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Análise crítica da evolu??o e apura??o dos acontecimentos no Massacre de Suzano, na escola Raul Brasil Tamires Andriotti Moreno Resumo: O presente artigo apresenta uma análise jornalística da evolu??o e apura??o da cobertura realizada na tragédia que ficou conhecida como: “O Massacre de Suzano”. Um ataque marcante à Escola Raul Brasil, no dia 13 de mar?o de 2019, no qual interrompeu toda a programa??o de grandes veículos de comunica??o para realizar a cobertura do fato enquanto ainda notícia, na mídia nacional e jornais internacionais, sendo abordado de diversas formas. A mídia estava focada nos fatos, a transmiss?o contou com boletins ao vivo para transmitir os acontecimentos e novos dados. A análise baseada em dados gerados pelo Google Trends, foi realizada com uma procura por datas antes e depois do acontecimento, no qual mostra números de procura pelo massacre na escola e contextualiza com o fato e a evolu??o das notícias. Este trabalho se utiliza da metodologia de estudo de caso e faz uma análise crítica da cobertura do acontecimento, anteriormente citado, verificar como foi a cobertura dos grandes jornais online com informa??es novas a todo momento sendo possível em pouco tempo, com o bombardeio de diversas informa??es novas, ter uma apura??o correta. Espera-se com esse artigo ajudar a instigar a criticidade por parte dos telespectadores, fazendo análises prévias antes do compartilhamento de uma notícia, sem saber se ela é verídica, aos profissionais é esperado atingir, com esse artigo, também a criticidade e mostrar a import?ncia da apura??o da notícia mesmo em uma hard news. Palavras- Chave: Acontecimento. Massacre de Suzano. Apura??o da Notícia. Evolu??o da Notícia.Introdu??o O Jornalismo é algo de extrema import?ncia para as pessoas, embora n?o se saiba ao certo quando surgiu o primeiro jornal que foi produzido e veículado, ele sempre teve uma grande influência no cotidiano das pessoas. Ele serve para informar e atualmente interpretar fatos, transmitindo acontecimentos de um lugar para o mundo. Essa área do conhecimento passou por grandes mudan?as e come?ou a se atualizar conforme o mundo evoluía com o uso das tecnologias. Com a chegada da internet no Brasil, no ano de 1990 e o avan?o do uso dessa ferramenta, come?ou a se popularizar também a utiliza??o desse meio para veícular informa??es, após a difus?o da internet nasceram blogs, sites e portais para disseminar informa??es. O Jornalismo passou de publica??es em papéis, suas tiragens aumentavam cada vez mais conforme a demanda, migrando para outras mídias, passou a fazer parte do rádio, da TV e atualmente da Internet. A velocidade de dissemina??o da Internet em todo o mundo deve transformá-la efetivamente na decantada superestrada da informa??o. Oferecendo notícias, entretenimento, servi?os e negócios, a rede mundial ainda é um novo meio de comunica??o que rivaliza com a televis?o, o jornal e outros veículos de troca e difus?o da informa??o. (PINHO, 2003, p. 49 ) Com o avan?o das tecnologias, agora a notícia é veiculada em tempo real, seja transmitida pelas ondas do rádio, ou sinais da TV ou internet na tela do computador, o telespectador anseia por notícias novas a todo momento. A internet ent?o se torna cada vez mais popular e acessível tirando boa parte da audiência do rádio e da TV, agora as mídias competem entre si para ver quem anúncia primeiro um acontecimento A notícia em tempo real ou hard news está cada vez mais presente no jornalismo, porém se faz necessária uma maior apura??o dos fatos para que grandes meios n?o espalhem fake news, isso faz com que perca sua credibilidade e também afete a vida de muitas pessoas. Vale ressaltar a import?ncia e o impacto no qual uma notícia falsa pode causar, o Jornalismo pode incriminar um inocente assim como pode inocentar um culpado somente como seu poder na sociedade atual, deixando claro ent?o a import?ncia da averiga??o correta antes de se propagar um fato. Após uma busca no Portal de Periódicos da Capes com a combina??o das palavras “Análise” e “Notícia”, foram selecionados alguns artigos semelhantes ao assunto abordado nesse artigo. Nascimento e Gomes (2013), faz um apontamento interessante sobre a import?ncia dos jornais para forma??o do cidad?o crítico e