ࡱ> lnkGbjbj΀>vT8{djH8,f&%%%%%%%$2(*& & & &l!l!l!%l!%l!l!##+L Z#%6&0f&#,++##+}$T"l!3G & & f&+ :Os incndios nas pginas dos jornais: relatos de casos e o corpo de bombeiros no Rio de Janeiro oitocentista. Jaqueline Neves da Silva( Bruna Carolina Ornelas Silvestre de Jesus(( Resumo Este artigo produto do levantamento e da anlise das fontes coletadas no decorrer das atividades iniciais de pesquisa relativas ao subprojeto Crnicas urbanas e notcias de incndios nos jornais do sculo XIX (ligado ao projeto Vida urbana e incndios no Rio de Janeiro Oitocentista, desenvolvido sob a coordenao da Profa. Anita Correia Lima de Almeida). Nossa proposta inicial realizar o levantamento e a anlise de notcias de incndios que a cidade do Rio de Janeiro sofreu ao longo do sculo XIX - registradas nos principais peridicos da poca para, a partir da, discutir a apreciao dos jornais a respeito da atuao do Corpo de Bombeiros e a fundao de um imaginrio sobre a instituio. Palavras chave: Incndios, Rio de Janeiro, Peridicos Abstract This article is the result of the appraisal and analysis of the sources gathered during the initial research activities of the subproject Urban chronicles and news of fires in Rio de Janeiro along the 19th century (linked to the project Urban life and fires in the eighteenth-century Rio de Janeiro, developed under the coordination of Professor Anita Correia Lima de Almeida). Our starting proposal is to perform an appraisal and an analysis of some news of fires that occurred in Rio de Janeiro along the 19th century, in the records of the main newspapers of that time, to discuss the evaluation of these newspapers about the work of the Fire Department and the foundation of the institutions imagery. Keywords: Fires, Rio de Janeiro, Newspapers O poder destrutivo do fogo um expoente no embate entre o homem e a natureza e vem causando prejuzos e temores s sociedades ao longo da histria, podendo ser considerado como um dos grandes males da civilizao (MELHADO; SOUZA, 1988). Com o desenvolvimento dos centros urbanos, os incndios assumiram o lugar de um problema real a ser combatido. No sculo XIX, os discursos envoltos por essa realidade revelam uma reflexo, j ento, acerca do tema da segurana pblica. O estudo desses casos de sinistro amplia as possibilidades de percepo em relao s vises surgidas no sculo XIX sobre o crescimento das cidades e, mais especificamente, neste caso, da cidade do Rio de Janeiro. O crescimento acelerado e as densas populaes faziam das grandes cidades do sculo XIX alvos vulnerveis a ocorrncia de incndios catastrficos, tendo algumas delas tido parte considervel de suas extenses destruda (RYBCZYNSKI,1995:104-5). A questo dos incndios tornou-se ento uma problemtica presente na vida urbana da sociedade oitocentista de vrias cidades: O incndio pode ser considerado como um dos grandes males da civilizao; o homem tem enfrentado, ao longo da histria, grandes e famosas catstrofes ligadas a incndios. Com o passar do tempo veio o crescimento das cidades e a prosperidade industrial, intensificou-se e concentrou-se muito o uso de fontes de energia, construiu-se cada vez mais alto e os riscos conseqentes para a segurana nem sempre foram considerados. Hoje existem dados que revelam a extenso dos prejuzos econmicos e a perda de vidas