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Segunda-feira, 26.09.11

Veja os destaques de hoje e do fim de semana:

1. OVG comemora Dia do Idoso

2. Parceria OVG e UEG

3. Entrevista com vice-governador José Eliton Figuerêdo

4. Programa Bolsa Universitária

5. Viagem oficial

6. Dia Mundial de Prevenção da Gravidez na Adolescência

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Jornal Diário da Manhã, Editoria de Cidades - 24.09.11

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Jornal O Hoje, Coluna Xeque Mate, Suely Arantes - 25.09.11

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Site de Notícias: noticiasdegoias..br - 27.09.11

OVG comemora o Dia do Idoso

[pic] (foto: Ângela Scalon)

O Centro de Convivência Vila Vida e o Complexo Gerontológico Sagrada Família, da Organização das Voluntárias de Goiás, vão ter uma programação especial nesta semana para comemorar o Dia Nacional do Idoso, celebrado em 1º de outubro. Estão previstas palestras com temas ligados à saúde do idoso, apresentações artísticas, torneio de truco e ainda um concurso de beleza. Nas duas unidades, a abertura está marcada para as 8 horas de hoje. A programação vai até o dia 30. Mais informações: (62) 3201-9415.

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Site de Notícias: noticiasdegoias..br - 27.09.11

Boletim das 8 horas

OVG comemora o Dia do Idoso

O Centro de Convivência Vila Vida e o Complexo Gerontológico Sagrada Família, da Organização das Voluntárias de Goiás, vão ter uma programação especial nesta semana para comemorar o Dia Nacional do Idoso, celebrado em 1º de outubro. Estão previstas palestras com temas ligados à saúde do idoso, apresentações artísticas, torneio de truco e ainda um concurso de beleza. Nas duas unidades, a abertura está marcada para as 8 horas de hoje. A programação vai até o dia 30.

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Jornal O Popular - 24.09.11

Face a Face

“A UEG gasta mal seus recursos”

Uma das principais expectativas do secretário de Ciência e Tecnologia, Mauro Faiad, é que o crescimento da arrecadação estadual possibilite um maior repasse de recursos para a Universidade Estadual de Goiás, o que possibilitará tirá-la da incômoda posição de uma das cinco piores instituições públicas de ensino superior do País. Ele reafirma a necessidade de valorizar as características regionais de cada unidade da UEG na hora de definir os cursos ofertados.

[pic] (foto: Wildes Barbosa)

PERFIL

Mauro Netto Faiad, 50 anos

Economista formado pela Universidade de São Paulo. Em 1985, aos 25 anos, assumiu a Secretaria de Administração no primeiro governo de Iris Rezende. De 1989 a 1997, foi professor de Economia na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás).

Com 43 unidades, 22 mil alunos, 37 opções de cursos, 2,3 mil professores e 1,6 mil servidores administrativos, a Universidade Estadual de Goiás (UEG) foi considerada uma das cinco piores universidades de todo o País. Vários problemas levaram ao acirramento de uma crise generalizada que se arrasta há anos na instituição. Em entrevista ao Face a Face, o secretário Mauro Faiad, titular da Sectec, garante que a instituição reberá recursos suficientes para bancar a reestruturação e assinala que a UEG precisa assumir seu papel de protagonista no desenvolvimento de Goiás, a partir da formação de profissionais preparados para atender as demandas características de cada região. O plano prevê uma série de ações a serem implantadas até 2017.

 

Beto Mariano - O que a falida UEG precisa realmente é de investimentos e gestão democrática e transparente. O senhor não acha que o Governo Marconi está indo na contramão da história ao propor redução de investimentos, fechamento de cursos, nomeação de vice-reitor e intervenção?

A UEG tem garantido, constitucionalmente, 2% da arrecadação do Estado, desde 2006. Isso nunca foi cumprido. 2009 foi ano em que esse índice alcançou seu maior valor, chegou a 1,92%. Há um compromisso do governador Marconi Perillo, já neste ano de 2011, de cumprir esse índice de 2%, que é garantido constitucionalmente. Além dessa garantia, teremos um aporte maior de recursos, dado o aumento real da arrecadação que estimamos para os próximos anos. Nós estimamos que a arrecadação real, ou seja, acima da inflação, crescerá, ao longo dos próximos três anos, de 30% a 35%. Ou seja, os 2% representarão, em termos reais, valores muito maiores do que são hoje. E o que é tão ou mais importante, além de aumentar os repasses, nós temos de gastar bem esses recursos, e a UEG não tem sido um modelo exemplar na qualidade dos seus gastos. O governador Marconi, desde o início do seu mandato, tem mostrando a importância não só de transferir recursos adicionais à UEG, mas de garantir que esses recursos sejam bem geridos dentro da universidade. Então, o que se propõe, é garantir à UEG os recursos necessários para a sua reestruturação.

Em relação ao fechamento de cursos, nós não fecharemos nenhum curso, não fecharemos nenhuma unidade. Todas serão preservadas. O que nós faremos é um redirecionamento, uma reorientação dos cursos. Alguns cursos serão finalizados em algumas unidades, mas continuarão em outras. E esse estudo, muito criterioso, procurou ir nesta direção: identificar aqueles cursos que hoje não representam a mesma importância para as regiões onde as unidades estão inseridas. Ou seja, toda engenharia que foi feita na apresentação dessa redivisão de curso levou em consideração a importância ou não dos cursos para a região onde a unidade está inserida. Repito alguns que foram importantes há tempos, não têm hoje a mesma importância. Então o que essa comissão propôs foi fazer um diagnóstico de cada unidade, no sentido de apontar os cursos que são mais pertinentes para a realidade regional. Não fecharemos unidades, não fecharemos cursos. Faremos uma readequação no sentido de fazer com que os cursos ofertados estejam em consonância com a realidade da região onde estão inseridos. Alguns cursos justificam que sejam concentrados para otimizar o uso de recursos públicos, com laboratórios, por exemplo. Todos os alunos terão o direito de se formar. Nenhum curso será finalizado numa unidade antes que a última turma conclua a sua graduação.

Houve uma reforma administrativa em janeiro, onde o cargo de vice-reitor foi recriado. Então cabe ao governador nomear, no caso, a vice-reitora. Outro dado, é que não fazia sentido fazer uma eleição se ano que vem teremos eleição para reitor e vice-reitor. Foi recriado o cargo na reforma e cabe ao governador preencher esse cargo.

Rafael Barros - Quais as ações propostas em atenção às políticas estudantis?

