinal para que todos comeassem a procurar o cinturo escondido. Para dificultar, esta brincadeira era praticada somente noite, de preferncia sem lua. Aps o sinal todos se espalhavam e rapidamente iniciavam a procura. Depois de um breve tempo, caso estivesse difcil achar o cinturo, o menino que o escondeu poderia ficar dando as dicas de "quente", se algum estivesse prximo, ou "frio", quando se afastava. Da talvez proviesse a denominao de cinturo-queimado, estado que ficaria este utenslio aps ter ficado quente e ter sido achado. O menino que achasse o cinturo tinha o direito de dar umas "cinturozadas" em qualquer um que estivesse participando, de preferncia nos que estivessem mais prximo. Era uma correria louca, cada um a seu modo tentando evitar ser agredido. Depois o cinturo era passado para outro e a brincadeira reiniciava. s vezes, algum engrossava, no obedecia regra bsica de no revidar e partia para a briga. Havia uma certa tenso durante a procura do cinturo. Voc tinha que estar muito atento para ach-lo por primeiro e para evitar ficar prximo a outro que o achasse. Afinal de contas ningum queria levar uma surra de outro menino. Devido a isso, alguns meninos recusavam-se a participar da brincadeira, por reconhecerem suas limitaes. Em princpio, a brincadeira terminava quando completava o rodzio ou iniciava uma briga.  CANTIGAS E BRINCADEIRAS DE RODA As Cantigas de Roda (Atirei o pau no ga t t..., Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar..., Trs, trs passaro...), as brincadeiras de passar o anel, pular corda e os contos de fada nos proporcionaram momentos divertidos em nossa verdadeira infncia. Todas essas brincadeiras eram praticadas junto com as meninas do bairro, sem nenhuma malcia, na nossa poca mais inocente. As brincadeiras de roda eram sempre comandadas por uma menina jeitosa, desinibida, s vezes mais velha que a gente. Normalmente era uma irm ou prima de algum de ns. Brincvamos sempre na rua, noite, enquanto as nossas mes ficavam conversando nas caladas. Tudo muito corretinho. Deixvamos de brincar quando amos crescendo, ficando rapazinhos, e j comevamos a olhar as meninas de uma maneira no mais to inocente.  JOGO DE BOTO O jogo de boto hoje denominado futebol de mesa, sendo muito praticado por adultos. Esse jogo evoluiu muito, principalmente no formato dos botes, deixou de ser popular e tornou-se elitista, existindo inclusive em vrias cidades brasileiras associaes que promovem campeonatos regulares e bastante concorridos. Agora, verdade seja dita, sem desmerecer o valor do futebol de mesa e sem nenhum saudosismo radical, o jogo de boto de antigamente era mais emocionante. As suas regras, muito semelhantes ao futebol de poeira, continuam praticamente as mesmas, mas as caractersticas e peculiaridades foram bastante modificadas. As caractersticas a que me refiro so os tipos de botes, o formato das traves, a bola, o goleiro e algumas outras. O jogo de boto podia ser praticado em qualquer superfcie lisa, como uma mesa de madeira ou de marmorito, ou at mesmo o cho liso da casa ou da calada. Em qualquer caso, fazamos a marcao do campo com giz ou gesso. As traves eram feitas por ns mesmos, com pedaos de madeira, de preferncia cedro. Para as redes usvamos pedaos de renda, de meias de seda ou de mosquiteiros. Uma trave bem feita ficava em perfeito esquadro, com a rede colada e esticada. Seu tamanho era tal que permitia apenas com muita dificuldade a passagem da bola por cima do goleiro ou pelas laterais. Isto tornava o gol mais difcil de ser feito. Cada um de ns tinha seu par de traves. Como normalmente existia diferena nas traves de um e de outro, antes do incio de uma partida era escolhido o par de traves a ser usado. Para conduzir os botes durante o jogo e bater os foras era utilizada uma palheta, que nada mais era que um vidro de relgio de bolso. O goleiro era uma atrao parte. Feito obrigatoriamente com uma caixa de fsforos de folha fina de madeira da marca Fiat Lux (o nico tipo existente no mercado). Dentro da caixa eram colocados pedaos de chumbo, para o goleiro ficar pesado e no cair quando receber a bola. Depois, era feito o uniforme do goleiro, revestindo a caixa de fsforos com papel cartolina. A partir da era aplicada toda uma criatividade, com a colocao do nome, emblema e cores do time. E interessante, no verso era colocado o nmero 1. Normalmente o nome do time era o mesmo de um clube que torcamos no Rio de Janeiro ou em So Paulo. Alguns goleiros ficavam realmente muito bonitos. A bola era uma tampinha de pasta de dente, com seu interior preenchido com cera de carnaba ou sabo. A melhor bola era a tampinha verde da pasta dental Kolipe. Os astros do jogo, como no poderiam deixar de ser, eram os botes. Com exceo dos beques, que podiam ser de plstico ou feitos de catemba de coco, eram todos de osso e diferentes entre si em tamanho e cor. Cada boto era personalizado e podia representar um jogador famoso da poca. s vezes eram pintados o nome e o nmero, este de acordo com sua posio em campo. Assim como os botes eram diferenciados, eram tambm personalizados: chegvamos a dizer que tal boto era bom no ataque, outro era melhor para bater falta, outro para conduzir a bola. Os botes, ou jogadores, mais valorizados eram os retirados de palits ou casacos velhos do nosso pai ou av. Um detalhe: os furos dos botes eram tambm preenchidos com cera de carnaba ou sabo. Os botes, bola e palhetas eram guardados em um estojo apropriado, cobertos de talco e enrolados em uma flanela. Antes de iniciar o jogo os jogadores eram um por um polidos e posicionados no campo. A partir da o jogo iniciava, propiciando aos competidores e aos torcedores toda a emoo de que falei no incio.  