humanas que anualmente vm se somar s estatsticas de incndio, apontando para a necessidade de se conhecer e controlar cada vez melhor o problema. No Rio de Janeiro, os incndios no chegaram a destruir grandes extenses territoriais, mas um levantamento prvio da documentao referente ao tema leva percepo da ocorrncia de um grande nmero de pequenos casos espalhados pela cidade no decorrer do sculo, muitos deles geralmente iniciados por prticas ou acontecimentos do dia-a-dia. Nas ruas e nas casas, exploses de lampies de querosene e de encanamentos de gs eram exemplos de acidentes causadores de princpios das chamas. Nas fbricas, h a exploso do maquinrio ou acidentes decorrentes de prticas do cotidiano, a exemplo do caso do incndio ocorrido numa fbrica de cordas no dia 9 de maio de 1890 em que, segundo noticiado no dia seguinte nas pginas do jornal Gazeta de Notcias, havia sido provado que o incendio fora casual e devido ao descuido de um dos trabalhadores, que atirara uma ponta de cigarro sobre um fardo.. Este incndio da casa de cordas situada na rua Clemente Pereira, em So Cristvo, teria destrudo completamente o barraco da cordaria, tendo sido contido devido aos esforos e presteza do corpo de bombeiros que compareceu ao local e extinguiu o incndio. Segundo a descrio do Jornal do Commercio, que tambm noticiou o caso nas suas pginas no dia 10 de maio, com a costumada prontido nos seus trabalhos, compareceu ao local o corpo de bombeiros que impedio que o fogo se communicasse em predios vizinhos. . Ambos os jornais noticiam a destruio total do prdio que ardeu por inteiro - pertencente viva Rolla, que provavelmente receberia o seguro referente cobertura dos danos causados pelo sinistro do prdio, depois de confirmada a casualidade do desastre e encerradas as investigaes do processo. A preocupao com as conseqncias das chamas era notria na redao de algumas notcias, quer no mbito do privado, com referencias sobre os proprietrios, danos na propriedade e se havia ou no seguros contra incndio (em alguns casos noticiavam inclusive o calor do seguro), quer no mbito do pblico, considerando os danos causados na rua e nos prdios vizinhos, a ao do corpo de bombeiros na conteno das chamas e dos delegados de polcia na investigao dos casos, a condio da prestao dos servios pblicos, algumas vezes considerados insuficientes e tambm a descrio de outros prejuzos, e da existncia ou no de vtimas. O problema dos incndios era uma preocupao real e presente na vida daqueles que habitavam a cidade. Por vezes, na ausncia da presena do corpo de bombeiros no local, a prpria populao se encarregava de abafar as chamas de um ou outro foco de incndio. No mesmo dia deste caso da casa de cordas, noticiou-se tambm um princpio de incndio ocorrido na rua da Prainha, se abatendo sobre a fbrica de caf dos Soares Vicente & C. Neste segundo, tambm noticiado no dia 10 de maio de 1890 nas pginas do Jornal do Commercio, o corpo de bombeiros teria comparecido com a costumada prontido e neste caso, por sua vez, o fogo foi facilmente extincto, no havendo prejuizos nem victimas a lamentar . De acordo com o Dirio de Notcias, de mesma data, o incidente teria sido motivado pela exploso de um torrador de caf e teria sido extincto pelos moradores e pela bomba do largo da Prainha. . Teriam