sua contribui??o para um país melhor criando um “espetáculo” diante da notícia. Ferreira (2015), disserta sobre a import?ncia do jornalista, reflete sobre a contru??o da notícia, pois quem à produz delimita o que será entendido quando for lido. Apesar de diversas leituras nenhuma delas trata em específico da apura??o da notícia no meio on line, apresentando como forma de comprovar essa apura??o na evolu??o rápida da notícia à análise do histórico acontecimento em S?o Paulo, o Massacre de Suzano. O artigo visa como objetivo geral analisar as notícias veículadas de forma instant?neas em portais e sites, observando a evolu??o dessa notícia, ao monitorar o tempo no qual foi postado no meio digital, se houve alguma altera??o na notícia assim verificar sua apura??o. Concretiza- se por objetivo especifíco verificar o tempo entre as notícias exibidas no portal G1, compara-lás à evolu??o dessas notícias com outros sites jornalísticos e assim verificar a apura??o das matérias. Nesse artigo encontra-se inicialmente uma contextualiza??o histórica da comunica??o e do Jornalismo, disertaremos mais adiante sobre a apura??o jornalística, logo em seguida faremos apontamentos sobre o ocorrido em Suzano e por fim uma análise da apura??o e evolu??o dos fatos usando como base as notícias veículadas no dia do acontecimento pelo Portal G1.Apura??o jornalística e sua import?nciaA apura??o é algo que faz parte do Jornalismo, desde seus primórdios até os dias atuais, algo no qual se intensificou com o uso de tecnologias para a produ??o de notícias. Atualmente todos somos consumidores e também produtores de notícia. ? justamente sobre essa temática que os autores Santi(2009) em seu artigo “O processo de apura??o do webjornalismo de quarta gera??o” e o livro A apura??o da Notícia escrito por Junior(2010) debatem sobre a apura??o seja em jornais no meio digital e impresso, respectivamente. Junior(2010) discute sobre a import?ncia do papel do jornalista e do Jornalismo, pois para ele é impossível ver a notícia completa, ela é sempre fragmentada em diversas partes, como uma constru??o e somente quando temos acesso a essas partes conseguimos entender mais sobre o fato, o jornalista ele sempre relata aquilo no qual ele acha relevante e importante, tendo em vista sua história e até mesmo o conceito do jornal para qual ele escreve ou relata aquele fato. “ Um fato jornalístico é o fenomêno externo ao réporter que depende da forma como ele o percebe” (JUNIOR, 2010, p. 26). O Jornalismo é de suma import?ncia para sociedade, cabe a essa área disseminar a informa??o e também interpretá- la. O Jornalismo n?o é propriamente experiência direta nem mera inven??o, ocupa a zona cinzenta. ? “fic??o” e n?o é. ? “real” e n?o é. Ficcionaliza o real porque remonta seus sinais, recomp?e seus vestígios, e o resultado disso é um real desrealizado, uma possibilidade que disputa validade com a própria realidade empírica. Mas n?o é ficc??o, simplesmente. ( JUNIOR, 2010, p. 29) Junior (2010) ressalta que o trabalho jornalístico é explicar os fatos na ordem dos acontecimentos, sem falsear sua ordem criando uma lógica social respeitando uma rela??o articulada com outros eventos. “O jornalista vê a “realidade” em seu lugar e deverá traduzir tudo com fidelidade, respeitando o que viu.” (JUNIOR, 2010, p. 35)O comunicólogo ressalta o trabalho do jornalista na certifica??o dos fatos, procurar e investigar o ocorrido em vers?es diferentes, pois será o jornalista que irá mostrar o fato ao seu telespectador, na sua vers?o do acontecimento. “O jornalista, por princípio, n?o é só testemunha daquilo que o leitor n?o p?de ter acesso. ? um processador das camadas verificavéis da realidade – n?o raro limitado à posi??o de verificador de fatos inacessíveis de forma direta.” (JUNIOR, 2010, pg 71). O autor disserta sobre a investiga??o ser cara, no qual demanda tempo e esfor?o, porém necessária para um bom Jornalismo. Uma solu??o citada por ele seria a apura??o esta presente desde o início do planejamento da matéria, organizando toda edi??o e toda a cadeia da produ??o do material já englobando todo planejamento da apura??o dos fatos a serem relatados. Passando por três fases, o planejamento da apura??o, na revis?o de todo material apurado e, por fim, na revis?o das informa??es editadas, em suma, estaria