Primeiro eu queria enfatizar que essa comissão foi criada com membros da Secretaria de Ciência e Tecnologia, da UEG, indicados pelo professor Luiz Arantes, reitor, pela Fundação de Apoio a Pesquisa no Estado de Goiás (Fapeg), membros do Conselho Estadual de Educação e da Casa Civil. Essa comissão fez um estudo exaustivo, em cima de relatórios, de estudos da UEG, e também teve o cuidado de fazer diversas audiências públicas, onde os docentes, os estudantes tiveram oportunidade de colocar suas sugestões. Esse relatório não é fruto do que pensa cada membro da comissão. Foi produzido levando em conta o que foi estudado e também o que foi sugerido nessas audiências públicas. E diversas sugestões foram feitas no sentido de atender antigas reivindicações dos estudantes, como a questão de melhores bibliotecas, do restaurante. E essa comissão propôs a implantação de restaurantes, de forma mais rápida, nos principais centros da UEG. No caso de Anápolis, por exemplo, principal unidade da UEG, já há um estudo bem adiantado de um restaurante para atender o estudante numa parceria da UEG com a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG). Já está sendo estudada a ampliação, de forma paulatina, para outros centros da UEG. O relatório vem no sentido de atender as reivindicações dos docentes, dos estudantes, mas sempre levando em conta a situação fiscal do Estado. Nós não estamos aqui propondo ações que não sejam exequíveis, tanto é que o espaço de tempo para implantação das propostas sugeridas é um espaço dilatado, vai até 2017. Então, a comissão propôs soluções exequíveis, passíveis de serem executadas levando em conta a situação fiscal do Estado presente e a situação que projetamos para os próximos anos.

 

João Augusto Silveira Ferreira - Quando haverá concurso para docentes na UEG, ou ainda vão continuar os contratos temporários?

A comissão considerou que um dos elementos principais para garantir uma melhoria na UEG é aumentar o porcentual de professores concursados. Inclusive ela sugere que, até 2014, pelo menos 70% dos docentes sejam concursados. E o governador Marconi Perillo já apontou nessa direção. Esse ano mesmo nós já tivemos a nomeação de 39 docentes concursados e outros 98 deverão ser nomeados até o fim do ano. Ou seja, faz parte desse relatório a sugestão de que o porcentual de professores concursados chegue a 70% até 2014. Hoje é na faixa de 35%.

 

Carla de Oliveira - Haverá ampliação do quadro ou apenas substituição de contratos temporários por concursados?

A dinâmica da universidade é que vai demonstrar se há necessidade de ampliar ou não o quadro. Agora, a determinação é de que haja, até 2014, a predominância de professores efetivos concursados no quadro da UEG.

 

Lílian Bueno - Com esta reestruturação proposta, o que pode melhorar para os professores em termos de salário, carreira e condições de trabalho?

Em relação aos docentes, já falamos do objetivo de ampliar o porcentual de professores concursados. Outra sugestão apresentada é melhorar a titulação do quadro docente da UEG, com maior porcentual de mestres e doutores. Hoje há uma predominância de especialistas e o relatório aponta para a necessidade de ampliar a quantidade de mestres e doutores. Inclusive isso possibilita que a UEG possa buscar mais recursos do governo federal. Agora não basta a UEG melhorar a titulação dos seus professores. Ela tem de criar mecanismos que estimulem a permanência desses professores dentro da UEG. Daí foi proposta também que até 2014 pelo menos 50% dos professores concursados tenham dedicação exclusiva ao ensino e à pesquisa. Nós buscamos aumentar o porcentual de professores efetivos, buscamos aumentar a titularidade dos professores e buscamos, conjuntamente, criar possibilidades para que essas pessoas continuem na UEG, aumentando o porcentual de dedicação exclusiva ao ensino e à pesquisa. Com esse porcentual aumentado, haverá, consequentemente, uma melhor remuneração para os docentes. Nós não queremos continuar nessa tendência da UEG ser uma simples formadora de talentos e professores para outras instituições. Com o aumento do porcentual de dedicação exclusiva para ensino e pesquisa e consequente correspondência salarial, nós queremos segurar esses professores, que terão melhor titulação, dentro da UEG. E o que é mais interessante, a comissão aponta para a necessidade de que a dedicação exclusiva ao ensino e à pesquisa seja um regime de trabalho e não uma simples gratificação. Ou seja, será incorporada à aposentadoria futura dos professores, a dedicação exclusiva como regime de trabalho. Então são medidas no sentido de melhorar qualificação e assegurar também a correspondência salarial aos professores da UEG.

 

Roberta Bueno Borges - A implantação dos contratos de gestão com metas acadêmicas definidas é para atender ao modelo de gestão do governo Marconi Perillo?

É importante colocar que o relatório faz sugestões que têm consonância com o que ocorre nas demais esferas de governo. Tem de ficar claro que a UEG é um órgão da administração estadual. Ela não pode ser tratada como uma entidade à parte. Ela também tem de cumprir as boas práticas administrativas que as demais esferas de governo são obrigadas a cumprir, como maior transparência, como boas práticas administrativas, entendidas em relação à lisura dos gastos e práticas competentes. A UEG, como os demais órgãos governamentais, faz parte de uma visão administrativa do Estado de Goiás, implantada pelo governador Marconi Perillo, onde o eixo central é transparência e qualidade no gasto público e a UEG não pode ficar à parte desse binômio.

 

Rodrigo Rodrigues - Quando teremos uma universidade de verdade com pelo menos 80% dos servidores efetivos? Quando vai existir o restaurante universitário? Quando teremos políticas mais efetivas de assistência estudantil, como a casa do estudante, pois vários estudantes fazem um trajeto diário e complicado de Goiânia a Anápolis principalmente? E principalmente reformas em algumas unidades de ensino como a UEG Anápolis, por exemplo?

Tem um dado que é muito esclarecedor a respeito da situação que a UEG chegou. Ela foi considerada entre as cinco piores universidades públicas do Brasil. Ao longo dos últimos anos, faltaram investimentos físicos, que culminaram em prédios não mais aptos a receber os estudantes, que culminaram com quadro de professores desmotivado. Ou seja, isso tudo pode ser refletido nesse índice. Diante disso, o governador Marconi Perillo determinou que a Secretaria de Ciência e Tecnologia formasse uma comissão para fazer um amplo diagnóstico da UEG e a partir desse diagnóstico fizesse proposições. Essa comissão foi criada com integrantes da Sectec, CEE, Fapeg e Casa Civil. Inicialmente tinha 60 dias para apresentar esse relatório. No entanto, esses dias foram insuficientes dado à envergadura desse trabalho. Esse período foi dilatado para 150 dias. Transcorrido esse prazo, a comissão apresentou um relatório contendo sugestões, que serão avaliadas de forma democrática, pelo Conselho Universitário e pelo Conselho Estadual de Educação. Essa comissão fez audiências públicas e deu oportunidade a quem quisesse dar sua contribuição de fazê-lo. Aquelas pessoas que perderam a oportunidade ainda terão, caso queiram e caso sejam membros do Conselho Universitário, de fazê-lo. Inclusive eu acho que diversos diretores terão oportunidade, dado o compromisso que têm com o fortalecimento da UEG, de contribuir com o relatório, melhorando-o ainda mais na reunião do Conselho Universitário.

Em relação a esse ponto específico, eu já disse que o restaurantes universitário iniciará em Anápolis e há previsão de expandi-lo no decorrer do tempo. Em relação às questões físicas da UEG, nós temos diversos prédios em condições inadequadas para serem utilizados.

