ࡱ> Yb0bjbjWW)==}+]rrrr8Trc> 8@!d%4h9j9j9j989D;D*>$[?OAhN>'''N>7777'h9D.D'h97~7h9h9<Jrr7h9NDICE - 11/06/2002 Clique 2 vezes no nmero da pgina para visualizar a matria  TOC \o "1-4" Correio Braziliense XCapa/Cidades GDF recua e no divulga documentos sobre a obra  GOTOBUTTON _Toc11538155  PAGEREF _Toc11538155 4 GDF promete mostrar mais documentos  GOTOBUTTON _Toc11538156  PAGEREF _Toc11538156 4 Correio Braziliense XColuna Braslia-DF  GOTOBUTTON _Toc11538159  PAGEREF _Toc11538159 6 Contra-ataque certeiro  GOTOBUTTON _Toc11538160  PAGEREF _Toc11538160 6 O Globo XCapa/Economia Correo do FGTS vai injetar 3 bi na economia  GOTOBUTTON _Toc11538163  PAGEREF _Toc11538163 8 FGTS: 13,9 milhes tm correo  GOTOBUTTON _Toc11538164  PAGEREF _Toc11538164 8 O Globo XColuna Panorama Poltico  GOTOBUTTON _Toc11538167  PAGEREF _Toc11538167 10 Mais perto do altar  GOTOBUTTON _Toc11538168  PAGEREF _Toc11538168 10 Mais calmante  GOTOBUTTON _Toc11538169  PAGEREF _Toc11538169 10 Ao bumbo  GOTOBUTTON _Toc11538170  PAGEREF _Toc11538170 11 Aos donos  GOTOBUTTON _Toc11538171  PAGEREF _Toc11538171 11 O Globo XColuna Ancelmo Gis  GOTOBUTTON _Toc11538174  PAGEREF _Toc11538174 12 Cena carioca  GOTOBUTTON _Toc11538175  PAGEREF _Toc11538175 12 Dolce far niente  GOTOBUTTON _Toc11538176  PAGEREF _Toc11538176 12 Nuremberg sempre  GOTOBUTTON _Toc11538177  PAGEREF _Toc11538177 12 Cuscuz mineiro  GOTOBUTTON _Toc11538178  PAGEREF _Toc11538178 12 Estria aguardada  GOTOBUTTON _Toc11538179  PAGEREF _Toc11538179 12 Atravessou  GOTOBUTTON _Toc11538180  PAGEREF _Toc11538180 12 Mais luz  GOTOBUTTON _Toc11538181  PAGEREF _Toc11538181 12 Poluio sonora  GOTOBUTTON _Toc11538182  PAGEREF _Toc11538182 13 ndio na Copa  GOTOBUTTON _Toc11538183  PAGEREF _Toc11538183 13 Prmio Tim  GOTOBUTTON _Toc11538184  PAGEREF _Toc11538184 13 Casa Cor indiscreta  GOTOBUTTON _Toc11538185  PAGEREF _Toc11538185 13 Golpe na praa  GOTOBUTTON _Toc11538186  PAGEREF _Toc11538186 13 Jornal do Brasil XCapa/Economia Mudana em fundos de renda fixa deu lucro a bancos  GOTOBUTTON _Toc11538189  PAGEREF _Toc11538189 14 Banco sai de fundo e lucra  GOTOBUTTON _Toc11538190  PAGEREF _Toc11538190 14 Jornal do Brasil XColuna Informe Econmico  GOTOBUTTON _Toc11538193  PAGEREF _Toc11538193 16 Surpresa positiva  GOTOBUTTON _Toc11538194  PAGEREF _Toc11538194 16 Crescente mas pagvel  GOTOBUTTON _Toc11538195  PAGEREF _Toc11538195 16 Pragmatismo em alta  GOTOBUTTON _Toc11538196  PAGEREF _Toc11538196 16 Pronta pra decolar  GOTOBUTTON _Toc11538197  PAGEREF _Toc11538197 16 Roendo as unhas  GOTOBUTTON _Toc11538198  PAGEREF _Toc11538198 16 Cautela e caldo de galinha  GOTOBUTTON _Toc11538199  PAGEREF _Toc11538199 16 Promessa urgente  GOTOBUTTON _Toc11538200  PAGEREF _Toc11538200 17 Guerra do gs  GOTOBUTTON _Toc11538201  PAGEREF _Toc11538201 17 Estria adiada  GOTOBUTTON _Toc11538202  PAGEREF _Toc11538202 17 Jornal do Brasil XColuna Coisas da Poltica  GOTOBUTTON _Toc11538205  PAGEREF _Toc11538205 18 O papel dos jornais  GOTOBUTTON _Toc11538206  PAGEREF _Toc11538206 18 Falta de prtica  GOTOBUTTON _Toc11538207  PAGEREF _Toc11538207 19 Jornal do Brasil XColuna Informe JB  GOTOBUTTON _Toc11538210  PAGEREF _Toc11538210 20 Rede segura  GOTOBUTTON _Toc11538211  PAGEREF _Toc11538211 20 A toque de caixa  GOTOBUTTON _Toc11538212  PAGEREF _Toc11538212 20 Deu zebra  GOTOBUTTON _Toc11538213  PAGEREF _Toc11538213 20 Muito afinados  GOTOBUTTON _Toc11538214  PAGEREF _Toc11538214 20 Drink perigoso  GOTOBUTTON _Toc11538215  PAGEREF _Toc11538215 20 A caminho  GOTOBUTTON _Toc11538216  PAGEREF _Toc11538216 20 Cores do Brasil  GOTOBUTTON _Toc11538217  PAGEREF _Toc11538217 21 gua turva  GOTOBUTTON _Toc11538218  PAGEREF _Toc11538218 21 Coisa feia  GOTOBUTTON _Toc11538219  PAGEREF _Toc11538219 21 Outro pedido  GOTOBUTTON _Toc11538220  PAGEREF _Toc11538220 21 Ensino da arte  GOTOBUTTON _Toc11538221  PAGEREF _Toc11538221 21 O Estado de S.Paulo XColuna JOELMIR BETING  GOTOBUTTON _Toc11538224  PAGEREF _Toc11538224 22 Medo da ordem?  GOTOBUTTON _Toc11538225  PAGEREF _Toc11538225 22 SECOS & MOLHADOS  GOTOBUTTON _Toc11538226  PAGEREF _Toc11538226 23 O Estado de S.Paulo XCapa/Nacional Governo resiste a rever cortes aps votao da CPMF  GOTOBUTTON _Toc11538229  PAGEREF _Toc11538229 24 Governo resiste presso para abrir cofres  GOTOBUTTON _Toc11538230  PAGEREF _Toc11538230 24 Folha de S.Paulo XColuna PAINEL S.A.  GOTOBUTTON _Toc11538233  PAGEREF _Toc11538233 26 Insustentvel  GOTOBUTTON _Toc11538234  PAGEREF _Toc11538234 26 Dentro do previsto  GOTOBUTTON _Toc11538235  PAGEREF _Toc11538235 26 Na torcida  GOTOBUTTON _Toc11538236  PAGEREF _Toc11538236 26 Beleza americana  GOTOBUTTON _Toc11538237  PAGEREF _Toc11538237 26 Faro fino  GOTOBUTTON _Toc11538238  PAGEREF _Toc11538238 26 Gole chins  GOTOBUTTON _Toc11538239  PAGEREF _Toc11538239 26 Geladeira cheia  GOTOBUTTON _Toc11538240  PAGEREF _Toc11538240 26 Controle  GOTOBUTTON _Toc11538241  PAGEREF _Toc11538241 26 Na briga  GOTOBUTTON _Toc11538242  PAGEREF _Toc11538242 27 Lder  GOTOBUTTON _Toc11538243  PAGEREF _Toc11538243 27 Tipo exportao  GOTOBUTTON _Toc11538244  PAGEREF _Toc11538244 27 ANLISE  GOTOBUTTON _Toc11538245  PAGEREF _Toc11538245 27 Sob ameaa  GOTOBUTTON _Toc11538246  PAGEREF _Toc11538246 27 NO MERCADO  GOTOBUTTON _Toc11538247  PAGEREF _Toc11538247 27 FRASE  GOTOBUTTON _Toc11538248  PAGEREF _Toc11538248 27 Folha de S.Paulo XColuna LUS NASSIF  GOTOBUTTON _Toc11538251  PAGEREF _Toc11538251 28 Marketing das eleies  GOTOBUTTON _Toc11538252  PAGEREF _Toc11538252 28 Folha de S.Paulo XCapa/Dinheiro Eletropaulo ressucita contas de at dez anos  GOTOBUTTON _Toc11538255  PAGEREF _Toc11538255 30 Eletropaulo cobra contas que j caducaram  GOTOBUTTON _Toc11538256  PAGEREF _Toc11538256 30 Folha de S.Paulo XColuna PAINEL  GOTOBUTTON _Toc11538259  PAGEREF _Toc11538259 32 Ideal governista  GOTOBUTTON _Toc11538260  PAGEREF _Toc11538260 32 Mau-olhado  GOTOBUTTON _Toc11538261  PAGEREF _Toc11538261 32 Fator marqueteiro  GOTOBUTTON _Toc11538262  PAGEREF _Toc11538262 32 Brincadeira de garoto  GOTOBUTTON _Toc11538263  PAGEREF _Toc11538263 32 Eterno admirador  GOTOBUTTON _Toc11538264  PAGEREF _Toc11538264 32 Infiltrao tucana  GOTOBUTTON _Toc11538265  PAGEREF _Toc11538265 32 Comparao de campanha  GOTOBUTTON _Toc11538266  PAGEREF _Toc11538266 32 Sustos programados  GOTOBUTTON _Toc11538267  PAGEREF _Toc11538267 32 Calmante televisivo  GOTOBUTTON _Toc11538268  PAGEREF _Toc11538268 33 Nos acrscimos  GOTOBUTTON _Toc11538269  PAGEREF _Toc11538269 33 Cabeas quentes  GOTOBUTTON _Toc11538270  PAGEREF _Toc11538270 33 Dia seguinte  GOTOBUTTON _Toc11538271  PAGEREF _Toc11538271 33 Sem retratao  GOTOBUTTON _Toc11538272  PAGEREF _Toc11538272 33 TIROTEIO  GOTOBUTTON _Toc11538273  PAGEREF _Toc11538273 33 CONTRAPONTO  GOTOBUTTON _Toc11538274  PAGEREF _Toc11538274 33 Esforo vo  GOTOBUTTON _Toc11538275  PAGEREF _Toc11538275 33 Folha de S.Paulo XColuna CLVIS ROSSI  GOTOBUTTON _Toc11538278  PAGEREF _Toc11538278 34 Os limites do presidente  GOTOBUTTON _Toc11538279  PAGEREF _Toc11538279 34 Folha de S.Paulo XColuna ELIANE CANTANHDE  GOTOBUTTON _Toc11538282  PAGEREF _Toc11538282 35 O caos  GOTOBUTTON _Toc11538283  PAGEREF _Toc11538283 35 Folha de S.Paulo XColuna CARLOS HEITOR CONY  GOTOBUTTON _Toc11538286  PAGEREF _Toc11538286 36 Estado paralelo  GOTOBUTTON _Toc11538287  PAGEREF _Toc11538287 36 Valor Econmico XColuna Poltica  GOTOBUTTON _Toc11538290  PAGEREF _Toc11538290 37 Ptria de pijamas, mas decidindo voto  GOTOBUTTON _Toc11538291  PAGEREF _Toc11538291 37  Correio Braziliense 11/06/2002 XCapa/Cidades GDF recua e no divulga documentos sobre a obra O Governo do Distrito Federal prometeu, mas no apresentou os documentos sobre o custo da terceira ponte do Lago Sul. Somente as plantas da obra foram apresentadas em 57 caixas. A Novacap est copiando a documentao e promete mostr-la ainda hoje aos interessados. GDF promete mostrar mais documentos Governo do Distrito Federal divulga apenas plantas da obra que est em fase final no Lago Sul e deve apresentar hoje as planilhas de custo da construo Andrea Cordeiro Da equipe do Correio O brasiliense que respondeu ao convite do governador do Distrito Federal e foi ao Setor de Oficinas (SOF Sul) para conhecer os detalhes da licitao e da construo da terceira ponte do Lago Sul no viu muita coisa. Em uma das salas da assessoria da presidncia da Novacap, as 57 caixas de papelo empilhadas guardavam dezenas de plantas da obra. E s. Nenhum documento que justificasse a elevao dos custos da obra estava disponvel. Segundo o diretor de Urbanizao da estatal, Claudio Santana, os documentos referentes licitao e aos preos ainda estavam sendo copiados e s hoje estaro disponveis aos interessados. ''So mais de 300 quilos de papel. Custa R$ 10 mil copiar tudo'', explicou. Sobre as denncias de irregularidades, Santana no quis comentar nada. '' falta de tica adiantar as informaes que foram fornecidas para o Tribunal de Contas do DF'', resumiu. Santana, no entanto, quis comentar a denncia de aumento na quantidade de servios apontados na auditoria dos tcnicos do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). ''A empresa teve de fazer sondagens alm do especificado no edital porque tivemos de mudar a posio da ponte. Se segussemos o projeto, faltariam 150 metros para a ponte chegar na terra firme.'' Sobre a atualizao de custos acima