presente em cada momento da execu??o da matéria. ? necessário, antes de publicar a matéria ter dados precisos, apurados e uma abund?ncia do material que foi coletado, fazendo um check list de informa??es a serem revistas e verificadas se foram feita à correta apura??o, sempre checando duas vezes o fato, ouvir duas ou mais fontes antes da publica??o da notícia. Outro autor que dedicou seu tempo para estudos mais aprofundados, dando um espa?o maior para debates sobre a apura??o da notícia, algo fundamental porém pouco debatido, é o escritor Santi com seu artigo “O processo de Apura??o no webjornalismo de quarta gera??o”. O webjornalismo é o jornalismo digital, ou seja, o jornalismo no meio online, com o uso da linguagem específica e ferramentas próprias, que potencializam e ajudam na propaga??o dessa informa??o, e também na intera??o dos leitores com o portal. O webjornalismo tem diversas vari??es em sua nomeclatura, algo que vária de sua origem, com signicados iguais. Como explica Santi(2009):Em linhas gerais, observa-se que autores norte-americanos utilizam o termo “jornalismo on-line” ou “jornalismo digital”, já os autores de língua espanhola preferem o termo “jornalismo eletr?nico”. Também s?o utilizadas as nomenclaturas “jornalismo multimídia” ou “ciberjornalismo”. De forma genérica, pode-se dizer que autores brasileiros seguem os norte americanos, utilizando com maior freqüência o termo “jornalismo on-line” ou “jornalismo digital”. (SANTI, 2009, p. 184). Ao contrário de Junior(2010), Santi(2009) acredita que atualmente com o crescimento do uso de tecnologias para fazer o chamado webjornalismo, cada meio tem sua forma de apurar a notícia, algo no qual varia de sua linha editorial, o que é considerado relevante para aquele portal, modificando assim o padr?o antes existente de uma apura??o unificada. O correto é que no jornalismo em geral e no webjornalismo em particular, podemos nos referir à existência de um método próprio de trabalho. Método este que diz respeito a um conjunto de regras procedimentais de apura??o de um fato, baseadas em valores e concep??es sobre o papel e as formas de atua??o jornalística, que visam atingir um determinado fim (produzir notícias) sobre fatos e opini?es considerados de interesse público ou diversionais. (SANTI, 2009, p. 182). O autor destaca a apura??o como a habilidade técnica do jornalista de ver e interpretar o acontecimento, ressaltando o atual momento dessa atividade no qual passou a se tornar coletiva, pois atualmente há participa??es desde a reda??o, pauta, edi??o, reportagem e demais fun??es envolvidas. O webjornalismo já foi apenas digitaliza??o, ou seja, a escrita do jornal impresso era distribuida em grande escala na internet (primeira gera??o), após isso come?a a ser explorado o mundo digital e suas ferramentas (segunda gera??o), quando inicia-se iniciativas de produzir conteúdo exclusivamente para internet (terceira gera??o), até o uso das ferramentas proporcionadas por esse meio, como o banco de dados gerador de páginas com temáticas na qual já foi anteriormente pesquisado pelo internauta, este seria o webjornalismo 4G apresenatado pelo autor. Atualmente o Jornalismo vivência a chamada Quarta Gera??o (4G) do webjornalismo. Dessa forma surgem os chamados “arquitetos da informa??o”, definido por Santi: Este se caracteriza por ser aquele profissional que possui uma vis?o sistêmica de todo o processo. Suas atribui??es est?o vinculadas a todas as etapas da elabora??o de um produto, desde o armazenamento das informa??es nas máquinas servidoras até as ferramentas de publica??o, edi??o e divulga??o das páginas internet, ou seja, do projeto à veicula??o. (SANTI, 2009, p. 188). O escritor sugere, ent?o, a cria??o de um banco de dados para cada portal, para assim ser feito através dele a apura??o dos acontecimentos, tornando- se necessária, pois, cada portal ou site teria um enfoque e interesses diferentes. O mais adequado é a cria??o desse sistema para cada empresa de Jornalismo, sugere o autor, sendo um “arquiteto da informa??o”, ou seja, o profissional no qual entende na teoria e na prática todo ambiente da internet, com forma??o em Jornalismo ou um profissional de Jornalismo e um “arquiteto da informa??o” para elabora??o desse sistema. Um “arquiteto da informa??o”, portanto, ao