PETECA A peteca era uma das brincadeiras mais bonitas de se ver, muito praticada nas tardes de domingos e feriados, em terrenos baldios, bastante abertos e sem obstculos. Consistia na formao de uma grande roda por um nmero no definido de participantes, afastados entre si por uma certa distncia. Cada participante lanava a peteca para o alto, na maior altura possvel, atravs de impulso com a palma da mo. O membro da roda que estivesse mais prximo do local onde a peteca iria cair dava um impulso na mesma, procurando lan-la tambm o mais alto possvel. Aquele que deixasse a peteca cair saa da roda. A brincadeira continuava e, um a um, os participantes iam saindo, at ficar o ltimo, o vencedor. Esta brincadeira tinha uma caracterstica especial: era muito praticada tambm pelos adultos ou homens casados, talvez por terem mais fora, qualidade exigida para a sua boa prtica. Na realidade, ns gostvamos mais de apreci-los jogando. As regras eram poucas e simples. A peteca no podia ser tocada com os ps, nem podia ser segurada. Um participante no podia disputar com outro o lanamento da peteca. A prioridade era sempre do que estivesse mais prximo. Destacava-se nesta brincadeira aquele que lanava a peteca mais alto e que no a deixava cair facilmente. A peteca era semelhante s que ainda hoje vemos no comrcio, mas os materiais utilizados na sua confeco eram outros. Existiam muitas petecas bonitas, verdadeiras obras de arte popular. A sua base era feita de couro curtido, com a face inferior lisa. As duas faces eram costuradas com tiras de couro aps serem preenchidas com fiapos de pano. O suporte das penas era feito a partir de um carretel de linha de costura, de madeira, que tinha uma das abas (rebordos) aparada. As penas eram de peru ou galinha. Em algumas petecas, mais decorativas do que prticas, eram usadas penas de pavo. A peteca tinha um peso ideal: no to leve para no ser levada pelo vento, nem to pesada que dificultasse seu lanamento.  BANHO DE RIO O banho de rio ou de aude era uma atividade at um certo ponto arriscada, principalmente nos tempos de cheia, s exercida por meninos mais afoitos e que tinham uma certa liberdade. Os filhinhos de papai, ou filhos de pais dures, no se aventuravam nas excurses aos brejos para tomar banho de rio, alguns deles at perigosos. Durante o banho era comum brincarmos de bicheirinha e de empunhao, como atravessar o rio nadando ou mergulhando, apanhar objetos no fundo do rio, pular do barranco ou de um galho de rvore e outras improvisaes. Tambm pescvamos piabas, enfiando no leito do rio uma garrafa de um litro, sem fundo, com farinha de mandioca no seu interior. O fundo dessa garrafa era retirado a fogo, utilizando como cortador um cordo embebido em querosene. Quando nas margens do rio havia barro, nos sujvamos todos e depois caamos na gua para nos limpar. Todos tinham que saber nadar, sob pena de no poderem participar dos desafios. Quem no soubesse aprendia na marra. O rio mais usado era o Salgadinho, na poca ainda ativo, com gua corrente limpa. Havias vrios trechos desse rio acima e abaixo da ponte que eram bons para tomarmos banho. No inverno ele sempre enchia e muitas vezes lavava a ponte em sua forte correnteza. Nessas ocasies, s os mais corajosos (ou loucos, o que no era o meu caso) tomavam banho e exibiam-se pulando da ponte. Existiam trechos do rio em que era proibido tomar banho, devido intransigncia do proprietrio do terreno. A havia o perigo de vir o capataz do terreno e levar nossa roupa. Para evitar que isso acontecesse, sempre ficava um de ns vigiando, atento para avisar quando algum aparecesse. Atrao parte do banho de rio era brechar as lavadeiras lavando roupa. Mas isso no necessrio comentar... Cada um de ns tem suas lembranas.  BALADEIRA A baladeira no era propriamente uma brincadeira e sim um utenslio (hoje chamado estilingue) que usvamos para vrias finalidades, como caar passarinhos (comumente garrinchas, ou rouxinis, e bigodes), lagartixas, calangos e cobras, para maltratar um cachorro ou gato, ou para brincar de guerra. Todo moleque que se prezava tinha sua baladeira, confeccionada por ele prprio. A baladeira daquele tempo no era diferente da que ainda hoje vendida em feiras. Apenas a tira de borracha, feita de cmara de ar, foi substituda por uma mangueira. Como balas usvamos bolinhas feitas de barro cozido ou pequenos seixos. Para completar o conjunto usvamos dois bornais, onde colocvamos as balas e as caas. Comumente, saamos para caar nos brejos, como as Malvas e a Timbaba, ou na serra do Horto, e terminvamos tomando banho em algum rio ou aude. Ali contvamos o que havamos caado, definamos o vencedor e jogvamos fora todo o produto da caa. No tinha nenhuma outra finalidade a no ser o prazer de testar a pontaria, acertando um desses pequenos animais. s vezes, quando cavamos um animal mais raro, tipo camaleo, que trazamos para mostrar aos outros meninos, como se fosse um trofu. Lembro-me de uma vez em que numa dessas excurses, hoje condenadas pela ecologia, eu e meus primos Jos Onofre e Luilson caamos um gamb. No conhecamos este bicho e o trouxemos para a cidade dentro do bornal. Quando descamos a ladeira do Horto, as pessoas se afastavam e nos xingavam. Foi um verdadeiro levante, devido o mau cheiro exalado pelo gamb. Desfizemo-nos do animal, mas chegamos em casa os trs totalmente contaminados pelo mau cheiro. A brincadeira tinha um certo risco porque tnhamos que passar por cercas de arame farpado, infiltrar-se em arbustos e subir em rochas, sujeitos a arranhes, quedas e at mesmo picada de alguma cobra. A exemplo do banho de rio, no era praticada pelos meninos mais direitos. Tinha que ser moleque mesmo e ter um mnimo de esprito aventureiro.  