Há uma sugestão para que, de forma imediata, seja feito um laudo, talvez recorrendo à Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), para identificar aqueles prédios onde os reparos são mais emergenciais. Caberá à própria UEG estabelecer um cronograma de reparos em sua rede física. Em relação aos professores, eu repito, há sugestão de melhorar a titulação, de aumentar o porcentual de professores concursados e de aumentar o porcentual de professores com dedicação exclusiva. Em relação aos servidores administrativos, apenas 5% são concursados. Há uma proposta para que esse número atinja também a casa de 70%.

 

Rodrigo Rodrigues - E por último, em quanto tempo demorará para tudo isso acontecer?

Tem de ficar claro que o projeto de reestruturação da UEG contempla ações imediatas, de médio e longo prazo. Ninguém tem a ilusão de que nós recolocaremos a UEG como protagonista do processo de desenvolvimento econômico num curto espaço de tempo. Agora algumas ações são de curto prazo, por exemplo, aumentar o porcentual de concursados é uma ação que já está se iniciando agora. Outras ações, como a reestruturação de cursos, demandam mais tempo e caberá à própria UEG definir esse calendário. A comissão apenas fez sugestões. O relatório sugere, além dos restaurantes, a casa do estudante nos principais centros. É uma série de medidas que levará algum tempo para serem colocadas em prática. Agora é preciso começar e isso que a comissão propôs, que a UEG inicie.

 

Rodrigo Rodrigues - Haverá a criação de novos cursos?

No meu entender, a principal sugestão desse relatório é que a UEG tem critérios acadêmicos na oferta de cursos. Que todos os cursos ofertados venham atender as demandas da sociedade, do setor produtivo local. A universidade não pode estar dissociada da sociedade goiana. Ela tem de fazer parte do crescimento, todos os cursos ofertados, todas as ações devem vir em consonância com as demandas da sociedade, com as demandas do setor produtivo. Os cursos ofertados têm de atender uma demanda local, onde essa unidade da UEG está inserida. Nós não podemos continuar ofertando cursos sem levar em conta critérios acadêmicos.

Então o que essa comissão propõe? Critérios técnicos-acadêmicos para a criação de cursos e diversos cursos são sugeridos, principalmente, cursos que venham viabilizar o crescimento de Goiás no longo prazo. São cursos em áreas estratégicas, que vão ser elementos catalizadores para o desenvolvimento de Goiás. A UEG não pode ir na contramão do que ocorre nas grandes universidades. Cursos na área de engenharia, na área tecnológica, que estão sendo ofertados em outras universidades serão ofertados também na UEG. Ela não pode ir na contramão do que ocorre. É a direção que a comissão aponta. Que os cursos ofertados tenham correspondência com a região onde as unidades estão instaladas.

A UEG pela sua capilaridade, pela qualificação dos seus docentes foi muito importante para o desenvolvimento econômico e social recente de Goiás. Agora, a todo instante, na vida da sociedade, em especial da universidade, existem novos desafios e a UEG não se deu conta desses novos desafios nos outros anos. O que o comissão propõe são medidas que assegurem à UEG, novamente, o papel de protagonista no processo de desenvolvimento econômico de Goiás, através de uma série de medidas que tenho certeza garantirão à UEG condições de se recolocar no processo central no processo de crescimento econômico de Goiás. Acabar com esse descolamento entre academia e setor produtivo. Nós temos de aproximar nossa universidade do chão da fábrica. Daí eu insistir muito que os cursos ofertados tenham consonância com o mercado de trabalho. Nós precisamos formar cidadãos, mas cidadãos que utilizem o seu conhecimento quando for inserido no mercado de trabalho. Acho isso fundamental. Acabar com esse distanciamento entre a universidade e o setor produtivo. Tanto no ensino quanto na pesquisa.

Há necessidade de que haja uma priorização da pesquisa aplicada, aquela que gera inovação produtiva. Acho que esse é o grande desafio da UEG. Acabar com esse estigma de que a universidade não pode estar associada com o setor produtivo. Precisamos formar cidadãos que sejam contemplados com uma formação que o possibilitem vislumbrar melhores postos de trabalho, ou seja, formar cidadãos para o futuro. Esse é o grande papel da universidade.

Quando a gente fala em novos cursos, esses cursos têm objetivo de ampliar o número de vagas em áreas estratégicas para o Estado, em especial àquelas áreas ligadas a tecnologia, como engenharia, agronomia. A UEG não pode estar dissociada do projeto de crescimento de Goiás. A UEG ao longo dos últimos anos se tornou quase um enclave dentro da sociedade goiana, ficou praticamente alheia ao que aconteceu no processo de desenvolvimento do estado de Goiás.

 

Carla de Oliveira - Qual deverá ser a atenção dispensada à pesquisa a partir desse processo de reestruturação?

Eu fico muito preocupado quando só se foca em ensino. Tão importante quanto o ensino é a pesquisa e hoje a UEG tem um núcleo de pesquisa muito incipiente ainda. Então nós temos de priorizar a pesquisa. E o governo do Estado de Goiás prepara diversas ações na área de pesquisa. Eu acredito que ainda neste ano será lançado o primeiro parque tecnológico multissetorial na região de Anápolis. É uma oportunidade, inclusive, para a UEG se estabelecer dentro do parque tecnológico, através de incubadoras, de núcleos de pesquisa. É necessário também que a UEG promova uma melhoria, uma ampliação da sua extensão, como forma de difundir as pesquisas por território goiano. O trabalho é muito grande. Melhorar ensino, aprofundar pesquisa e ampliar a extensão da UEG. São as três frentes que a universidade trabalha.

Havia um forte receio de que Goiás perdesse posições no ranking nacional no que diz respeito ao PIB. Nós temos hoje a nona economia do País. Tínhamos receio de sermos ultrapassados por Pernambuco e também o Espírito Santo dado a fortes investimentos nas área portuária, construção naval, papel e celulose. No entanto, os últimos números do IBGE mostraram que Goiás não só manteve a nona posição, como também se distanciou de Pernambuco. No entanto, quando você olha os dados do IBGE, apesar de Goiás ter crescido nos grandes setores, industrial, agropecuário e serviços, o que puxou o desenvolvimento de Goiás foi o extraordinário crescimento do setor agropecuário. Esse crescimento tem um efeito irradiador por toda economia, porque o setor agropecuário é demandante de fertilizantes e ele é matéria-prima para a indústria de alimentos, de bebidas. E dentro do setor agropecuário, deve-se destacar a expansão extraordinária da cana-de-açucar e a forte valorização das commodities agrícolas. Agora você não pode imaginar um crescimento de longo prazo, sustentável, com foco em expansão de preço de commodities agrícolas. Então Goiás hoje, se quiser realmente continuar crescendo de forma sustentável, de longo prazo, acima da média nacional, ele só tem um caminho: o aumento da produtividade da economia. E você só consegue aumentar a produtividade de duas formas: ou através de inovação tecnológica ou através da qualificação da mão de obra. O que é melhor, a conjugação de ambos. Daí eu insistir no papel relevante da UEG no processo de desenvolvimento econômico de Goiás. Tanto no processo inovativo, através de pesquisas, quanto no processo de qualificação de mão de obra. Veja o papel central que a UEG pode ter no processo de desenvolvimento econômico a longo prazo. Agora, para isso ela não pode estar dissociada do setor produtivo. Os cursos ofertados, as pesquisas têm de estar em consonância com as áreas estratégicas reservadas para Goiás. Daí eu afirmar que a UEG não pode ser um enclave dentro da sociedade goiana. Ela tem de ter uma proximidade muito grande com o restante da sociedade, em especial com o setor produtivo. Daí a justificativa desses cursos mais voltados para a área tecnológica, para formar cidadãos para ocupar postos de trabalho nessas áreas que mostram que terão maior importância no crescimento de Goiás nas próximas décadas. Esse papel da UEG é muito importante e nós não podemos perder tempo.