elaborar um sistema de publica??o que contemple modelos distintos de narrativa, precisaria analisar desde as estruturas do hipertexto jornalístico, as possibilidades e tipologias de liga??es sistematizadas pela pesquisa, bem como as características de cada gênero jornalístico em sua fun??o social para ent?o estabelecer as possibilidades de múltiplas estruturas narrativas. (SANTI, 2009, p.188). O Jornalismo é um recorte do mundo, apresentando fatos e tentando chegar o mais próximo da verdade, com isso é notável sua import?ncia para a sociedade. Para Pelarigo(2013) o Jornalismo trasmite para o mundo informa??es, permitindo que simples cidad?os tenham o conhecimento de fatos dos setores públicos e politícos do país: “Quanto ao jornalismo, ele exerce-se por e a favor dos cidad?os, para que estes possam ter uma opini?o acerca dos contextos em que vivem e possam, assim, participar activamente” (PELARIGO,2013, s/p). Diante disso, é correto afirmar a seriedade que o verdadeiro Jornalismo exerce, aquele no qual apura de forma correta, trabalha com consciência da interven??o que faz na vida popular e transmite informa??es relevantes para todo o mundo. Todas essas informa??es agregaram para fundamentar e guiar o presente trabalho, de forma que, entendemos como funciona a apura??o no meio profissional. Tendo em vista o assunto tratado no artigo, sendo apura??o no webjornalismo, notícias apuradas com serenidade e velocidade que o Jornalismo têm por característica.Metodologia A pesquisa científica é algo essencial para a sociedade, pois instiga a criticidade e curiosidade do graduando, tendo em vista a problemática escolhida por cada aluno para trabalhar, ele soluciona ou analisa um assunto. Segundo Cervo e Bervian(2002, p. 9), “O conhecimento científico vai além do empírico, procurando conhecer, além do fen?meno, suas causas e leis.” Os artigos contribuem socialmente para visibilidades de temas muitas vezes n?o notados pela massa, como propagandas com tra?o de machismo n?o explícito, diversas notícias e capas de revistas e jornais contam com a forte presen?a do rascismo velado, entre outros temas já debatidos, gerando um ganho social no debate de temas como esses citados e um questionamento por parte das pessoas, assim expandindo o saber. ? fato que o Jornalismo se modificou, mas ainda há rastros de imparcialidade escanrados, algo que influência muitas vezes na absor??o de conteúdo por parte do leitor e telespectador de um jornal. Com as modifica??es sociais na qual impactaram também os jornais, com a presen?a da hard news, se fez necessário uma nova análise no campo jornalístico. Mesmo com o imediatismo, é preciso apurar os fatos antes de ser repassada as informa??es para a grande massa. Esse artigo científico, está inserido no paradigma interpretativista, pois vislumbra interpretar o caso estudado. O paradigma interpretativista prop?e decifrar casos no qual acontecem socialmente. A vis?o do observador é levada em considera??o, analisando a situa??o e buscando as variáveis. ? valido ressaltar o importante trabalho aplicado nesse metódo, levando em considera??o uma análise da realidade social e os indivíduos nela inseridos.Para Cervo e Bervian(2002), os Métodos s?o um conjunto de diversas etapas ou passos que devem ser dados para a realiza??o de uma pesquisa. Neste artigo será usado o método quanti- qualitativo, ou seja, iremos obter dados numéricos, com a ajuda do Google Trends, e explicá-los dentro do contexto do caso. Através dessa ferramenta, fornecida gratuitamente pelo Google, foi realizada uma busca no dia do acontecimento e posteriormente ao fato, visando observar a quantidade de buscas pelo assunto, interesse social e a repercuss?o sobre esse tema. No presente artigo foi utilizada a Metodologia de Estudo de Caso. Para o cientista social Yin(2001), é uma estratégia de pesquisa no qual compreende um método que abrange tudo em abordagens específicas de coletas e análise de dados. O estudo de caso visa elucidar dúvidas quanto a casos isolados, obejetivando-se em debater ou descobrir porquê determinado fen?meno acontece. Normalmente, estudando casos específicos de cunho social e atual. Neste estudo de caso, trataremos em específico do Massacre de Suzano e sua repercuss?o midiática, observando através disso a análise da apura??o