CARRAPETA Devido emoo que provocava, lanar carrapeta era uma das brincadeiras mais preferidas por crianas e adultos. A carrapeta era feita de madeira peroba, violeta ou imbuia. Para o seu manuseio era preferencialmente usada uma linha especial, chamada ponteira. Praticada em um terreno plano, seco e duro (cho batido), sem nmero definido de participantes, permitia duas opes: participar de disputas, o que era mais interessante, ou simplesmente brincar de lanar carrapetas. A disputa de uma partida de carrapeta propiciava uma variedade de alternativas, mas a finalidade bsica era cada participante retirar, atravs de lanamentos da sua carrapeta, as carrapetas dos outros, que estavam colocadas no centro de um crculo formado no terreno. Para escolher as carrapetas que deviam ficar no centro do crculo, cada um, no incio, tentava com um lanamento de sua carrapeta acertar um ponto marcado dentro de um pequeno crculo, chamado morto. Quem no acertasse tinha que deixar sua carrapeta dentro do crculo maior para ser submetida s torturas. Nas seqncias de lanamentos, cada carrapeta que estava dentro do crculo, era submetida a tudo: podia ser furada, rachada ao meio, ter uma lasca arrancada e, em alguns casos, at ter uma outra carrapeta enfiada. Era uma desolao, voc ficar vendo sua carrapeta sendo massacrada, sem poder fazer nada, apenas torcendo que ela fosse retirada logo do crculo. Caso voc tivesse outra, voc podia tentar retir-la do crculo atravs de toques leves, que consistiam em levar a segunda carrapeta girando na mo e bater na primeira, deslocando-a suavemente para fora da roda. Nestas disputas, existiam aqueles que se destacavam por terem as carrapetas maiores e a mo certeira, ou boa munheca. Era uma temeridade participar de uma rodada com eles. Havia um certo risco de acidente nessa brincadeira. Era aconselhvel os observadores ficarem um pouco afastado dos participantes. A linha podia deslizar e a carrapeta ao invs de tocar o solo podia atingir outro participante ou um observador. O lanador podia errar a pontaria e acertar o p de algum. Tambm havia a possibilidade, embora remota, de uma carrapeta do cho ser atingida e resvalar contra algum. Caso no se quisesse participar de disputas, havia as outras alternativas que consistiam apenas em fazer lanamentos isolados e algumas manobras interessantes com a carrapeta. Dependente da habilidade de cada um, os malabarismos mais comuns eram: lanar a carrapeta e apar-la no ar com a palma da mo, sem deix-la tocar o solo; pass-la da palma da mo para a unha do dedo polegar; mant-la girando pendurada na ponta da linha; pass-la da palma da mo at o ombro, levantando o brao e deslizando-a calmamente. Hoje, comum chamar de pio, indiferentemente, a carrapeta e o pio propriamente dito. Ambos apresentavam uma certa semelhana no formato, mas o pio era um pouco diferente: mais bonito, tinha um perfil mais sinuoso, era maior e tinha um pequeno ressalto circular na parte de cima. O pio era menos usado por ser mais difcil de manusear, exigindo um pouco mais de habilidade. Existiam os especialistas em lanar pio. A diferena existia tambm no modo de tratar a brincadeira. Assim dizamos "vamos brincar de carrapeta" e "vamos brincar de soltar pio".  BOLA DE MEIA Jogar bola de meia mais uma das brincadeiras extintas. Era uma brincadeira simples, mas interessante. Para pratic-la usvamos uma bola feita com uma meia gasta, enchida com retalhos de pano e costurada. Aps a costura a bola ficava arredondada, nem fofa, nem dura demais. A melhor bola era feita a partir de um meio. Brincvamos com a bola de meia de vrias maneiras, sendo a principal o jogo que chamvamos de pau-a-pau. Jogvamos esse jogo comumente na lateral aberta da casa, uma tpica comunicao entre a saleta e a copa, para onde davam as janelas dos quartos. Essa era uma rea muito comum nas casas antigas. Tambm jogvamos nas reas laterais cobertas do Posto de Sade, quando ele estava fechado. O jogo s tinha dois participantes e a regra era muito simples. Cada um se posicionava numa das portas da rea, que funcionavam como traves, e, alternadamente, fazia arremessos da bola de meia com p, visando marcar um gol no adversrio. Ganhava a partida quem primeiro marcasse dez gols. Por ser um jogo bem caseiro, normalmente jogvamos as partidas com um irmo ou primo, com a finalidade de suarmos para tomarmos banho. Uma outra utilizao da bola de meia era brincar de fazer embaixadas contnuas, batendo-a contra uma parede ou muro com a parte interna do p, visando atingir uma meta fixada previamente de cinqenta ou cem embaixadas, por exemplo. No final da contagem, para consolidar a meta atingida, era dado o "charles, uma espcie de toque acrobtico feito com o calcanhar. A bola de meia tambm eram muito usada para brincar de carimbar, o que no era nada mais que acertar, com a bola, a mo do colega apoiada numa parede.  