dos preos de mercado, Santana se calou. A oferta de documentos na Novacap para a populao foi amplamente divulgada pelo GDF durante todo o fim de semana. Qualquer pessoa ou instituio interessada pode procurar a sede da Novacap para ter acesso aos documentos. O convite do governo foi feito no dia em que o Correio publicou reportagem com o resultado da percia realizada pela 5Cmara do Ministrio Pblico Federal. Na anlise, a perita Marta Lgia confirma o superfaturamento ainda na elaborao do edital de licitao, quando a Projconsult atualizou os custos em 67%, muito acima dos ndices de inflao. A percia foi feita a partir da auditoria de seis meses realizada pelo TCDF no ano passado. Em 72 pginas, trs auditores concluem que a atualizao dos custos para a publicao do edital e a contratao do consrcio vencedor, formado pela Via Engenharia e Usiminas, saram caros demais para os cofres do GDF. No final das contas o custo total subiu de R$ 40 milhes para R$ 160 milhes. O presidente da Novacap, Elmar Koenigkan, preferiu no comentar as acusaes. Correio Braziliense 11/06/2002 XColuna Braslia-DF Por Arlete Salvador Contra-ataque certeiro Tanto no PT quanto no PSDB, as ltimas pesquisas de inteno de voto so vistas com reservas. Elas tm indicado uma ligeira melhora na posio do candidato do PSDB, Jos Serra, como segundo colocado na disputa com cerca de 20% dos votos. J o candidato do PT, Luiz Incio Lula da Silva, est estacionado no patamar de 40%, com pequenas alteraes, dependendo da pesquisa. O balano desses resultados mostra que o PSDB, depois de meses de disputas internas, encontrou um eixo, uma diretriz eleitoral. E ela aponta na direo de um confronto aberto com o PT. A estratgia do PSDB daqui para a frente at bvia - explorar as fragilidades do adversrio. E o adversrio que o prprio PSDB escolheu, o PT, ignorando solenemente as outras duas candidaturas que ainda podem ameaar a posio de Serra como segundo colocado na disputa. Anthony Garotinho, do PSB, e Ciro Gomes, do PPS, oficializaram ontem suas candidaturas, mas vm sendo tratados como carta fora do baralho. Interessa ao PSDB insistir na idia de que a eleio se dar entre entre o seu candidato e Lula, mesmo que isso no esteja suficientemente garantido at o momento. Dentro dessa estratgia, o PSDB foi buscar o que os seus dirigentes chamam de contradies do PT. No fundo, a idia demonstrar que a imagem do novo Lula, construda pela propaganda eleitoral do partido e pelos discursos moderados do candidato, apenas miragem. Nesse contexto, cobram-se do PT posies adotadas no Congresso Nacional, como as votaes sobre mudanas no sistema previdencirio e na Lei de Responsabilidade Fiscal, por exemplo. A estratgia significa levantar dvidas no eleitorado sobre a veracidade das mudanas anunciadas pelo PT. Outra vertente dessa mesma estratgia criticar eventuais alianas eleitorais que o partido de Lula vem tentando, tanto com o PL quanto com o PMDB, ou, pelo menos, a parte do PMDB insatisfeita com a possibilidade de uma aliana nacional com o PSDB. Faz parte desse movimento lembrar que o PT, que tanto criticou a aliana do presidente Fernando Henrique Cardoso com o PFL, no tem outros critrios para buscar aliados que no eleitorais. Traduo: o PT um partido como outro qualquer. Finalmente, outra linha de conduo da campanha destacar a falta de experincia administrativa de Lula. Turbulncias na economia contribuem para reforar o medo de parcela da populao de um eventual governo do PT. A associao entre uma piora no cenrio econmico com os riscos da eleio de um candidato despreparado funciona como um propulsor do medo e da insegurana. Por extenso, entram na roda os governos do PT. No Rio de Janeiro, a governadora Benedita da Silva vive o drama de um jornalista da TV Globo ter sido torturado e morto por traficantes de drogas sem que sua polcia possa reagir. Em So Paulo, a prefeita Marta Suplicy ainda no conseguiu deixar sua administrao visvel aos olhos do eleitor. A impresso geral que ela ainda no fez nada pela cidade. O que deveriam ser as vitrines do PT para eleger Lula tem se mostrado pontos vulnerveis na campanha eleitoral. A estratgia do PSDB explora exatamente os pontos sobre os quais os eleitores se sentem inseguros para votar no PT. No por acaso, so os mesmos sobre os quais o PT vem trabalhando desde o comeo da campanha. Este ano, mais profissionalizado, o PT se preparou para eles. Os programas eleitorais do partido foram criados com a inteno de se tornar ''vacinas'' contra ataques desse tipo. Era uma forma de imunizar o eleitor contra o medo e a insegurana. Pela mostra da semana passada, quando o PSDB atribuiu ao PT a responsabilidade pela turbulncia na economia, apertando o cerco sobre a candidatura Lula, as ''vacinas'' ainda no foram suficientes. O Globo 11/06/2002 XCapa/Economia Correo do FGTS vai injetar 3 bi na economia FGTS: 13,9 milhes tm correo Geralda Doca BRASLIA e RIO O governo comea a pagar hoje a correo de 16,64% (Plano Vero) e de 44,8% (Plano Collor I) nas contas do Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS) para 13,9 milhes de trabalhadores, injetando na economia cerca de R$ 3 bilhes at o incio de julho. O pagamento vai comear pelas pessoas com direito a at mil reais de correo em cada conta que tiverem. Ao todo, nesta etapa, o governo vai pagar R$ 3,55 bilhes para corrigir 41,7 milhes de contas, mas cerca de 14% desses recursos ficaro bloqueados porque os beneficirios no sacaram os recursos do FGTS. O valor da correo de todos os trabalhadores com direito a saque no estar disponvel na conta para retirada a partir de hoje. O dinheiro ficar liberado para saque aos poucos porque, por limitaes operacionais, sero realizados s 400 mil repasses por dia, at 26 de junho. Podem retirar o dinheiro os trabalhadores que j retiraram o saldo do Fundo por motivo de demisso sem justa causa, aposentadoria, compra da casa prpria ou doena grave. Quem pediu demisso antes de 13 de julho de 1990 tambm poder sacar o dinheiro porque at aquela data havia uma regra que permitia o saque do FGTS em caso de conta inativa por mais de trs anos. Os aposentados com mais de 65 anos ou as pessoas que tenham requerido aposentadoria por invalidez com direito correo de at R$ 2 mil tambm vo ter os recursos liberados imediatamente. - A Caixa se preparou durante meses para esse pagamento. Ningum precisa correr. Pedimos calma e tranqilidade. Metade dos beneficirios no precisa sequer procurar uma agncia ou terminal da Caixa para pegar o dinheiro - disse o presidente da CEF, Valdery Albuquerque. Ontem, o ministro do Trabalho, Paulo Jobim, fez um apelo para que os trabalhadores continuem aderindo ao acordo, o que pode ser feito at dezembro de 2003. Segundo ele, de 35,3 milhes de pessoas com direito ao crdito de at mil reais, s 13,9 milhes sero beneficiados porque assinaram o Termo de Adeso: - No deixem de aderir, principalmente trabalhadores que tm a receber entre mil e dois mil reais, porque no tero desconto e recebero quase que imediatamente. Pelo cronograma de pagamento divulgado ontem pela Caixa, os primeiros a receber sero os 5,4 milhes de trabalhadores que indicaram o nmero de uma conta corrente ao assinarem o Termo de Adeso. No dia 19, a Caixa vai fazer o repasse da correo s empresas que assinaram convnio com a instituio para efetuar o pagamento dos expurgos a 1,8 milho de pessoas na folha de pagamento de junho. E, a partir do dia 26, ser a vez dos 6,68 milhes que vo receber a correo na boca do caixa, de forma escalonada, conforme o ms de nascimento. Entre os dias 20 deste ms e 5 de julho, as 56 mil firmas que assinaram o convnio FGTS-Empresa faro o pagamento da correo no contracheque de 1,8 milho de empregados. No total, eles recebero R$ 460 milhes. S quem aderiu pode receber Quem no indicou o nmero da conta corrente nem faz parte do convnio precisa obedecer ao cronograma (veja o quadro ao lado), que tambm ficar exposto nas agncias da Caixa, Correios e correspondentes bancrios (Caixa Aqui). As pessoas que vo retirar o dinheiro nas agncias e tm direito at R$ 300 podem sac-lo nos correspondentes bancrios (loterias, supermercados, farmcias), apresentando o Carto do Cidado, PIS e um documento pessoal. Acima desse valor, basta procurar uma agncia da Caixa, com Carteira de Trabalho e documento pessoal ou o extrato da conta. S poder retirar o dinheiro ou ter o valor creditado na conta do Fundo (casos em que o empregado pediu demisso ou continua na mesma empresa) quem tiver aderido ao acordo do governo. Segundo a Caixa, 113 milhes de contas, entre ativas e inativas, tm direito correo. Desse total, a instituio autorizou o crdito apenas para 53,5 milhes de contas, disponveis em www.caixa.gov.br. H outras 59,5 milhes de contas com direito ao benefcio, aguardando liberao por conter dados incompletos. As pessoas que ainda no receberam o extrato e no esto includas na internet devem procurar os postos de atendimento ou a Caixa, com a carteira de trabalho, carto do PIS, CNPJ da empresa e data de admisso, alm da identidade. No Rio, a aposentada Maria de Lourdes Gonalves est na expectativa de receber o que tem direito (cerca de R$ 600). Ela assinou o termo de adeso e no v a hora de usar o dinheiro. O Globo 11/06/2002 XColuna Panorama Poltico Mais perto do altar No acabar hoje, como anunciado, a novela da aliana entre o PT e o PL. Os