no meio digital, muito presente no atual Jornalismo, para isso o corpus dessa pesquisa foi realizado com base no Portal G1, analisando três reportagens veiculadas no dia, com horários de postagens diferentes. O portal G1 é mantido pelo Grupo Globo, uma empresa brasileira. Ele foi fundado em 2006, quando a Rede Globo comemorava seus 41 anos. O portal conta com a orienta??o da Central Globo de Jornalismo. Esse portal levou muitas informa??es para seus leitores no dia do acontecimento. Em nosso artigo, iremos trabalhar com base de três notícias postadas pelo G1 comprando-as com outros portais ou sites informativos. As notícias tem como as seguintes manchetes: “Dupla ataca escola em Suzano, mata oito pessoas e se suicida”, postada às 09h53 do dia 13/03/19; “Massacre em Suzano: o que se sabe até agora ”, postado às 11h34 do mesmo dia; “ Veja quem s?o as vítimas do massacre em escola de Suzano”, postada às 14h47. Tais notícias foram escolhida com base em alguns critérios. S?o eles: o intervalo entre as notícias. Uma logo em seguida ao acontecimento, pois foi a primeira notícia veiculada pelo Portal sobre o assunto. A segunda, após algumas horas do acontecimento, para conseguirmos identificar a evolu??o da notícia. A terceira e última, foi postada algumas horas depois do fato, pois ela trata de forma mais aprofundada o fato e as vítimas. Outro critério levado em considera??o na hora da escolha das notícias foi o dia das postagens, pois seria necessário para essa pesquisa alcan?ar seus objetivos, as notícias veiculadas no dia do fato. Também foi levado em considera??o o tempo para essa análise, por isso a necessidade de ser apenas três notícias, que abrangesse os objetivos pretendidos para essa pesquisa. O intuito é verificar como se dá a apura??o rápida da notícia no ?mbito digital, essas notícias foram escolhidas justamente para guiar a análise da apura??o, como a notícia foi formulada e suas atualiza??es. O horário também nos interessam, pois através deles veremos as frequência de postagens sobre o tema e a evolu??o conforme os acontecimentos, fazendo assim uma observa??o do portal. “Sem a observa??o, o estudo da realidade e de suas leis seria reduzido à simples conjectura e adivinha??o” (CERVO E BERVIAN, 2002, p. 27). Para a análise desse conteúdo, foram selecionadas as categorias analítica de evolu??o e apura??o, sendo a esse o enfoque do artigo as observa??es foram pautadas nelas para cumprir o proposto. Análise e Resultados As hard news est?o presentes quando há fatos marcantes para serem mostrados, links ao vivo s?o usados e a mídia passa a se voltar apenas para um acontecimento, procurando sugar todas as informa??es possíveis para informar ao máximo e em primeira m?o o telespectador. Foi o que aconteceu na manh? do dia 13 de mar?o de 2019, quando uma dupla de atiradores atacou a escola Professor Raul Brasil, localizada no município de Suzano, em S?o Paulo. O ataque aconteceu por volta de 9h30 de uma quarta-feira, totalizando oito mortos e mais os dois atiradores que, ao final da trajetória de acontecimentos se suicidaram. O ataque ficou conhecido como o Massacre de Suzano e marcou a vida dos estudantes, da escola e do país. Na mídia, houve uma grande repercuss?o, links ao vivo eram feitos a todo momento na televis?o que manteve o assunto em pauta durante todo aquele dia, as rádios atualizavam as informa??es para seus ouvintes a todo instante, e na internet n?o foi diferente, diversas informa??es eram publicadas a todo momento, explicando a situa??o e mostrando o acontecimento. Menos de trinta minutos após o acontecimento, o Portal G1 postou uma notícia, completa sobre o ataque, com a manchete “Dupla ataca escola em Suzano, mata oito pessoas e se suicida” postado às 9h53 no dia do fato. Nota se que a notícia é dada de forma curta, porém contendo todas as informa??es sobre o caso na qual se tinha conhecimento até aquele presente momento. Destaque na informa??o veiculada pelo portal nesta matéria, com os nomes, idade e posi??o social da pessoa, como, por exemplo: “Beatriz Gon?alves Fernandes, 15 anos, estudante”. Apenas na hora de falar dos feridos alguns s?o citados seguindo essa linha, outros s?o citados apenas o nome, ou nome e idade. Ou seja, o portal n?o tinha o fato completamente apurado, preferindo n?o colocar totalmente