CAAR BORBOLETAS Essa era outra brincadeira ecologicamente incorreta. Mas eram tantas as borboletas que no era a captura de umas poucas que provocaria algum desequilbrio ecolgico. Tambm naquele tempo quem poderia pensar em extino das borboletas. No era obedecida nenhuma regra. Apenas tentvamos apanhar o maior nmero de borboletas vivas, de preferncia grandes, bonitas e raras. Elas vinham de longe e se dirigiam para os brejos. A variedade era muito grande e podamos nos dar ao luxo de escolher a que queramos capturar. Para captur-las usvamos a camisa, dando um leve toque, com cuidado para no mat-las. Uma vez capturadas, tnhamos um certo cuidado em manuse-las. Diziam que o p soltado das suas asas poderia cegar os olhos. At hoje no sei se isso verdade.  TROCA DE REVISTAS Trocar revistas de quadrinhos no era propriamente uma brincadeira, mas uma atividade bem agradvel. Aps ler as revistas, normalmente amos para frente dos cinemas Roulien, Avenida, Eldorado ou Capitlio para efetuar as trocas por outras mais novas, ou que ainda no tnhamos lido. Naquele tempo as sesses de cinema eram s 18:30h e s 20h30min, diariamente. Aos domingos, havia tambm sesses tarde. Em geral os filmes demoravam no cinema apenas dois dias, e quando terminava a primeira sesso todos tinham que sair, pois no existia ainda a prtica das sesses contnuas. Um ingresso s valia para uma sesso. Cinema naquela poca apresentava algumas particularidades interessantes, das quais hoje no se fala mais. Por exemplo: quando o filme era uma comdia (como se diz hoje), a gente dizia que era filme de goga. Quando um dos artistas era engraado, a gente dizia que ele era o doidinho ou doidin . E o amigo do artista principal era chamado de segundo artista. (Nos filmes de Durango Kid sempre existiam o doidin e o segundo artista). Filme de terror era filme de assombrao. Quando a fita em exibio era de uma empresa americana chamada Condor acontecia uma coisa interessante. Essa empresa tinha como smbolo um condor (espcie de abutre ou urubu, como dizamos). Quando o condor aparecia na tela, todo mundo na platia gritava em coro: chi, chi, chi para afugentar o bicho, que logo levantava vo, claro, independentemente da vontade da platia. Aproveitvamos o tempo antes do incio das sesses para fazermos as trocas e vendermos revistas s pessoas que iam assistir ao filme. S havia uma preocupao: era a possibilidade de aparecer algum Comissrio e tomar as nossas revistas consideradas proibidas para menores, como as policiais e as de terror. Elas tinham impressa a mensagem "proibido para menores de 14 anos, ou "proibido para menores de18 anos". Hoje eu sinto que essa atividade servia como um excelente exerccio de tcnicas de negociao e venda. Para fazer bons negcios era recomendvel ter um estoque bem variado de revistas novas, ou usadas em bom estado. As revistas novas eram compradas na conhecida banca "O Cruzeiro", do tambm conhecido Florentino, localizada na rua So Pedro. Ler as revistas de quadrinhos tambm fazia parte dessa atividade. Lamos as revistas de acordo com a nossa preferncia dos gneros. As mais apreciadas eram as dos gneros cowboy (Roy Rogers, Durango Kid, Geny Altry, Kid Colt, Zorro, Billy the Kid), infantil (de Walt Disney, Gato Felix , Pernalonga, Popeye, Os sobrinhos do Capito, Frajola e Piu-Piu), de fico (Superman, Batman, Flash Gordon, Capito Marvel), de terror (Frankenstein, Drcula), policial (Charlie Chan, Mandrake) e outras diversas, como Tarzan, o Fantasma, Homem de Borracha, Nyoka. Alis, contrariamente ao que achavam os nossos professores, alguns conhecimentos gerais podiam ser adquiridos atravs da leitura de revistas de quadrinhos. As aventuras de Mickey, Pato Donald e Tio Patinhas sempre transmitiam alguma informao histrica. As de cowboy descreviam vrias paisagens e informavam os nomes dos estados e cidades do oeste americano. As de fico continham boas informaes de astronomia. Era sem dvida nenhuma uma atividade bastante salutar e at cultural.  PATINETE Andar de patinete era uma brincadeira que nos proporcionava um grande prazer, e aos nossos vizinhos, uma enorme irritao. que o patinete apresentava dois graves inconvenientes: era muito barulhento e riscava as caladas de cimento, devido s suas rodas de rolamento. Havia os patinetes de roda de velocpedes, totalmente silenciosos e no riscavam a calada, mas que no eram interessantes. O preferido era o patinete tradicional, com rodas de rolamentos, base e coluna do guidom de madeira e o freio feito com um pedao de pneu. Era uma verso modificada do patim de rolim. verdade, naquele tempo j existiam os patins, que mais pareciam alpercatas com rodas. Estes no eram muito apreciados pelos meninos, por serem muito caros e, principalmente, por serem considerados mais brinquedos de meninas. Menino macho mesmo andava era de patinete e no de patim. O patinete no era feito por qualquer um. Era necessrio ter uma boa prtica para fabric-lo. Os rolamentos tinham que ficar bem fixados e centralizados, caso contrrio o patinete tombava ou andava de lado. Alm do mais, tinha que haver uma certa proporcionalidade entre os comprimentos da base e da coluna. Tudo obedecia a uma certa esttica. Na poca foi lanado comercialmente o patinete de rodas de velocpede e coluna de ferro. No foi muito aceito. Com o tempo, medida que o cimento liso das caladas foi sendo substitudo pelos mosaicos, o patinete de rolamentos foi deixando de ser usado. O patinete voltou, mais moderno.  