Ambiente calmo aproximadamente uma semana depois das ...

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Ano XIX ? N? 3785 ? Segunda-feira, 21 de Outubro de 2019

EDITORIAL

Ambiente calmo aproximadamente uma semana

depois das elei??es gerais em Mo?ambique

Beira (O Autarca) ? Prevalece calmo o ambiente em Mo?ambique, particularmente na cidade da Beira e na prov?ncia de Sofala em geral, aproximadamente uma semana depois da vota??o referente as sextas elei??es gerais. O ambiente e o desenvolvimento de actividades retomou imediatamente no dia seguinte a vota??o e decorrem normalmente. H? paz e harmonia em todas as comunidades mo?ambicanas. ? um sinal positivo no exerc?cio nacional de promo??o e consolida??o da cidadania, patriotismo, democracia, paz e reconcialia??o.

Os eleitores e os concorrentes ? elei??o aguardam serenos a divulga??o dos resultados da vota??o realizada ter?a-feira ?ltima (15Out19) em todo o territ?rio nacional e

na di?spora. Os dados at? aqui divulgados continuam dando

vantagem retumbante ? FRELIMO e ao seu candidato presidencial, Filipe Nyusi, que concorreu para a sua reelei??o. Caso se confirme a sua elei??o na vota??o da semana passada, ser? o segundo e ?ltimo mandato presidencial que Filipe Nyusi poder? exercer nos termos da actual Constitui??o da Rep?blica.

Relativamente aos outros concorrentes, mant?m-se a tend?ncia de segundo lugar para a RENAMO e o seu candidato presidencial e terceiro lugar para o MDM e o seu candidato presidencial.

Esta ? a primeira elei??o presidencial que se realiza

O processo de desenvolvimento do pa?s n?o deve depender de ciclos

Frase: eleitorais, como se em cada 5 anos nascesse um novo Estado ? Vicente

Manjate (Jurista)

sem o carism?tico l?der da RENAMO,

C?MBIOS/ EXCHANGE ? 21/10/2019

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FONTE: BANCO DE MO?AMBIQUE

UM GRUPO COM ENERGIA MO?AMBICANA

SF Holdings,

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Afonso Dhlakama, falecido em Maio de 2018 e apregoado percursor do estado de direito e democr?tico multipartid?rio mo?ambicano.

?, por outro lado, a primeira vez que Ossufo Momade concorre ? Presid?ncia da Rep?blica (substituindo Afonso Dhlakama), a terceira para Daviz Simango e a segunda para Filipe Nyusi que venceu a primeira e ter? novamente vencido a sua segunda elei??o.

Desde das primeiras elei??es gerais realizadas em

Outubro de 1994, a FRELIMO sempre foi o partido vencedor, sucedendo o mesmo com os candidatos presidenciais da organiza??o pol?tica no poder em Mo?ambique desde Junho de 1975, nomeadamente Joaquim Chissano duas vezes consecutivas e Armando Guebuza tamb?m duas vezes consecutivas. Ser? excep??o se Filipe Nyusi n?o conseguir vencer duas elei??es consecutivas, desafio considerado "regra da casa dos camaradas"; ou seja vencer e levar o partido a vencer todas elei??es em que participa. (Redac??o)

Filipe Nyusi e Frelimo vencem elei??es em Portugal

Lisboa (O Autarca) ? O candidato da Frelimo, Filipe Nyusi, arecadou 563 votos em Portugal, contra 137 conseguidos pelo l?der da RENAMO, Ossufo Momade, segundo indicam os dados do apuramento parcial para elei??o do Presidente da Rep?blica de Mo?ambique, a que o Jornal ?@GORA teve acesso junto da embaixada de Mo?ambique em Lisboa.

Os resultados referentes ? elei??o dos deputados da Assembleia da Rep?blica d?o vit?ria ao partido FRELIMO, que, em Portugal, conquistou

Mesa de voto na Embaixada de Mo?ambique em Lisboa, capital portuguesa

34,01 por cento dos votos, enquanto a RENAMO teve 13,33 por cento dos votos, quando j? est?o apuradas a quase totalidade das nove mesas de votos

espalhadas pelo territ?rio portugu?s. J? o candidato presidencial

Daviz Simango, com 98 votos, e o Movimento Democr?tico de Mo?ambique (MDM), com 7,27 por cento dos votos, posicionam-se em terceiro lugar, enquanto M?rio Albino teve apenas quatro votos, e o seu partido, o AMUSI, conseguiu 0,07 por cento dos votos.