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Jornal O Popular - 25.09.11

Face a face

Comunidade acadêmica contesta mau uso de verbas

Representantes de alunos e de professores consideram ilegítima comissão que avalia UEG

Alfredo Mergulhão

A comunidade universitária contesta o mau uso dos recursos da Universidade Estadual de Goiás (UEG), conforme afirmou o secretário da Ciência e Tecnologia, Mauro Faiad, ao POPULAR ontem, em entrevista ao Face a Face , espaço interativo do jornal no Facebook. Professores e estudantes também consideram ilegítima a comissão formada para avaliar a situação da instituição e propor as mudanças que constam no novo estatuto, já assinado pelo governador Marconi Perillo.

Mauro Faiad disse que a comissão foi formada para fazer um diagnóstico de cada unidade, no sentido de apontar os cursos que são mais pertinentes para a realidade regional. Com base nesse levantamento, a instituição pretende readequar cursos para otimizar o uso de recursos públicos. Ele afirmou que o estudo foi feito em cima de relatórios e teve o cuidado de fazer diversas audiências públicas, onde os docentes, os estudantes tiveram oportunidade de colocar suas sugestões.

Para o vice-presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Frank Boniek, a comissão já começou errada. De acordo com ele, trata-se de uma instância sem legalidade, pois desrespeita a Constituição Federal e a lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). "Somente a própria universidade pode deliberar sobre abertura ou fechamento de cursos. Nessa comissão sequer tem professores da UEG", disse.

A única docente na comissão é a vice-reitora Eliana França, nome contestado pela comunidade universitária. O cargo é eletivo, mas a professora e ex-secretária estadual de Educação foi nomeada pelo governador Marconi Perillo. "Reconhecemos a história dela como educadora, mas sua presença atropela toda autonomia da universidade. Ela na verdade é como uma interventora do governo na comunidade acadêmica", afirmou Frank Boniek.

O presidente da Associação dos Docentes da UEG (Adueg), Emerson de Oliveira, considera a situação constrangedora. Ele entende que a Secretaria Estadual de Gestão e Planejamento (Segplan) tenta se sobrepor às leis federais, o que é ilegal, com a justificativa de que a UEG mudou de fundação para autarquia. "O governador cometeu uma ilegalidade ao assinar o estatuto e isso precisa ser corrigido. A imagem da instituição está arranhada por leviandade de setores do governo", disse. "Esse estatuto foi feito na calada da noite, sem participação da comunidade universitária", completa Frank Boniek.

Emerson de Oliveira também aponta aspectos problemáticos no relatório elaborado pela comissão da UEG. O principal é a transferência de cursos. Para ele, na verdade o que acontecerá é o fechamento. "A proposta pretende transferir cursos para cidades onde eles já existem. Mas não haverá dois cursos iguais na mesma cidade", afirma. É o caso de Porangatu, para onde devem ir os cursos de História de São Miguel do Araguaia e de Uruaçu. "O que vão fazer com os professores? Demitir?", questiona.

Para o presidente da Adueg, o problema não é extinguir cursos, mas a forma como tem sido proposta a extinção. "Como fechar licenciaturas se temos déficit de professores? O único critério adotado pela comissão foi a demanda, mas a procura por cursos que formam professores é baixa em todo o País por outros motivos. A universidade tem de ter responsabilidade com o sistema educacional do Estado", argumenta. Professores e estudantes consideram o relatório como uma proposta de gabinete, construída sem debate aprofundado. Eles também acharam vagas as promessas de concursos, sem apontar cronograma.

"Esse estatuto foi feito na calada da noite, sem participação da comunidade universitária. Só a universidade pode abrir ou fechar cursos."

Frank Boniek , vice-presidente do DCE da UEG

"O governador cometeu uma ilegalidade ao assinar o estatuto e isso precisa ser corrigido. A imagem da instituição está arranhada."

Emerson de Oliveira, presidente da Associação dos Docentes da UEG

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Jornal Opção - 25.09 a 01.10.11

Entrevista | José Eliton

“Nosso diferencial é que sabem que jogo o DEM joga”

Nome do DEM à Prefeitura de Goiânia com a retirada do presidenciável Demóstenes, vice-governador ignora PSD, desmente boatos sobre sua relação com Marconi e defende Caiado

[pic] (foto: Fernando Leite)

Logo ao receber a equipe do Jornal Opção, no 10º andar do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, o governador em exercício José Eliton já mostra um dos aspectos de sua personalidade, em um assunto que nada terá a ver com o conteúdo da conversa a seguir: futebol. “Sou vilanovense de arquibancada, já fui daqueles de ir ao estádio para ficar debaixo do bandeirão da torcida.” Questionado sobre a raridade de uma confissão assim por parte de um político em relação à paixão nacional,  ele confirma: “Faço questão de falar. Essa é uma característica do vilanovense, a lealdade”, confirma.

Durante a sabatina de pouco mais de uma hora, ele deixa evidente esse traço pessoal principalmente ao falar de duas figuras: Ronaldo Caiado, presidente estadual de seu partido, o DEM, e Marconi Perillo, que lhe deu o desafio de gerir a Celg e a quem classifica como “amigo”, “virtuoso” e “generoso”. Para ele, foi “gesto de gratidão” poder comandar o Estado por quase 30 dias em menos de nove meses, durante as viagens do governador — ele nega qualquer atrito com Marconi e defenestra boato de acordo para que ele também viajasse e deixasse Jardel Sebba (presidente da Assembleia) no governo. José Eliton minimiza as baixas no DEM com a criação do PSD, sobre o qual não comenta. “Não posso falar de um partido que não existe”, alfineta. Ele defende Caiado como exemplo de líder, diz que o DEM é um partido que se renovou e declara que Demóstenses seria um quadro “fantástico” para a disputa presidencial. Com o senador fora do páreo, o vice-governador é a alternativa do DEM à Prefeitura de Goiânia.

Euler de França Belém — O secretário da Casa Civil, deputado Vilmar Rocha, disse que, se o DEM continuar radicalizado, vai se transformar no PSTU da direita. Como o sr. analisa essa declaração?