COLEES Colecionar coisas, atividade que hoje todos chamam hobby, proporcionava um grande prazer e enriquecia o nosso conhecimento. Colecionvamos tudo: os diversos tipos de lbuns de figurinhas, como de filmes (Os Dez mandamentos, Bem Hur, El Cid), de animais, de faroeste (um grande sucesso foi o lbum de cowboys), de personalidades histricas, de artistas de cinema, de cantores de rdio, de campeonatos mundiais de futebol. Completar um lbum dava um pouco de trabalho, sendo quase uma competio. Comprvamos as figurinhas dentro de um envelope lacrado, sendo que normalmente existiam as figurinhas difceis de serem obtidas. Por este motivo, at encher o lbum, tnhamos que efetuar trocas, tendo muitas vezes que trocar vrias figurinhas por uma s. s vezes, tnhamos direito a um prmio, quando completvamos um lbum. Outras colees eram: caixinhas de fsforos de papelo, moedas antigas, selos, santinhos de polticos (em poca de eleio), estampas de animais, que vinham nas embalagens do sabonete Eucalol, flmulas, tampinhas de garrafa. Tambm colecionvamos as embalagens de cigarro, quando ainda no eram de papelo e sim de papel fino. As embalagens eram abertas e desamassadas ou engomadas, ficando no formato de uma nota de dinheiro. Alem das marcas comuns, como Continental, Hollywood, Camelo, BB, Victoria, existiam as notas difceis de cigarros que no eram vendidos na cidade e as bonitas e sempre disputadas, como a da marca estrangeira Chesterfield. O surgimento das embalagens em caixa tirou todo o interesse desse tipo de coleo. Qualquer que fosse a coleo, sempre era possvel extrair dela algum conhecimento. Os lbuns de figurinhas, por exemplo, traziam impressas, abaixo do espao onde era colada a estampa, informaes sobre o tema. A coleo de moedas permitia-nos conhecer as moedas oficiais dos pases. Os selos comemorativos nos lembravam as datas e personagens histricas. Outro tipo de colees eram os lbuns de recortes colados, feitos por ns mesmos. Montvamos os lbuns de artistas do rdio e do cinema e de jogadores de futebol, utilizando fotos recortadas das revistas da poca, sendo as mais conhecidas Cinemin, Revista do Esporte, Revista do Rdio e O Cruzeiro. Esta ltima era a revista semanal de variedades mais lida.  CINEMA Fazamos o projetor de filmes com uma caixa de sapato, uma lmpada incandescente e uma lente de culos. Obtnhamos as lentes junto aos relojoeiros ou as retirvamos dos culos inutilizados de algum parente. As fitas eram obtidas no lixo dos cinemas, de preferncia antes de uma sesso de filme, quando o lixo ainda estava no quintal. Fazamos as tiras de fita, emendando-as com durex. Tambm produzamos as nossas fitas, desenhando os motivos em papel manteiga. Esse precrio projetor permitia vrios aperfeioamentos. A caixa de sapato podia ser substituda por um caixote de madeira. Podiam ser instalados carretis e manivela para enrolar as fitas.  COWBOY Essa era uma brincadeira das mais interessantes, a comear pela maneira como a chamvamos: Camone bi (da frase come on boy, pronunciada nos filmes de cowboy). Assistamos a estes filmes no cinema (western era uma palavra que nem conhecamos) e na noite seguinte estvamos simulando as cenas mais vibrantes, ou seja, as de luta e tiroteio, promovendo as adaptaes que achvamos mais apropriadas. Antes de iniciar o nosso filme, escolhamos o artista, o xerife e seu auxiliar e, por excluso, os bandidos. Tambm nessa hora, improvisvamos um roteiro e definamos a atuao de cada um, escolhendo quem deveria morrer ou ser preso.  RODA Existiam dois tipos de roda. Uma era a roda feita do beio de pneu de caminho. Para manobr-la utilizvamos um pedao de pau, o cabo, que recebia um acabamento apropriado. Podamos fazer competio de corrida ou simplesmente ficar passeando com essa roda. Tnhamos um certo cuidado com a nossa roda de pneu, considerando-a como se fosse uma bicicleta. Elas se diferenciavam conforme o seu acabamento, sendo as melhores aquelas que tinham o corte mais uniforme. O outro tipo era a rodinha de ao, ou o retentor de motor de caminho. Para brincar com essa roda utilizvamos um guiador. O guiador era um pedao de arame rgido e reto, que tinha uma extremidade dobrada em forma de U (gancho) e a outra fixada num sabugo de milho (cabo). Com esse conjunto no dava para brincar de corrida, mas dava para fazer umas manobras interessantes, que exigiam um pouco de habilidade no seu manejo.  JOGOS DE MESA Os jogos de mesa mais comuns eram ona, damas, firo, gamo, dados (boz), domin, pega-varetas e baralho. Destes, s o jogo da ona que est extinto. Os demais ainda so jogados por alguns adultos, obedecendo as mesmas regras de antigamente, mas no despertam interesse nas crianas. No jogo da ona, um jogador movimentava no taboleiro uma pedrinha, chamada ona, e o outro movimentava uns caroos de feijo, chamados cachorros. A finalidade do jogo era fazer com que os cachorros aprisionassem a ona em um setor apropriado do tabuleiro, denominado forca, atravs de movimentos alternados dos cachorros e da ona. A ona podia comer os cachorros, mas estes no podiam com-la. O firo, que muitos chamavam fire, atualmente denominado trilha. S existia um tipo de domin: o das peas de madeira, pintadas de preto, com as marcaes dos nmeros das peas em branco. Os jogos de baralho mais comuns eram relancim, vinte e um e buraco, e o popularssimo cagado. Eram considerados jogos de mesa, mas, na verdade, jogvamos mesmo todos eles nas caladas de cimento liso.  