presidentes dos dois partidos, Jos Dirceu e Valdemar Costa Neto, renem-se para analisar os conflitos estaduais, mas a palavra final vir mesmo da conveno do PL, marcada para o dia 23. Certo que esto agora mais prximos do altar, ajudados por padrinhos como o governador Itamar Franco. Algumas incompatibilidades eleitorais foram resolvidas, outras so insolveis. Os bispos continuaram querendo Garotinho, que diz ter o apoio de 17 dos 27 diretrios regionais. A conveno, entretanto, controlada pelos parlamentares, o senador Jos Alencar e 24 deputados, entre eles Costa Neto, que pr-PT. Entre os deputados, dez seriam favorveis aliana, oito contrrios e seis, indecisos. Sobre estes que estariam atuando intensamente o senador e outros defensores do apoio a Lula. Se a aliana for aprovada na conveno do dia 23, o PT enfrentar algum alarido interno, mas sacramentar a coligao e lanar a chapa Lula-Jos Alencar em sua conveno do dia 28. A oficializao do nome de Lula pela executiva foi feita ontem, como j divulgado, apenas para atender a necessidades prticas, tais como o incio do recebimento de doaes e a abertura de comits eleitorais. As resistncias ainda existem e a preferncia por Garotinho mesmo forte no setor evanglico do PL, podendo resultar mesmo no fracasso da aliana. Mas houve avano nos entendimentos e a nova situao j conferia ontem ao senador at a desenvoltura para falar de "nosso governo", referindo-se ao possvel governo Lula: - Os credores do Brasil podem ficar tranqilos, porque nosso governo jamais incorreria em rompimento unilateral de contratos. Estou falando como empresrio, do setor produtivo, onde a vida mais dura do que no setor financeiro, que em 50 anos de atividade nunca rompeu um contrato. Mas preciso notar que s o mercado financeiro est assustado com a possibilidade de vitria do Lula, pois o setor que anda no vago da sorte dos juros altos enquanto o resto da economia se arrasta. Empresas produtivas, inclusive multinacionais, sabem que nosso governo ser voltado para o crescimento, e que enriquecendo que poderemos pagar essa dvida. Sobre o terrorismo financeiro, ontem amainado, diz ainda o senador: - O que o senhor Soros disse (que Serra o eleito dos EUA e que outro resultado trar o caos) aterrador, porque reflete o grau de nossa sujeio e fragilidade. Mas vi com felicidade at o ministro Malan repelir aquela intromisso. Um vice bem falante, daria o senador. Mas como a aliana ainda incerta, o comando do PT continua especulando, discretamente, para no estimular apetites, sobre a chapa puro-sangue. Um nome novo na roda o ex-prefeito de Belo Horizonte Patrus Ananias, que teria a bno de Itamar.Ciro saiu com Paulinho de vice, Garotinho adiou a escolha do seu. Mas, a menos que caia um outro nome do cu, o escolhido deve ser mesmo o mineiro Joo Leite. Mais calmante Funcionou como um ansioltico para o mercado financeiro a pesquisa Datafolha, em que o candidato Jos Serra isola-se no segundo lugar, subindo de 17% para 21%. Lula caiu de 43% para 40% mas isso no apavorou os petistas, que tambm vo contribuir para acalmar o mercado. O PT no deve mais recorrer ao STF contra a supresso da noventena pelo Senado, garantindo a continuidade da cobrana da CPMF sem interrupo. Desiste o PT da ao aventada para dar sinais de compromisso com o ajuste fiscal. Mas tambm porque ia gastar chumbo toa, ficando s com o nus de ter tentado atrasar o lado do governo. Sabe-se que a maioria dos ministros do Supremo no considera inconstitucional a supresso do prazo de 90 dias para o incio da cobrana, por tratar-se de contribuio que j est em vigor, no se constituindo, portanto, em despesa nova para o contribuinte. Ao bumbo O Planalto d hoje mais uma mozinha para o candidato Jos Serra. O presidente Fernando Henrique preside solenidade em comemorao marca dos 50 milhes de brasileiros atendidos pelo programa Sade da Famlia. O candidato e ex-ministro da Sade, em cuja gesto o programa se expandiu, ter direito a cadeira no auditrio. E a ser citado por FH, certamente. Aos donos A Constituio de 1988 acabou com as contas individuais do PIS e do Pasep, alterou a natureza dos programas e determinou que leis especficas tratassem do destino dos saldos existentes. Tais leis nunca foram propostas ou aprovadas. Prope agora o senador Carlos Wilson (PTB-PE) que todo trabalhador desempregado registrado no PIS ou no Pasep possa sacar suas cotas. O SUPLCIO e a morte do jornalista Tim Lopes um tiro de canho em todos ns. Nos que produzem informao e nos cidados que ficam privados dela. Pois agora o trfico mostra que ousa tambm calar quem fala dele, que chega ao limite intolervel, fronteira da prpria democracia. A VELHA E SEGURA caderneta de poupana da Caixa Econmica Federal voltou aos bons tempos. Nos quatro piores dias da crise dos fundos na semana passada, captou R$ 1,067 bilho em depsitos. O Globo 11/06/2002 XColuna Ancelmo Gis Cena carioca Um economista carioca, morador da Zona Sul, j foi rendido por bandidos duas vezes na Tijuca, onde mora sua namorada. Em ambos os casos os bandidos o confundiram com um policial chamado Branco. Desfeito o equvoco, deixaram-no ir embora sem nada levar. Para se diferenciar do seu clone milico, o nosso heri deixou o cabelo crescer e tira os culos toda a vez que chega Repblica da Tijuca. Dolce far niente Marco Maciel amigo de f. Conseguiu para o embaixador Renan Paes Barreto, de sua equipe na vice-presidncia, ser o prximo cnsul em Chicago. O Brasil talvez seja o pas com maior nmero de embaixadores nos EUA. Parece ter um em cada esquina. Nuremberg sempre FH assina amanh a adeso do Brasil ao Tribunal Penal Internacional - uma espcie de tribunal de Nuremberg permanente, para julgar crimes contra a Humanidade. Casos como o de Pinochet - preso na Inglaterra por ordem de um juiz espanhol - iro para esta corte. Cuscuz mineiro A sucesso mineira est enrolada para os tucanos. Tasso Jereissati pode desembarcar em Belo Horizonte, esta semana, para ajudar a encontrar uma sada. At um ms atrs estava tudo certo: o ex-governador Eduardo Azeredo ia para o Senado e Acio Neves disputaria o Palcio da Liberdade. Mas o presidente da Cmara mudou de idia. Tambm quer o Senado. Estria aguardada Paulo Coelho pode estrear no mundo da propaganda. Ao convite de Washington Olivetto para estrelar um filme do Unibanco, ele respondeu: "Nunca fiz comercial. Mas como o convite seu e o roteiro, de muito bom gosto, periga eu fazer." Atravessou Mestre Louro, o chefe da bateria do Salgueiro, foi despedido ontem. Depois de Jamelo, Louro o maior vencedor do Estandarte de Ouro, do GLOBO. Mais luz O Brasil vai poder contar com um acrscimo de energia eltrica suficiente para abastecer uma cidade de trs milhes de habitantes. A partir desta semana, sete turbinas de ltima gerao, capazes de gerar 700 MW, estaro entrando em fase de testes nas trmicas de Maca, Araucria e Termonorte, localizadas no Rio, no Paran e em Rondnia, respectivamente. O investimento da El Paso e ultrapassa US$ 1 bilho. Poluio sonora Recm-inaugurada, a boite Dama de Ferro, novo reduto GLS na Vinicius de Moraes quase esquina da Epitcio Pessoa, em Ipanema, vem deixando os vizinhos insones. bate-estaca de som techno a noite toda at o sol raiar. ndio na Copa O ndio americano A. K. Tobrewala mandou uma carta ao embaixador Rubens Barbosa dizendo que poderia prever uma vitria do Brasil na Copa de 2002, desde que seja procurado para fechar um acordo. Parece coisa de espertalho. Prmio Tim O Movimento Rio de Combate ao Crime, que gerencia o Disque-Denncia, lanou o Prmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo. Os vencedores vo ganhar viagens e equipamentos, como microcmeras, cmera digital e computadores. Casa Cor indiscreta A 12 edio da Casa Cor tem uma novidade para o pblico. Parte do muro que cerca a sede da mostra - a manso que pertenceu a Leonel Miranda, na esquina da Lagoa-Barra com Avenida Visconde de Albuquerque, no Leblon - ser substituda por vidro. Quem passar na rua vai poder admirar os jardins e a manso projetada por Oscar Niemeyer. Golpe na praa Uma entidade denominada Sindicato Patronal das Empresas de Pequeno Porte do Estado do Rio de Janeiro est tomando dinheiro de empresrios a ttulo de contribuio confederativa. Centenas de empresas tm recebido pelo correio uma boleta bancria para depsito de R$ 60 em nome do tal sindicato. A denncia chegou Firjan, que descobriu que o tal sindicato no tem nenhum registro no Ministrio do Trabalho e, portanto, totalmente ilegal. Tim Lopes - saudade pessoal, admirao profissional. O "Observatrio da Imprensa" aborda hoje a morte de Tim Lopes. No programa, os jornalistas Ali Kamel, diretor executivo de jornalismo da TV Globo, o reprter Marcelo Rezende e Humberto Espnola, da Secretaria de Direitos Humanos. Hoje o professor Joacil de Britto Pereira lana s 18h, no Clube dos Advogados, o livro "Ascendino Leite escritor existencial". O filsofo hngaro Istvn Mszros fala hoje s 18h., na Uerj, com traduo simultnea. COM ANGELA DE REGO MONTEIRO, ANA CLUDIA GUIMARES E MRCIA VIEIRA Jornal do Brasil 11/06/2002 XCapa/Economia Mudana em fundos de renda fixa deu lucro a bancos Banco sai de fundo e lucra Instituies financeiras escapam de perdas na renda fixa e ganham com alta de dlar e juros Marcelo Kischinhevsky, Luiz Queiroz e Marise Lugullo RIO E BRASLIA - A mudana nas regras dos fundos de renda