Eu gosto de falar do meu partido, o Democratas. O DEM é um partido que, ao longo dos anos, busca ter uma identidade. Já tive oportunidade de falar isso com clareza muitas vezes, com o senador Agripino Maia, nosso presidente, e discutimos essa questão. O senador Demóstenes Torres também vem trabalhando muito para demonstrar essa identidade do DEM. A própria imprensa, me recordo bem, situava o antigo PFL como um partido que estava sempre onde havia governo. Isso era a tônica. Sempre participei de política, embora nos bastidores, buscando o conteúdo ideológico, porque o eleitor precisa olhar para partidos e políticos e enxergar quais bandeiras ele defende, podendo até discordar ou optar por outras.

Euler de França Belém — Quais são as bandeiras do DEM?

O DEM é o único partido que tem posições claras, com exceção do antigo PT, que hoje já as modificou. Defendemos o livre mercado; o Estado mínimo, que ele não seja tutor — em oposição ao modelo de gestão do atual governo federal; defendemos também que a iniciativa privada seja o foco — o investimento casado entre ela e o poder público é o que garante o avanço da sociedade; e defendemos, também, um novo modelo de programas sociais. Estou cansado de falar isso, acho que os programas de transferência de renda tiveram sua importância na consolidação das famílias brasileiras em um determinado momento histórico. Agora é a hora de todas as esferas de governo — União, Estados e municípios —criarem programas que sejam portas de saída desses programas. É o investimento no indivíduo, no cidadão, para dar a ele o direito de dizer sim e dizer não, de ter independência, de não precisar mais dos programas sociais, que se transformaram em moeda de troca de voto. Viraram curral eleitoral, uma moderna e nova bota. Se antes havia a história de dar um pé da bota antes da eleição e outro depois, e isso virou folclore, agora há isso com os programas sociais. A sociedade não pode mais permitir isso e aqui não estou negando a importância histórica deles. Mas o governador Marconi Perillo, quando modifica os critérios do Bolsa Universitária, investindo no aluno que tem desempenho melhor para ter bolsa integral, está dando condição a ele de ascender na vida. O Bolsa Futuro é outro exemplo, sua essência é qualificar para que a família não precise mais do governo.

Euler de França Belém — O DEM é um partido de direita?

Sem dúvida alguma. Não temos de ter vergonha nem receio de declarar isso. Temos de expor isso com tranquilidade. O eleitor deve olhar para o Democratas e enxergar uma identidade no partido. Jamais vou criticar o PSTU ou qualquer outro partido, por menor que seja, porque respeito a diversidade, as opiniões diversas. Por menor que seja um partido, ele tem seu significado, sua participação na democracia, que pressupõe ideias. Como disse Voltaire, posso discordar das ideias, mas tenho de defender até a morte o direito de alguém dizê-las.

Euler de França Belém — Há espaço para que um candidato da direita venha a disputar a Presidência??

Acho que há, sim, e defendo a candidatura do senador Demóstenes como um quadro claro de direita. Ele já expôs isso com muita clareza e vai ter um foco muito grande nisso. Vamos ser a verdadeira oposição ao governo do PT. A sociedade brasileira é conservadora. O que houve é que o conceito de direita foi muito deturpado, especialmente em função do regime militar. O conceito foi muito ligado no Brasil ao regime totalitário, o que não é verdade. O que foi praticado pela ditadura vem justamente em contraponto aos ideais liberais, que fomentaram o que hoje é o conceito de direita, aquilo que foi pensado como liberalismo por Adam Smith [economista inglês] e John Locke [pensador inglês]. A base da direita é a liberdade e aparece exatamente em contraposições aos regimes monárquicos daquela época. A máquina do PT foi muito eficiente ao transformar a direita em algo considerado retrógrado, atrasado, algo que seria para proteger os ricos. Isso não é verdade! (enfático)

Euler de França Belém — Essa possibilidade de o senador Demóstenes ser candidato é real?

No DEM é real, sim. Estamos discutindo internamente, por todos os líderes. É claro que política é muito dinâmica e o momento é que define as candidaturas. Ele vai continuar fazendo o trabalho dele e avançar nessa perspectiva. Lá na frente, no momento das convenções isso vai ser definido. Eu, particularmente, defendo desde já, como já defendia tempos atrás.

Elder Dias — Em relação a certas bandeiras de causas sociais, vistas como de direita — ser a favor da pena de morte e contra o aborto e a criminalização da homofobia —, o DEM está preparado para assumi-las?

Isso não tem nada a ver com pensamentos de direita e esquerda. Isso é deturpar o conceito de direita. São temas pontuais na sociedade, em que pode haver um discurso mais conservador e mais liberal, dentro da acepção do liberalismo. Eu, particularmente, me posiciono contrariamente ao aborto e essa é uma posição que já é praticamente pacífica dentro do partido. No entanto, não há radicalismo. Sobre a questão da homofobia, isso é intolerável, assim como é inadmissível também proibir os que são contrários de manifestar seu pensamento, seja nos púlpitos das igrejas ou em outros locais. Nenhum cidadão tem o direito de agredir o outro, mas também não é possível admitir tolher o direito de alguém manifestar sua posição.

Euler de França Belém – O PSD foi criado em Goiás esvaziando o PMDB e o DEM. Há uma estratégia para isso ou simplesmente aconteceu?

Não entendo que tenha havido uma estratégia nem que meu partido tenha sido atacado. Como eu já disse, gosto de falar do meu partido, mesmo porque não posso nem falar de um partido que não existe ainda. Hoje, tecnicamente, todos os deputados que elegemos ainda estão no DEM, filiados. No momento em que existir esse partido, podemos até avançar na discussão, sentar à mesa, debater ideias e propostas. Há algumas pessoas que claramente se sentem mais ou menos confortáveis em um partido. E acho que as pessoas têm de ir para onde se sentem mais confortáveis, onde comungam ideias ou interesses, porque às vezes não são ideias que estão sendo discutidas. Respeito as posições, cada um é cada um. O DEM continua forte em Goiás e maior, do ponto de vista estrutural. Demos oportunidade de outros se elegerem e o partido mantém a mesma base que tinha em 2010, com o acréscimo de um vice-governador. É claro que, se aqueles que eventualmente pensaram em sair permanecessem, ficaríamos mais fortalecidos ainda. Mas esse é um processo natural. E quem sou eu para criticar alguém? Eu critico ideias, porque aí me vejo no direito de ir para o debate construtivo.

Euler de França Belém — A criação do PSD foi articulada pelo governador Marconi Perillo?

Aí isso tem de ser perguntado a ele (risos). Não tenho como responder.

Euler de França Belém — Seu escritório de advocacia atuou contra a legalização do PSD?

Meu escritório atua em diversas demandas. Hoje eu não posso atuar porque estou impedido em função do exercício da função de vice-governador. Infelizmente, como não estou no escritório, não posso averiguar. Mas vejo isso com naturalidade, se eventualmente o escritório tiver sido contratado — e temos uma relação muito próxima com o DEM, que questionou judicialmente essa questão —, com certeza deve ter dado esse apoio.