EMISSORA DE RDIO Esta foi uma brincadeira muito particular, praticada por meus irmos Samuel e Daniel e por mim, em nossa casa, numa certa fase de nossa adolescncia. Simulvamos uma emissora de rdio, com programas de msicas e de notcias. Samuel e Daniel eram os locutores, eu era o contra-regra. As notcias eram lidas diretamente nas revistas, ou improvisadas. Os discos eram os antigos de cera, que continham uma msica em cada lado. Como naquela poca no existia uma radiola em nossa casa, os discos eram tocados girando-os manualmente em um pick-up improvisado. O som era obtido atravs de um fone feito com um papel grosso, enrolado no formato de um cone, com uma agulha grossa na ponta. Uma mo girava o pick-up e a outra apoiava o cone no disco. O som, embora muito precrio, atendia nossa necessidade. Os discos mais tocados eram os de Nelson Gonalves, Carlos Galhardo, Orlando Silva, Luiz Gonzaga e Francisco Alves, dos selos RCA Victor e Continental.  CATAR BESOURO Existia um tipo de besouro, de cor verde, comprido, parecido com a abelha, que se escondia nuns buraquinhos que ele prprio fazia no cho, no inverno. Com um pedao de papel celofane, tapvamos o buraco e apreendamos o besouro, quando ele tentava sair. Depois o soltvamos. Era s isso mesmo. Uma variao dessa brincadeira era apanhar tanajura, uma fmea dos insetos himenpteros, da famlia dos formicdeos, ou uma espcie de formiga voadora, que aparecia muito comumente tambm no inverno. Alguns meninos tinham o costume de retirar, assar e comer a bunda desenvolvida da tanajura. Argh! Falavam que tinha o gosto de toucinho assado. Nunca experimentei.  CIRCO A chegada de um circo na cidade, assim como a de um parque de diverses, era um acontecimento inesquecvel, uma verdadeira festa. Mudvamos toda nossa rotina. Pra comear, os circos sempre eram instalados na Pracinha, palco da maioria das nossas brincadeiras. Acompanhvamos a sua montagem e desmontagem, assistamos aos ensaios, atravs de furos na lona, andvamos atrs do palhao, com suas longas pernas de pau, repetindo em voz alta aqueles seus refres caractersticos. Os animais do circo eram a melhor atrao. Podamos v-los de perto em suas jaulas e acompanhar os elefantes at o rio Salgadinho, onde eles eram banhados. O dia certo para assistirmos s apresentaes dos circos era o domingo, na seo da tarde. Mas claro que no agentvamos ficar esperando a semana toda e, sempre que dava certo, assistamos s sees da semana noite, furando a vigilncia. Era simples: espervamos o vigia se afastar e dar as costas, pulvamos rapidamente a cerca, passvamos por baixo da lona e ficvamos quietinhos no poleiro, torcendo para no sermos descobertos. O circo mais importante naquela poca era o Circo Nerino. Era o maior, o mais luxuoso (a sua lona no tinha furos, o que era muito comum nos outros circos) e o mais completo. A sua vigilncia tambm era rigorosa. Era quase impossvel fur-la. As vezes um circo utilizava meninos do bairro como figurantes ou coadjuvantes de alguma pea teatral, logicamente com a autorizao dos pais. Numa dessas ocasies, Daniel, Samuel, Ccero de Siri, Adauto Balbino e Ded, atuaram como anes na pea Branca de Neve e os Sete Anes. Ningum da platia sabia que eram eles. A uma certa altura, algum descobriu os personagens e os chamou pelos nomes, em voz alta. Imediatamente os outros meninos deram aquela vaia. No tempo de circo na cidade sempre era retomada a brincadeira de perna de palhao, que fazamos com duas travas de madeira, com um batente no meio para apoiar as pernas.  BANHO DE CHUVA Brincadeira obrigatria no dia que chovia forte, fato muito freqente durante o inverno no Cariri. Usvamos as bicas que jorravam a gua dos telhados das casas. No era s o banho que nos atraa. Aproveitvamos a chuva para brincar de bicheirinha, corrida, soltar barquinhos de papel, guerrear, atirando bolos de barro nos colegas e at de futebol. Tambm brincvamos de construir barragens de areia, aproveitando as pequenas corredeiras formadas nas laterais das ruas de terra. Em algumas dessas barragens, incluamos comportas e fazamos pistas que permitiam o trnsito de carros de brinquedo. Tomar banho de chuva era por tudo isso uma festa alegre.  BRIGA Pode perecer uma incoerncia de minha parte, incluir a briga na descrio das brincadeiras. Acontece que essas brigas originavam, na maioria das vezes, de uma discusso de jogo ou de uma agresso durante uma brincadeira. E, verdade seja dita, uma briga de meninos sempre despertava nossa ateno. Os motivos podiam ser os mais diversos, desde uma rixa no futebol, at um empurro numa disputa de corrida. As brigas tambm aconteciam s vezes fora das brincadeiras. Algumas eram provocadas pelos prprios colegas, que levavam recados inventados ou aumentados, tipo fulano disse que voc era isso ou aquilo. Este mandava de volta um recado mais desaforado ainda e, inevitavelmente, era programada a briga, sendo acertado o local e o horrio da peleja. Depois de uma briga, os dois gladiadores sempre ficavam intrigados. A formalizao da intriga, s vezes, era feita cumprindo um certo ritual: atravs do gesto de juntar horizontalmente as pontas dos dois dedos indicadores e solicitar ao outro para cortar ("corte aqui"), ou seja, romper com a mo a ligao dos dois dedos. A partir da no mais se falavam e no passavam na calada um do outro. Depois de um certo tempo, quando a raiva acabava ou um amigo interferia para apaziguar, havia a reconciliao. Algumas intrigas duravam at meses, outras apenas algumas horas. Tudo dependia da gravidade do fato gerador da intriga. Havia as chamadas intrigas de sangue a fogo. Essas eram pra valer, mais duradouras e de reconciliao quase impossvel.  