uma informa??o no qual n?o tinha conhecimento ou n?o havia checado ainda. Houve a apura??o dos fatos antes dessas informa??es serem repassadas para a massa, em um curto tempo, seguindo o que Junior(2010) fala sobre apura??o. “A pressa n?o é desculpa para má apura??o. ? da natureza do Jornalismo ser feito em tempo curto. Na linha de produ??o da notícia, o levantamento e o rigor na checagem estabelecem a qualidade da informa??o” (JUNIOR, 2010, p. 87). Vislumbra- se nessa primeira publica??o do G1 que houve um tempo de apura??o na reda??o, até a chegada do fato e sua publica??o. Mostrando o compromisso do portal e de seus jornalistas para apurar o fato e n?o falsear a notícia, pois teve o cuidado de analisar com cautela os fatos e repassa-lós com velocidade para o leitor. Junior(2010) disserta sobre a apura??o ser algo planejado pelo jornal, fazendo parte de toda a produ??o da notícia, pois faz parte desde a pauta, coleta de informa??es até a edi??o antes da publica??o efetiva do material, algo que implica em uma rotina de apura??o constate e cria assim a qualidade do produto final, vemos que o G1 seguiu essa rotina de apura??o, tendo ela presente desde o ínicio da elabora??o da notícia. Vale ressaltar que o Portal G1 mostra apenas a data e horário da postagem da reportagem, mostrando quanto tempo faz desde a última atualiza??o, n?o identificando a modifica??o realizada ou qual o dia certo foi atualizado, diferentemente do Portal Uol de Notícias, o Uol posta uma ERRATA no final da página apontando o que foi editado/ corrigido, mostrando especificamente a data da postagem e a hora da última atualiza??o, por conta desse fator n?o conseguimos saber quais fatos foram editados e se foram modificadas as notícias. Todas as reportagens analisadas no site do G1 contam com um resumo no final da notícia. Vale salientar que iremos analisar apenas o início dessas reportagens, dado fato que o resumo é apenas a repeti??o das informa??es mostradas anteriormente. Em um intervalo de duas horas em rela??o ao fato, o G1 faz a postagem da seguinte reportagem: “ Massacre em Suzano: o que se sabe até agora ”, postado às 11h 34 no dia do acontecimento. Uma reportagem completa cobrindo tudo o que se sabia até o momento do massacre. Seguindo essa mesma linha, o jornal Gazeta Online postou em seu site uma reportagem com a seguinte manchete: “Massacre de Suzano: o que se sabe até agora sobre a manh? de terror”, essa matéria extensa e bem detalhada sobre o acontecimento foi publicada 12h40 depois do ataque, às 22h11 e atualizada às 22h19. Podemos assim, observar que o portal G1 tem uma apura??o sobre o fato rápida e eficaz, analisando os fatos todos est?o devidamente apurados e chegados antes da postagem, o que constrói a credibilidade do Jornal G1, o qual produziu uma reportagem t?o completa duas horas depois do ataque quanto a produzida pela Gazeta Online 12 horas depois do ataque, na qual incluem informa??es semelhentes. Fica claro também que, no Portal G1, ocorre uma rápida evolu??o da notícia, publicando informa??es iniciais para localizar o público sobre o fato, ao mesmo tempo que já se elaborava novas matérias mais profundas sobre o caso, obtendo assim uma evolu??o da notícia sem perder a qualidade. Observa- se também que essa evolu??o comparada a outros sites é mais veloz, transimitindo a notícia pouco tempo depois do fato, com qualidade e veracidade. Após cinco horas do ataque na escola, o G1 faz a postagem de mais uma reportagem sobre o tema, agora focado nas vítimas desse massacre. “Veja quem s?o as vítimas do massacre em escola de Suzano”, postado às 14:47. Com uma reportagem um pouco mais extensa e detalhada, ela fala a vida de cada uma das vítimas, fazendo assim um recorte de um lado da trajédia. Conforme Junior(2010) escolhemos lados e histórias que devem ser contadas, para também ser interessantes para serem lidas. Em geral, resumimos os eventos, enfatizamos trechos vitais, mudamos a cronologia. Expor o acontecimento significa, antes de mais nada, escolher episódios, aproximar eventos dispersos, privilegiar um incidente em lugar do outro. (JUNIOR, 2010, p. 19) Seguindo essa mesma linha de investiga??o, mostrando os lados das vítimas fatais e quem s?o elas, o site da Veja publicou uma reportagem com a seguinte manchete: “ Quem s?o os