Euler de França Belém — Ainda em relação ao PSD, como fica a questão do tempo de TV para a eleição de 2012?

Vamos admitir isso para qualquer partido novo que seja fundado, não vou me referir diretamente ao PSD — mesmo porque há quatro partidos buscando regularização. Esse partido não terá direito algum a tempo de televisão e rádio. A legislação é clara: o tempo é computado em relação à bancada eleita. No passado era diferente, era conforme a bancada que tomava posse. A lei mudou porque o eleito mudava de partido antes de ser empossado. Então houve essa alteração para evitar esse compra-compra que afetava o tempo de televisão. A não ser que haja uma mudança legislativa, é impossível mudar essa questão. Isso inclusive foi objetivo de muito debate no Tribunal Superior Eleitoral, por conta dessas manobras que eram feitas.

Elder Dias — Independente dessa questão do PSD, o DEM sente, internamente, uma necessidade de renovação, de revitalização?

Vamos pensar em Goiás: qual partido é o que mais se revitalizou aqui?

Euler de França Belém — Essa questão está sendo exposta por conta de uma suposta declaração do deputado Heuler Cruvinel, que teria dito que um dos motivos de sua saída é que Ronaldo Caiado [presidente estadual do DEM] fica no comando do partido eternamente.

Vamos por partes. Tem algum partido em Goiás que tenha se renovado mais do que o DEM?

Elder Dias — Se for para pensar em termos de cargos e mandatos, pode-se pensar que o DEM se renovou consideravelmente, em relação à bancada passada.

Mas não falo agora, não, mas ao longo dos anos. (questionando)

Elder Dias — Por exemplo, se for observar a base dos partidos, há sempre algum movimento em busca de renovação.

Então, vamos lá: qual partido já deu espaço efetivamente para lideranças que não eram tradicionais, em um processo de renovação, na história de Goiás?

Elder Dias — Poucos partidos, na verdade.

Agora eu é que vou entrevistar. (risos) Se for observar, na realidade, somente o DEM fez isso. O senador Demós-tenes Torres tem o mandato hoje por quê?

“Caiado é líder. E isso não se compra”

Elder Dias — Em parte, também, por conta da ação do então governador Marconi Perillo, que deu espaço a ele.

Não estou me referindo ao governador Marconi, claro que ele teve seu papel. Mas na gênese, lá atrás, se você se lembrar de como foi o processo de escolha de Demóstenes, na primeira eleição dele ao Senado, você vai se recordar de que o presidente do partido à época, deputado Ronaldo Caiado, foi para a convenção, com Jalles Fontoura, e colocou Demóstenes Torres como candidato. Ele não tinha sido nada, do ponto de vista político; tinha sido, sim, o procurador-geral de Justiça e secretário de Segurança Pública. Ou seja, o partido abriu espaço para uma liderança jovem, hoje consolidada. Depois, veio o processo de 2010. Ronaldo Caiado poderia muito bem apoiar um parente ou alguém ligado diretamente a ele. Ele já fez isso alguma vez? Não me recordo de um posicionamento assim por parte dele. (enfático) Caiado buscou, sim, um nome novo. Se isso vai dar certo ou não, o tempo é que vai cuidar de revelar isso. Em qualquer outro partido, um jovem sabe que dificilmente vai ter condições de sucesso. O Democratas, sim, abre espaço efetivo: assim foi com Heuler Cruvinel, que não teve problema algum para ser candidato a deputado federal; com Ricardo Correia, que foi candidato a vice-governador com Demós-tenes Torres; com Dione Araújo, de Itumbiara, que foi candidato a senador. Nós temos tradição em renovação. Mas o que certas pessoas não aprenderam é que liderança não se compra. Não está na prateleira do supermercado. Caiado tem seus defeitos, como todos nós, mas uma virtude dele é respeitar a opinião de todos os filiados. Na última eleição, ele rodou o Estado inteiro, ouviu os convencionais e, no fim, a posição majoritária do partido foi respeitada. Dificilmente um líder fazendo isso, normalmente isso é imposto. Mas havia pessoas que queriam ver suas ideias prevalecerem no partido sem trabalhar, sem dialogar com o convencional. Aí, depois, quer chegar e se achar autoridade sem ir para o debate com os filiados mais simples. Não dá para fazer suas ideias prevalecerem no partido sem dialogar! Então, Caiado tem sua liderança no partido, mas sabe respeitar. Eu, mesmo, tenho posições diferentes, discordo dele em vários assuntos, mas nem por isso vou deixar o partido. Muito pelo contrário, vou debater, vou discutir as teses dentro do partido. Sou daqueles que acredita em democracia interna e não fico incomodado se o partido tomar uma posição diferente daquela que eu defendi. Se eu não tivesse sido escolhido como candidato a vice-governador, eu teria de ficar magoado, trabalhando com o fígado? Não, a vida anda para a frente! Ficar olhando no retrovisor é ruim demais.

Euler de França Belém — Por que o senador Demóstenes desistiu de disputar a Prefeitura de Goiânia?

Não sei disso, estou sabendo agora. (risos)

Euler de França Belém — Quer dizer que ele não desistiu?

Não sei, que eu saiba o partido tem ele como um nome. Como já falei, ele tem potencial para ser candidato à Presidência. A situação do senador Demóstenes é muito particular, porque ele tem essa perspectiva em Goiânia, mas nacionalmente o partido precisa muito dele também. O papel dele na consolidação da democracia e na qualificação do debate. Seria um quadro absolutamente fantástico em uma disputa presidencial. Seríamos remontados àquele período dos debates ideológicos, como ocorreu na eleição de 1989, com Lula, Mario Covas, Roberto Freire, Afif Domingues, Leonel Brizola, Ulysses Guimarães e o próprio Ronaldo Caiado, entre outros. O que eu acho mais importante no DEM hoje é que ele é o partido que está levando temas importantes para o debate, com clareza. Não com radicalismo, como algumas pessoas querem passar. Estamos apenas mostrando nossas posições. Afinal, como é que as pessoas vão votar em alguém? É preciso que ele enxergue algum conteúdo. Se não for assim, só comprando voto. Como não fazemos isso, então será mesmo no debate.

Euler de França Belém – Ronaldo Caiado deve disputar o Senado. Isso não muda a configuração da próxima chapa majoritária, com o sr. devendo sair para deputado federal?

Não há discussão alguma nesse sentido. A única discussão é a defesa do DEM de que Caiado saia como candidato ao Senado, porque ele é um quadro qualificado, uma das referências do Parlamento — é bom lembrar que, dos cinco parlamentares citados como destaques de Goiás no Congresso, dois [o outro é Demóstenes] são do DEM. É um excelente argumentador, tem traquejo e conhece o Legislativo como poucos. Sabemos que tudo isso passa por um processo de composição com todas as forças do governo Marconi. Destacamos com clareza a posição do partido e todos olham para o DEM e sabem que jogo nós jogamos. Esse é nosso diferencial, não há meias palavras. Nosso jogo é esse.