A lista de brincadeiras no termina aqui. Vm na minha lembrana muitas outras brincadeiras, que sobre elas apenas farei breve citao, deixando para os leitores a agradvel misso de relembrar seus detalhes e de, certamente, acrescentar outras, de acordo com suas lembranas. So elas: CORRIDA Toda criana brincava de corrida. Alm de ser uma agradvel brincadeira, servia de exerccio e ajudava o nosso desenvolvimento fsico. MACACA Essa era um pouco afeminada, devido queles pulinhos nos quadrados e aos gestos para apanhar a pedra. SALVA COMPANHEIRO e BICHEIRINHA Ambas tinham poucas regras e uma certa semelhana com a bandeirinha. Eram muito apreciadas e praticadas o ano todo. FUTEBOL DE PREGO No sei se o nome era esse. Em um pedao de tbua, enfivamos uns pregos em posies definidas, formando um campo de jogo. A bola era uma moeda, acionada alternadamente por cada praticante com o dedo indicador, com o objetivo de fazer o gol. SINUCA Na verdade era uma sinuquinha, que fazamos de madeira, utilizando uma mesa como base. As bolas eram as mesmas esferinhas de vidro. ESCONDE-ESCONDE Nesse jogo, um menino tinha que achar todos os outros que se escondiam em locais diversos. S dava para brincar noite, obviamente. COMCIO Tempo de comcio tambm era uma festa na cidade. Acompanhar os eleitores nos caminhes era uma oportunidade de andar na carroceria de caminho de graa. amos a comcios na rua do Horto, nas Malvas, nos povoados, e at na vila Palmeirinha. Arrancar os retratos dos candidatos, pregados nas paredes, muros e postes, fazia parte tambm da festa. CONCURSO DE CUSPE, DE MIJO DISTNCIA e PAU MELADO DE BOSTA Eram as brincadeiras anti-higinicas e escatolgicas: O nome da ltima era esse mesmo. Todas faziam parte da molecagem; no temos como esquec-las. O famigerado pau melado de bosta consistia no seguinte: melava-se um pedao de pau (espcie de cassetete) com bosta mole, exceto na parte onde o mesmo era segurado. Uma menino ficava com o pau e simulava uma briga com o companheiro, tudo falso e previamente combinado. Havia sempre uma pequena torcida para insuflar a briga de brincadeira. Tudo isso acontecia como preparativo at a chegada de uma pessoa incauta que deveria passar pelo local. Quando essa pessoa chegava perto ouvia sempre a frase mgica: Se voc tem coragem de brigar comigo, entregue esse pau a uma pessoa e venha de homem para homem! Ento, a pessoa doida para ver uma briga se oferecia logo para segurar o pau. Quando ela tocava na parte melada, o menino completava o servio, fazendo o pau escorregar pela mo da vtima, deixando-a repleta de bosta. Feito isto, todo mundo corria na maior gritaria, feliz da vida por ter pego mais um besta. Essa brincadeira era feita sempre tardinha, quando comeava escurecer para que a vtima no percebesse que o pau estava preparado. Por incrvel que parea o sucesso da brincadeira era sempre garantido. Um detalhe interessante: s vezes era necessrio provocar uma diarria num menino previamente escolhido para que o pau fosse preparado. Sem dvida, era uma brincadeira sebosa, de muito mau gosto. ADIVINHAO O local preferido para brincarmos de adivinhao era as caladas das esquinas. As perguntas eram feitas empregando-se a expresso O que , o que ...? CORRIDA DE CARRO Na verdade era corrida de caminhes de madeira, feitos por ns mesmos. Os caminhes tinham carroceria basculante, carga, feixe de mola, cabine, gigante, faris, feitos com foquitos e pilha, e outros acessrios. REVLVER O revlver era feito com um pedao de madeira, um carretel (o mesmo usado na peteca) e uma liga de borracha. A bala era um caroo de feijo. RAIA E PAPAGAIO O auge dessa brincadeira, que hoje o pessoal chama de soltar pipa, foi no tempo que existiam muitas reas abertas na cidade e poucos fios de eletricidade. Os adultos tambm soltavam suas raias e papagaios. Uma curiosidade: quando havia vrios meninos brincando de raia, era uma prtica corrente assobiar para chamar o vento. NEGO DE CERA PRETA Com essa cera fazamos bonecos cowboy com chapu, revlveres, cartucheiras e o cavalo. Os bonecos de cera foram substitudos pelos de plstico, facilmente encontrados no comrcio. Mas os bonecos de cera eram mais interessantes porque despertavam a nossa criatividade. CARRINHOS DE P Eram feitos de madeira e dirigidos apenas com os ps. Precisavam de um colega para empurrar. Brincvamos nas caladas de cimento liso, do mesmo modo que os patinetes. GUERRA Brincvamos de guerra com espadas de madeira, quando passava um filme de espadachins, ou com baladeiras e revlveres. TRATORZINHO Era um carrinho movido a corda. A roda era um carretel de linha, de madeira, em que eram feitos uns dentes nos seus rebordos, para no deslizar. A corda era obtida pela toro de uma liga de borracha presa a um pedacinho de pau. RDIO-TRANSMISSOR Feito com lata, ou caixa de fsforos, e um fio fino. Com um par desses radinhos era possvel a comunicao entre duas pessoas at a uma distncia de mais ou menos 20 metros. BADOQUE Era um arco feito de galho fino, uniforme, sem ns, e um cordo grosso ligando as extremidades. A flecha era obtida a partir de um galho mais fino. SETINHAS As setinhas eram feitas com uma pena de galinha, contendo na extremidade uma bolota de cera preta, onde era colocada uma brocha grande ou uma agulha de toca-disco. Elas podiam ser lanadas contra um alvo de madeira, fixado na parede, ou contra uma porta. A verso moderna das setinhas so os dardos. E existiam