fixa foi uma tacada lucrativa para um punhado de grandes bancos, que aproveitaram a chance para apostar na alta do dlar e dos juros. Enquanto orientavam pequenos investidores a no sair de suas aplicaes, tentando minimizar a expectativa de perdas, estas mesmas instituies resgatavam seus prprios recursos de fundos exclusivos, reforando suas tesourarias. O dinheiro tinha destino certo: as aplicaes em contratos de dlar e juros na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). O volume de contratos de moeda americana com vencimento em julho saltou de R$ 1,8 bilho, no dia 27, para R$ 7,7 bilhes, no dia 29, quando foram anunciadas as novas regras para contabilidade dos ttulos pblicos que remuneram os fundos prefixados. O volume seguiu em alta at atingir, na ltima quinta-feira, R$ 11,6 bilhes. Quem saiu dos fundos e aplicou no dlar ganhou, em apenas dez dias, 4,8%. O investidor que no escapou a tempo amargou perdas mdias de 1,5%. Segundo especialistas ouvidos pelo JB, o reforo de caixa nas tesourarias ajuda a explicar por que alguns bancos de grande porte tiveram captao lquida negativa de at 6,2% do patrimnio de seus fundos, de acordo com dados da Associao Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid). Saldo negativo muito superior ao normalmente registrado nos ltimos dias do ms, quando a captao negativa oscila em torno de 1,5%, devido ao pagamento de salrios e fornecedores por parte de empresas que mantm estas aplicaes. ''As tesourarias dos bancos investiram pesado no dlar e nos juros futuros, j que desde setembro, quando os atentados nos Estados Unidos deixaram o mercado sem liquidez, no h interveno do Banco Central. Hoje, uma ao do BC para forar a queda das cotaes parece altamente improvvel'', disse Mrio Paiva, analista da corretora Liquidez. ''A mudana nos fundos acabou com um dos ltimos portos seguros para os investidores, que passaram a ter averso aos ttulos pblicos e correram para o mercado futuro''. Para Mrio Paiva, as retiradas acima da mdia, inclusive nos dias anteriores mudana, ''geram desconforto entre os investidores que tiveram perdas, porque so sinais claros de que houve informao privilegiada''. A captao negativa de R$ 1,8 bilho na semana que antecedeu o anncio das novas regras, o dobro do volume registrado no ms anterior, conforme revelou o JB, est sendo investigada pelo Ministrio Pblico Federal. A senadora Helosa Helena (PT-SP) apresenta hoje requerimento para que o presidente do BC, Armnio Fraga, e o ministro da Fazenda, Pedro Malan, deponham na Comisso de Assuntos Econmicos do Senado (CAE). A tendncia ser unificar a sesso com a da Comisso de Finanas e Tributao da Cmara, que j fez pedido similar. ''Acho estranho que um mercado que sempre se diz frio, racional, possa ficar to nervoso e histrico de uma maneira to fcil. No se justifica. A no ser que, de fato, existam pessoas ganhando com isso, atravs de informaes privilegiadas. O Brasil precisa saber o que est acontecendo'', disse a senadora. Mesmo que sejam aprovadas as audincias, o Congresso ter que esperar: Fraga est em Washington, participando de evento do Departamento de Assuntos Monetrios e Cambiais do FMI. Ele voltar ao Brasil na quinta-feira, mas pretende passar o resto da semana no Rio. Jornal do Brasil 11/06/2002 XColuna Informe Econmico Surpresa positiva O BBV aposta suas fichas em um dado tranqilizador para os investidores estrangeiros, a convergncia entre os principais candidatos presidncia. Um grau elevado de independncia para o Banco Central e um supervit primrio nas contas pblicas nunca menor a 3,5% do PIB figuraro, com nuances, nos programas dos presidenciveis. O relatrio do banco espanhol surpreende ao elogiar explicitamente Guido Mantega, economista de destaque do PT, pela defesa do cumprimento integral de contratos. Crescente mas pagvel A deteriorao das expectativas encurtou os prazos da dvida pblica para o ano que vem. O vencimento mdio mensal projetado pulou de R$ 12,2 bilhes para R$ 13,5 bilhes. Preocupante, mas ainda bem abaixo dos R$ 18,6 bilhes deste ano. Pragmatismo em alta A confiana do BBV na moderao de um presidente eleito pela oposio explica-se pelas conseqncias de uma suspenso de pagamento ou rolagem compulsria da dvida externa. O risco Brasil pularia de imediato para uma faixa entre 1400 e 2000 pontos bsicos, o que incompatvel com o crescimento econmico. No plano interno, as restries constitucionais a deteno ou seqestro de bens inibem medidas de confisco. Faltaria ao novo Governo, tambm, apoio no Congresso suficiente para algo drstico. Pronta pra decolar A Embraer recebeu a confirmao de pedido de 22 avies e uma opo sobre outros 30. A encomenda partiu de uma empresa regional de aviao que serve Delta Airlines em vos domsticos nos EUA. Firmados os pedidos, o faturamento chegaria a US$ 900 milhes. O maior contrato da companhia dirigida por Maurcio Botelho, desde os atentados terroristas aos EUA, em setembro passado. Roendo as unhas Maior exportadora brasileira de manufaturados, a Embraer vive uma expectativa forte tambm no front interno. Amanh, uma reunio ministerial coordenada pela pasta da Defesa debate as contrapartidas comerciais oferecidas pelos concorrentes da renovao da frota de caas da FAB. De ao a carne de porco, tem mercado para de tudo um pouco. A Embraer est com os franceses da Dassault, fabricante do Mirage. Cautela e caldo de galinha Devagar, cresce a corrente do Governo que defende adiar a deciso sobre os caas. Para o prximo mandato, como na TV digital. Promessa urgente O compromisso de respeitar contratos e no impor solues extra-mercado por parte dos candidatos de oposio desarmaria grande parte da tenso prevalescente nos mercados. Com isso, seria possvel uma transio mais tranqila, e a queda do risco Brasil para patamares mais prximos aos dos demais mercados emergentes. O conselho de Octvio de Barros, economista-chefe do BBV, no novo, coincidindo em linhas gerais com o que tm dito Armnio Fraga e Pedro Malan. Novidade que tem encontrado ouvidos cada vez mais atentos do lado da oposio. Guerra do gs As distribuidoras de gs liqefeito de petrleo querem que a Petrobras reduza seus preos no atacado. Hoje, a estatal cobra o mesmo pela parcela produzida no Brasil (65%) e a importada (35%). A diferena por tonelada ultrapassa com freqncia os R$ 220. O que encarece o gs de cozinha. Estria adiada A Promon Engenharia foi uma das empresas que desistiram na ltima hora da licitao de reas promovida pela Agncia Nacional de Petrleo. Problemas burocrticos, sugerindo uma volta em breve. jb@jb.com.br Jornal do Brasil 11/06/2002 XColuna Coisas da Poltica O papel dos jornais H 20 anos, um pouco mais talvez, Alberto Dines assinava uma coluna todos os domingos, na qual discutia, pioneiro e algo solitrio, o papel dos jornais, sua influncia, seus erros e acertos. Hoje, tambm quase s, Dines leva em frente o debate num programa de televiso e pela internet. No raro, torna-se incmodo e impertinente. Pudera: instrumentos de poder junto ao poder, elevados condio de porta-vozes da sociedade, os veculos de comunicao permanecem margem do processo de readaptao das instituies brasileiras democracia e na correo das injustias e hbitos nefastos nos diversos setores. Esto fora dessa discusso, a no ser como juzes, nunca como personagens. At mesmo pelas imperfeies que impedem o Estado de funcionar a servio da populao foi que a imprensa terminou assumindo tarefas que, em tese, no seriam dela: de delegacia de polcia a tribunal de pequenas e grandes causas - e, no raro, de inquisio, por equvoco de procedimentos -, jornais, revistas e televises passaram a fazer de tudo. E tambm a serem demandados por tudo. Afinal, dada a rapidez e amplitude da divulgao de informaes, na imprensa que os fatos reverberam e nessa repercusso que o cidado deposita sua esperana de soluo. Nem sempre d certo, mas nos ltimos anos, entre mortos e feridos - no que concerne a reputaes -, deixaram de se salvar muitos vivaldinos. Natural, portanto, que nessa situao a imprensa adquirisse, como adquiriu, um poder e uma importncia inditos at ento no Brasil. Conseqentemente seria tambm natural que o papel dos jornais, das televises e revistas fosse questionado pela sociedade, exposto fiscalizao. E aqui se fala de controle social, no de limitaes. Muito bem, mas a pretexto da fidelidade a uma antiga e superada norma, segundo a qual ''jornalista no notcia'', corre frouxa a imprensa. Um tanto sem critrios, meio no piloto automtico naquilo que seria a expectativa de leitores, ouvintes e telespectadores, eufrica em seu papel de paladina das boas causas. Pois neste item que residem vrios problemas: vo desde a ineficcia das reparaes, quando cometidas injustias, at a iluso da onipotncia que faz, por exemplo, a emissora de televiso mais bem estruturada do continente deixar que um reprter assuma o papel de investigador de polcia. E faz isso - note-se que aqui se usa esse exemplo por causa da morte de Tim Lopes, mas a TV Globo no est sozinha na prtica, adotada pela maioria dos veculos de comunicao - sem a menor preocupao com a proteo do profissional, descaso que aciona a polcia s no dia seguinte ao sumio do jornalista. Quem, afinal de contas, pensamos que somos? Todos ns, sem recorrer atribuio exclusiva de culpas s chefias ou aos proprietrios, mas distribuindo essas responsabilidades