A n?vel de Portugal, existem 1. 485 inscritos mas foram apenas 825 os eleitores mo?ambicanos que participaram da vota??o da semana passada. (Redac??o/ ?@GORA)

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"Vit?ria da FRELIMO nunca esteve em d?vida"

- Vicente Manjate, analista, jurista e Presidente do Conselho Provincial da Ordem dos Advogados de Mo?ambique em Sofala

Beira (O Autarca) ? Em entrevista ao O Autarca, no rescaldo das sextas elei??es gerais mo?ambicanas, realizadas ter?a-feira da semana passada (15Out19), o analista, jurista e Presidente do Conselho Provincial da Ordem dos Advogados de Mo?ambique em Sofala, Vicente Manjate, afirmou que a vit?ria da Frelimo e do seu candidato nunca estiveram em d?vida e transmite "segredo".

"Penso que o segredo tem estado na capacidade de organiza??o, mobiliza??o, forma??o e disponibilidade de recursos. A Frelimo sempre mostrou-se mais preocupada e envolvida na sua pr?pria coes?o interna do que os outros concorrentes".

Vicente Manjate explicou que venceu quem se organizou melhor e trouxe uma mensagem de esperan?a e pediu mais um voto de confian?a. "Os outros concorrentes fizeram apelo ao voto punitivo contra a Frelimo, sem, no entanto, trazer as suas alternativas de governa??o cred?veis. Esse tipo de voto, quando n?o se tem uma estrutura mobilizadora muito forte, resulta em fracasso. Foi isso que tamb?m contribuiu para a conjuntura dos resultados".

O entrevistado salientou que o problema agora ? o que acontece de-

pois da vit?ria. "Nada do que se disse na campanha eleitoral mostra sinais de que desta vez ser? diferente. Estrat?gias para vencer, Frelimo sempre teve e ter?. Mas qual ? a mensagem de mudan?a que vai permitir manter estes n?veis de confian?a? Mostrar claramente o que ser? feito e como ser? feito de forma diferente para que tudo d? certo nas diversas ?reas ? o principal desafio que se coloca ao Presidente Nyusi. Nestas condi??es, j? n?o ? a vit?ria da Frelimo que nos deve preocupar, mas sim a qualidade dessa vit?ria e a consolida??o da confian?a depositada pelo povo".

Vicente Manjate considerou que as expectativas resultam de um projecto de Estado e de desenvolvimento partilhado entre o Governo e a sociedade. "? importante que no pr?ximo ciclo se comece a criar bases e se partilhe com a sociedade os caminhos que nos levar?o para que tudo d? certo. O que se espera que seja a contribui??o de cada sector da sociedade neste processo de desenvolvimento? ? tamb?m importante que o processo de desenvolvimento do pa?s n?o dependa de ciclos eleitorais, como se em cada 5 anos nascesse um novo Estado. Penso que esta ? a principal mudan?a que se deve

Vento forte, Chuvas e Trovoadas moderadas hoje no sul

Maputo (O Autarca) ? O INAM lan?ou a momentos alerta relartivo a previs?o de ocorr?ncia, na regi?o sul, de ventos fortes com rajadas at? 60 km/h, aguaceiros ou chuvas moderadas acompanhadas por vezes de trovoadas a partir do final da tarde de hoje (21Out19) e descida acentuada de temperatura m?xima para amanh? (22Out19). No mar, o vento poder? criar agita??o mar?tima e gerar ondas que podem atingir a altura de 4.0 metros, a sul do paralelo 22 graus sul.

Vicente Manjate, analista, jurista e Presidente do Conselho Provincial da Ordem

dos Advogados de Mo?ambique em Sofala

operar".

Confian?a em rela??o a compet?ncia de Louren?o Bulha

Noutro paradigma, o analista descreveu o futuro governador da prov?ncia de Sofala, Louren?o Bulha, como sendo um dirigente maduro, experiente e politicamente competente e mobilizador. "A sua vit?ria j? era previs?vel e, ali?s, bem antes do in?cio da campanha eleitoral, tive a oportunidade de lhe assegurar e felicitar antecipadamente num breve encontro que tivemos no Aeroporto Internacional de Mavalane (Maputo). Sem d?vidas que vai fazer um excelente trabalho e, o mais importante, ? que ele ? uma pessoa bastante querida na cidade da Beira. Bulha pode ajudar a melhorar a articula??o com o Munic?pio e o cidad?o sai a ganhar" ? concluiu. (Chabane Falume)



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O Autarca ? Jornal Independente, Segunda-feira ? 21/10/19, Edi??o n? 3785 ? P?gina 05/06

Uma Data na Hist?ria

Por: Jo?o de Sousa

21 de Outubro de 1974 ... Intentona

Militar

Era segunda-feira. Logo pela manh?, por volta das 8 horas, caminhava de casa para o meu local de trabalho. Quando chego ? esquina da Rua da S? com a Rua da R?dio, (onde se situam as Telecomunica??es de Mo?ambique) come?o a ouvir tiros que vinham do jardim Vasco da Gama (hoje, Tunduro).