oito mortos no massacre de Suzano” postado às 21h35, ou seja, 12 horas depois do ataque, com informa??es razas sobre as vítimas, sendo ainda alterada às 22h50. O site da Uol também publica uma reportagem, porém com a lista completa das vítimas e acontecimentos do massacre: “Quem s?o os mortos no massacre em escola de Suzano” publicada quase seis horas após o ataque. ? evidente que o G1 tem, por sua linha editorial, uma apura??o maior e mais rápida, comparado a outros meios de comunica??o. ? notável que essa apura??o come?a desde a elabora??o da notícia até sua entrega final ao leitor, fazendo assim uma notícia com grande qualidade jornalística. Isso revela certa lentid?o nas demais reda??es pela demora na coleta de informa??o e sua apura??o até sua publica??o, mesmo após essa demora para postagem ainda fazendo algumas modifica??es após a publica??o. De acordo com a proposta de Santi(2009) cada produtora de notícia deve ter sua forma de fazer a apura??o, definida por sua linha editorial, o que explica a diferen?a de tempo da postagem de reportagens semelhantes entre a Veja e o G1. “Nessa fase o que parece fundamental, por tanto, é a proposi??o de ferramentas diferenciadas para que cada editoria e/ou se??o possa proceder à sua apura??o, com filtros e acessos a bancos de dados externos específicos.” (SANTI, 2009, p.188). Após nove horas depois do ataque, o G1 publicou às 18h49 uma cronologia, na qual narra todos os acontecimentos marcantes do ataque naquela manh?. Entrando em acordo com o que diz Santi (2009) sobre a busca e apura??o utilizando da internet para facilitar o trabalho e auxiliar para diminuir o tempo e aumentar a efic?cia da apura??o.No caso da apura??o eletr?nica, que parte de uma frase para descrever o tema da notícia ou reportagem, antes do relato contextual dos fatos o jornalista pode consultar dados armazenados ou fontes disponíveis na internet, entrevistar os sujeitos dos fatos e também avaliar o conteúdo das declara??es, tanto no espa?o eletr?nico quanto nas páginas impressas (DEL BIANCO, 2004 apud SANTI, 2009, p. 190). Esta reportagem publicada pelo G1 também entra de acordo nas falas de Junior(2010) no qual ele ressalta o trabalho do jornalista como alguém que explica sem falsear os fatos, seguindo sua respectiva ordem dos acontecimentos. Usando a ferramanta Google Trends, mecanismo no qual permite a busca por palavras-chave observando a busca por ela no dia escolhido, esse dispositivo faz uma escala de 0 a 100 para demonstrar a quantidade de pesquisas. Fazendo um recorte do dia 12 de mar?o até o dia 20 de mar?o, uma semana após o acontecimento, a busca pela palavra “Suzano” foi destaque, sendo a mais procurada, comparado-as palavras “Massacre de Suzano” e “Massacre em escola”. No dia do ataque, foi quando ocorreram mais buscas por notícias, o que fez atingir o pico de 100. Dias após o ataque esse número foi reduzido até chegar a 3 na escala no dia 20 de mar?o. Atualmente, num recorte do dia 19 de agosto até 17 de setembro, as buscas quase cessaram quando o termo é “ Massacre de Suzano” e “Massacre em escolas”. Destaque para busca no dia 9 de setembro, que apontou o número 5 para buscas por “Massacre de Suzano” e 1 para buscas “Massacre em escolas”. Analisando esse dado, pode- se observar uma falta de buscas e interesse do público, afinal, o fato presenciado em Suzano tem diversas falhas que acarretaram no massacre que matou dez pessoas. Diversas testemunhas relatam a motiva??o dos dois jovens assassinos, seja o bullying ou visibiliza??o, s?o motiva??es que afetam diversas crian?as em nossas escolas e precisa da aten??o do governo e da popula??o para impedir novos casos de massacre no Brasil e no mundo. O fato de baixas procuras relacionas a “massacre em escolas” mostra que os leitores n?o notaram a import?ncia desse assunto, pois é algo que persegue a sociedade e causa tragédias em várias cidades do mundo, tirando a vida de jovens, sendo necessária uma aten??o maior da sociedade para assuntos como esse, cobrar autoridades para assim ser tomadas as devidas atitudes, para assim evitar novos ataques em diferentes locais do país. ? notório o imediatismo, grandes procuras sobre o caso enquanto ele estava em seu auge e depois ele foi sendo esquecido, algo no qual para as vítimas e suas famílias nunca irá ser