comparecido ao local algumas autoridades como o pessoal da estao central dos bombeiros e tambm o 4 delegado de polcia. Segundo noticiado pelo Gazeta de Noticias, o corpo de bombeiros compareceu e logo extinguia facilmente o incendio . Conforme verificado nos diferentes casos aqui relatos sobre a conteno das chamas, como no exemplo da fbrica de torrar caf, os incndios foram muitas vezes registrados nas pginas de diferentes peridicos, sendo alvos de diferentes discursos diferentes que aparentam objetivar uma certa realidade (BARBOSA, 2007). Por vezes, havia uma certa disputa no entendimento dos diferentes agentes o corpo de bombeiros e os jornais em relao ao entendimento sobre como tinha se dado a extino do incndio, sobretudo quando os jornais atribuam os danos dos sinistros a deficincias nos servios urbanos, conforme discutiremos mais a frente. possvel verificar em alguns discursos a indignao quanto alguns problemas urbanos da cidade ou relativos a falhas na preveno, a exemplo da noticia publicada no Jornal do Commercio no dia 23 de maio de 1890 a respeito do incndio ocorrido no antigo Zoologico em Vila Isabel: Avisos de Incendio - A vista do que ocorreu no incendio de restaurant do Jardim Zoologico, e do que a tal respeito ponderou o commandante do corpo de bombeiros, foi-lhe recommendado pelo ministerio da agricultura haja de indicar lugares onde convenha colocar caixas de aviso nos bairros da Villa-Isabel e Engenho-Novo para que, nos casos de incendio, posso ser prestados com promptido os socorros necessarios. Temos alludido por vezes a organizao de completa rede de avisos a uma das principaes necessidades do servio da extinco de incendios, a qual augmenta de importancia todos os dias com o natural desenvolvimento da cidade. Londres Pariz e Vienna offerecem a este respeito typos dignos de imitao. Sem a promptido e regularidade dos avisos baldada ser muitas vezes toda a diligencia do corpo de bombeiros e assim poderao ser expostas interesses valiosos damnificao de que seria facil preserva-los.  Este um bom exemplo de papel e tambm da postura que os jornais podiam assumir nas notcias de incndio. Por vezes, elas ultrapassavam a descrio do sinistro e suas consequncias, assumindo tons de denncia dos problemas urbanos (falhas no servio de comunicao e falta dgua) e de cobrana por medidas que visassem solucionar essas faltas. possvel considerar ainda que muitas dessas narrativas afirmavam discursos civilizatrios e, conforme visto no trecho citado, de tendncia europeizante, no sentido de ter como ideal a ser alcanado os exemplos das cidades europias. H de atentar-se para o fato de que o antigo Jardim Zoolgico, inaugurado em 1888, sendo o primeiro do Rio de Janeiro, era propriedade do baro de Drummond (JAVOROUSKI e BISCAIA, 2007), empresrio conhecido e respeitado na corte. Como argumentos para a necessidade da criao do Zoolgico, o baro utilizou a questo do desenvolvimento da regio da fazenda do Macaco (que depois viria a ser o bairro de Vila Isabel) e, conforme escreveu na petio redigida por ele em 1884 Intendncia com a finalidade de conseguir autorizao para a abertura do Zoolgico (MAGALHES, 2009), desejava dotar esta capital com um Jardim Zoolgico, h muito reclamado como necessidade capital do Imprio no s como motivo de embelezamento, mas