N?o sabia o que fazer. De repente vejo que o local est? cercado por elementos fardados que n?o eram da Pol?cia. Eram guerrilheiros das FPLM. Eram comandados por algu?m que me pergunta: "para onde vais"? Eu disse para onde ?a. "Ent?o vai, sempre encostado ao muro".

Fui. Eu e alguns colegas meus que estavam na mesma situa??o. Conseguimos entrar no R?dio Clube. O comandante que dirigia aquela "tropa" era (vim a saber isso depois) o saudoso Aur?lio Manave.

Esse grupo de revoltosos, que semeou luto e dor, pretendia ocupar uma vez mais (a primeira foi a 7 de Setembro) a R?dio. Dum lado os descontentes armados. Do outro as FPLM, que naquele momento, tinham como principal preocupa??o guarnecer o RCM bem como os Correis (CTT), ali ao lado da r?dio.

Durante grande parte da manh? desse dia, foi uma verdadeira afli??o ouvir todo aquele tiroteio. Por vezes, consoante a for?a do estrondo, dava a impress?o que os tiros vinham do interior da pr?pria R?dio.

Na altura eu estava nos Servi?os Redactoriais, sector onde se redigiam as not?cias e se produziam os boletins noticiosos, que ficava situado no r?s-do-ch?o do edif?cio. Foi um mart?rio. N?o consegu?amos a concentra??o necess?ria para escrever uma ?nica not?cia.

Mas n?o era s? na R?dio que as coisas aconteciam. No "Not?cias" tamb?m, como me contou e eu transcrevo, o meu colega e amigo Yussuf Adam:

"Estava l? dentro quando come?aram os tiros. Sa?

pelas 17 horas e tive que ir levar uma mensagem ao Quartel General. Tinha que falar com o camarada Cabo. O recado era para o camarada Mouzinho, o chefe do grupo de guerrilheiros que defendia o "Noticias". Na carta pediam-se refor?os, Das 13 ?s 17 horas, enquanto os tiros continuavam na rua, o Areosa Pena recolheu as pessoas para o interior do Sector de Revis?o do jornal. Estavam l? dentro o Guilherme de Melo, a Maria Helena, o Carlos Alberto e mais alguns colegas. A sala estava cheia. No meio do tiroteio o Guilherme de Melo chorava. Ele sabia que aquela S?tima Companhia de Comandos, que se encontrava acantonada no Parque de Campismo, a aguardar embarque para Lisboa, ?a provocar aquele dist?rbio. Mesmo assim trabalh?mos durante toda a noite, com um n?mero muito reduzido de profissionais. A "linotype" foi manobrada pelo "rodas baixas". Na manh? do dia seguinte sa?mos do jornal com a edi??o na m?o".

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O Autarca ? Jornal Independente, Segunda-feira ? 21/10/19, Edi??o n? 3785 ? P?gina 06/06

Continuado da P?g. 06 Na baixa da cidade, a arcada do Pr?dio "Nauticus" acabou por se transformar numa verdadeira carreira de tiro. Muitas pessoas, tal como me contou o meu antigo colega do R?dio Clube de Mo?ambique, Ricardo Branco, esconderam-se na "Poliarte 2" um estabelecimento de venda de discos que se situava naquela Arcada e onde hoje funcionam escrit?rios da Companhia de Seguros EMOSE. Uma not?cia da ?poca, referia 41 mortos e 88 feridos graves, como sendo o balan?o dos graves acontecimentos ocorridos em Louren?o Marques e sub?rbios naquela 2? feira, 21 de Outubro de 1974. "Provocados por um grupo descontrolado de comandos do ex?rcito Portugu?s que contaram com o apoio de agitadores brancos e pretos, esses acontecimentos acabaram por ser dominados pelas for?as populares da Fre-

limo e por unidades militares portuguesas mas, apesar desta colabora??o ?ntima e eficaz, a maneira criminosa como a situa??o surgiu e evoluiu originou a morte, a destrui??o e a mis?ria em muitos lares da capital e suas zonas suburbanas".

Um comunicado conjunto do Alto Comiss?rio da Rep?blica Portuguesa (Almirante V?tor Crespo) e do Primeiro Ministro do Governo de Transi??o (Joaquim Chissano) publicado na ter?a feira dia 22 de Outubro de 1974, por sinal data do seu trig?simo sexto anivers?rio, detalhava minuciosamente o que acontecera e acrescentava que "esses agitadores respons?veis, brancos e negros, ser?o severamente punidos".

Faz hoje 45 anos que isto aconteceu. OBS: reposi??o dum artigo de minha autoria, publicado

em 2015.

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