esquecido, porém vale lembrar que sempre é tempo para precaver novos ataques e a mídia jornalística tem um papel fundamental nesse processo em conjunto com a socidade. O jornalismo tem em sua fun??o fazer um recorte e apresentar fatos, com a investiga??o jornalística exp?e outros casos e falhas tanto sociais quanto políticas, cobrando medidas das autoridades e alertando sobre esses casos para famílias, conscientizando- as. Considera??es Finais Nota se uma falta de debates sobre a apura??o no Jornalismo, isso é algo que faz parte dessa profiss?o desde sempre, nem por isso deve ser normalizado. Para essa temática, é essencial o debate e compartilhamento de informa??es sobre o assunto, principalmente para forma??o de novos jornalistas preparados para enfrentar um problema que tem estado t?o em alta, as fake news. O Jornalismo exerce um forte poder na sociedade e as grandes mídias também. ? possível observar uma forte credibilidade no Jornalismo do portal G1, justamente porque é notável sua responsabilidade e organiza??o para que a apura??o do fato aconte?a e fa?a parte desde a produ??o da notícia, torna-se algo do cotidiano dos jornalistas ali empregados, consientes da responsabilidade do Jornalismo, informar com precis?o de forma rápida. Mediante a uni?o de todas essas análises, é possível observar a falta de comprometimento por parte de alguns jornais, de informar de forma imediata os seus leitores com mais eficácia. ? necessário avaliar suas formas de apura??es t?o lenta, que acarretam numa grande demora para reunir informa??es, elaborar a reportagem até a sua efetiva publica??o, apresentando diversas atualiza??es posteriores a sua postagem. A grande evolu??o desse portal também é um ponto a ser destacado, o Jornalismo avoluiu com as informa??es, através da apura??o se certifica dos fatos e faz novas descobertas sobre o caso, para n?o ficar estagnado em uma mesma informa??o, ou aguardando reunir tantas informa??es para elaborar uma reportagem mais completa. ? necessário ir, gradativamente, evoluindo as informa??es, para deixar o leitor cada vez mais informado sobre a notícia. As hard news fazem parte dessa área atualmente, é de grande import?ncia os profissionais estarem devidamente capacitados e cientes da responsabilidade que o Jornalismo exerce. As informa??es falsas est?o por toda a rede sendo necessário também os leitores terem cuidados para n?o se cobrirem de inverdades e compartilharem essas notícias enganosas, que, por sua vez, tendem a serem criadas para obter algum ganho seja político ou financeiro com o espalhamento dessas informa??es ilegítimas. O Jornalismo é um recorte do mundo que transporta a informa??o de um lugar a outro, servindo também como ponte para abordar e debater assuntos relevantes para a sociedade, neste caso, se conclui que houve um esquecimento tanto por parte da mídia ao n?o destacar esse assunto outras vezes, como o abandono da popula??o para temas assim que pode vitimar tantas outras crian?as, um debate e n?o um esquecimento de ambas as partes trazendo mais visibilidade para esse assunto de tanta relav?ncia e que n?o é apenas mais um caso isolado em nosso país. ReferênciasSANTI, Vilso. O processo de apura??o no webjornalismo. Revista de pós gradua??o em comunica??o e cultura da escola de comunica??o da UFRJ, v.12, n.3, p. 181-194, set./dez. 2009.JUNIOR, Luiz. A apura??o da notícia: métodos de investiga??o na imprensa. 3. ed. Petrópolis-RJ: Vozes. 2010. 171 p.PINHO, J.B. Jornalismo na Internet: planejamento e produ??o da informa??o on-line. 3. ed. S?o Paulo: Summus. 2003. 282 p.CERVO, Amado; BERVIAN, Pedro. Metodologia Científica. 5. ed. S?o Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002. 242 p.YIN, Roberto. Estudos de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. 320 p.PELARIGO, Jo?o. A import?ncia do Jornalismo na democracia. Lisboa: Público 3, 2013. s/p.NASCIMENTO, Danny; GOMES, Marquiana. Desastres naturais veiculados pela mídia: uma análise de conteúdo das notícias do jornal Diário de Guarapuava. R. Ra`e Ga, v.32, Curitiba, Dez/2014, p.164-184.FERREIRA, Mayara. A constru??o da notícia sobre a morte de Eduardo Campos em jornais piauienses. Revista Temática da UFPB. Ano XI, n 12, Dez/ 2015, p. 41- 55. ................
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