principalmente pelos elementos de estudo que tal estabelecimento proporcionar . Assim, um incndio ocorrido dentro desse smbolo de modernidade que o jardim do baro poderia representar, aliado idia de que a implantao do mesmo serviria para desenvolver a regio de Vila Isabel, aponta para aspectos que devem ser considerados na leitura da notcia. possvel ainda questionar-se sobre o quanto o desastre e os danos ocorridos no restaurante do antigo Zoolgico podem ter repercutido para o desenvolvimento da regio, principalmente no que tange rede de avisos de incndios, cuja implantao o jornal reivindicou. Caso semelhante surge na notcia de O Paiz (1898) sobre um incndio ocorrido no dia 4 de janeiro de 1898, publicada no dia seguinte no jornal. Nela relata-se uma possvel falta de gua na regio, atrasando assim o trabalho do corpo de bombeiros na conteno das chamas. No dia 6 de janeiro, no mesmo O Paiz, publicou-se uma carta na qual o Inspetor Geral, Dr. Floresta Miranda, negava a falta de gua. Em seguida carta, o jornal tecia fortes crticas declarao do inspetor geral reafirmando a precariedade do sistema hidrulico, insuficiente para a conteno das chamas do sinistro. Tenha paciencia o illustre Dr. Floresta Miranda. O Paiz tem o direito, mais do que isso, o dever de confirmar as informaes que hontem forneceu aos seus leitores, relativamente ao incendio da rua S. Jos. So inteiramente verdadeiras. Durante cerca de 40 minutos o corpo de bombeiros, os heroicos soldados que arriscam amiudadas vezes a vida para salvar a existencia e propriedades alheias lutou ingloriamente, ante a marcha progressiva do incedio, vendo pasmados a violencia do fogo que ameaava assenhorar-se dos predios lateraes, impotentes, para vencel-o, porque lhes faltava o elemento poderoso de ataque a agua. isso toda a gente viu. A imprensa fluminense, unanime, registrou o facto e verberou-o, pois indescutivel que a maior parte dos desastres produzidos pelo fogo exclusivamente devida carencia dagua, que, ou por inepcia, ou por inapptido, falta sempre no momento em que mais precisa. Assim, a anlise dos casos de incndio nas pginas dos peridicos oitocentistas no Rio de Janeiro permite uma reflexo sobre esta sociedade, seu cotidiano e os diferentes discursos que eram difundidos nela e por ela. A ameaa imposta cidade pelo perigo de fogo iminente passou a ser uma problemtica importante na vida urbana. Esta ameaa refletia-se nas notcias divulgadas nos jornais, em narrativas revestidas de preocupaes que assumem relevncia no mbito do que pblico, at mesmo quando os prejuzos dos sinistros tenham atingido apenas os interesses privados, uma vez que a possibilidade sempre presente de alastramento das chamas fazia com que a questo dos incndios fosse um problema coletivo, de todos os que viviam na cidade. Bibliografia JAVOROUSKI, M. L.; BISCAIA, S.A. A Histria do Zoolgico Municipal de Curitiba. Monografia apresentada ao curso de Ps-graduao lato sensu em Histria e Geografia do Paran da Faculdade Padre Joo Bagozzi, como requisito de obteno de ttulo de especialista. Curitiba, 2007. MAGALHES, Felipe. E o rio no civiliza-se... O Jardim Zoolgico e o jogo do bicho no Rio de Janeiro. In: Anais do XII Simpsio Internacional de Processo civilizador, Recife, 2009. Disponvel em:  HYPERLINK "http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/portugues/sitesanais/anais12/artigos/pdfs/comunicacoes/C_Magalhaes.pdf" http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/portugues/sitesanais/anais12/artigos/pdfs/comunicacoes/C_Magalhaes.pdf ltimo acesso em 13 de junho de 2010. BARBOSA, Marialva Carlos. Meios de Comunicao e histria: um universo de possveis In:GOULART, Ana Paula; FERREIRA, M. A. F. (Organizadoras). Mdia e Memria. A produo de sentidos nos meios de comunicao. Rio de Janeiro: Mauad X, 2007 MELHADO, Silvio Burratino; SOUZA, Ubiraci Espinelle Lemes de. Segurana contra incndio nos edifcios de estrutura de ao. Escola Politcnica da USP. Ncleo de tecnologia da construo metlica. Publicao tcnica PT 06. COSIPA Grupo Siderbras, So Paulo, p. 6-34, jan. 1988. RYBCZYNSKI, Witold. A vida nas cidades: expectativas urbanas no Novo Mundo. Rio de Janeiro: Record, 1996. ( Jaqueline Neves da Silva graduanda em Histria pela UNIRIO e bolsista de Iniciao Cientifica desde 2009 sob orientao da professora Anita Correia Lima de Almeida. (( Bruna Carolina Ornelas Silvestre de Jesus graduanda em Histria pela UNIRIO e colabora na pesquisa.  Rybczynski faz uma argumentao pautada nos exemplos das grandes catstrofes ocorridas em territrio norte americano, vendo no modelo dos prdios e em alguns hbitos de vida daquela sociedade motivos para o surgimento e/ou intensificao dos sinistros naquelas cidades.  Utilizamos como documentao at o presente momento os livros do Arquivo do Corpo Militar dos Bombeiros do Rio de Janeiro e peridicos em circulao no Rio de Janeiro oitocentista.  Ver Jornal do Commercio, Gazetilha, dias 5, 13 e 19 de maio de 1890 para casos de exploso de lampies e 25 de maio do mesmo ano para caso de exploso de encanamento de gs.  Ver Diario de Notcias, 10 de maio de 1890, pp.1  Gazeta de Notcias, 10 de maio de 1890, pp. 1  Jornal do Commercio, Gazetilha, 10 de maio de 1890, pp. 1  Ver casos do incndio do Zoolgico (problemas com os avisos de Incendio) e do caso do Incndio em 31 de maro de 1989 na rua da quitanda, onde, segundo noticiado nas pginas de O Paiz no dia seguinte, havia sido dificultado o trabalho do corpo de bombeiros por falta de gua a serem discutidos mais a frente nas pginas 4 e 5 deste artigo.  Numa srie de casos os incndios foram contidos pelos moradores das ruas em que se deram os incndios, segundo descrito pelos jornais, a exemplo do caso publicado pelo Jornal do Commercio em 5 de maio de 1890.  Ibidem 6.  Dirio de notcias, 10 de maio de 1890, pp. 1.  Ibidem 10  Jornal do Commercio, GAZETILHA, 23 de maio de 1890, p.1.  Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, Jardim Zoolgico, Cdice 15-4-62, fl 2 e 3.  Jornal O Paiz,MAIS INCENDIO, 5 de janeiro de 1898, pp. 2     PAGE 5 &2YlmM F G W Y Ŷ嶚t]I'h72B*CJOJQJaJmH phsH -h72h72B*CJOJQJaJmH phsH $h72h(rCJOJQJaJmH sH $h72haCJOJQJaJmH sH haCJOJQJaJh h 6CJOJQJaJh h(rCJOJQJaJhC3CJOJQJaJ& j*hC3hC30JCJOJQJaJh h CJOJQJaJh CJOJQJaJn > idh`gdA dh7$8$H$]gdA 7$8$H$]gdA dh7$8$H$]gd72 dhgd72$a$gdC3 dhgd  'HSvvfvWvWG7hpXhaCJOJQJ]aJhpXhACJOJQJ]aJhpXhCJOJQJaJhpXhUCJOJQJ\aJhpXhCJOJQJ\aJhpXhCJOJQJ\aJhpXhACJOJQJ\aJhpXhACJOJQJaJhACJOJQJaJ%h72h72B*CJOJQJaJph'h72B*CJOJQJaJmH phsH -h72h72B*CJOJQJaJmH phsH $0=Yil12;E]^`axôå~r`TTHh CJOJQJaJh72CJOJQJaJ#jh 0JCJOJQJUaJhaCJOJQJaJh PCJOJQJaJh hCJOJQJaJhCJOJQJaJh hdCJOJQJaJh hCC:CJOJQJaJhACJOJQJaJhpXhaCJOJQJ]aJhpXhACJOJQJ]aJhpXhUCJOJQJ]aJ34ghHIUqr&'TUXpqsʾshpXhdCJOJQJaJhpXh72CJOJQJaJh:hC36CJOJQJaJh:6CJOJQJaJh:h:6CJOJQJaJhsCJOJQJaJhaCJOJQJaJh hcCJOJQJaJh CJOJQJaJh hdCJOJQJaJ(q22#%&j(e*,.uu dhgdALdh^L`gd~gLdh^Lgd2 dh`gd:dh`gdIWdh`gd 2 dhgd.