Euler de França Belém — O sr. recebeu do governador um grande desafio, que é presidir a Celg. Qual é realmente a verdadeira situação hoje da Celg?

No balanço a ser publicado no ano que vem, pelas projeções que fazemos, devemos ter uma melhoria significativa. Do ponto de vista de ações internas, tudo o que poderia ter sido feito foi feito. Em um índice de custo em particular, chamado PMSO [Pessoal, Materiais, Serviços e Outros] — que a Aneel utiliza como referência — estávamos bem acima, na ordem de mais de R$ 600 milhões. A Aneel reconhece, como custos para remunerar na tarifa as empresas de referência, um limite em torno de R$ 400 milhões. Só aí, tínhamos um acréscimo de R$ 200 milhões. É um processo que não se resolve da noite para o dia. Mas do âmbito interno, a Celg vai muito bem, abstraindo seu passivo. Do ponto de vista de fluxo da empresa, a empresa não conseguia ficar em dia com os fornecedores. No dia 4 de janeiro, quando assumimos a Celg, havia mais de 300 dias de atraso para com fornecedores e prestadores de serviço. Agora estamos em dia com todos eles. Dessa forma, podemos dizer que avançamos, do ponto de vista interno.

Euler de França Belém — Em relação a obras físicas, de expansão, como vai a empresa? O setor energético não pode parar.

No programa Luz Para Todos, fizemos mais de 2 mil ligações e até o fim do primeiro semestre de 2012, queremos concluir 13 mil ligações. Com um detalhe: apesar de o programa ser subvencionado parcialmente pelo governo federal, a Celg não recebe um centavo dele, porque está inadimplente e os recursos ficam contingenciados. Estamos custeando integralmente, enquanto só lá, no governo federal, em função do Luz Para Todos e programas de baixa renda, há R$ 500 milhões parados, porque a empresa não consegue ficar adimplente. Estamos também investindo no fortalecimento das redes de transmissão. Entregamos a subestação de Luziânia (Desfecho) e vamos finalizar a de Itaberaí e a de Palmeiras e vamos iniciar a de Catalão. Em Goiânia, vamos ampliar a subestação Carajás, que vai aumentar em 7% o fornecimento de energia para toda a região metropolitana e garantir a potencialidade de crescimento do ponto de vista residencial e industrial. Conseguimos também fazer uma reposição salarial de 14% para os servidores da Celg, coisa que não acontecia fazia já três anos, com um acordo tranquilo com o sindicato. Ou seja, estamos avançando.

Elder Dias — E o planejamento administrativo da empresa, que sempre foi questionado?

Hoje a Celg já tem uma política tranquila de sucessão nos cargos de direção e de transferência de conhecimento. Se for observar, vai ver que a empresa ficava 20 anos com o mesmo corpo diretivo. Hoje, não. Há pessoas novas — administradores, engenheiros, técnicos etc. — em superintendências e chefias. Quando falo em “novas”, não me refiro à idade cronológica, mas a quem nunca tinha tido oportunidade de ascender a cargos de direção. Precisamos transferir conhecimento e pensar em como a empresa ficará daqui a algum tempo, quando as pessoas mais experientes saírem dela. Então, temos essa política bem clara, hoje o servidor sabe como pode ascender na empresa. São conquistas importantes.

Euler de França Belém — Na área jurídica, os advogados da Celg estão sendo utilizados?

Temos um volume de demandas muito grande — mais de 20 mil processos em trâmite no Poder Judiciário — e a Procuradoria, sozinha, não suportaria conduzir todos. Equipamos a Procuradoria com livros, material de informática e possibilidade de acesso a pesquisas, de modo a dar condições de trabalho. Sem isso, como cobrar eficiência do advogado se ele não tem ambiente para exercer sua função, o básico a questões do dia a dia da advocacia? Para se ter ideia, a Procuradoria não tinha sequer noção da eficiência da Celg nos processos judiciais por que passava, taxas de êxito ou de sucumbência etc. Hoje já temos um banco de dados e estamos trabalhando em um programa de reestruturação. Estamos muito longe do ideal, ainda, mas caminhando.

Euler de França Belém — Sobre o ICMS, que antes a Celg nem estava pagando, como está agora?

Estamos recolhendo em torno de 70% e queremos chegar ao fim do ano com 80% do ICMS devido no ano recolhido para o Tesouro. Recolhemos mais de R$ 500 milhões este ano. Por mês, estamos gerando cerca de R$ 70 milhões e o Estado repassa para os fundos e os municípios.

Euler de França Belém — Fala-se que, no fim, não haverá outra saída que não a federalização para a Celg. O que o sr. pensa?

Não vejo dessa forma. Tenho hoje a convicção que, se a Celg tiver o aporte financeiro de que precisa para resolver seus problemas históricos, em pouco tempo se tornará uma empresa de referência no País, não só em termos de gestão, mas também no aspecto financeiro. Tanto é verdade que, se hoje houvesse condições de entrega-la para o setor privado, rapidamente ela se tornaria em uma das empresas mais lucrativas do Brasil, assim como aconteceu com a Cemar [Companhia Energética do Maranhão], que foi vendida por 1 dólar e hoje tem um faturamento líquido de R$ 500 milhões por ano. E a Cemar é um terço do que representa a Celg! São constatações que mostram o potencial da Celg. Tenho tentado afastar o componente político da discussão. É uma matéria técnica e tem de ser discutida tecnicamente. Retomamos o diálogo com a Eletrobrás e os técnicos das duas empresas avançaram no modelo. Agora estamos aguardando.

Euler de França Belém — Nessas novas tratativas, a Eletrobrás continua sustentando que quer o controle da gestão?

Não, nunca chegamos a essa discussão. O que foi discutido e encaminhado foi uma proposta de gestão compartilhada. Chegou-se a discutir modelo de gestão, acordo de acionistas, composição do conselho de administração, mas tudo isso de forma a garantir que a gestão seja compartilhada, Celg e Eletrobrás.

Elder Dias — Dá para discutir de uma empresa estratégica como a Celg sem entrar na questão política?

Essa matéria é de interesse do Estado, mas também interessa à União. Não está em jogo só o setor elétrico em Goiás, mas o setor elétrico nacional. A área de concessão da Celg se localiza em um ponto estratégico do sistema elétrico nacional. Se eventualmente a Celg entrar em colapso, vai causar transtorno não só para Goiás, mas para o Brasil inteiro. Naturalmente, a Aneel e o Ministério das Minas e Energia não querem um desequilíbrio no setor, isso não é interessante para ninguém e é de responsabilidade daqueles que estão momentaneamente exercendo cargos de representatividade.

Euler de França Belém — O governo Marconi já caminha para nove meses. A Celg suporta até quando essa situação?