tambm conosco que produzimos o material noticioso do dia-a-dia. Para responder pergunta acima - pensamos que somos seres acima do bem e do mal, do perigo, da violncia e da injustia - basta lembrar o quanto foi nos ltimos anos valorizada a produo jornalstica originada em procedimentos antes exclusivos de rgos de informaes e polcia: dossis secretos, gravaes misteriosas, filmagens s escondidas. Tudo isso confere premiaes, jamais o questionamento da legalidade e legitimidade dos mtodos. Evidente que o jornalista fica, assim, estimulado a ir atrs do escndalo, seja de que maneira for, travestindo-se de qualquer coisa num caso pronto e acabado, no qual os meios justificam os fins: a reportagem. E nisso, estamos todos igualmente envolvidos. Sob os olhos complacentes dos escales superiores passa de tudo: do estagirio que apresenta-se possvel fonte com identificao falsa, aos vidos caadoras de dossis, muitas vezes inocentes teis nas mos de bandidos cujos interesses foram contrariados, seja por gente honesta, seja pelo bando adversrio. E j que perdemos Tim - que no pertencia categoria dos deslumbrados, dos oportunistas nem dos inocentes, estava era cansado dessa guerra - pelo menos que no percamos a oportunidade de olhar no espelho com um pingo do senso crtico que usamos para esquadrinhar a conduta do alheio. Falta de prtica Inadequadas, tolas e principalmente despreparadas as palavras do candidato de PSB, Anthony Garotinho, numa palestra com empresrios, sobre a colunista Mriam Leito. Garotinho reclamou das posies da jornalista e at a exerceu seu direito opinio. Ao partir para ofensas e juzo de valor, no entanto, mostrou que no sabe conviver com o exerccio opinio, um ramo do jornalismo em que livre o arbtrio do profissional, observados o bom senso, a educao e o respeito. Caractersticas que, alis, deveriam ser pr-requisitos a candidatos Presidncia da Repblica. dkramer@jb.com.br Jornal do Brasil 11/06/2002 XColuna Informe JB Rede segura O Superior Tribunal de Justia decidiu, ontem, que a venda online de automveis zero-quilmetro totalmente garantida pelas montadoras. Se a concessionria falir ou descumprir o contrato fechado atravs da internet, o fabricante do veculo ter de honr-lo. Entregando o modelo escolhido no prazo acertado, sem mais, nem menos. A toque de caixa Sexta-feira, a Cmara dos Vereadores concedeu ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Yasser Arafat, o ttulo de Cidado Benemrito do Rio. Dia 4, proposta idntica foi bombardeada no plenrio. Deu zebra O Ministrio Pblico federal investigar a Conab. A estatal alvo de denncias envolvendo o transporte e a armazenagem de produtos agrcolas. Uma das operaes suspeitas foi a compra de cerca de 1,5 milho de sacos de juta. O preo pago estaria acima do sugerido pela rea tcnica da empresa. Muito afinados O Exrcito brasileiro e o novo presidente da Colmbia, lvaro Uribe Valez, tem algo em comum. que enquanto o primeiro tem por slogan Brao forte, Nao amiga, o ltimo se elegeu pregando a mxima Mo firme, Corao forte. Drink perigoso Ano passado, 388 mil pessoas se internaram em clnicas psiquitricas conveniadas ao SUS. Deste total, 84 mil apresentaram transtornos mentais decorrentes do uso absusivo de lcool. Foram registrados 295 bitos em decorrncia deste problema. A caminho Chefe do Gabinete da Segurana Institucional da Presidncia da Repblica, o general Alberto Cardoso receber, ms que vem, sua quarta estrela no Exrcito. A Firjan negocia com o governo do Estado do Rio a cesso do Palcio Rio Negro, em Petrpolis. Se tudo der certo, no prdio neoclssico feito em 1889 funcionar uma escola de restauradores, entre outras atividades. Cores do Brasil Recife, Braslia e SP sero as capitais que recebero a exposio com obras do pintor Albert Eckhout, cujo destaque sero 24 imensos quadros do Brasil do sculo 17 pertencentes ao Museu da Dinamarca. Retratos do Novo Mundo comea dia 11 de setembro, no Instituto Brennand, no Recife. gua turva Ambientalistas esto denunciando o aparecimento de manchas de leo na regio da Bacia de Campos. A extenso e a quantidade de locais poludos, que podem ser vistos por satlite, sugerem a necessidade de uma investigao. Mas, parece que tem gente esperando uma tragdia. Coisa feia A polcia japonesa relacionou os brasileiros em segundo lugar numa estatstica sobre pequenos crimes cometidos por estrangeiros naquele pas. Os chineses ficaram no topo do pdio. A maioria dos delinqentes de filhos de japoneses que moram no Brasil. Outro pedido Aps obter do governo sinal verde para importar pesqueiros usados, os empresrios do setor preparam nova tacada. Em audincia ainda este ms com o presidente FH, pediro imposto zero para a compra de leo combustvel para os barcos que vo operar alm das 12 milhas da costa. Ensino da arte A Firjan negocia com o governo do Estado do Rio a cesso do Palcio Rio Negro, em Petrpolis. Se tudo der certo, no prdio neoclssico feito em 1889 funcionar uma escola de restauradores, entre outras atividades. O mdico Jorge Darze recebe logo mais a Medalha Tiradentes, na Alerj. Hoje, na Uerj, haver palestra do filsofo hngaro Istvn Mszros. O argentino Fito Paez faz show hoje, no Caneco. Hoje, a pedido do tricolor Francisco Dornelles, que no estar em Braslia, o deputado Mrcio Reinaldo ler na Cmara a saudao aos cem anos Fluminense. Tambm hoje, no Carpe dien, Janson Tersio autografa A espada e a palavra, biografia de Jorge Tavares. Um dos maiores pianistas de jazz do mundo, Chucho Valdz toca de 26 a 29, em SP. A seu lado estar Ed Motta. Com Ronaldo Herdy O Estado de S.Paulo 11/06/2002 XColuna JOELMIR BETING Medo da ordem? "O Estado moderno no deve ser mximo nem mnimo. Ele tem de ser, necessariamente, de tamanho timo" Jos Maria de Jesus, catador de papis A responsabilidade social tem de prevalecer sobre a responsabilidade fiscal. Certo? Errado. Essa reiterada prioridade de palanque carrega 30% de demagogia e 70% de ignorncia. Emitida por candidatos e assessores que no tm noo da prpria (in)competncia. E os incompetentes que se apresentam como salvadores da ptria deixam de ser honestos. Eles so uma fraude. O ditame da responsabilidade fiscal, finalmente transformada em lei - que prefiro chamar de Lei de Responsabilidade Moral -, o fator condicionante. O exerccio da responsabilidade social o fator condicionado. Sem o primeiro, o segundo no se sustenta por um trimestre. Muito menos, por um mandato. Ou se preferem: o artigo primeiro do estatuto da responsabilidade social est, justamente, no cumprimento ao p da verba do diploma da responsabilidade fiscal. Sanear e manter em ordem as contas pblicas garantir os meios para a realizao das metas. O saudoso conselheiro Accio, filsofo e semilogo, costumava advertir, nos idos da Velha Repblica (quando s 3% dos brasileiros votavam para presidente), que nos tratos da coisa pblica a soma das partes no pode ser maior do que o todo. Essa revolta poltica contra a aritmtica oramentria que est na raiz de todos os vcios e desvios do Estado contemporneo - no Brasil e no mundo. A irresponsabilidade fiscal pode ter mil explicaes, mas nenhuma justificativa. Ela estiola governos que no se governam, no se deixam governar e, fechando a roda da gastana pblica, no conseguem governar. O problema de fundo que a boa gesto das contas pblicas, sem vazios nem desvios, sobre ser uma exigncia moral, demanda competncia tcnica e sabedoria poltica. Ou seja: as duas moedas mais escassas, historicamente, da administrao pblica. At porque bem mais fcil ou ligeirinho martelar o discurso ladino que coloca o carroo da responsabilidade social frente da parelha da responsabilidade fiscal. Para os posseiros dessa clicheria ideolgica, as prticas da responsabilidade fiscal no passam de uma capitulao tecnocrtica ao "modelo neoliberal". Modelo importado do salo oval da Casa Branca e patrulhado pelo olho de vidro do FMI. Sim, o FMI tem um olho de vidro, o direito. Que tem mais calor humano que o olho natural, o esquerdo. Afinal, quem tem medo do saneamento tardio de nossas contas pblicas? Aqueles que imaginam e proclamam que a nova Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), escoltada pela velha Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO), nada mais que uma camisa-de-fora que o governo que sai amarra no tronco do governo que entra. Ou quem ainda reza uma doutrina poltica instalada no Planeta Marte, distante 78,3 milhes de quilmetros deste nosso vale de lgrimas. SECOS & MOLHADOS Evoluo - Pensando bem, estamos evoluindo. Confesso que jamais imaginei que algum dia a questo fiscal viesse a competir nas raias eleitorais com inflao, recesso, desemprego, sade, educao, pobreza, violncia. At parece que estamos na Sucia. Sem retorno - O afluente interesse popular pelos assuntos fiscais tem a ver com nosso crescente garrote tributrio. Ou com a percepo coletiva de que o abusivo tamanho da carga fiscal tem sido agravado pela m qualidade de seu retorno social. Distrados - O despertar da cidadania sobre matria fiscal ainda no foi captado pelos presidenciveis e respectivos marqueteiros. Estes, como bons vendedores de xarope, preocupados mais com a embalagem do que com o contedo. Da matilha - O diabo que essa nova cobrana do eleitorado j foi encaixada pelos especuladores da dvida pblica cavada pelo dficit pblico. Uma insacivel matilha de terroristas financeiros, os