mais essas brincadeiras e brinquedos: fazer renda de cordo, usando os dedos da mo, aviezinhos de papel, de flandres e de cambo de milho, carrinho feito com lata de doce e cabo de vassoura, disputa de queda de brao, catar vaga-lumes e esfreg-los na camisa, ouvir histrias de Trancoso, fazer bonecos, cavalos e tijolinhos de barro vermelho (o barro figo), para-quedas, carrinho de filtro de leo de caminho, currupiu, ri-ri, disco-voador, pandeiro, feito com lata de doce e tampinhas de garrafa, eureca, uma bolinha muito elstica feita de cola de sapateiro, caleidoscpio e muitas, muitas outras. Vou terminar por aqui, com as lembranas das minhas brincadeiras do passado, e voltar ao presente, onde tenho os compromissos srios de gente grande. Foi um prazer indescritvel rever os amigos de infncia e brincar novamente como criana.  Glossrio Algumas palavras e expresses empregadas neste livro no so mais usadas, ou no so conhecidas pelos leitores mais jovens. A seguir so apresentados seus significados. Alpercata. Alpargata. Aluno relaxado. Que no queria estudar, relapso, moleque. Avels. Planta fibrosa, espcie de arbusto, que contm um lquido leitoso no seu interior; usada como cerca natural. Barranco. Ribanceira do rio. Bem arrumado. Bem vestido. Beque. Zagueiro. Bolota. De formato arredondado, bolinha. Bornal. Pequeno saco de pano com ala, utilizado a tiracolo. Botija. Uma quantidade de dinheiro enterrada por uma pessoa que j faleceu. Para encontr-la, tinha-se que enfrentar durante a escavao as almas penadas. Boz. Jogo em que so utilizados dois dados. Brechar. Olhar (escondido) mulher sentada de uma forma tal que seja possvel ver suas partes ntimas. Cambo de milho. A parte interna do caule do p de milho. Candeeiro. Lamparina de querosene feita de flandres. Catemba de coco. A casca dura do coco seco. Cientfico. 1 a 3 srie do atual ensino mdio. Cinturozada. Bater com o cinturo. Coreto. Espcie de palanque, de concreto armado, sem cobertura. Dedo maior de todos. O dedo mdio da mo. Ficar intrigado. Romper amizade. Flandres. Folha de ferro laminado muito utilizada na fabricao de latas. Fogo corredor. Fogo-ftuo; inflamao espontnea de gases emanados de pntanos, brejos e sepulturas. Foquito. Lmpada pequena usada em lanternas de pilha. Funileiro. Pessoa que trabalha com folha de flandres, na fabricao de lampies, copos, canecas e outros utenslios caseiros. Ginsio. 5 a 8 sries do atual ensino fundamental. Histria de Trancoso. Historia fantasiosa. Gonalo Fernandes Trancoso era um escritor portugus conhecido como escritor de contos e histrias de proveito e exemplo. Ele se inspirava em Boccaccio e outros autores italianos e na tradio oral para escrever suas obras. Histria de Trancoso era sinnimo de histria de mentira. Humanista. Concluinte do antigo Curso Ginsio. Luz de Paulo Afonso. Energia eltrica da CHESF. Macaubeira. A rvore da fruta macaba. Marmorito. Pedra feita com cimento, areia grossa e pedacinhos de mrmore ou granito e com uma face polida. Munheca. Mo certeira, boa pontaria. Nu da cintura pra cima. De calo e sem camisa. Papa-figo. Corruptela de papa-fgado. O mesmo que bicho-papo, um personagem monstruoso que, segundo a invencionice popular, comia o fgado das crianas que ficavam soltas nas ruas at altas horas da noite. Piaba. Espcie de peixe fluvial, de tamanho reduzido. Poleiro. Arquibancada de circo. Rolim. Rodas de ao, parecidas com rolamentos, usadas nos patins antigos. Sabugo de milho. A parte restante do milho seco aps a retirada dos caroos. Saleta. Hall, pequena sala, ante-sala. Tirar um fino. Passar muito prximo, quase batendo, triscar. Visagem. Fantasma, viso de alma de outro mundo  O AUTOR Carlos Alberto Almeida Marques nasceu em Juazeiro do Norte, Cear, em 1949. filho de Jos Marques da Silva, um respeitado ourives, conhecido por Zeca Marques, e de Maria Almeida Marques, ex-professora do antigo Grupo Escolar Padre Ccero. Foi alfabetizado na escolinha particular da professora Toinha, como todos seus irmos. Cursou o primrio no Grupo Escolar Paulo Sarasarte e no Grupo Rural Modelo, uma espcie de escola de aplicao da antiga e famosa Escola Normal Rural. Fez o curso de Admisso ao Ginsio e o Ginsio no Colgio Salesiano So Joo Bosco, todos de Juazeiro do Norte. Cursou o Cientfico no Colgio Diocesano de Crato. Fez o Curso de Engenharia Civil na Escola de Engenharia da Universidade Federal de Pernambuco, de Recife. Ingressou na PETROBRAS em 1974, em Salvador, onde fez Especializao em Engenharia de Petrleo. Fez ps-graduao em Engenharia de Segurana do Trabalho, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Na PETROBRAS exerceu atividades nas reas de produo de petrleo e gs natural nos estados de Bahia, Sergipe e Alagoas. Atualmente est exercendo estas mesmas atividades no Rio Grande do Norte.  2001 Carlos Alberto Almeida Marques artvicio@zaz.com.br eBooksBrasil.com ____________ Janeiro 2001 HYPERLINK \l "000000_jogos_html" \o "Click here!"ndice     Trial version of ABC Amber Rocket eBook Converter http://www.processtext.com/abcrocketebook.html Trial version of ABC Amber Rocket eBook Converter http://www.processtext.com/abcrocketebook.html BCDz{}~nfZfNfj$hUmH sH jrhUmH sH h!mH sH 'j{h!h!OJQJU^Jjh!OJQJU^J*-h!>*B* CJOJQJ^JaJphsH*'jh!h!OJQJU^Jjh!OJQJU^J'h!B*CJOJQJ^JaJphsH-h!5B*CJOJQJ\^JaJphsHh!OJQJ^J|}eFkd$$If"I  34a-p Fkd$$If"I  34a-p $1$7$8$H$If5Y6& ( ? ii1$7$8$H$$ii1$7$8$H$a$1$7$8$H$Fkd$$If"I  34a-p ? 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