Não há uma data limite, um “deadline”. O grande problema nosso é obter a regularidade setorial, para conseguir aplicar o reajuste que já está aprovado. É bom lembrar que tínhamos 11,4% de reajuste e este ano a Aneel já reconheceu 13,5% para aplicação imediata. Estamos discutindo também uma RTE [revisão tarifária extraordinária] para compensação do que não foi aplicado nos anos anteriores, o que está sendo discutido pela Aneel. De qualquer forma, só o reajuste já implica um aumento de receita de R$ 400 milhões por ano para a Celg. Isso significa R$ 100 milhões de ICMS a mais para o Estado e obras de grande vulto em Goiás. É uma questão difícil, complexa, porque não se pode resolvê-la da noite para o dia, há avanços e retrocessos. Por isso que falo que, quando há o componente político, fatalmente há um retrocesso; quando se discute tecnicamente, há avanços. O momento em que o ex-presidente Lula veio a Goiás, por exemplo, foi um retrocesso.

Euler de França Belém — Não tem boicote político, então?

Quero crer que não, porque não seria um boicote contra o governo, seria contra o cidadão goiano e contra o cidadão brasileiro.

Euler de França Belém — O banco Credit Suisse ficou encarregado de trabalhar algo para a Celg. Como está isso.

É difícil eu avançar nessa discussão, porque todas as empresas são de capital aberto e assinamos termos de confidencialidade com todas. Mas há conversas com pelo menos duas empresas de energia de controle público e outras três de controle privado, que estão discutindo com a Celg. Estamos dialogando com a Eletrobrás, mas sem perder de vista essa alternativa.

Euler de França Belém – As viagens de Marconi Perillo estão também a serviço dessas negociações sobre a Celg?

Claro. Em ambas as viagens, à Europa e à Ásia, o governador tratou, especialmente sobre o aporte financeiro, seja com fundos soberanos, no caso da Ásia, seja com bancos, na Europa. Alguns demonstram interesse em entrar no setor elétrico brasileiro. Mas aí temos um processo alongado, por causa da legislação brasileira, que tem restrições a determinados ingressos de capital no País e tem a questão do potencial de endividamento do Tesouro. Têm todas essas questões que atravancam um pouco o processo, mas todas essas vias estão sendo discutidas.

Euler de França Belém — Hoje a Celg não estaria contribuindo para atrapalhar um pouco o desenvolvimento de Goiás?

A Perdigão, por exemplo, não compra mais energia da estatal, outras empresas também estão fazendo o mesmo...

Isso não corresponde à realidade. O que ocorre é que a Celg passou a ser uma limitadora do desenvolvimento do Estado quando não conseguia atender à demanda existente. No início do ano, apresentamos um plano de investimentos na empresa. Estamos seguindo-o à risca. O foco, naquele momento, era dar solução aos problemas críticos de energia em determinados pontos. Isso foi solucionado. Por exemplo, os empresários de Itaberaí fizeram uma solicitação de 12 itens; a Celg atendeu 11 e em novembro deve concluir o último ponto. Em Catalão, com uma parceria com a Mitsubishi, estamos construindo uma subestação e realizando a rede de Emborcação – Catalão, o que vai resolver o problema de energia de toda a região. Em Cristalina, a rede de 138 kWh atende ao agronegócio e há uma demanda muito grande na área de pivôs, coisa para a gente solucionar até meados do ano que vem. Temos ainda um problema muito sério em Caldas Novas, que é um polo turístico. Essa é uma intervenção muito forte e não tem solução de imediato. Até o ano que vem queremos ter dado uma resposta positiva para aquela região. Com isso, conseguimos suprir os pedidos de novas demandas ou de aumentos de demandas. O que mudamos, como em Catalão, foi em relação a parcerias: a Mitsubishi está custeando a subestação e depois isso virá abatido em suas contas de energia. Em última análise, a Celg está construindo. Como não temos caixa para bancar todas essas obras simultaneamente, estamos optando por esse tipo de intervenção. É o caso também de Anápolis, com a Ambev, e o de Rio Verde, com a Comigo.

Euler de França Belém — O presidente da Toshiba disse que um dos critérios para investir em um país é que a energia não pode cair. A Celg pode dar essa garantia?

Vamos falar agora de manutenção do sistema, então. Temos um problema crônico, já que ao longo dos últimos anos a Celg praticamente abandonou a manutenção. Isso não tem perdão no setor elétrico. Se não há esse cuidado, o sistema vai se desgastando com o tempo. É por isso, inclusive, que uma parte da tarifa é para essa finalidade. Estamos agora em forte programa de manutenção e conservação do setor elétrico.

Euler de França Belém — O empresário Júnior do Friboi sugere a criação de um consórcio de empresários goianos para assumir a Celg. Isso é possível?

É difícil comentar uma situação que não chegou formalmente à Celg. Tenho dificuldade para falar sobre algo dessa forma. Se esse consórcio existir e vier conversar, estamos prontos para discutir, assim como temos feito com todas as empresas do setor elétrico e quem tenha interesse nela.

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Jornal Diário da Manhã, Editoria de Opinião Pública - 24.09.11

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Jornal O Hoje, Coluna Xeque Mate, Suely Arantes - 24.09.11

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Jornal Opção, Coluna Bastidores - 25.09 a 01.10.11

A “transparência” do governo Marconi evaporou-se

Na semana passada, o Jornal Opção procurou a Assessoria para Assuntos Internacionais do Estado em busca da lista das pessoas que acompanharam o governador Marconi Perillo na viagem à China. Primeiro, uma auxiliar de Elie Chediak chegou arrolar alguns nomes, os óbvios e divulgados pela mídia: o governador Marconi Perillo, a primeira-dama, Valéria Perillo, o secretário da Indústria e Comércio, Alexandre Baldy, o presidente da Organização Jaime Câmara, Jaime Câmara Júnior (que bancou sua viagem), Elie Chediak. De repente, parou de falar e sugeriu que outra auxiliar de Chediak fosse procurada. A auxiliar, que se identificou como Rachel, foi taxativa: “Só posso fornecer a lista com autorização de Elie Chediak”. O repórter insistiu: “Cadê a transparência?”

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Site de Notícias: - 26.09.11

Atividades marcam Dia Mundial de Prevenção da Gravidez na Adolescência

Várias ações, que serão realizadas nesta segunda-feira (26) das 7h às 14h na Avenida Paulista, em São Paulo, marcam o Dia Mundial da Prevenção da Gravidez na Adolescência. O objetivo é informar e educar os jovens sobre saúde sexual e métodos contraceptivos para evitar uma gravidez não planejada.

O tema da quinta edição do evento é Valorize Sua Vida, Conheça Seus Direitos, Descubra o Que É Contracepção. Casais caminharão pelos principais pontos da Paulista para entregar cartões postais com mensagens sobre o tema, enquanto um grupo de teatro se apresentará no local. Na região, haverá também um grupo de jovens com faixas destacando a importância da prevenção da gravidez na adolescência. Fechando as ações, milhares de balões serão soltos na altura do número 900 da Avenida Paulista, às 13h30.

De acordo com levantamento da Organização Pan-Americana da Saúde, a América Latina registra anualmente 54 mil nascimentos com mães menores de 15 anos e 2 milhões com idade entre 15 e 19 anos. No Brasil, estudo do Ministério da Saúde revela que 15,9 anos é a idade média para a ocorrência de gravidez.

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