nacionais e os estrangeiros. O Estado de S.Paulo 11/06/2002 XCapa/Nacional Governo resiste a rever cortes aps votao da CPMF Apesar da presso do Congresso, a equipe econmica no est disposta a desbloquear de imediato as verbas do Tesouro assim que a CPMF for aprovada Governo resiste presso para abrir cofres Parlamentares querem que recursos sejam liberados logo depois da aprovao da emenda da CPMF, mas equipe econmica mantm cautela LILIANA LAVORATTI BRASLIA - Apesar da presso do Congresso para que o governo desbloqueie as verbas do Tesouro assim que a Contribuio Provisria sobre Movimentao Financeira (CPMF) for aprovada, a equipe econmica no est disposta a abrir os cofres. Em meados de maio, foram bloqueados R$ 5,3 bilhes.Deles, sobraram agora R$ 3,8 bilhes, j que R$ 1,5 bilho no ser devolvido aos ministrios nem com o fim da noventena- a suspenso do prazo de noventa dias entre a aprovao da contribuio e o incio de sua cobrana.Esse dinheiro foi usado para cobrir a expanso de despesas de pessoal (R$ 1 bilho) e do aumento do dficit do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). No est mais no Oramento. O governo pretende ir liberando esses R$ 3,8 bilhes que sobraram medida em que a arrecadao for sendo confirmada, a partir do dia 18, quando a nova cobrana for autorizada por lei. Alm do temor ainda existente na equipe econmica de que a cobrana ininterrupta da CPMF seja questionada na Justia, h outro dado que preocupa o governo: a estagnao na arrecadao de alguns tributos. O desbloqueio das verbas oramentrias ser feito com cautela para no pr em risco o cumprimento da meta de resultado das contas da Unio em 2002 - que ter de gerar R$ 36,7 bilhes de supervit primrio (receitas menos despesas, exceto juros da dvida), incluindo as estatais federais. O supervit primrio o principal instrumento fiscal de controle da relao entre a dvida lquida do setor pblico e o Produto Interno Bruto (PIB), hoje em torno de 55%. "Votada e promulgada a CPMF sem interrupo da cobrana, desaparecer uma das razes do bloqueio do dinheiro e isso ser levado em considerao pelo governo para a liberao dos recursos retidos", afirmou ontem o lder do governo na Cmara, deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP), ressaltando que outras razes econmicas exigem a prudncia da rea econmica. O presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), disse que vai fazer coro com os que reivindicarem a liberao dos recursos necessrios para reas que ele considera prioritrias, como investimentos no campo social, estmulo ao emprego e melhoria das estatais. Estagnao - Apesar do crescimento global das receitas, de 23,58% de janeiro a abril, em oposio ao mesmo perodo de 2001, h uma preocupao real com a estagnao das receitas de alguns tributos. "Esse incremento da arrecadao est se dando por causa de receitas extraordinrias, como o pagamento do Imposto de Renda por parte dos fundos de penso, mas, em contrapartida, vrios outros itens das receitas esto caindo", disse Madeira. Entre eles esto o Imposto sobre Produtos Industrializados e o Imposto sobre Produtos Importados. A queda foi influenciada pela reduo na atividade econmica e por mudanas na legislao. O governo tambm contabiliza como perda os R$ 3,7 bilhes que vo deixar de entrar nos cofres da Receita por causa da correo de 17,5% da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Fsica (IRPF). Em 7 de julho se encerra o prazo para o governo federal repassar recursos oramentrios aos Estados e municpios por meio de convnios, conforme prev a Lei Eleitoral. Somente at 31 de julho os ministrios podero comprometer o total de R$ 2 bilhes do Oramento de 2001 que ficou para ser pago neste ano - os chamados "restos a pagar". Segundo Madeira, antes de definir o montante que ser desbloqueado nas prximas semanas, a equipe econmica far uma reavaliao completa da arrecadao. A recomposio das verbas ser feita somente em cima dos R$ 3,8 bilhes estimados com a interrupo da CPMF entre 18 de junho e 18 de setembro, caso a noventena permanecesse. Entre os fatores que fazem o governo ter cautela na recomposio das verbas est o temor de a noventena ser suspensa por liminar enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) no julgar a questo. Se isso ocorrer, a arrecadao ser prejudicada. Folha de S.Paulo 11/06/2002 XColuna PAINEL S.A. Insustentvel A indstria de alimentos no conseguiu manter o crescimento registrado em maro, quando a produo subiu 13%, e as vendas, 10%, sobre fevereiro. A Abia, associao do setor, acaba de divulgar os nmeros de abril. A queda foi de 7% na produo e 12% nas vendas em relao a maro. Dentro do previsto Denis Ribeiro (Abia) diz que o resultado no interfere na projeo de 3% de crescimento para o ano. No acumulado em 12 meses, o setor ainda registra um aumento de 3,5% na produo e de 3% nas vendas. Na torcida Os empresrios do comrcio exterior esperam que os auditores fiscais da Receita Federal decidam por encerrar amanh a paralisao do setor. Nos ltimos dias, a Abracex estima um represamento de 80% do movimento corrente do comrcio exterior de US$ 400 milhes/dia. Beleza americana Uma misso de empresrios brasileiros do setor de higiene e beleza desembarca nesta semana nos EUA, para conhecer a "Market Place Conference". O evento recebe compradores que distribuem os produtos para mais de 73 mil pontos-de-venda nos EUA, um mercado de US$ 320 bilhes. Faro fino A Endeavor ir promover em setembro mais uma seleo para identificar a prxima gerao de lderes de negcios do pas. A ONG busca promover o desenvolvimento socioeconmico com o empreendedorismo. Gole chins Empresrios dos setores da agricultura e de caf estiveram com empresrios chineses para estudar parcerias. O consumo anual de caf na China equivale ao consumo brasileiro de uma semana, 300 mil sacas. Geladeira cheia O consumo de refrigerados (iogurtes, petit-suisses, sobremesas prontas e leite fermentado) aumentou 20% apenas no primeiro quadrimestre deste ano em relao ao mesmo perodo de 2001. O setor vendeu 77,1 mil toneladas neste quadrimestre, segundo a LatinPanel. Controle A Cia. Suzano de Papel e Celulose acaba de fechar os valores para investimentos em controle ambiental. O setor vai receber 30% dos US$ 100 milhes que a empresa vai investir na atualizao tecnolgica e no aumento de produtividade de sua fbrica em Suzano (SP). Na briga Para fazer frente aos concorrentes Novalgina e Tylenol, a linha Drico acaba de colocar no ar uma campanha de R$ 2,2 milhes, assinada pela Publicis Norton. O objetivo aumentar em 25% as vendas da marca. Lder A Fiat Allis (CNH Global) fechou maio na liderana do mercado nacional de equipamentos para infra-estrutura e construo, com 153 mquinas vendidas, o equivalente a 28% das vendas em todo o Brasil. Tipo exportao Depois de chegar aos EUA, a brasileira Procwork, consultoria de tecnologia da informao, entra em mais cinco pases: Espanha, Polnia, Coria, Venezuela e Argentina. ANLISE Sob ameaa Depois dos ltimos nmeros da pesquisa eleitoral e da conferncia do BC com investidores externos na sexta-feira, o mercado esperava para ontem uma queda significativa do dlar. O fato de o dlar ter se mantido estvel em relao a sexta-feira mostra que a situao no est to calma quanto se imaginava. O economista Octavio de Barros, do BBV Banco, acha que, se no houver uma queda do dlar nos prximos dias, isso poder comprometer a to esperada reduo dos juros na prxima reunio do Copom, apesar de a inflao estar em queda livre. NO MERCADO A recuperao da Bovespa ontem beneficiou quase todas as principais aes. Dentre os papis que caram, as baixas registradas foram modestas. Quem mais perdeu foi o papel preferencial da Bradespar, com queda de 1,6%. FRASE "O crescimento da economia no ser fantstico, mas pode ficar acima de 2%" Ilan Goldfajn, BC Folha de S.Paulo 11/06/2002 XColuna LUS NASSIF Marketing das eleies Os grandes matemticos e estatsticos talvez consigam, algum dia, quantificar e estabelecer um padro para as grandes ondas da opinio pblica, caminhando em uma ou outra direo. Mas o princpio que leva presidentes a experimentar essa montanha-russa de um perodo de popularidade, seguido de outro de desgaste, o mesmo dos mercados de ativos, especialmente de aes ou papis de pases. No mercado no se considera nenhum papel bom em si. Ele caro ou barato. Um papel barato -aquele cujo preo inferior ao da percepo do mercado- tende a ser valorizado, bem visto, entrando em uma espiral de alta que quase sempre leva ao "overshooting" -uma valorizao maior do que a que o mercado comportava. A partir da, o mesmo papel passa a ser visto como caro e a sofrer um processo de depreciao. Qualquer evento impacta negativamente o papel, ocorrendo uma desvalorizao maior do que o mercado esperava e provocando, no momento seguinte, um novo movimento de valorizao. Obviamente no so todos os papis nem todos os polticos que passam por esse processo. H um tipo especfico de ativo e de poltico de maior volatilidade. Assim como existem aqueles polticos alados condio de "blue chips" ou de "lixo", que ficam imunes a oscilaes. A campanha eleitoral tem sido tpica desse processo. Tome-se FHC. Em um certo momento, estava "barato". Quando ocorreu o caso Lunus, caiu a ficha da opinio pblica sobre o fim dos coronis, e ele foi revalorizado. O evento deflagrou um processo de reavaliao que tornou FHC "caro". Provocou um "overshooting", como diriam os analistas financeiros. O aumento da crise econmica, da inadimplncia e do desemprego fez o pndulo voltar rapidamente. Essa mesma curva, mais cedo ou mais tarde, vai afetar todos os candidatos. At o momento apenas Lula tem se mantido estvel, porque o jogo se d em torno da segunda alternativa Presidncia. Mas tambm no escapar desse processo quando a campanha comear. Os movimentos da candidatura Serra so tpicos dessas ondas. A candidatura comeou pequena, deu um salto. A, em razo do caso Lunus e um conjunto de denncias, entrou em baixa, e retomou o movimento de alta na ltima semana. Agora est em mar alta, com vento a favor. Mas haver novas ondas at as eleies. Nem se pode dizer que uma denncia ou outra que inverte o movimento do pndulo. Talvez as denncias surjam em razo desse processo, j que os fatos e boatos envolvendo todos os candidatos esto a, ao alcance de todos. A mdia molha o dedo, coloca ao vento, percebe que hora e solta o dossi contra o candidato A ou B. Outros vo atrs, a se percebe que se avanou muito, comeam as reaes de leitores, e o pndulo retorna para a outra ponta. Ningum tem a frmula nem o compasso para avaliar o tempo de cada movimento. Se tivesse, cada marqueteiro trataria de trabalhar cientificamente seu candidato para que o "overshooting" para cima ocorresse no dia das eleies. Mas inegvel que a falta de sensibilidade para esses movimentos j matou muitas candidaturas. Lembro-me bem da candidatura Erundina (ento no PT) para a Prefeitura de So Paulo. At poucos dias antes praticamente no existia. No dia das eleies, fui com minhas filhas votar, elas com pouco mais de dez anos, e s falavam em Erundina para c e para l. O resultado das eleies pegou quase todos os institutos de surpresa. Talvez, se a eleio demorasse um pouco mais, o pndulo tivesse invertido. De qualquer modo, como no existem ainda frmulas matemticas precisas para prever esses movimentos, mais do que nunca o marketing das campanhas depender da intuio e da arte dos estrategistas. Folha de S.Paulo 11/06/2002 XCapa/Dinheiro Eletropaulo ressucita contas de at dez anos ENERGIA Eletropaulo cobra contas que j caducaram Distribuidora multiplica valores irrisrios sobre servios prestados antes da privatizao; Procon v irregularidades JOO BATISTA NATALI DA REPORTAGEM LOCAL A Eletropaulo est cobrando de consumidores de energia eltrica contas supostamente pendentes desde o perodo anterior a sua privatizao, em abril de 1998. Alguns valores irrisrios transformaram-se ao longo dos anos em quantias bem maiores. O equivalente a R$ 0,01, em 1992, passou a R$ 26,89, o que bem superior ao autorizado em atualizaes de dvidas judiciais. A Eletropaulo, em nota, nega estar cometendo irregularidades e afirma estar aplicando corretamente as normas em vigor (leia texto ao lado). A cobrana feita por empresas terceirizadas que ameaam os consumidores de incluir seus nomes na lista negra do SPC (Servio de Proteo ao Crdito) caso no paguem a alegada dvida. Segundo o Procon, a Eletropaulo est cometendo pelo menos trs irregularidades: 1) a resoluo 456/00 da Aneel (Agncia Nacional de Energia Eltrica), publicada em novembro de 2000, diz em seu artigo 76 que deixam de existir a partir daquela data dvidas pelas quais as concessionrias no se mobilizaram na cobrana. Como, por exemplo, tentar o pagamento por meio da conta do ms seguinte; 2) o Cdigo de Defesa do Consumidor, nos artigos 6 e 41, exige clareza no preo dos servios prestados. Uma suposta dvida de anos no pode reaparecer de uma hora para outra; 3) ameaa de sujar o nome do cliente no SPC no tem fundamento, porque, mesmo havendo inadimplncia, servio de eletricidade no se confunde com contrato de crdito. Abuso O Procon, segundo Ftima Lemos, tcnica da rea de servios, v indcios de "prtica abusiva" e informou que procurar resolver a questo por meio de procedimentos administrativos. No cogita por enquanto em acionar o Ministrio Pblico. Importante: o Procon no aconselha que os clientes da Eletropaulo deixem de pagar o que vem sendo cobrado e corram o risco de ter a energia cortada. Mas os orienta que peam liminar nos juizados especiais ou que acionem a Comisso de Servios Pblicos de Energia (tel. 0800-555591), da prpria Aneel. Desconhecimento A histria estranha porque os consumidores desconheciam a existncia de qualquer dvida para com a companhia de energia eltrica. Outra esquisitice est nos critrios de atualizao da dvida alegada. Alguns exemplos. Em janeiro de 1998 uma madeireira da zona leste de So Paulo supostamente devia R$ 213,67. A Eletropaulo quer agora R$ 735, quando pela tabela do Judicirio a dvida deveria ser bem menor: R$ 279,07. Em fevereiro de 1997 um apartamento do bairro de Perdizes supostamente gastou R$ 9,23. A Eletropaulo exige agora R$ 36,56, quando pela mesma tabela a dvida deveria ser de R$ 12,50. Colaborou Mauro Zafalon, da Redao Folha de S.Paulo 11/06/2002 XColuna PAINEL Ideal governista Serra acredita que no incio do horrio eleitoral a campanha j estar definitivamente polarizada entre o PT e o PSDB. Para isso, o tucano espera diminuir a diferena entre ele e Lula em cerca de seis pontos percentuais (hoje est 40% a 21%), deixando Garotinho e Ciro para trs. Mau-olhado Apesar de estar em terceiro lugar nas pesquisas, Garotinho (PSB) no considerado mais um problema pelo PSDB. O partido acha que sua candidatura se esvaziar naturalmente. Fator marqueteiro Ciro (PPS) , na avaliao do PSDB, o nico que poderia disputar com Serra a outra vaga no segundo turno (a primeira seria de Lula). Mas, para isso, dizem os tucanos, precisaria melhorar significativamente a qualidade dos seus comerciais na TV. Brincadeira de garoto Garotinho tem dito no PSB que herdar os cerca de 10% de votos que Lula deve perder at a eleio, o que seria, segundo ele, suficiente para lev-lo ao segundo turno contra o petista: "Eu e o Lula estamos em uma gangorra. Se um desce, o outro sobe". Eterno admirador Candidato a vice na chapa de Ciro Gomes, Paulinho disse a tucanos que, se FHC fosse o candidato do governo, no teria dvidas e votaria nele pela terceira vez. "Mas com o Serra no d." Infiltrao tucana Secretrio-geral da Fora Sindical, Joo Carlos Gonalves, o Juruna, substituir Paulinho na presidncia da central. O primeiro vice, Melquades Arajo, no assumir o cargo, pois pretende disputar a eleio. Deve ser o suplente na chapa do tucano Jos Anbal (SP) ao Senado. Comparao de campanha No comit de campanha de Jos Serra, o diretor de Poltica Monetria do BC, Luiz Fernando Figueiredo, s chamado de Gustavinho Franco. Sustos programados A cpula do PT atribui ao "terror econmico" a queda de Lula no Datafolha. Para a sigla, o discurso governista de que uma vitria da oposio transformaria o Brasil em uma Argentina est dando resultado e afastando parte do eleitorado no-petista que pensava em votar em Lula. Calmante televisivo Parte da cpula do PT defende que o partido use as propagandas eleitorais a que ter direito at o fim do ms para mostrar que a crise econmica causada pelo governo FHC e que, em uma eventual gesto Lula, todos os compromissos econmicos do Brasil seriam cumpridos. Nos acrscimos Valdemar Costa Neto, presidente do PL, deve adiar o anncio da posio do seu partido nas eleies, previsto para hoje. Quer mais tempo para convencer a sigla a apoiar Lula. Ontem, previa que a chance de a coligao sair era de 80%. Cabeas quentes Valdemar e Jos Alencar se reuniro hoje com Jos Dirceu (PT) para acertar problemas regionais que impedem a aliana. Um problema foi resolvido ontem: o PL indicar o vice de Avenzoar Arruda, candidato do PT, ao governo da PB. Dia seguinte O ex-governador Adauto Bezerra (PFL-CE) declarou apoio aos tucanos Lcio Alcntara e Tasso Jereissati na eleio do Cear. Detalhe: Tasso lanou sua primeira candidatura ao governo, em 1986, para derrotar o "coronelismo" de Bezerra. Sem retratao Abordada por um grupo de socilogas sobre sua manifestao de apoio a Lula, Erundina (PSB) disse que Garotinho "imaturo e voluntarista" e "usa a religio com fins eleitorais". TIROTEIO Do lder do governo Alckmin na Assemblia de SP, Duarte Nogueira, sobre o PT-SP acusar o PSDB de usar a mquina pblica na campanha: - O PT tem dois rus confessos nesse assunto: o secretrio Joo Sayad, que admitiu o desvio de R$ 2,7 mi da sade para fazer propaganda de Marta, e Antnio Palocci, coordenador do programa de governo do Lula e prefeito de Ribeiro Preto, que aumentou em quase 500% os gastos com publicidade. CONTRAPONTO Esforo vo Na ltima quinta-feira, o pr-candidato do PT Presidncia, Luiz Incio Lula da Silva, cumpriu uma maratona de eventos na Cmara dos Deputados. Compareceu a um encontro com associaes de aposentados, passou pelo Congresso Nacional de Meninos e Meninas de Rua e, antes de ir embora, ainda participou de uma reunio do movimento negro. No encontro dos aposentados, Lula discursou sobre a poltica previdenciria em um eventual governo do PT. Enquanto Lula falava, dois aposentados conversavam: - Aquele l no o Lula? - No sei, eu no consigo enxergar direito. - Ento vamos ouvir o discurso para descobrir se o Lula. Os dois ficaram em silncio. Segundos depois, um aposentado disse ao outro: - No adianta, eu tambm no consigo ouvir direito... Folha de S.Paulo 11/06/2002 XColuna CLVIS ROSSI Os limites do presidente SO PAULO - O presidente Fernando