#dh`gd.#Ldh7$8$H$^Lgd~g   bxOPjmӠ񑂑sdOd)jhpXhe30JCJOJQJUaJhpXhe3CJOJQJaJhpXh=CJOJQJaJhpXhkCJOJQJaJhpXhKfCJOJQJaJhpXhaCJOJQJaJ)jhpXh 0JCJOJQJUaJhpXhsCJOJQJaJhpXhiMCJOJQJaJhpXh72CJOJQJaJhpXh CJOJQJaJ+;Qcdp:;Lw۽ۭۭۇxiZZZZKZKZhpXho0CJOJQJaJhpXhc~CJOJQJaJh.#hc~CJOJQJaJhpXhKfCJOJQJaJhpXhsCJOJQJaJ,jhpXhk0J6CJOJQJUaJhpXhk6CJOJQJaJhpXh.#CJOJQJaJhpXhaCJOJQJaJhpXhkCJOJQJaJ)jhpXh.#0JCJOJQJUaJ+*09@RVabcjop012paRRhpXh8kCJOJQJaJh.#hkCJOJQJaJh.#h.#CJOJQJaJhpXhLcCJOJQJaJhpXh.#CJOJQJaJhpXho0CJOJQJaJ)jhpXhc~0JCJOJQJUaJhpXh.#6CJOJQJaJh.#hc~CJOJQJaJhpXhc~CJOJQJaJhpXhc~6CJOJQJaJ HM%'IVcdno   % & ' * / 2 b h p q !!!!"!m!o!p!q!r!⯐{)jhpXh 20JCJOJQJUaJhpXh 26CJOJQJaJhpXhg)CJOJQJaJhpXh 2CJOJQJaJhpXh.#CJOJQJaJ)jhpXhLc0JCJOJQJUaJhpXh8kCJOJQJaJhpXhLcCJOJQJaJ0r!!!!!!!4"5"6"""""",#.#/#1#2#;#U#`###T$]$žj[OhIWCJOJQJaJhpXh.#CJOJQJaJ)jhpXhIW0JCJOJQJUaJhpXhIW6CJOJQJaJhpXhIWCJOJQJaJhpXh 2CJOJQJaJ)jhpXhg)0JCJOJQJUaJhpXhg)CJOJQJaJhpXh8k6CJOJQJaJhpXhg)6CJOJQJaJhpXh8kCJOJQJaJ]$m$n$o$z$$+%;%<%G%Q%Y%%%%&&[&n&&&&&&A*c*ǥ噍}q_RBRhshs6CJOJQJaJhs6CJOJQJaJ"hshs6>*CJOJQJaJh PCJOJQJaJh7hs6CJOJQJaJhIWCJOJQJaJhsCJOJQJaJhpXhCJOJQJaJ%hxGhIWB*CJOJQJaJphhpXhxGCJOJQJaJhpXh8kCJOJQJaJhpXhIWCJOJQJaJh"CJOJQJaJc*d*e*g*h*i*k*l*m*n***++&+)+R+\++++++++,C,U,V,,,,,ĸ||||m|||m|m|m|ahACJOJQJaJhpXhxGCJOJQJaJhpXh[MCJOJQJaJhpXh PCJOJQJaJhpXhCJOJQJaJhpXhCJOJQJaJh PCJOJQJaJh CJOJQJaJhsCJOJQJaJhshs6CJOJQJaJ&jhs0J6CJOJQJUaJ ,,,,,,,,---&-?-B-J-h--K.g.o.{..........v//////ĵӵĵxxe%h~ghA56CJOJQJ\aJ"h~ghA6CJOJQJ\aJh~ghA6CJOJQJaJhpXhCJOJQJaJhBCJOJQJaJhpXh=@CJOJQJaJhpXhCJOJQJaJhpXhxGCJOJQJaJhpXhCJOJQJaJhpXhACJOJQJaJ#////G0H0I0P0Q00001111111 2 2!2'2(2)2-2.2/282223 3)3/3G3O3Q3yiyyyyyiyyhpXh76CJOJQJaJhpXh7CJOJQJaJh.NCJOJQJaJhpXh.NCJOJQJaJhpXhCJOJQJaJhpXhoCJOJQJaJhpXh=@CJOJQJaJhCJOJQJaJ)jh~gh0JCJOJQJUaJh~ghCJOJQJaJ%./1J48567:::(;;;;<dhgdbu dhgdo ,L \k0!#&dhgddh`gdB$Ldh^La$gd2 dhgdAdh`gdLdh^LgdQ3a3v3w3333333333333344J47585E6H6667778>88888#91999<9`9e999ҹÉzÉkkkhpXh9CJOJQJaJhpXh"^_CJOJQJaJhpXh~gCJOJQJaJjhpXh20J6U]hpXho6] hpXh2hpXh26]hpXhoCJOJQJaJhpXh7CJOJQJaJhpXhBCJOJQJ]aJhpXhBCJOJQJaJ*9:::::::&;Y;d;;<Q<<<<;===>======>¼zpzdz[RHhhA 6CJhhA CJhA hbuCJh<hbu0JCJ\hA hbuCJ\jhbuCJU\hA hbu6CJ\ hbuCJ\hbuhbu6CJ\]hbuhbu6CJ\hbuhbuCJ\ hA CJhpXh5CJOJQJaJhpXhVQ5CJOJQJaJhpXhoCJOJQJaJhpXh~gCJOJQJaJ<=>?O@P@R@S@T@@fAvB.CCDEDDEFFFdhgdA dhgdbu $dha$gdbu dhgddhgdA dhgdo dhgdA dhgdbu>>6>q>>>?J?K????0@N@O@Q@R@S@T@U@V@@@eAfAgAhAvBwB.C/C4CGCCCܾ嬣嚔}v}lv_v_vWv_hpXhg6jhpXhg0JUjhg0JU hpXhg hC3hghg j*hC3hg0J hoCJhhoCJhA hA CJ hA CJhhA 6CJ] hpCJhphp5CJ\hphp6CJ\hphpCJhhA CJhhA 6CJ hA 6CJ"CDDD)DEDFDGDZDDDDDDDEEEECFcFlFFFFFFFFFFFFFFFFFFֿ֭xtxh r hbuhphbu hbuhnjhbuhg0JUhbuhbu6 hbuhbu hbuhpX hbuhghphpB*phhphgB*phhpXhfi}hg6hgjhg0JUhpXhg6jhpXhg0JU hpXhg&FFFFFFFF G5G6GGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG¸ys hoCJhg0JmHnHu hg0Jjhg0JUjh6Uh6 h2hg hg6hhhg6hgjhg0JUh -hgB*phhnhpB*phhnhnB*phhnhgB*ph"jhnhg0JB*Uph"FF5GGGGGGGGGGGGGGGGGGG dhgdh]hgd &`#$gdgdCC: $dha$gdh $dha$gdA dhgdA < 0&P 1F:p:<0. 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