Henrique Cardoso aceitou dar uma palavrinha Globo, no domingo noite, a propsito do assassinato do jornalista Tim Lopes. Melhor seria ter ficado quieto. O presidente comeou dizendo que as coisas haviam "passado do limite". Exatamente o mesmo que dissera meses atrs, quando do sequestro e posterior assassinato do prefeito Celso Daniel (Santo Andr, PT). No, presidente, a violncia no Brasil no passou do limite agora ou no incio do ano. J havia passado quando o senhor se candidatou, tanto que um dos cinco dedos de sua mo espalmada na campanha de 1994, simbolizando as prioridades, representava a segurana. De l para c, a situao nesse terreno s fez piorar. Como j no h mais tempo para que seu governo faa alguma coisa de realmente significativo em matria de segurana pblica, seria mais honesto se, em vez de dizer "passou do limite", o senhor dissesse: "Fracassei". Na grande maioria das outras reas, o seu governo pode ser definido com a surrada imagem do copo meio cheio, meio vazio. Na segurana, no. um copo definitivamente cheio, mas cheio de veneno. uma rea em que as coisas esto hoje piores do que estavam em 1994. O veneno to corrosivo que Constana Guimares, assessora de imprensa do Sebrae-SP, escreve para contar que foi roubada (dinheiro e celular) ao sair para trabalhar ontem cedo no ex-tranquilo bairro da Aclimao. Pergunta se conseguir ensinar filha que "a vida dela no passar dentro de portes e de carros". Pois , presidente, no seu governo, em vez de reduzir a violncia, como prometeu na campanha, o senhor, com inestimvel ajuda dos governos estaduais, permitiu que a violncia reduzisse o direito sagrado e constitucional de ir e vir dos brasileiros. Pode haver mais redondo fracasso? Folha de S.Paulo 11/06/2002 XColuna ELIANE CANTANHDE O caos BRASLIA - O desemprego alto, o dlar sobe, a dvida multiplica e, vira e mexe, aparece algum acenando com o fantasma da Argentina. Enquanto isso, o que fazem as cpulas das campanhas presidenciais? Pode-se imaginar que faam propostas, sugiram alternativas, pensem em aes preventivas desde j. Errado. O que as campanhas dos presidenciveis analisam hoje, especialmente as de Lula e de Serra, qual deles perde e qual deles ganha com a ameaa de caos. Dane-se a crise. O que importa o efeito poltico-eleitoral dela. Depois do Datafolha de domingo, em que Lula caiu trs pontos e Serra subiu quatro, ficou mais grave. Os gnios de marketing s pensam naquilo: para quem o pior melhor. Lula se beneficia caso a coisa piore e a ira popular (e eleitoral) caia na cabea de Serra? Ou, ao contrrio, Serra se beneficia com o pnico difuso de que, com Lula, tudo desande mais dramaticamente? Na verdade, no h resposta para isso. Depende do fregus, do momento, de bater na tecla, do que acontecer, do grau de ameaa ao pas e ao eleitor, diretamente. Como ainda no h certezas, o resto chute. Clvis Rossi deu uma bola dentro ao entrevistar o megainvestidor George Soros, e Soros deu uma bola fora ao chutar que a eleio de Lula vai mergulhar o Brasil no caos e enfatizar que esta uma "profecia que se autocumpre". Algo meio religioso, mstico, questo de f. Assombroso. Alternncia de poder, ou a possibilidade real dela, no significa o caos. apenas uma premissa da democracia. O oposto tpico de ditaduras, quando as oposies at disputam, desde que no ganhem. Mas, enfim, viver aprender. E, enquanto se discute a quem o caos interessa, j se sabe a quem interessa alardear o caos. A Soros e gente dele, por exemplo, certos de que "s americano vota, brasileiro no vota". por essas e por outras que o deputado Jos Genoino (PT) desabafa: "O duro no concorrer com o Serra. concorrer com o sistema". Pelo visto, um sistema global. Folha de S.Paulo 11/06/2002 XColuna CARLOS HEITOR CONY Estado paralelo RIO DE JANEIRO - Mais uma vez, ficou provada a existncia de um Estado dentro do Estado. O pessoal do crime organizado (expresso-nibus que inclui o trfico, o contrabando, as quadrilhas da violncia urbana e rural, os sequestradores e a turma dos arrastes) prendeu, julgou, torturou e matou um jornalista que exercia o seu papel profissional num morro aqui do Rio. A governadora Benedita da Silva pediu desculpas famlia do jornalista em nome do Estado que no controla o Estado paralelo criado pelos criminosos. O problema no exclusivo do Rio, atinge igualmente So Paulo e, eventualmente, outras grandes cidades. O que chamou a ateno na hediondez desse crime foi o fato de os trs principais suspeitos do trucidamento de Tim Lopes serem manjados tanto no setor policial como no judicirio. Os trs j foram presos vrias vezes, sendo que o chefe deles foi solto recentemente por "bom comportamento" carcerrio. Isso mostra a fragilidade do Estado legal na guerra civil que j existe dentro de nosso territrio fsico e espiritual. Temos leis que procuramos respeitar, leis que abrem centenas de brechas e do uma vantagem operacional ao adversrio que se soma vantagem material de que ele j dispe, com armamentos e recursos que faltam polcia e ao Judicirio. Acredito que no v ser pelo aumento de recursos que vamos vencer a guerra civil que se instalou entre ns. Sabemos que a proibio somada ao intenso e progressivo uso da droga pela sociedade como um todo, no sendo a causa nica, a mais importante no atual estgio da luta. Os males advindos da liberalizao da droga podero ser muitos, mas bem menores do que os causados pela proibio. Afinal, droga liberada s prejudica quem a usa. Droga proibida mata inocentes, pode matar qualquer um de ns. Valor Econmico 11/06/2002 XColuna Poltica Ptria de pijamas, mas decidindo voto As convenes partidrias realizadas ontem, do PSB e da Frente Trabalhista (PPS, PTB e PDT), eliminam duas incertezas do processo eleitoral brasileiro e sustentam outra. Fora de questo ficam as candidaturas de Anthony Garotinho e Ciro Gomes. Contra tudo e contra todos, os ex-governadores do Rio e do Cear apostam em sua capacidade de chegar ao segundo turno das eleies. Os partidos que os sustentam queimaram ontem as caravelas que podiam conduzir os de esquerda a uma frente histrica e os conservadores do PTB de volta ao leito do governo que sempre apoiaram. A incerteza que resta quanto ao desempenho da candidatura oficial, do senador Jos Serra. Se Garotinho e Ciro permanecem candidatos, a essa altura, porque as foras que neles investem duvidam da capacidade de Serra chegar ao segundo turno, contra Lula da Silva. Diante das pesquisas de inteno de votos, no parece uma aposta segura. Da mesma forma, no se pode tomar como profecia a crena de que Lula perde para qualquer um, chame-se este um Ciro, Anthony ou Jos. pouco provvel que Garotinho supere Serra disputando o espao da oposio, ou que Ciro Gomes consiga o mesmo vendendo a imagem de alternativa confivel ao governo. Parece cristalino que o senador do PSDB o legtimo representante das foras no poder, apesar de nuances e divergncias, e que Lula o representante poltico e cone eleitoral dos que a estas foras se opem. Tudo bem que Ciro e Garotinho apostem na possibilidade de crescer em agosto quando comea o minguado perodo de propaganda eleitoral obrigatria no rdio e na televiso. A experincia recente, no entanto, no recomenda esse tipo de lance. Tambm desqualifica o mito de que, durante a Copa do Mundo de futebol, o brasileiro aliena-se da poltica, da economia e da vida social. Desde que, em 1994, estabeleceu-se a coincidncia das eleies presidenciais, estaduais e legislativas com a realizao da Copa do Mundo, foi exatamente nesse perodo ldico que a massa do eleitorado definiu as curvas de inteno de voto para presidente. O quadro mostra que, em 1994, Lula entrou em campo com 34% das intenes, de acordo com o Datafolha de 13 de junho. Atropelado pelo real, estava praticamente eliminado ao final do torneio: tinha 32% das intenes em 25 de julho, dez dias depois da final contra a Itlia. A ultrapassagem de Lula por Fernando Henrique deu-se em plena copa dos Estados Unidos. Em 1998, quando comeou a Copa da Frana, Fernando Henrique estava em seu ponto mais baixo das pesquisas Datafolha: 33% em 8 de junho. Alm da Copa e do cmbio camarada do doutor Gustavo Franco, o Brasil acompanhava os desdobramentos da crise financeira na Rssia. Quando Ronaldinho (o Nazrio do Felipo) teve aquele piripaco e a seleo amarelou, FH j batia Lula por 42% a 26%. Num caso e no outro, a propaganda eleitoral obrigatria quase nada alterou os humores do eleitorado. As tendncias cristalizaram-se enquanto a bola rolava. Em 1994, com uma seleo medocre, porm campe, e a economia em crescimento. Em 1998, um time quase emocionante, mas ilusrio como a cotao do real. O que se quer demonstrar com isso que fatores polticos, partidrios e sociais ainda podem determinar o resultado de eleies. E que a ptria pode estar de pijamas para acompanhar a Copa do Mundo, mas j est decidindo o voto de outubro. Capas & ColunasGuria Informao & Sistemas SHCN 107 - Bloco C - Sala 207 - CEP: 70.743-530 - Braslia - DF Telefone: (061) 340-9298 - Fax: (061) 340-8408 - www.guria.com.br - e-mail: guria@guria.com.br PAGE 31 RSab*+ABCEno89STjkln45OPfgikz{ jUmHmH5CJj5CJUCJ5CJ YQRvFZb o l5=E a $QRvFZb o l5=E a 5 v  G e  e J.tkT&m:} %lL i7x?b/024RSmn    ) * D E [ \ ^ ` p q   / 0 2 4 > ? Y Z p q s u     * + A B D F [ \ v w jUmHmHaa 5 v  G e  e J.t - . H I _ ` b d     - . 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